A espera foi longa, talvez longa demais. Anos de pedidos, memes e uma saudade imensa de voltar às ruas virtuais com um skate nos pés. Finalmente, a Electronic Arts ouviu nossas preces e o novo skate. é uma realidade. Graças a um código de acesso para PC gentilmente cedido pela própria EA, pudemos mergulhar de cabeça em San Vansterdam e sentir como está a nova geração da franquia. E, após horas de manobras, tombos espetaculares e exploração, viemos trazer para vocês o nosso preview completo do que encontramos.
Controles e a Sensação de Andar de Skate
Logo de cara, o jogo nos apresenta uma escolha importante: Controles Clássicos, para quem vem direto do Skate 3 e já tem a memória muscular em dia, ou os Controles Simplificados, uma porta de entrada amigável para os novatos. Nossa primeira impressão não poderia ser melhor. Os controles respondem de forma imediata e precisa, sem qualquer tipo de atraso ou aquela sensação esquisita de algo travado.
O famoso sistema onde usamos o analógico para simular o movimento dos pés no skate, foi visivelmente aprimorado, sendo mais preciso do que em Skate 3. Manobras básicas, como os power slides, que usamos para controlar a velocidade e dar estilo às linhas, estão muito mais suaves e oferecem um controle superior.
Mas o que realmente impressiona é o nível de personalização da jogabilidade, que vai muito além do que tínhamos antes. Você pode ajustar praticamente tudo para deixar a experiência do seu jeito. A assistência para acertar os grinds nos corrimãos, por exemplo, pode ser diminuída. É possível mexer na sensibilidade do analógico para as manobras e até na altura mínima que o seu skate sai do chão. Até as opções de câmera foram expandidas, um alívio perto das duas únicas vistas que tínhamos em Skate 3. E para a alegria geral, a física maluca e as quedas desengonçadas continuam presentes.
Bem-vindo a San Vansterdam
O nosso novo lar é a cidade de San Vansterdam. A história nos conta que a cidade está reconstruindo sua cena de skate com a nossa ajuda, através de um programa de incentivo. Ao chegar, recebemos um cartão que nos dá acesso a missões e recompensas.
À primeira vista, o mapa pode não parecer tão grande, mas após jogar um pouco mais, fica claro que San Vansterdam é enorme e garante horas de exploração. A cidade é dividida em quatro grandes áreas, cada uma com sua própria identidade. Temos a Gold Crest Village, com uma catedral gigantesca, um ar de cidade antiga e uma área de praia charmosa. Há também Hedgemont, um distrito de negócios mais chique, cheio de praças, escadarias e arranha-céus. Fora isso, também temos Mark Mile, que parece uma grande área de compras com seu próprio skate park. E, por fim, Brick Switch, com um estádio colossal perfeito para manobras radicais e uma área industrial que lembra pontos clássicos do skate de rua.
Visualmente, o jogo já mostra seu poder. A iluminação é simplesmente linda, e o design de som é incrível, especialmente os ecos das rodinhas em lugares fechados. A cidade é coberta de grafites e arte de rua, o que dá muita vida ao ambiente. E o melhor de tudo, os desenvolvedores já prometeram que o mapa continuará crescendo com atualizações gratuitas.
Contudo, a grande virada de chave, é a adição do Parkour. Seu personagem agora é muito mais ágil. Ele pode correr pelas paredes, escalar prédios e se balançar em corrimãos para alcançar lugares antes impossíveis. Em Skate 3, precisávamos de rampas ou de explorar falhas no jogo para subir em telhados. Agora, basta escalar. Isso abre um universo de novas linhas e possibilidades criativas.
As Novas Manobras
Se a exploração mudou, o que dizer das manobras? O leque de opções foi expandido de forma absurda. Temos novidades como os “pre-wind spins”, que permitem preparar um giro para executá-lo mais rápido, e os “quick ollies”, perfeitos para linhas velozes. Manobras clássicas pedidas pela comunidade, como usar a parede como rampa e descer escadas com a parte traseira do skate finalmente estão aqui e são fáceis de fazer.
