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Análise: Lost Soul Aside

Ele chegou, após 11 anos de espera.

A origem de Lost Soul Aside é quase tão notável quanto sua proposta. O projeto nasceu da ambição de um fã de Final Fantasy que, frustrado com a longa espera pelo décimo quinto título da saga, decidiu criar seu próprio jogo, inspirando-se nas franquias que mais admirava. Ironicamente, o que começou como uma resposta à demora de outro game também enfrentou um longo ciclo de produção, levando cerca de 11 anos para finalmente ser lançado.

Esta análise avalia o jogo após a aplicação de suas primeiras atualizações, oferecendo um olhar sobre a experiência já polida e livre de problemas técnicos apontados nas críticas de lançamento. A seguir, detalhamos se a longa espera valeu a pena e se Lost Soul Aside cumpre suas ambiciosas promessas.

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Uma batalha muito além da humanidade

A trama de Lost Soul Aside acompanha Kaser, um órfão de guerra cuja única família é sua irmã mais nova. Em um mundo onde um império expansionista ameaça cidades pacíficas, os irmãos se unem a uma força revolucionária para defender seu lar da dominação.

O conflito, no entanto, escala de forma inesperada com a chegada dos Voidrax, invasores extradimensionais que atacam indiscriminadamente tanto o império quanto os revolucionários. Em meio ao caos, Kaser encontra Arena, uma entidade dracônica aprisionada que lhe concede poderes misteriosos. Com essa nova força, ele tenta proteger sua irmã, mas uma tragédia acontece e a alma da garota é roubada. Assim, em meio a uma guerra entre reinos e uma invasão dimensional, o protagonista assume a missão de salvar a todos e, ao mesmo tempo, resgatar sua irmã.

Apesar de a narrativa apresentar elementos interessantes, um mundo com potencial e personagens visualmente incríveis, sua execução é prejudicada por um ritmo inconstante. A história alterna entre momentos excessivamente prolongados e outros que se resolvem de maneira rápida e conveniente demais. Um exemplo claro disso é o sequestro da alma da irmã de Kaser, que ocorre de forma abrupta e pouco convincente, com um soldado usando-a como escudo contra uma criatura que surge subitamente.

No fim, mesmo com bons designs de personagens, a história não consegue engajar. A sensação é que os acontecimentos são apresentados de forma desconexa, o que impede a criação de um vínculo com a jornada do protagonista.

Ação com características de RPG

Em sua essência, Lost Soul Aside é um jogo de ação nos moldes de clássicos como Devil May Cry, Bayonetta e os primeiros God of War, mas com a adição de sistemas de RPG, como criação de itens e progressão de nível. Inicialmente, o combate parece superficial, limitando o jogador a ataques básicos e uma esquiva. Contudo, o sistema revela sua profundidade após Kaser receber os poderes de Arena, liberando a capacidade de defender, usar golpes especiais, ativar uma transformação temporária (semelhante ao “Devil Trigger” de Devil May Cry) e executar ataques à distância.

O verdadeiro potencial do combate, no entanto, só é desbloqueado após a primeira parte da campanha, quando o sistema de evolução de personagem permite o acesso a novos combos e ataques especiais. É nesse ponto que o jogador ganha liberdade para criar combinações variadas e explorar a complexidade do sistema.

Como um hack ‘n’ slash, Lost Soul Aside apresenta uma base competente, mas que é comprometida por alguns deslizes. Entre eles, destacam-se a repetição de inimigos, a falta de impacto satisfatório nos golpes e a fragilidade excessiva do protagonista, um artifício que parece forçar uma sensação de progressão. Além disso, algumas batalhas contra chefes, embora bem projetadas, se estendem por tempo demais.

O jogo também se aventura em desafios de plataforma, mas os resultados são frustrantes. A movimentação de Kaser é rígida e pouco precisa, o que torna saltos em espaços pequenos uma tarefa imprecisa e punitiva.

Essa mistura de mecânicas evidencia a filosofia de design de Lost Soul Aside: uma tentativa de unir múltiplas influências em um único pacote. O resultado é um híbrido que oferece um pouco de tudo, mas que não se aprofunda o suficiente para alcançar a excelência em nenhuma de suas partes.

Gráficos e áudio

Visualmente, Lost Soul Aside causa uma forte impressão inicial. Os efeitos que acompanham os golpes do protagonista e dos inimigos mais poderosos são um espetáculo, e os cenários se destacam pela criativa fusão de elementos modernos, medievais e extradimensionais. No entanto, essa qualidade não é consistente. A apresentação é comprometida pela rigidez das animações dos personagens, um problema particularmente evidente durante as cutscenes. Falhas graves, como a ausência de sincronia labial em diversos diálogos, quebram a imersão de forma abrupta. Além disso, a modelagem dos personagens remete mais aos padrões da geração passada do que aos atuais, criando um contraste com a ambição visual do restante do jogo.

No departamento sonoro, a trilha sonora se firma como um dos pontos altos da experiência, com composições de excelente qualidade. Contudo, sua aplicação é irregular. Durante os combates comuns, as melodias são frequentemente calmas ou pouco empolgantes, falhando em complementar a intensidade da ação. Felizmente, o cenário muda drasticamente nas batalhas contra chefes. Nesses momentos, a trilha sonora atinge seu ápice, entregando faixas dinâmicas e memoráveis que elevam a tensão e a grandiosidade dos confrontos.

Conclusão da análise de Lost Soul Aside

Lost Soul Aside é a materialização de uma grande ambição. Ele acerta ao oferecer um hack ‘n’ slash competente, enriquecido por elementos de RPG que adicionam variedade ao combate. No entanto, essa mesma ambição se revela como sua principal fraqueza, manifestando-se na falta de polimento em quase todos os seus sistemas.

Essa irregularidade é sentida em uma narrativa com ritmo problemático, em mecânicas que carecem de refinamento e em um design visual que, apesar dos cenários e efeitos de impacto, é prejudicado por animações rígidas e falhas técnicas. Até mesmo sua excelente trilha sonora, que brilha intensamente nas batalhas contra chefes, perde força nos confrontos do dia a dia.

No fim, Lost Soul Aside é um jogo que demonstra paixão e mistura influências admiráveis, resultando em uma experiência sólida. Contudo, ao tentar ser muitas coisas ao mesmo tempo, ele não alcança a excelência em nenhuma delas, entregando um resultado competente, mas que fica aquém de seu enorme potencial.

Essa análise/review de Lost Soul Aside segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Faltou refino em boas ideias

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 6
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 5

6.4

Mediano

Lost Soul Aside é um hack’n slash ambicioso que combina boas ideias de RPG e visuais chamativos, mas esbarra em problemas de ritmo, repetição e falta de refinamento que deixam a experiência irregular.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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