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Análise: Donkey Kong Bananza

Bananza: o Donkey Kong mais ambicioso já feito?

Donkey Kong Bananza chega como um dos títulos mais aguardados da Nintendo em 2025, não apenas por marcar o retorno do icônico gorila em um novo jogo principal, mas também por ser o primeiro grande lançamento exclusivo e revolucionário do Nintendo Switch 2. Embora o console já tenha estreado com Mario Kart World, um título de peso, ele seguia uma fórmula conhecida. Bananza, por outro lado, representa uma mudança significativa dentro da franquia Donkey Kong.

O último jogo totalmente em 3D da série havia sido Donkey Kong 64, lançado em 1999 para o Nintendo 64. Já a última entrada principal, Donkey Kong Country: Tropical Freeze, saiu em 2014 para o Wii U e teve sua relevância ampliada com o relançamento no Switch em 2018. Ou seja, foram mais de dez anos sem um novo título inédito da franquia, e mais de duas décadas sem uma experiência 3D completa.

Com esse histórico, Donkey Kong Bananza não apenas carrega a responsabilidade de modernizar a série, como também serve como vitrine para as capacidades do novo hardware da Nintendo. Nesta análise, vamos explorar o que o jogo entrega em termos de inovação, jogabilidade e fidelidade à essência da franquia e se ele realmente corresponde à longa espera e às altas expectativas.

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Uma jornada subterrânea por bananas

A trama de Donkey Kong Bananza é simples, mas cativante. Com cores vibrantes, personagens carismáticos e uma proposta aventureira, o novo título do nosso gorila favorito aposta em uma narrativa que, embora direta, prende a atenção do início ao fim.

Dessa vez, Donkey Kong não está apenas em sua tradicional busca por bananas roubadas em sua ilha. A história se passa em uma ilha de mineração especial, onde as bananas podem ser extraídas do solo como verdadeiros tesouros. Tudo corria bem com Donkey Kong e seus amigos até que um terremoto inesperado, causado por um objeto misterioso, dá início a uma aventura rumo ao centro da Terra.

É nesse momento que surge a Void Company, uma corporação gananciosa liderada por um presidente excêntrico e seus dois capangas caricatos. A missão deles? Coletar todas as bananas possíveis e alcançar o núcleo do planeta, onde, segundo uma antiga lenda, qualquer desejo pode ser realizado. Com isso, Donkey Kong se vê obrigado a atravessar diferentes camadas subterrâneas, repletas de perigos, para impedir os vilões e ajudar os moradores afetados pela exploração descontrolada da empresa.

A narrativa ainda traz uma surpresa nostálgica: Pauline, a icônica personagem dos tempos do arcade, retorna como uma aliada inesperada. Agora, ela atua como assistente de Donkey Kong e possui um poder especial, seu canto. É por meio de sua voz que o símio consegue ultrapassar barreiras e armadilhas criadas pela Void Company.

Donkey Kong Bananza é lindo e variado

Um dos pontos mais fortes de Donkey Kong Bananza está em sua ambientação e direção artística. O jogo aposta em uma construção de mundos subterrâneos divididos em camadas (cada uma com identidade visual e sonora própria) e entrega uma experiência visual variada, viva e com personalidade marcante.

Logo no início, o jogador é apresentado à primeira camada, uma ilha de mineração rica em elementos geológicos e cavernas. A partir daí, a aventura se desdobra em regiões diversas, como planícies abertas, biomas gelados, zonas vulcânicas e florestas densas. A transição entre as áreas é orgânica e o level design valoriza bem a mecânica central do jogo: a destruição do cenário. Boa parte do ambiente é interativo e destruível, o que afeta não apenas o combate, mas também a solução de puzzles e a forma como o jogador navega pelas fases.

Essa riqueza visual se reflete também na expressividade dos personagens. Donkey Kong reage ao ambiente de maneira dinâmica: treme de frio nas fases congeladas, esboça empolgação ao se aproximar de bananas e muda de expressão conforme a tensão do combate aumenta. São detalhes sutis, mas que reforçam o carisma do protagonista e o cuidado da Nintendo com a animação e a apresentação do jogo. Isso é algo que já havia sido destacado em Mario Kart World de como os personagens estão mais bem animados e “vivos” de uma forma geral.

