Análise: Death Stranding 2: On the Beach
Raindrops are falling on my head

Já faz seis anos desde o lançamento do primeiro Death Stranding onde ficou conhecido por muitos assistem o seu trailer e entenderem absolutamente. Mesmo depois do jogo ter sido lançado, o mundo pós-apocaliptico construído pelo brilhante Hideo Kojima ainda deixou inúmeras pontas soltas sobre sua lore, principalmente ao destino de inúmeros personagens marcantes. Para muitos, essa obra não necessitava de uma continuação, afinal Sam e Lou poderiam finalmente ser uma família feliz longe da surpervisão da UCA e de qualquer intriga política, porém, infelizmente a paz e união são conceitos utópicos e Death Stranding 2: On the Beach chegou para mostrar justamente isso.
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Um recomeço
Se Death Stranding era uma jornada solitário de Sam buscando conectar os Estados Unidos na Rede Quiral, em Death Stranding 2: On the Beach temos uma história de superação onde Sam precisa entender que não está mais sozinho e que pode contar com seus amigos, enquanto busca conectar todo o continente australiano.
A história começa com Sam e Lou vivendo uma vida pacífica numa relação de pai e filha, porém, Fragile surge com um pedido de ajuda. Eles precisam conectar o México na Rede Quiral para poder dar suporte para quem ainda vive naquela região e está com problemas por conta das EPs (entidades da praia) que causam inúmeras obliterações no território mexicano e, consequentemente, prejudica ainda mais a vida das pessoas que vivem ali.
Com a promessa de retornar o quanto antes, Sam parte para mais essa jornada. Desta vez não como um portador da Bridges, mas sim como um portador da Drawbridge que é uma empresa e organização própria da Fragile. Apesar de tudo sair bem nesta nova e prévia jornada, algo acontecendo forçando que Sam retorne o quanto antes para o seu esconderijo.
E assim termino de falar sobre a história para evitar todo e qualquer possível spoiler que possa estragar a experiência deste jogo que narrativamente é uma das maiores obras já feitas. Aqui teremos momentos marcantes, personagens incríveis como a Rainy, Dollman, Tarman, Tomorrow e, principalmente, Neil Vana que foi carinhosamente apelidado como sócia do Solid Snake.
Death Stranding 2: On the Beach não é apenas uma história sobre a volta do Higgs em busca de vingança, mas também traz inúmeros assuntos sobre o passado de Sam e, principalmente, de Lou. E como citei o Higgs, também preciso destacar que ele faz um excelente papel como antagonista, entregando uma atuação que supera facilmente o seu papel no primeiro jogo.



Um jogo de experiências
Da mesma forma que Hideo Kojima nomeou o primeiro título como um jogo de experiências, Death Stranding 2: On the Beach consegue expandir muito mais essa questão ao trazer inúmeros situações durante a sua jornada. Se no primeiro tínhamos ladrões de carga, EPs e a geografia norte americana como principais obstáculos… Agora temos também eventos climáticos como tempestades, ventania e até mesmo avalanches nas zonas de neve. O clima também pode ser o seu maior oponente neste jogo.
Além disso, Death Stranding 2 não demora para engatar na ação, fazendo com que logo de começo tenhamos que confrontar inimigos humanos, EPs e também mesmo robôs fantasmas sobre o controle de Higgs. E o melhor de tudo é que o jogo permite que você escolha a forma que deseja lidar com essas inúmeras situações podendo ir de frente com armas de fogo, no corpo a corpo ou de maneira furtiva.
Outro ponto positivo é que o jogo não demora para trazer os equipamentos e acessórios que vão facilitar sua vida como as pernas quirais, luvas, veículo e etc. Além do que já foi citado, também é possível criar uma variedade muito maior de objetos do que no primeiro jogo, contendo também opções como transportadores para fast travel, componentes novos para os veículos, prancha de surf, uma variedade enorme de armas e até mesmo um bumerangue para confrontar as EPs.
Outro lado positivo no jogo é a navio DHV Magellan que é capaz de viajar pelas praias e, consequentemente, aparecer em qualquer local com acesso a Rede Quiral. Ela não é útil apenas para a história, uma vez que pode servir como uma opção a mais de fast travel e, desta forma, completar facilmente as entregas de localidades das quais você já passou.
E tem um jeito melhor de vivenciar tudo isso? Sim! Com músicas, pois o jogo também consta com uma aplicação própria para ouvir a trilha sonora do jogo e poder montar suas playlists como desejar. Fora isso, a própria trilha sonora do jogo por si só já é simplesmente espetacular e auxilia na contemplação dos cenários devastados.



