Tivemos acesso antecipado a Shadow Labyrinth, o novo jogo da Bandai Namco que celebra os 45 anos de Pac-Man. Em vez de seguir a linha tradicional de jogos de plataforma (sejam os clássicos labirintos em 2D ou releituras em 3D), a proposta aqui é bem diferente: uma aventura no estilo Metroidvania.
Após meses de anúncios curiosos e teasers enigmáticos, finalmente colocamos as mãos em uma versão de teste para entender o que o novo título realmente entrega.
Ambientação e trilha sonora
Por se tratar de uma versão de prévia, ainda não é possível comentar com profundidade sobre a história de Shadow Labyrinth, já que o conteúdo disponível cobre menos de duas horas e revela pouco sobre motivações ou conflitos dos personagens. No entanto, a ambientação já permite tirar algumas conclusões interessantes sobre o que o jogo pretende entregar.
Visualmente, o título adota uma estética em 2D com rolagem lateral, apostando em um estilo simplificado, mas funcional. Os personagens e elementos no cenário apresentam um traço único, com certa semelhança à abordagem de recorte e colagem. Algo que pode lembrar títulos da Vanillaware, embora sem a mesma fluidez e riqueza visual. Ainda assim, o mapa é detalhado e variado, apresentando diferentes biomas mesmo neste início de jornada, como áreas metálicas que lembram o interior de uma nave, cavernas e regiões que remetem a florestas densas.
A trilha sonora acompanha bem essa proposta. Não há dublagem, os personagens apenas emitem sons que ajudam a diferenciar suas personalidades, mas as composições musicais reforçam a sensação de exploração e descoberta. A música se encaixa bem ao ritmo do gameplay e cumpre seu papel sem destoar da experiência, mantendo a imersão constante.
Gameplay
Mesmo com acesso limitado a apenas duas seções do jogo (uma parte inicial e uma luta contra chefe) Shadow Labyrinth já revela bastante do que pretende oferecer em termos de jogabilidade. A Bandai Namco adota aqui uma estrutura clássica de Metroidvania, com foco em exploração, progressão por habilidades e desafios variados.
A exploração e estrutura do mapa
A primeira parte da prévia mostra o jogo nos seus estágios iniciais, com o jogador sendo introduzido às mecânicas básicas enquanto Pac-Man atua como aliado. A estrutura de mapa é interconectada, com diversos atalhos que remetem à lógica de design encontrada na série Souls. O progresso se dá tanto por melhorias adquiridas ao longo da jornada quanto por novas habilidades que destravam áreas antes inacessíveis, algo característico do gênero Metroidvania.
Combate e habilidades
O sistema de combate apresenta uma base sólida com três pilares principais: ataques básicos, um ataque especial e uma mecânica de parry para desviar e rebater ataques inimigos. O jogador também conta com esquivas, tanto no solo quanto no ar, o que adiciona dinamismo às batalhas. Os inimigos possuem padrões variados e exigem atenção, sobretudo pela dificuldade elevada. Aqui, a equipe de desenvolvimento já indicou que não será adicionado opções de dificuldade no lançamento de Shadow Labirinth.
Um dos diferenciais do combate está no chamado “modo Gaia”, em que o personagem se funde com Pac-Man, assumindo uma forma gigante com grande poder ofensivo. Com o avanço no jogo, é possível desbloquear novas habilidades, adquirir melhorias e montar diferentes builds, o que adiciona camadas de profundidade à jogabilidade.
Desafios de plataforma
Outro ponto forte de Shadow Labyrinth são os desafios de plataforma, que vão além do tradicional pular de um ponto ao outro. O jogo exige raciocínio e precisão de timing, com armadilhas e elementos como plataformas móveis, campos de energia, raios e outros obstáculos típicos de um cenário com ambientação futurista.
Em alguns momentos, o desafio de navegação se intensifica ao ser combinado com o surgimento de inimigos, exigindo reflexos rápidos e domínio das mecânicas básicas. A progressão também recompensa o jogador com atalhos que facilitam o retorno a áreas previamente desafiadoras.