No aspecto sonoro, Donkey Kong Bananza apresenta uma trilha competente. Embora não alcance o impacto das composições clássicas da franquia (especialmente as de Donkey Kong Country), há uma boa seleção de faixas originais e remixadas. As músicas acompanham bem os diferentes momentos da jornada, desde o senso de descoberta até cenas de ação mais aceleradas. O jogo também se destaca nas sequências em que Pauline utiliza seu canto, especialmente durante as ativações do modo Bananza, onde músicas mais “chicletes” e energéticas contribuem para a intensidade da experiência.

E claro, é completamente válido o destaque da dublagem em nossa língua. Embora seja uma recente constando dos jogos da Nintendo serem localizados para nossa língua, essa é a primeira vez que um jogo recebe voz e em nossa língua (não estou considerando as simples falas das flores em Super Mario Bros Wonder). A dublagem de Pauline em Donkey Kong Bananza é convicente e muito bem vinda.

Entre destruição criativa, transformações e progressão

A jogabilidade de Donkey Kong Bananza é um dos maiores destaques do título, tanto pela variedade de mecânicas quanto pela forma como elas se integram de forma fluida ao design das fases. O jogo apresenta três pilares principais de gameplay, que se desdobram em diversos elementos e oferecem constante variedade ao longo da aventura.

Controle direto e exploração destrutiva

O controle de Donkey Kong Bananza é simples de aprender, mas cheio de nuances. Três dos botões principais são dedicados aos golpes direcionais: para cima, para baixo e para frente. Isso se deve à mecânica central de destruição de cenário onde quase tudo no ambiente pode ser quebrado, escavado ou aberto, o que torna a exploração altamente interativa e recompensadora.

O sistema permite que Donkey Kong se agarre em quase qualquer superfície e escale livremente, com as fases sendo projetadas para tirar proveito dessa liberdade de movimentação. Uma mecânica interessante é o modo de escavação: ao escavar para dentro da terra, a câmera muda automaticamente para uma perspectiva tipo raio-X, realçando o caminho escavado e permitindo melhor controle do jogador, mesmo em áreas fechadas ou escuras.

Além disso, há a função sonar, ativada pelo botão R, que revela objetos escondidos, colecionáveis e caminhos alternativos. É uma ferramenta essencial para os jogadores que desejam completar 100% do jogo e encontrar todos os fósseis, bananas e tesouros espalhados pelos mapas.

As transformações Bananza: zebra, avestruz e força bruta

Um segundo pilar importante da jogabilidade de Donkey Kong Bananza são as transformações temporárias chamadas de Bananza. Donkey Kong pode assumir formas principais, cada uma com habilidades específicas como:

  • Forma de força (gorila): um Donkey Kong ainda mais poderoso, com golpes ampliados e capacidade de destruir elementos mais duros como o concreto.
  • Forma de avestruz: voltada para desafios de plataforma, permite voos curtos e planadas em longas distâncias.
  • Forma de zebra: aumenta a velocidade de locomoção e permite atravessar terrenos difíceis como lama, neve densa ou superfícies instáveis, além de correr sobre a água.

Essas transformações são ativadas em pontos específicos das fases e são fundamentais para superar obstáculos ambientais, resolver puzzles e acessar áreas secretas. Em muitos momentos, o jogador é convidado a combinar essas habilidades com o ambiente de maneira criativa para avançar.

Existe ainda mais nuances e transformações que a Nintendo não revelou antes de lançar Donkey Kong Bananza que evitarei falar para não estragar certas surpresas. Mas o que fica evidente é a criatividade demonstrada a cada novo passo no jogo.

Progressão e customização

Todo o esforço de exploração e coleta em Donkey Kong Bananza se traduz em evolução. Ao encontrar fósseis, bananas especiais e outros colecionáveis, é possível desbloquear melhorias para Donkey Kong e suas transformações. A árvore de habilidades inclui desde aumento de vida e duração do modo Bananza até novas capacidades como surfar em objetos na água ou melhorar ataques específicos.