Neil Vana
Provavelmente o que mais chamou a atenção dos fãs desde o anúncio dessa sequência foi a participação de alguém idêntico ao Solid Snake de Metal Gear. O seu nome é Neil Vana e ele praticamente substitui o papel que antes era do Cliff ao trazer flashbacks e um desafio a mais para o Sam.
Cliff foi sim simbólico, principalmente por ele estar ligado diretamente ao passado do protagonista e ser interpretado por Mads Mikkelsen, porém, Neil Vana consegue muito bem ser um oponente formidável nos cenários em que ele aparece que são representados por situações caóticas invés de cenários de guerra. Além disso, o seu peso dentro da narração envolve ainda mais o desenvolvimento dos traumas de Sam.
Esses confrontos conseguem mostrar como Death Stranding 2: On the Beach consegue mudar constantemente o seu gameplay. Pois em num instante estamos fazendo entregas, logo depois tendo uma boss fight contra uma EP gigante ou num campo de batalha em que o jogo se foca totalmente na sobrevivência.

Olha essa geometria! Gráficos e áudio
Os gráficos de Death Stranding 2: On the Beach são realmente espetaculares fazendo com que muitas vezes o jogador fique se perguntando se já pode começar a jogar. A cena inicial é o principal momento devido a riqueza de detalhes em Sam e também todo o cenário, onde parte disso tem como responsabilidade a fluidez que fizeram para alternar entre cutscene e momentos de jogo. Além disso, se compararmos a modelagem dos personagens entre os dois jogos, vemos que On the Beach está muito mais a frente do primeiro título.
A forma que o jogo utiliza o Ray Tracing em momentos pontuais para trazer maior realismo, enquanto deixa a iluminação por conta de uma técnica de luz global é o ponto mais alto disso tudo. Pois não prejudica na fluidez do jogo, mantendo a taxa de quadros estável o tempo todo. Além disso, vemos também situações em que se o Sam está sujo e entra num rio, apenas os pontos exatos do corpo dele que ficaram na água serão limpos, trazendo ainda mais realismo.
Enquanto isso, o áudio também se destaca. Como dito antes, a trilha sonora é espetacular com músicas escolhidas a dedo e que combinam perfeitamente com a atmosfera do jogo. Por outro lado, temos uma dublagem de peso em todas as línguas, mas obviamente a melhor delas é a original em inglês por trazer a voz verdadeira da maioria dos atores. Os efeitos sonoros do ambiente, sons de impacto, sinais de tecnologia e tudo que envolve a sonoplastia também demonstra a qualidade e cuidado em sua criação.

Conclusão da análise de Death Stranding 2: On the Beach
Death Stranding 2: On the Beach dá continuidade à proposta original de Hideo Kojima com uma abordagem mais emocional, centrada nos vínculos entre os personagens e os impactos do passado. A narrativa apresenta momentos intensos e bem dirigidos, com novos personagens marcantes e um antagonista mais desenvolvido do que no primeiro jogo. O sistema de gameplay evolui sem romper com suas raízes, adicionando mais variedade nas interações e formas de encarar os desafios, com destaque para os efeitos climáticos e o uso mais amplo da Rede Quiral.
Apesar de manter um ritmo mais acelerado no início, a estrutura geral continua alternando entre trechos contemplativos e momentos de ação, o que pode não agradar quem esperava uma mudança radical. Do ponto de vista técnico, os gráficos são refinados, com excelente uso de iluminação e detalhes realistas que reforçam a imersão, enquanto o áudio mantém o padrão elevado da franquia, com dublagem de qualidade e trilha sonora impactante.
Embora não se afaste totalmente da fórmula do primeiro jogo, On the Beach consegue se expandir com novidades consistentes e oferece uma experiência mais coesa, reforçando a identidade única da série dentro do cenário dos games narrativos.

Essa análise de Death Stranding 2: On the Beach segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.
É a obra suprema de Kojima
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10
10
Perfeito
Death Stranding 2: On the Beach aprofunda os temas da franquia com melhorias narrativas e técnicas, sem abandonar sua essência contemplativa e experimental.





