
Once Upon a Katamari marca o retorno de uma das franquias mais excêntricas e criativas da Bandai Namco. Conhecida desde o PlayStation 2 por sua proposta única de rolar objetos cada vez maiores para formar enormes esferas, a série Katamari Damacy sempre se destacou pela simplicidade e pelo humor absurdo. Agora, com Once Upon a Katamari, a Bandai tenta modernizar essa fórmula clássica em um jogo inédito que promete trazer frescor sem perder a identidade original.
Neste review, analisamos como o novo título se diferencia dos antecessores e o que ele realmente acrescenta à franquia, especialmente para quem talvez nunca tenha ouvido falar da série.
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O Rei de Todos os Cosmos aprontou mais uma vez
A trama de Once Upon a Katamari segue o espírito caótico e divertido que sempre definiu a franquia. Mais uma vez, o irresponsável Rei de Todos os Cosmos decide “ajudar” em algo simples. Dessa vez, limpar um dos cômodos do seu castelo junto com o Príncipe e a Rainha. No entanto, como já era de se esperar, as coisas saem completamente do controle. Durante a arrumação, o rei encontra um pergaminho misterioso e, após brincar com ele, acaba arremessando o objeto com tanta força que o universo inteiro é destruído.
Sim, o desastre cósmico causado por descuido do rei acontece de novo (algo com que o próprio Rei reconhece de forma envergonhada), e cabe ao Príncipe recolher tudo com sua Katamari (a clássica bola adesiva que gruda em qualquer coisa que toca) para restaurar os planetas e o equilíbrio do cosmos.


A grande novidade de Once Upon a Katamari está na forma como ele revisita a história da Terra. Cada fase leva o jogador a um período histórico diferente, como o Egito Antigo, a Grécia, o Velho Oeste, a era dos piratas ou até o tempo dos dinossauros. Cada cenário traz uma estética própria e objetos condizentes com sua época, mantendo o humor absurdo da série.
Entre uma fase e outra, o jogo apresenta pequenas vinhetas animadas que mostram as trapalhadas do Rei e da Rainha dos Cosmos — desde visitas a apresentações de kabuki no Japão antigo até cenas de um simples passeio onde tudo dá errado. Mesmo sem grandes avanços técnicos nessas animações, elas ajudam a dar ritmo e personalidade à narrativa, reforçando o tom cômico que é marca registrada de Katamari.

Ambientação e estilo visual
Uma das primeiras perguntas que surgem ao jogar Once Upon a Katamari é como uma franquia que existe desde o PlayStation 2 poderia se atualizar visualmente para os consoles modernos sem perder sua essência. Afinal, Katamari Damacy sempre teve um estilo muito próprio sendo simples, colorido e intencionalmente “torto”. A resposta é direta: o novo jogo não se moderniza de forma radical, e isso é parte do seu charme.
O estilo artístico continua fiel à estética low poly que marcou o início da série, com modelos e cenários geométricos e expressões exageradas. Há, claro, alguns ajustes: bordas mais suaves, cores mais vivas e pequenos efeitos visuais que tornam tudo mais fluido. O resultado é um visual que ainda parece saído de um console antigo, mas que mantém o humor e a identidade visual.
A ambientação ganha vida principalmente através das animações curtas e eventos dentro das fases. Em alguns momentos, o jogo insere pequenas transições que mostram o crescimento da sua Katamari (como o tradicional passar de um quarto pequeno para um campo aberto) ou cenas cômicas que reforçam o absurdo da situação. Um exemplo é a fase dos piratas, onde tudo começa em um navio silencioso e entediado, até que uma batalha contra outro navio inimigo transforma o cenário em um caos divertido com ainda mais objetos para rolar.
Outro ponto que chama atenção é a nova HUD, redesenhada para ser mais dinâmica e integrada ao ambiente. Cada era que o jogador visita tem referências visuais próprias, o que ajuda a destacar a criatividade do design. Mesmo sem uma evolução gráfica profunda, Once Upon a Katamari consegue transmitir frescor dentro do seu próprio estilo, equilibrando nostalgia e novidade de maneira natural.

Trilha sonora e efeitos de áudio continua cômico
Assim como o visual, a parte sonora de Once Upon a Katamari mantém as raízes da franquia e aposta em uma identidade clássica e inconfundível. Desde a música tema até as faixas que acompanham cada fase, o jogo preserva o estilo alegre e exagerado que sempre caracterizou Katamari Damacy.
A trilha principal, que inclusive retorna, define bem o tom da experiência: músicas altamente “japonesas”, com melodias simples, letras divertidas e um ritmo contagiante que reforça o caráter cômico do jogo. É aquele tipo de trilha que pode parecer “boba” à primeira vista, mas que se encaixa perfeitamente no espírito leve e despreocupado da série e que acaba grudando na sua mente mais cedo ou mais tarde.
Os efeitos sonoros seguem o mesmo estilo. Cada objeto grudado na sua Katamari produz um som diferente, como gritos caricatos quando você coleta uma pessoa, até miados, latidos ou ruídos de “coisas” quando rola sobre diversos itens espalhados pelo mapa. Tudo contribui para o humor e para a sensação de que o jogo está sempre rindo de si mesmo.
Once Upon a Katamari não tenta reinventar sua sonoridade. Ele apenas refina o que já funcionava: um conjunto de músicas e efeitos que são ao mesmo tempo simples, cômicos e incrivelmente carismáticos. Inclusive, existe uma galeria de músicas para poder ouvi-las quando quiser.

