
Lançado originalmente em 2024, Prince of Persia The Lost Crown marcou o aguardado retorno de uma das franquias mais icônicas da Ubisoft. Com uma abordagem moderna no estilo metroidvania, o jogo conquistou crítica e público com sua jogabilidade refinada, direção artística marcante e bom ritmo de progressão.
Agora, pouco mais de um ano após seu lançamento original, Prince of Persia The Lost Crown chega aos dispositivos mobile, adaptado para celulares e tablets. Nesta análise, avaliamos as adaptações feitas para essa nova versão, o impacto das limitações técnicas e se a experiência se mantém válida tanto para quem joga com controle quanto com comandos via toque.
Caso queira conhecer mais a fundo todos os detalhes de Prince of Persia The Lost Crown, você pode conferir nossa análise completa publicada anteriormente aqui no site.

Visual e performance no mobile: adaptação competente, mas com limitações
Prince of Persia The Lost Crown foi testado em um Samsung Galaxy S21, um aparelho que, apesar de ainda ser capaz de rodar jogos recentes, já apresenta limitações em relação aos modelos mais modernos. Considerando que o dispositivo foi lançado cerca de três anos antes do jogo, é natural que o desempenho não represente o que há de mais atual no cenário mobile.
Vale destacar que, embora exista uma versão para dispositivos Apple, ela não foi testada nesta análise.
No Android, o jogo não oferece opções gráficas detalhadas — não é possível ajustar sombras, texturas ou resolução como em um PC. As únicas configurações disponíveis se concentram na taxa de quadros por segundo (fps), permitindo que o jogador escolha entre 30 e 60 fps. No caso do Galaxy S21, a tentativa de manter os 60 fps resultou em quedas frequentes e sensação de engasgo durante momentos de ação, o que compromete a fluidez. Por outro lado, travar o jogo em 30 fps garante maior estabilidade, embora prejudique a responsividade — algo crucial em um jogo de ação que exige atenção a contra-ataques e movimentos precisos.
Visualmente, Prince of Persia The Lost Crown mantém sua identidade graças à alta densidade de pixels das telas dos smartphones, o que favorece a nitidez geral. Entretanto, ao observar com mais atenção, especialmente em cenas paradas ou de diálogo, é possível notar a redução significativa na qualidade de sombras, texturas e detalhes faciais dos personagens. Trata-se de uma adaptação visual clara para garantir o bom desempenho em celulares, mas que inevitavelmente compromete parte do impacto artístico presente nas versões para console e PC.
Apesar das concessões técnicas, é possível se divertir com Prince of Persia The Lost Crown no mobile — especialmente com um aparelho mais atual. Para quem busca uma experiência fluida e com melhor fidelidade visual, no entanto, recomendo um dispositivo mais potente que o Galaxy S21.
Prince of Persia The Lost Crown: entre adaptações e boas soluções
Levar um jogo originalmente pensado para consoles e PC para a tela de um celular é sempre um desafio. Em Prince of Persia The Lost Crown, a Ubisoft acertou em vários pontos ao adaptar a experiência para dispositivos móveis, oferecendo tanto reorganização eficiente dos comandos quanto opções extras para diferentes perfis de jogador.
Durante os testes, utilizei um controle USB Gamesir 2S conectado ao celular, o que garantiu uma experiência bastante satisfatória. O jogo reconhece o controle automaticamente e inclusive recomenda o uso logo no início. Com o controle e fones de ouvido, a jogabilidade se aproxima bastante da versão original: responsiva, precisa e agradável. Toda a estrutura do gameplay — incluindo a movimentação fluida, o combate desafiante e a trilha sonora imersiva — se mantém intacta nesse cenário. O mesmo vale para quem optar por controle via Bluetooth, com funcionamento igualmente estável.
O maior ponto de atenção, no entanto, surge quando se joga diretamente com os controles na tela (touchscreen). Embora os comandos funcionem corretamente, o design de Prince of Persia The Lost Crown — focado em ação e plataformas com inimigos surgindo de ambos os lados e pulos precisos — exige bastante visibilidade. Como as mãos ocupam as extremidades da tela, parte da percepção visual do jogador é comprometida, dificultando a identificação de inimigos e obstáculos. Essa limitação é particularmente sentida em telas menores, como as de smartphones. Em tablets, esse problema tende a ser reduzido, já que há mais espaço para exibir os elementos do jogo sem obstruções significativas.
Para lidar com isso, a versão mobile conta com uma série de recursos opcionais de acessibilidade e auxílio que não existem na versão original. Entre eles, estão a redução de agressividade dos inimigos, aumento de vida, sistema de lock-on automático, combinações de ataques facilitadas, ajustes na velocidade do jogo, uso automático de poções e outros ajustes pensados para suavizar a experiência. Essas “bengalas” — como podem ser encaradas — tornam o jogo mais acessível, mas também podem descaracterizar parte do seu desafio original, especialmente para quem procura o aspecto metroidvania de exploração e precisão.
Felizmente, todas essas assistências podem ser desativadas. Isso garante que jogadores mais experientes ou que buscam fidelidade à proposta original consigam ajustar a dificuldade e a experiência de forma manual.
De forma geral, a experiência no mobile é sólida e bem pensada, desde que o jogador saiba o que esperar. Com um controle, Prince of Persia The Lost Crown se aproxima muito da experiência em consoles. Já no toque da tela, as limitações do formato exigem concessões — algumas delas bem resolvidas, outras nem tanto. Cabe ao jogador decidir qual abordagem se encaixa melhor ao seu perfil.
Uma adaptação competente, com ressalvas importantes
Prince of Persia The Lost Crown recebeu uma adaptação competente para o mobile, trazendo a mesma base sólida do jogo principal e respeitando sua essência sempre que possível. No entanto, dois pontos de atenção precisam ser destacados antes de embarcar nessa jornada pelos celulares.
O primeiro é relacionado ao desempenho: com base nos testes realizados em um Galaxy S21, ficou claro que, embora o jogo funcione, a fluidez ideal — especialmente a 60 fps — exige um aparelho mais moderno e robusto. Ter um celular potente é essencial para garantir uma experiência estável e responsiva, principalmente em se tratando de um jogo que exige precisão e reflexos rápidos.
O segundo alerta diz respeito à forma como você pretende jogar. Com um controle físico (seja USB ou Bluetooth), a experiência é praticamente idêntica à dos consoles, mantendo o ritmo, desafio e imersão propostos pela Ubisoft. Por outro lado, ao optar pelos controles de toque, entra em cena uma série de adaptações que tornam a jogabilidade mais acessível, mas também diluem parte da proposta original de desafio e precisão.
Essa dualidade faz parte da experiência: o jogador pode optar por uma jornada mais intensa e desafiadora, próxima da original, ou por uma versão mais leve, acessível e prática, ideal para momentos casuais.
Independentemente do seu perfil, o importante é ter consciência dessas diferenças. A versão mobile de Prince of Persia The Lost Crown vale a pena, sim — desde que você saiba o que está comprando e que tipo de experiência espera extrair dela.
Essa análise de Prince of Persia: The Lost Crown Mobile segue nossas diretrizes internas. Confira nosso processo de avaliação.
Uma ótima adaptação
Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 10
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10
8.8
Ótimo
Prince of Persia The Lost Crown recebeu uma adaptação competente para o mobile, trazendo a mesma base sólida do jogo principal e respeitando sua essência sempre que possível. No entanto, os pontos de atenção que falamos precisam ser destacados antes de embarcar nessa jornada pelos celulares. Tudo irá depender da qualidade do seu aparelho como na utilização ou não de um controle.