Análise: Metal Gear Solid Delta: Snake Eater
Um clássico renasce.

Quando a Konami anunciou que traria de volta Metal Gear Solid 3: Snake Eater, um dos jogos mais amados de todos os tempos, com uma roupagem totalmente nova, o mundo dos games parou para prestar atenção. Havia uma mistura de empolgação e medo. Será que conseguiriam fazer jus a uma obra-prima? Depois de horas na selva russa, graças a uma cópia de PC gentilmente cedida pela Konami, podemos dizer com segurança: eles não apenas conseguiram, como entregaram uma das recriações mais fiéis e visualmente deslumbrantes que já vimos. Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é a prova de que um clássico, quando tratado com respeito, pode brilhar ainda mais forte para uma nova geração. Veja a nossa análise completa do jogo abaixo.
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Uma História que Marcou Época
Para quem nunca teve a chance de jogar, a história de Metal Gear Solid 3 é o ponto de partida de toda a saga. Estamos em 1964, no auge da Guerra Fria. Você assume o papel de Naked Snake, um agente de elite enviado para o território soviético em uma missão para resgatar um cientista chamado Sokolov. No entanto, a missão dá terrivelmente errado quando sua mentora e figura materna, The Boss, o trai e deserta para o lado inimigo. Uma semana depois, Snake precisa voltar para terminar o trabalho, caçar sua antiga mentora e impedir que uma arma nuclear ambulante, o Shagohod, inicie a Terceira Guerra Mundial.
O que torna essa história tão especial é como ela mistura a espionagem no estilo James Bond com um drama pessoal e trágico. A jornada de Snake é o coração do jogo, e é por isso que essa é considerada a melhor porta de entrada para o universo de Metal Gear. A boa notícia é que Delta não mexe em nada disso. A história, os personagens, as conversas de rádio e até mesmo as dublagens originais foram preservadas. É a mesma experiência incrível, contada de uma forma que vai te relembrar porque esse é um dos melhores jogos do Kojima.

A Selva Nunca Esteve Tão Viva
A mudança mais óbvia e impactante em Metal Gear Solid Delta são os gráficos. O jogo foi completamente refeito usando a Unreal Engine 5, e o resultado é fantástico. A selva russa nunca pareceu tão densa, viva e perigosa. Cada folha de grama se move quando você passa, a luz do sol por entre as árvores e os modelos dos personagens são de um realismo estilizado impressionante. É possível ver os poros e as rugas nos rostos, o que dá uma carga emocional muito maior para as cenas da história.
Uma novidade interessante é o sistema de dano e sujeira. Conforme você rasteja pela lama, sua roupa fica suja, o que de fato ajuda na camuflagem. Além disso, os ferimentos que Snake sofre durante a jornada, como cortes e marcas de tiro, ficam visíveis no corpo dele em tempo real, contando a história única da sua aventura.
Nós jogamos no PC, e os visuais são de primeira linha. O jogo oferece uma ótima personalização de gráficos, com muitas opções para ajustar a experiência, incluindo tecnologias como o DLSS para ajudar no desempenho. Graças a isso, ele escala bem em diferentes configurações de hardware, apesar de ainda ser um jogo bem pesado que vai exigir uma máquina potente para rodar com tudo no máximo. Mesmo com as otimizações, notamos que, pelo menos por enquanto, o jogo está travado a 60 quadros por segundo, o que pode ser um pouco decepcionante para quem tem monitores mais avançados. Além disso, em alguns momentos, percebemos pequenas falhas na iluminação, especialmente com a tecnologia Lumen, que criava alguns efeitos estranhos, mas nada que estragasse a experiência de forma geral. Felizmente, há mods que corrigem essas duas questões no PC, o que nos leva à pergunta: “Porque a Konami não fez isso antes?”.

Jogabilidade Clássica com Toques Modernos
Na essência, Metal Gear Solid Delta é idêntico ao original de 2004, e isso é um elogio. A essência da jogabilidade de espionagem e sobrevivência está intacta. Você ainda precisa caçar animais para comer e recuperar sua estamina, usar diferentes tipos de camuflagem para se misturar ao ambiente e tratar seus próprios ferimentos, seja tirando uma bala com uma faca ou queimando sanguessugas com seu charuto. A furtividade é o nome do jogo, e há uma liberdade enorme em como abordar cada situação, seja usando tranquilizantes, combate corpo a corpo ou simplesmente passando sem que ninguém te veja.
A grande mudança aqui são as melhorias de qualidade de vida. Delta oferece uma nova opção de controle modernizada, que permite mover a câmera livremente e mirar e atirar como nos jogos de tiro em terceira pessoa de hoje. Isso torna o jogo muito mais acessível para novos jogadores. Para os puristas, ainda é possível escolher o esquema de controle clássico, que recria a sensação do jogo original. Outras melhorias incluem um sistema mais rápido para trocar de camuflagem, sem precisar pausar o jogo o tempo todo, e a adição de salvamentos automáticos, o que diminui muito a frustração.

Mais do que Apenas uma Missão
Assim como no original, a aventura não termina quando os créditos sobem. Metal Gear Solid Delta está recheado de conteúdo extra para os jogadores mais dedicados. Ao terminar o jogo pela primeira vez, você desbloqueia uma série de bônus. Um dos mais curiosos nos permite assistir a cenas da história com um toque de humor absurdo. Para desbloquear esses vídeos, é preciso encontrar rolos de filme escondidos em certos soldados pelo mapa.
Outro extra que retorna é o minigame “Guy Savage”, um pesadelo de Snake que o transforma em um caçador de vampiros em um jogo de ação no estilo hack-and-slash. Esta nova versão, chamada Guy Savage Delta, foi refeita e está ainda melhor. E para a alegria dos fãs, o modo bizarro “Snake vs. Monkey” está de volta nas versões de PlayStation e PC, enquanto os jogadores de Xbox recebem o “Snake vs. Bomberman”. São distrações divertidas que ainda por cima te recompensam com novos equipamentos.

Conclusão – Análise: Metal Gear Solid Delta: Snake Eater
Para resumir essa análise, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é fantástico, com poucas ressalvas. Ele acerta ao não tentar reinventar o que já era perfeito. Em vez de fazer mudanças radicais na história ou na jogabilidade, a Konami focou em preservar a alma do original e apresentá-la da forma mais bonita e moderna possível. O resultado é uma recriação respeitosa, que serve tanto como uma viagem nostálgica para os fãs de longa data quanto como a melhor introdução possível para os novatos.
Se você já amava Snake Eater, esta é a chance de reviver uma das maiores histórias dos videogames com um visual que finalmente faz jus à sua grandeza. Se você nunca jogou, esta é, sem dúvida, a versão definitiva e o ponto de partida ideal para mergulhar no mundo complexo e fascinante de Metal Gear. Apesar de alguns tropeços técnicos no PC, como o peso do jogo e pequenos glitches visuais, a experiência como um todo é fantástica. É a prova de que, mesmo depois de tantos anos, esta selva ainda tem muito a nos ensinar.
Essa análise de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.
Um grande acerto
Nota - 8.5
8.5
Ótimo
Metal Gear Solid Delta é uma recriação fiel e visualmente deslumbrante de um dos maiores clássicos dos games. Uma aventura essencial para novatos e a melhor forma de reviver a jornada para os fãs veteranos.