Novidades em Once Upon a Katamari
O gameplay de Once Upon a Katamari segue exatamente a essência que consagrou a franquia desde o PlayStation 2. Para quem nunca jogou, a premissa é simples, mas única: você controla o Príncipe, filho do Rei de Todos os Cosmos, e deve rolar uma bola mágica — a Katamari — capaz de grudar em praticamente tudo o que toca. A cada objeto recolhido, a Katamari cresce, permitindo alcançar itens maiores e avançar até cumprir o objetivo da fase, que geralmente envolve atingir um determinado tamanho dentro de um tempo limite.
Essa fórmula clássica continua sendo o coração da experiência, mas o grande diferencial aqui está nas novas temáticas e variações das fases. Cada mundo é ambientado em uma era histórica específica, e todos os objetos disponíveis refletem aquele período. No faroeste, por exemplo, você rola botas, pistolas e fardos de feno; já na era dos piratas, bolas de canhão, ganchos, madeira para o barco e mais. Essa variedade dá uma identidade visual e temática divertida a cada fase.


Entre as principais novidades, há novos itens especiais que afetam a jogabilidade. O magneto, por exemplo, atrai automaticamente todos os objetos compatíveis com o tamanho atual da sua Katamari, acelerando o crescimento da bola. Já o radar ajuda a localizar itens importantes, enquanto um míssil aumenta drasticamente a velocidade do jogador. São adições simples, mas que criam momentos estratégicos e dinâmicos dentro das fases.
Outro destaque em Once Upon a Katamari é o modo competitivo, que funciona quase como uma versão “Katamari Party”. Nele, até quatro jogadores, o Príncipe e seus primos, competem para ver quem consegue rolar mais objetos em um tempo determinado. Durante a partida, é possível até empurrar os adversários e roubar seus itens, e a pontuação final leva em conta critérios como quem coletou mais pessoas, quem teve a maior Katamari ou quem usou mais poderes. O resultado é um modo leve e caótico, que combina bem com o tom descontraído da série.



Por fim, o jogo traz melhorias no sistema de progressão e recompensas. Cada fase agora oferece coroas espalhadas pelo mapa, que funcionam como uma espécie de moeda de avanço: quanto mais coroas o jogador coleta, mais fases e variações são desbloqueadas. Também é possível acumular tokens de rei, que podem ser trocados por itens aleatórios em uma espécie de máquina gacha, além de continuar encontrando uma vasta quantidade e variação de presentes e primos para personalizar o visual dos personagens.

Once Upon a Katamari é sublime
Once Upon a Katamari é, sem exageros, o melhor jogo da franquia. A Bandai Namco conseguiu reunir tudo o que sempre fez Katamari Damacy ser tão único — seu humor absurdo, o charme excêntrico do Rei de Todos os Cosmos e a sensação viciante de ver sua Katamari crescer cada vez mais — e ainda adicionar pequenas, mas significativas melhorias.
A estrutura clássica foi mantida, mas agora com toques modernos, como o sistema de customização expandido, novos primos colecionáveis, modos competitivos e até uma nave espacial personalizável que conecta as eras do jogo. Tudo isso sem perder a essência de ser um título que celebra o caos, a criatividade e o puro prazer de “rolar o impossível”. É como se liberasse dopamina no seu corpo ao ver sua Katamari crescer e rolar absurdamente tudo o que vê pela frente.
É um jogo que continua sendo deliciosamente estranho, hilário e satisfatório. Once Upon a Katamari é a prova de que a série ainda tem fôlego e, acima de tudo, um lembrete de por que ela continua sendo uma das mais originais e icônicas criações do Japão nos videogames.
Por fim, a franquia Katamari sempre foi reconhecida por ter um alto valor replay para colecionar o que era possível e sempre fazer as maiores Katamaris possíveis. E agora em Once Upon a Katamari, essa premissa foi elevada a novos patamares, aumentando ainda mais o seu valor replay.
Essa análise de Once Upon a Katamari segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
O melhor Katamari já feito
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 9.5
Áudio e trilha-sonora - 8
8.4
Ótimo
Once Upon a Katamari é o auge da franquia criada pela Bandai Namco. O jogo mantém o estilo caótico e encantador que sempre definiu Katamari Damacy, com humor excêntrico, fases absurdas e aquela sensação única de rolar o impossível. Ao mesmo tempo, introduz novidades certeiras como novas eras temáticas, customização aprimorada, modos competitivos e uma narrativa divertida, que modernizam a experiência sem perder sua essência. É o Katamari mais completo e criativo já feito.





