Análise: Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition

É sempre interessante quando um jogo clássico que a gente gosta volta com tudo. No ano passado, todo mundo pirou com o incrível Warhammer 40,000: Space Marine 2, um jogo de ação espetacular com batalhas megalomaníacas. O sucesso foi tanto que muita gente ficou com vontade de jogar o primeiro, lançado lá em 2011. O problema é que 14 anos é muito tempo, e voltar para o jogo antigo era um choque, pois ele parecia bem datado. Esse clássico de 2011, no entanto, sempre foi um favorito de culto, e é exatamente por isso que a chegada da Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition é tão importante.

Esta nova versão, que será lançada no dia 10 de junho, é uma remasterização completa, ou seja, uma grande melhoria do clássico. Tivemos a chance de jogar antes do lançamento, graças a um código que a SEGA nos enviou, e posso dizer que a diferença é grande. Como eu joguei o jogo original de PC no ano passado, ainda lembrava bem dos seus problemas. A pergunta era se essa nova versão valia a pena. A resposta é um grande “sim”, mas com alguns detalhes. Pense assim: o jogo original era nota 7.5, e essa remasterização é nota 9.5. O jogo base continua o mesmo, mas o polimento que ele recebeu é excelente. Explico melhor na nossa análise completa abaixo.

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• Créditos Playstation
• Créditos Xbox

Uma História de Brutalidade e Honra

A história do jogo é pura ação, bem no estilo Warhammer. Você está na armadura do Capitão Titus, um soldado de elite do capítulo dos Ultramarines, um veterano de inúmeras batalhas. Ele e seus irmãos de batalha, o experiente Sidonus e o novato Leandros, são enviados para o Mundo-Forja de Graia, um planeta-fábrica vital para a humanidade, onde são construídas máquinas de guerra gigantescas chamadas Titans. O planeta foi invadido por milhões de monstros verdes e brutais, os Orks.

Sua missão é segurar as pontas até a chegada de reforços, mas Titus logo percebe que há algo mais sinistro acontecendo. O comportamento estranhamente organizado dos Orks levanta suspeitas, e não demora para que as forças do Caos, inimigos ainda mais perigosos, apareçam para mergulhar o planeta em uma guerra ainda mais devastadora. A aventura é bem direta e linear, te levando de um combate para o outro sem parar através de vários capítulos. Não espere a grandiosidade de Space Marine 2; o foco aqui é a pancadaria brutal e o respeito pela história do universo Warhammer, e nisso o jogo continua mandando muito bem.

Jogabilidade Refinada

O coração de Space Marine sempre foi sua jogabilidade, que mistura genialmente o combate corpo a corpo com o tiroteio. A sensação de controlar o Capitão Titus, sentindo o peso e o poder de cada um dos seus movimentos, é muito gratificante. Você realmente se sente como uma máquina de matar implacável. Muitos dos problemas de controle que o jogo antigo tinha foram corrigidos, e agora a jogabilidade está mais gostosa e parecida com a de Space Marine 2.

Para sobreviver, você precisa dominar o sistema de combate. Seu escudo azul se recarrega sozinho se você não levar dano por um tempo, mas sua barra de vida não. Para recuperar vida, você precisa atordoar os inimigos com golpes fortes e então realizar uma execução, que é uma finalização bem violenta e sangrenta. A outra forma de se curar é usando o “Modo Fúria”. Conforme você mata inimigos, uma barra se enche, e ao ativá-la, seus ataques corpo a corpo ficam mais fortes e sua vida se regenera. Isso transforma a fúria em uma ferramenta estratégica para usar nos momentos de maior aperto.

É possível carregar várias armas ao mesmo tempo, desde pistolas e fuzis até canhões de plasma e, claro, as famosas espadas-serra e martelos de guerra. O jogo te dá novas armas em um bom ritmo, te forçando a escolher as que se encaixam melhor no seu estilo. Há também seções especiais com o famoso Jetpack, que te permite voar por alguns momentos e cair esmagando os inimigos no chão, o que é sempre muito satisfatório. Para quem só quer sair atirando em tudo sem complicação, o jogo continua sendo um prato cheio.

