Análise: Kizuna Encounter Super Tag Battle

Se você tem saudade da era de ouro dos fliperamas, onde jogos de luta pipocavam por todos os cantos e a SNK era uma verdadeira gigante, prepare-se para uma viagem no tempo. O lançamento de Kizuna Encounter: Super Tag Battle em 2025, na linha NEO-GEO Premium Selection, não é apenas mais um relançamento; para quem nunca o viu, é a descoberta de uma pérola que, apesar de ofuscada em seu tempo, tinha algo especial. Nós o convidamos a mergulhar conosco nesta análise para descobrir o charme e o caos pixelizado deste clássico tag fighter agora, pela primeira vez.

O que torna esse retorno notável é a persistência da SNK em manter vivo seu legado, nos dando a chance de conhecer títulos que nunca cruzaram nosso caminho. Em uma época dominada pelos polígonos de Tekken e Virtua Fighter, a SNK e a Capcom mantinham a arte 2D acesa, com um pixel art que até hoje impressiona. Kizuna Encounter, lançado originalmente em 1996 como sequência de Savage Reign, chegou em um mercado de jogos de luta super saturado e, honestamente, acabou sendo engolido pela concorrência feroz, ficando à sombra de gigantes como X-Men vs Street Fighter e até mesmo dos títulos da própria SNK.

O Sistema de “Tag” de Kizuna Encounter e um Elenco Inesperado

A grande sacada de Kizuna Encounter que salta aos olhos de primeira é o sistema de batalha em dupla (tag battle), algo que não era tão comum nos fliperamas. O jogo permite que você escolha dois personagens para formar uma equipe e trocá-los a qualquer momento durante a luta, com a cruel regra de que, se um tomar K.O., a partida termina. Esse elemento tático de gerenciar dois lutadores, com energia compartilhada e a possibilidade de trocas rápidas, injeta um ritmo frenético e estratégico que o diferenciava dos tradicionais 1 contra 1. Para apimentar ainda mais a jogabilidade, esta sequência trouxe manobras defensivas como o rolamento, tornando o combate mais rápido e dinâmico que seu antecessor, Savage Reign.

Entretanto, o ponto onde Kizuna Encounter se mostra mais peculiar é seu elenco de personagens que parecem ter saído de uma pesadelo dos anos 90. De um palhaço assassino a um lutador com penteado no peitoral, os designs são inesperados. O carisma dos personagens não é forte o suficiente para competir com os ícones que conhecemos em outras franquias, mas há algo cativante nessa bizarrice toda. O jogo tem uma identidade visual forte, mesmo com um elenco de apenas 12 lutadores.

Primeira Jogatina, Upgrade Moderno

Jogar Kizuna Encounter hoje, como primeira experiência, é bem interessante. A jogabilidade é intuitiva no básico, mas esconde uma dificuldade desafiadora, especialmente em relação a alguns personagens que parecem desequilibrados. O jogo exige reflexos e timing, mais do que combos complexos, o que o torna viciante à sua própria maneira. Além disso, como o você só pode trocar de personagem se estiver do seu lado da tela, tudo fica ainda mais estratégico e um posicionamento ruim pode acabar rapidamente com qualquer round! É o puro suco da SNK dos anos 90 que a gente não conhecia: exagerado, mas cheio de vida, com sprites grandes, fundos 2D sombrios e animações de introdução que parecem tiradas de um filme de ação trash da época.

O que realmente eleva o relançamento de Kizuna Encounter Super Tag Battle são as melhorias técnicas e os extras que a Code Mystics trouxe. O original permanece intocado em sua essência, mantendo a arte e o design como eram, sem tentar “maquiar” as cicatrizes do tempo. Contudo, ele recebe um banho de loja moderno que o coloca na jogabilidade online atual, incluindo rollback netcode, lobbies para nove jogadores e batalhas de quatro pessoas simultâneas. O novo Modo de Prática é uma boa adição para os mais dedicados, oferecendo ferramentas de análise como visualização de hitboxes e monitoramento de comandos. Esses adicionais, junto com a galeria de artes e a jukebox com as melodias originais, garantem que a essência de 1996 seja preservada e atualizada.

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Conclusão da análise de Kizuna Encounter Super Tag Battle

Kizuna Encounter: Super Tag Battle é uma agradável surpresa. É a chance de descobrir um jogo que ousou inovar no sistema de tag em um momento em que a indústria já tinha sua receita de bolo. Esse port em 2025 faz um trabalho excelente ao resgatar o charme imperfeito do original, com sua estética pós-apocalíptica e jogabilidade caótica, ao mesmo tempo em que o equipa para os padrões online de hoje. Ele não se propõe a ser mais do que é: um clássico divertido, desafiador e com uma identidade visual forte.

Este relançamento se encaixa perfeitamente na onda de nostalgia, oferecendo uma dose de jogabilidade direta e sem frescura, contrastando com a complexidade de muitos títulos modernos. Por ser um port tecnicamente bem executado, que preserva a essência e adiciona funcionalidades cruciais para a longevidade, recomendamos a experiência, especialmente para quem busca um jogo de luta diferente da linha de frente da SNK e quer mergulhar em um pedacinho da história dos fliperamas que nunca teve a chance de jogar antes.