As manobras de flip também receberam uma atenção especial. Agora é possível executar variações tardias, ou seja, adicionar um flip no final de uma manobra, de formas que antes eram impossíveis. Você também pode segurar o comando do flip para fazer variações duplas, triplas ou quádruplas.
Mas a mecânica mais insana, que muda completamente o jogo, é a habilidade de, basicamente, voar. Ao pular de um prédio alto, seu personagem pode abrir os braços e as pernas e planar por longas distâncias. A qualquer momento, você pode puxar o skate de volta para os pés e tentar aterrissar. Sim, não faz o menor sentido do ponto de vista do realismo, mas abre um mundo de desafios épicos. Apesar dessa inclinação para o absurdo, as melhorias técnicas no skate mais tradicional são impressionantes. O controle geral da prancha está melhor do que nunca.
Desafios e Progressão
Os desafios em skate. servem como um tour guiado pela cidade, nos levando a descobrir novos lugares. Existem vários tipos: alguns pedem para você seguir uma linha coletando itens, outros são de pontuação, e há também os que exigem quedas e acrobacias malucas.
Ao completar os desafios, ganhamos moedas usada para abrir caixas de itens. E aqui vai uma boa notícia: não há dinheiro real envolvido nessas caixas. Elas sempre mostram o que você pode ganhar e geralmente dão algo novo. No entanto, nem tudo são flores. A maioria dos desafios, infelizmente é bastante tediosa. Além disso, subir de nível no jogo leva muito tempo. O progresso é muito lento, e as recompensas são desanimadoras. Falta um bom motivo para se dedicar e grindar no jogo atualmente.
Personalização e Microtransações
Se o progresso desanima, a personalização do personagem, por outro lado, é profunda. Você pode ajustar tudo: tipo de corpo, altura, tom de pele, sardas, cicatrizes, cabelos, olhos, boca e até a voz. É um dos criadores de personagem mais completos já vistos em jogos do gênero.
As roupas e itens cosméticos são desbloqueados nos desafios ou comprados em uma loja com “San Van Bucks”. E é aqui que o assunto fica delicado (como já era de se esperar com a Eletronic Arts). Como skate. será um jogo gratuito, as microtransações marcam presença. Essa moeda especial, os San Van Bucks, é comprada com dinheiro real. Resta saber o preço que a EA vai cobrar pelos itens aqui no Brasil.
O Futuro Social e Online
Uma das melhores notícias é que o jogo terá crossplay. Isso significa que não importa se você joga no PC ou em um console, poderá se juntar aos seus amigos. Ver outros jogadores andando pela cidade o tempo todo também deixa o mundo mais vivo e imersivo.
Porém, a parte social ainda está muito crua. Não existe nenhuma forma de comunicação com outros jogadores, nem por texto, nem por voz. Também sentimos muita falta de modos competitivos, como as corridas. Um dos maiores pontos fracos, sem dúvida, é a ausência de um modo história ou qualquer tipo de conteúdo para um jogador com uma progressão clara. Sem isso, o jogo se resume a andar de skate com amigos e repetir desafios por itens cosméticos.
Conclusão – Preview: skate.
Para resumir este preview, skate. é um jogo muito divertido. A base está aqui, e ela é sólida. Os controles são ótimos, a mecânica de parkour é fantástica e o potencial é enorme. É nítido que ainda estamos em um estágio inicial de um jogo com potencial, e muita coisa precisa ser adicionada e polida.
O grande desafio da EA será encontrar o equilíbrio entre as loucuras, como voar pela cidade, e a experiência mais pé no chão que muitos fãs amam. Apesar dos problemas, como a progressão lenta e a falta de conteúdo, o sentimento é de otimismo. Por ser gratuito, não há motivo para não experimentar quando ele for lançado.
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