
Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2 estão de volta em versões definitivas para o Nintendo Switch e Nintendo Switch 2, trazendo de volta dois dos maiores clássicos em 3D da franquia. Originalmente lançados no Nintendo Wii, esses jogos marcaram uma geração ao redefinir a forma como Mario explorava o espaço, com planetas cheios de física própria, criatividade e um design de fases que até hoje é referência dentro da indústria.
Nesta análise, vamos explorar as melhorias gráficas, de desempenho e de jogabilidade que essas novas versões receberam, além de comentar sobre como elas se comparam com a coletânea Super Mario 3D All-Stars, lançada anteriormente e que hoje só pode ser encontrada em mídia física. O foco aqui é entender até que ponto esses relançamentos aproveitam o novo hardware da Nintendo e se realmente valem o retorno à galáxia.
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Super Mario Galaxy – A revolução do Mario no espaço
Lançado originalmente em 2007 para o Nintendo Wii, Super Mario Galaxy foi um dos títulos mais inovadores da história da Nintendo. Até hoje, ele é lembrado como um dos melhores jogos 3D da franquia, sendo frequentemente comparado até mesmo ao Super Mario Odyssey pela forma como reinventou a exploração e a física dentro do universo de Mario.
O primeiro Galaxy é também o mais cinematográfico dos dois. Ele apresenta uma narrativa mais elaborada, com cenas de história e uma ambientação mais envolvente, marcada pela introdução de Rosalina, personagem que rapidamente se tornou parte importante do universo da série. O jogo se passa em uma nave-palácio flutuando pelo espaço, que serve como hub central e representa o coração da jornada.



Na trama, Bowser mais uma vez sequestra a Princesa Peach e rouba o poder das Maxiestrelas, utilizando sua energia para controlar o cosmos. Mario se une a Rosalina para recuperar as estrelas, restaurar o poder da nave e, enfim, enfrentar Bowser em sua fortaleza espacial.
Mas o verdadeiro diferencial de Super Mario Galaxy está em sua física gravitacional. Cada fase é formada por pequenos planetas e asteroides, cada um com sua própria força gravitacional, exigindo do jogador uma nova forma de pensar o movimento, o salto e a rotação da câmera. É um jogo que combina criatividade, precisão e fluidez, resultando em uma experiência que continua impressionante mesmo mais de uma década após o lançamento original e que claramente inspirou boa parte do que vimos depois em Mario Odyssey.

Super Mario Galaxy 2 – Mais plataforma, menos história
Super Mario Galaxy 2, lançado em 2010 para o Nintendo Wii, é a continuação direta do aclamado primeiro jogo, mas com uma abordagem completamente diferente. Enquanto o primeiro Galaxy apostava em um tom mais cinematográfico e emocional, com foco em narrativa e personagens, o segundo decide simplificar. Ele é um jogo muito mais direto ao ponto, voltado puramente para a jogabilidade e o desafio de plataforma. E isso é algo que, para mim, torna o Galaxy 2 mais “Mario” dessa franquia.
Essa mudança de tom já fica clara logo no início. O começo de Super Mario Galaxy 2 é praticamente idêntico ao do primeiro, com Bowser sequestrando a Princesa Peach mais uma vez, e Mario partindo em sua jornada pelo espaço. Não há uma tentativa de continuidade narrativa. A história é apenas um pano de fundo para a ação. Rosalina, que teve um papel central no jogo anterior, mal aparece aqui, com participações pontuais e sem grande impacto.
O conceito da nave também retorna, mas de forma mais simples e compacta. Em vez de um grande observatório cheio de salas e segredos, o novo hub é a Starship Mario, uma nave em forma de cabeça do encanador, que serve apenas como ponto de acesso para as fases. O mapa do jogo adota um estilo mais linear, lembrando o que se via em Super Mario World, com um sistema de mundos e níveis conectados por caminhos fixos.



Na prática, Super Mario Galaxy 2 foca completamente no desafio de plataforma 3D. As fases são mais curtas, diretas e cuidadosamente desenhadas para testar o domínio do jogador sobre a física e os pulos. Há menos experimentação com a gravidade entre pequenos planetas e mais sequências clássicas de ação, resultando em um jogo mais coeso e desafiador.
Além disso, o jogo introduz novos power-ups e marca o retorno do Yoshi, que pode ser usado em diversas fases com habilidades únicas. Essa adição dá mais ritmo e variedade às fases, reforçando a ideia de que Galaxy 2 é, no fundo, uma celebração pura da jogabilidade de Mario, aplicada a proposta gravitacional da série.
Mesmo partindo da mesma base do primeiro, Super Mario Galaxy 2 consegue se destacar por ser mais focado, refinado e divertido. Se o primeiro impressiona pela atmosfera e pela emoção, o segundo brilha pelo ritmo e design impecável das fases. E graças a isso, muitos o consideram até hoje o ponto mais alto da série em termos de gameplay.