As Melhorias da Remasterização

É aqui que a remasterização realmente brilha. O trabalho feito vai muito além de um simples retoque, modernizando quase todos os aspectos do jogo. Os gráficos receberam um salto de qualidade impressionante. O jogo agora roda em resolução 4K, deixando as imagens com uma clareza incrível. Todas as texturas, foram melhoradas, deixando os ambientes, personagens e armas mais detalhados e realistas. Os modelos dos personagens, especialmente dos Orks, foram atualizados para se alinharem com a aparência mais recente deles no universo Warhammer. Efeitos de iluminação e de batalha também foram modernizados, fazendo a ação parecer ainda mais espetacular. E o mais importante: tudo isso roda de forma lisa e estável, graças a uma atualização interna do motor do jogo.

O som também foi completamente retrabalhado para criar uma experiência mais imersiva. Os sons das armas estão excelentes, com barulhos variados e potentes que fazem cada tiro ser sentido. Uma adição muito legal foi a gravação de mais de 100 novas falas para os Orks, o que torna o campo de batalha mais vivo e caótico. A interface, ou seja, os menus e a tela do jogo, foi outra grande melhoria. Os menus antigos, que eram lentos e feios, foram substituídos por um design moderno, limpo e muito mais fácil de usar. A roda para escolher as armas, por exemplo, agora funciona muito melhor.

Para fechar o pacote com chave de ouro, a Master Crafted Edition é a versão definitiva e completa do jogo. Ela já vem com todo o conteúdo extra (DLC) que foi lançado para o jogo original, incluindo pacotes de mapas como o Chaos Unleashed, o modo Dreadnought Assault, e várias armaduras e armas de capítulos como os Iron Hand e Death Guard. O modo multiplayer online, com batalhas de 8 contra 8, também foi melhorado e agora conta com cross-play, o que significa que jogadores entre plataformas podem jogar juntos. Isso é ótimo para garantir que sempre haverá pessoas para jogar online.

Os Problemas

Apesar do trabalho excelente de remasterização, nem tudo são flores. O problema mais grave que encontrei, e que realmente atrapalhou a experiência, foi um bug muito esquisito. Algumas vezes, no meio da ação, a tela ficou completamente preta. O jogo continuava funcionando, eu ouvia os sons dos tiros e os inimigos me atacando, mas não conseguia ver absolutamente nada. Foi frustrante ficar ali, sem poder reagir. A única solução era me deixar morrer para que o jogo recarregasse e a imagem voltasse ao normal. Isso é algo que precisa ser consertado com urgência.

Além dessa falha grave, o jogo ainda mostra um pouco da sua idade de outras formas. A estrutura das fases é bem linear, basicamente um corredor onde você avança e atira. Isso não é necessariamente ruim, mas é um estilo de design mais antigo. É notável também que a jogabilidade corpo a corpo, embora divertida, pode parecer um pouco “dura” em comparação com jogos de ação mais modernos , e que não é possível mudar opções de gráfico ou controle no meio do jogo, sendo preciso voltar ao menu principal. São pequenos detalhes que nos lembram que, por baixo da nova pintura, ainda temos um jogo de 2011.

Conclusão – Análise: Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition

Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition é a prova de que é possível pegar um clássico querido e dar a ele o tratamento de respeito que ele merece. As melhorias técnicas são enormes e fazem o jogo parecer muito melhor e mais gostoso de jogar. A inclusão de todo o conteúdo extra e a modernização do multiplayer com cross-play são a cereja no bolo, transformando este no pacote definitivo para quem quer viver a primeira aventura do Capitão Titus.

O jogo é uma recomendação fácil para alguns grupos. Se você já era fã do jogo original, pode comprar sem medo, pois as melhorias justificam totalmente o retorno. Se você conheceu a franquia pelo Space Marine 2 e quer saber como tudo começou, esta é a melhor oportunidade possível.

Por outro lado, é importante ser honesto. Se você jogou o original na época e não gostou, esta remasterização não vai mudar sua opinião. As melhorias são muitas, mas a base do jogo, sua história e o design das fases continuam os mesmos. E, claro, o bug da tela preta é um problema sério que esperamos que seja corrigido no lançamento. No fim das contas, a Master Crafted Edition cumpre seu objetivo com honra: ela pega um jogo de ação brutal e divertido e o torna acessível e atraente para uma nova geração, preservando tudo o que o tornou um clássico cult em primeiro lugar.

Essa análise de Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.