Além disso, há uma loja interna no jogo que permite comprar dicas sobre itens escondidos, balões de vida, maçãs de recuperação e outros consumíveis úteis. Esse sistema incentiva a rejogabilidade e valoriza o tempo investido na busca por segredos.

A customização também tem papel relevante. Tanto Donkey Kong quanto Pauline podem receber diferentes roupas e acessórios. Embora a cor de DK seja puramente estética, as roupas afetam diretamente o desempenho do personagem, oferecendo resistências contextuais ao ambiente (fogo, gelo, água, etc.), além de habilidades passivas úteis como menor derrapagem ou maior velocidade de nado. Esses equipamentos podem ser melhorados garantindo ainda mais benefícios.

No geral, Donkey Kong Bananza entrega uma jogabilidade rica em possibilidades e sempre em movimento. O jogo combina ação direta, exploração detalhista e progressão de personagem de forma coesa, tornando cada fase uma experiência única e incentivando o jogador a experimentar todas as ferramentas à disposição.

Pontos negativos de Donkey Kong Bananza

Embora Donkey Kong Bananza entregue uma experiência sólida e bem construída, o jogo não está livre de problemas. Alguns aspectos técnicos e de design afetam a fluidez ou imersão em certos momentos, ainda que sem comprometer a experiência como um todo.

Quedas de performance pontuais

Um dos principais problemas técnicos observados são quedas de framerate em momentos específicos. A boa notícia é que, durante o gameplay em si, o jogo roda de forma majoritariamente estável, mantendo os 60 quadros por segundo na maior parte do tempo. Entretanto, há dois tipos de situação em que o desempenho sofre:

  • Durante cenas de diálogo e cutscenes: ao mudar a câmera do gameplay para uma perspectiva de conversa ou narrativa, é comum notar uma queda brusca no framerate. A fluidez das animações diminui consideravelmente, o que causa certa estranheza por contraste com o restante da experiência.
  • Durante picos de ação intensa: em momentos com muitos inimigos, partículas, habilidades ativadas e coleta simultânea de itens, é possível perceber engasgos na taxa de quadros. Isso se torna mais notável em algumas lutas contra chefes mais movimentadas ou então nas fases finais onde o ambiente se torna mais complexo com partículas espalhadas por todo cenário.

Apesar desses problemas, a maior parte da campanha transcorre de forma estável. Ainda assim, são falhas perceptíveis que quebram, mesmo que brevemente, a consistência técnica do jogo. E claro que a versão portátil sofre com os mesmos problemas, mas de forma menos impactante devido ao VRR. Contudo, existem momentos que o FPS cai muito (chegando a 30) que nem o VRR consegue segurar.

Problemas recorrentes com a câmera “raio-X”

Um recurso que inicialmente impressiona em Donkey Kong Bananza acaba se tornando fonte de incômodo ao longo da jornada. Trata-se da câmera adaptativa que simula um efeito de raio-X quando Donkey Kong escava em profundidade ou entra em túneis subterrâneos.

Esse sistema funciona bem em áreas abertas que o jogador escava diretamente. No entanto, quando se entra em estruturas fixas como casas, cavernas ou túneis pré-construídos o jogo por vezes aciona esse efeito de forma indevida. O resultado é uma mudança visual repentina e desnecessária, que escurece o entorno e afeta a leitura do ambiente.

Esse comportamento ocorre com frequência suficiente para incomodar, especialmente considerando que a exploração de interiores é constante. O recurso, que deveria facilitar a navegação, acaba quebrando a imersão em momentos importantes.

Adiconalmente, há relatos que a câmera de Donkey Kong Bananza induz a tonturas devido a forma dinâmica que funciona. Particularmente não tive nenhum problema, mas outro membro do site, que tem sensibilidade a jogos em realidade virtual, quase sempre sente enjoo após uma sessão de jogatina de cerca de uma hora em Donkey Kong Bananza.