Uma verdadeira remasterização dos clássicos
A nova versão de Super Mario Galaxy 1 e 2, lançada para o Nintendo Switch e Switch 2, entrega exatamente o que se espera de uma remasterização de peso: desempenho impecável e melhorias visuais perceptíveis. Ambos os jogos rodam de forma extremamente fluida, com resolução 4K e 60 quadros por segundo no Switch 2, e 1080p a 60 FPS no modelo anterior. Em ambos os casos, a performance é estável, sem quedas notáveis ou problemas de frame pacing, garantindo uma experiência suave e responsiva.
A diferença entre as duas plataformas está essencialmente na nitidez e no detalhamento das texturas. No Switch 2, o visual é mais limpo e definido, enquanto o Switch original entrega uma imagem igualmente sólida, mas sem o mesmo refinamento. Ainda assim, o ponto mais marcante está nas melhorias gráficas em relação ao lançamento anterior de Super Mario Galaxy no pacote Super Mario 3D All-Stars.
A coletânea lançada para o Switch em 2020 trouxe o primeiro Galaxy praticamente idêntico à versão original do Wii, com texturas e modelos reaproveitados. Era, na prática, um porte, e não um remaster. Agora, em 2025, a Nintendo finalmente oferece um trabalho de remasterização real! As texturas estão mais nítidas, há um uso mais eficaz de iluminação e cores, e o jogo como um todo parece muito mais vivo e moderno. A diferença visual é especialmente clara ao comparar diretamente com o 3D All-Stars, tornando difícil voltar à antiga versão depois de experimentar essa nova.

Outro destaque importante é que ambos os jogos estão totalmente localizados em português do Brasil, com menus, legendas e descrições traduzidas. É algo inédito na série e que aumenta significativamente a acessibilidade para o público brasileiro.
Em relação à jogabilidade e controles, a adaptação feita pela Nintendo é exemplar. Como os jogos originais foram criados para o Wii Remote, conhecido pela precisão do sensor de movimento, havia uma preocupação natural sobre como isso funcionaria no Switch. A boa notícia é que o sistema foi perfeitamente traduzido para os Joy-Cons. Jogar com eles é, sem dúvida, a melhor experiência, já que o controle por movimento e o apontar na tela continuam precisos e intuitivos, inclusive na hora de coletar os fragmentos de estrela espalhados pelas fases.
Ainda assim, há outras opções de controle bem implementadas. O Pro Controller oferece uma alternativa mais tradicional, e apesar de perder um pouco da naturalidade do movimento, funciona surpreendentemente bem. Já no modo portátil, é possível jogar tanto usando o toque na tela quanto o giroscópio do console, o que garante uma boa adaptação mesmo longe da TV.

Limitações e pontos que entregam a idade dos jogos
Apesar de Super Mario Galaxy 1 e 2 continuarem sendo experiências incríveis, é importante reconhecer que ambos são jogos com mais de 15 anos de idade. Mesmo com o ótimo trabalho de remasterização, há momentos em que o tempo de lançamento original se faz notar.
O primeiro ponto que salta aos olhos está nas cutscenes. Todas elas foram renderizadas em Full HD, mas sem qualquer tipo de retrabalho nas texturas ou nos modelos usados originalmente. O resultado é que, visualmente, essas cenas acabam parecendo mais antigas, com texturas menos definidas e iluminação datada. Elas contrastam com a nitidez e o refinamento gráfico do restante do jogo, especialmente nas fases, que receberam um tratamento mais cuidadoso.
Outro detalhe perceptível está nos modelos dos personagens e inimigos. Em algumas situações — como quando o Mario coleta uma estrela, monta no Yoshi ou quando a câmera se aproxima demais de um inimigo — fica evidente o baixo número de polígonos e a simplicidade das modelagens. É algo natural para a época do Wii, mas que hoje chama atenção, principalmente por contraste com os jogos mais recentes da franquia, como Super Mario Odyssey. Ainda assim, nada disso afeta a diversão ou o encanto geral; são apenas lembretes visuais de que estamos diante de títulos originalmente de 2007 e 2010.

Um ponto técnico que poderia ter recebido um pouco mais de atenção é o controle de câmera. O Super Mario Galaxy 2 possui um sistema mais refinado, com mais liberdade de ajuste e resposta melhorada. Já o primeiro jogo mantém as limitações originais do Wii, e a Nintendo optou por não mexer nessa estrutura. É compreensível — afinal, alterar a câmera poderia impactar o design das fases —, mas teria sido interessante ver esse aspecto atualizado.
Mesmo com essas observações, é importante reforçar que o pacote como um todo é extremamente sólido. As texturas renovadas, o desempenho impecável e a direção artística continuam ofuscando as pequenas arestas técnicas. O resultado final é um jogo que envelheceu muito bem, ainda que exiba algumas rugas de sua época.

Clássicos que continuam brilhando
Super Mario Galaxy 1 e 2 continuam sendo dois dos maiores exemplos de criatividade e excelência dentro da franquia da Nintendo. Lançados originalmente em 2007 e 2010, os jogos marcaram época no Wii e agora chegam ao Nintendo Switch e Switch 2 em sua melhor forma até hoje.
Vale destacar que essa nova versão chega como um update gratuito para o Nintendo Switch 2. Com resolução em 4K e 60 FPS estáveis, o resultado é uma experiência fluida, moderna e fiel à essência original. A adaptação do controle também impressiona: os Joy-Cons replicam com eficiência o feeling do Wii Remote, mantendo a precisão e a leveza que fizeram parte da identidade dos jogos.
Mesmo após tanto tempo, Super Mario Galaxy 1 e 2 continua a surpreender. São títulos que, mesmo após mais de 15 anos, seguem impecáveis em design, jogabilidade e direção artística, com ideias que ainda inspiram os jogos atuais da série, como Super Mario Odyssey.
Depois de finalmente jogar os dois de forma completa, fica fácil entender por que Super Mario Galaxy é lembrado com tanto carinho pelos fãs. É o tipo de jogo que envelhece bem, continua divertido e, mais do que tudo, mostra o quanto a Nintendo sempre esteve à frente de seu tempo.
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