Momentos em estilo Pac-Man
Mesmo sendo um jogo bastante distinto da proposta clássica da franquia, Shadow Labyrinth reserva alguns momentos de homenagem ao Pac-Man original. Em certos trechos, o personagem assume a forma tradicional da bolinha amarela, movendo-se automaticamente em trilhos magnéticos.
Nessas sequências, o jogador precisa navegar por obstáculos como serras, raios e barreiras energéticas, trocando de trilho no momento certo e ajustando os saltos com precisão. A diferença aqui é que o Pac-Man não para de se mover, o que adiciona um desafio a mais em relação ao ritmo das outras seções do jogo. São segmentos curtos, mas que funcionam bem como quebra de ritmo e reforço temático.
Lutas contra chefes
Como parte do acesso antecipado de Shadow Labyrinth, tivemos a oportunidade de experimentar duas batalhas contra chefes presentes na build disponibilizada pela Bandai Namco. Esses confrontos marcaram momentos importantes dentro da experiência, destacando o nível de desafio e o foco do jogo em combates mais técnicos.
O primeiro chefe enfrentado foi uma clara homenagem a Pinky, o fantasma rosa da franquia Pac-Man. Apesar da aparência familiar, o desafio aqui foi elevado e diferente do que vemos na franquia. O inimigo utilizava ataques em forma de garras que surgiam de várias direções, exigindo que o jogador dominasse a mecânica de parry para criar janelas de contra-ataque. À medida que a luta avançava, o ritmo se intensificava e a complexidade dos padrões de ataque aumentava significativamente, tornando os momentos finais especialmente tensos. Era necessário aplicar tudo o que havia sido aprendido até ali, tanto em termos de reflexos quanto de leitura dos padrões inimigos.
O segundo chefe apresentado era uma criatura mais tradicional, com aparência biológica e ambientação em arena fechada. Esse combate trouxe um ritmo diferente, focado em desviar de ataques de forma mais precisa, e introduziu uma nova habilidade do personagem: a possibilidade de se agarrar às paredes. Isso trouxe uma nova dimensão ao confronto, permitindo estratégias mais verticais e abrindo espaço para novas possibilidades de movimentação.
Mesmo sem poder explorar a fundo todas as habilidades disponíveis nesse segundo trecho, foi possível perceber que o jogo oferece uma progressão clara no arsenal do personagem, com diferentes recursos e possibilidades de personalização. Um ponto evidente durante ambas as lutas é o papel central do parry, que se mostra essencial não apenas para defesa, mas como chave para vencer os chefes. Essa habilidade, junto ao uso de ataques especiais, depende de uma barra de energia que deve ser gerida com cuidado, adicionando uma camada estratégica ao combate.
Os chefes testados indicam que Shadow Labyrinth pretende manter um alto nível de exigência no que diz respeito à execução, e reforçam a ideia de que não se trata de um jogo fácil. A proposta é clara: o jogador precisa aprender com os erros e dominar as mecânicas oferecidas para avançar.
Shadow Labyrinth é interessante
Com base nas primeiras horas disponíveis nesta versão prévia, Shadow Labyrinth impressiona positivamente. A proposta de transformar o universo de Pac-Man em um metroidvania desafiador e com boas ideias de gameplay funciona de forma convincente. As mecânicas respondem bem, oferecem variedade e, desde já, demonstram que o jogo pode entregar uma experiência sólida e recompensadora para quem aprecia o gênero.
A única ressalva fica para a direção visual, que apesar de funcional e com uma identidade própria, poderia explorar mais riqueza de detalhes e fluidez nas animações. Há momentos em que os visuais se mostram simplificados demais, o que pode tirar parte do impacto estético da aventura.
Ainda assim, o que realmente importa, o controle, os desafios e a sensação de progressão, já está bem estabelecido. Shadow Labyrinth tem potencial para surpreender e consolidar-se como um título relevante dentro da biblioteca de jogos da Bandai Namco. A expectativa agora é acompanhar como a versão final vai expandir tudo o que foi apresentado. O lançamento está marcado para julho, e vale ficar de olho.
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