Quebra de expectativa com as fases em 2D

Antes do lançamento de Donkey Kong Bananza, materiais promocionais e trailers destacaram a existência de fases em 2D no estilo clássico da franquia. De fato, essas fases estão presentes no jogo, mas em quantidade muito menor do que se poderia esperar.

Esses momentos funcionam mais como homenagens aos jogos antigos do Donkey Kong do que como uma parte integrada à jogabilidade principal. São fases pontuais, bem executadas, mas que não representam um eixo relevante do gameplay. Para jogadores que esperavam uma alternância mais frequente entre 2D e 3D, isso pode causar frustração.

Uma aventura divertida, leve e recompensadora

Ao contrário de tantos títulos modernos que apostam em dificuldade elevada e punições constantes (como no caso dos jogos estilo soulslike) Donkey Kong Bananza tem uma proposta muito mais leve e acessível. Aqui, o objetivo não é testar seus reflexos ao limite ou fazer o jogador repetir uma mesma seção dezenas de vezes até conseguir superá-la. A experiência é voltada para o prazer da jornada, e não para a superação da frustração.

Os combates contra chefes, por exemplo, surpreendem pela simplicidade. Alguns deles podem ser vencidos em menos de um minuto, o que pode soar estranho à primeira vista, mas está em perfeita sintonia com a proposta do jogo. Donkey Kong Bananza não quer ser um teste de paciência. Ele quer ser uma aventura gostosa de jogar do início ao fim.

Essa leveza, no entanto, não significa ausência de profundidade. A sensação de recompensa é constante. A cada fase, há sempre algo novo para ser encontrado: sejam bananas, fósseis escondidos ou itens especiais que exigem um pouco mais de atenção. O jogo celebra o ato de explorar, e faz questão de recompensar o jogador por isso. Por muitas vezes fiquei impressionado após explorar minuciosamente uma área e ao retornar, ainda encontrar itens escondidos.

Para quem busca desafios maiores, eles também estão lá, só que de forma opcional. Os verdadeiros testes de habilidade ficam reservados para fases secretas e desafios específicos, muitas vezes escondidos no mapa. Encontrar todos os colecionáveis ou descobrir como acessar determinadas áreas pode exigir raciocínio e persistência. E justamente por serem opcionais, esses desafios se tornam ainda mais prazerosos quando superados.

Donkey Kong Bananza é marcante no Nintendo Switch 2

Donkey Kong Bananza é um dos jogos mais gratificantes e envolventes da estreia do Nintendo Switch 2. Ele conquista com sua leveza, criatividade e ritmo viciante onde você pretende jogar “só mais 10 minutinhos” e acaba jogando por horas sem que perceba.

Mesmo com pequenas arestas que poderiam ser melhor polidas, a aventura entrega uma experiência completa e marcante. É um título que homenageia o legado de Donkey Kong ao mesmo tempo em que expande suas possibilidades, trazendo uma jogabilidade rica, liberdade de exploração e muita personalidade.

Comparações com Super Mario Odyssey são inevitáveis, especialmente por serem da mesma equipe de desenvolvimento, mas Bananza consegue ir além em muitos aspectos. Ele amplia o conceito de liberdade de forma surpreendente, incentivando o jogador a literalmente construir seu próprio caminho, quebrar barreiras e explorar sem limitações.

No fim das contas, Donkey Kong Bananza é uma recomendação fácil para qualquer dono do novo console da Nintendo. Uma aventura criativa, carismática e ousada, que tem tudo para se tornar um dos pilares da nova geração da Big N.

Essa análise de Donkey Kong Bananza segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Gameplay criativo com ritmo viciante

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9

9

Fantástico

Leve, viciante e absurdamente divertido, Donkey Kong Bananza entrega uma jornada que prende o jogador por horas sem perceber. Mesmo com pequenas arestas de polimento, o jogo brilha ao oferecer liberdade total para moldar o caminho da aventura, com mecânicas criativas, desafios recompensadores e um espírito aventureiro difícil de largar.

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Leonardo

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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