
A Valve oficializou hoje a Steam Machine, um hardware focado em sala de estar que roda SteamOS e foi projetado para jogar a sua biblioteca inteira da Steam na TV, com interface de console e a conveniência do modo “ligou, jogou”. O slogan técnico é direto: “mais de seis vezes a potência do Steam Deck” — um salto que mira AAA no sofá, sem abrir mão do ecossistema do PC e SteamOS.
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O posicionamento oficial é claro: a Steam Machine entrega “mais de seis vezes” a potência do Steam Deck. Em termos práticos, isso significa mirar taxas estáveis em jogos atuais na TV, explorar upscaling (como FSR) e reduzir tempos de carregamento com SSD NVMe. A ideia é oferecer fluidez de console com a flexibilidade de PC, sem exigir que o usuário monte um desktop ou ajuste configurações complexas.
Especificações — o que está confirmado e o que é estimativa técnica
Por ora, a Valve enfatiza o foco em sala/TV, o uso do SteamOS e a meta de desempenho em relação ao Deck. Os detalhes granulares de hardware não foram destrinchados no anúncio público. Abaixo, organizamos o que já está claro e o que é uma projeção plausível com base no estado atual das APUs para jogos e no histórico de design da própria Valve.
O que está claro: a Steam Machine foi concebida para uso na TV, com interface de console, inicialização rápida e integração total com a plataforma Steam. O sistema roda SteamOS e a mensagem de performance é superior a seis vezes a do Steam Deck. A prioridade está em entregar uma experiência de “PC no sofá” sem fricção.
Especificações técnicas
| Categoria | Detalhes |
|---|---|
| Processador (CPU) | AMD semipersonalizado baseado em arquitetura Zen 4, com 6 núcleos e 12 threads, frequência máxima de até 4,8 GHz e TDP de 30 W. |
| Processador gráfico (GPU) | AMD semipersonalizado com 28 Compute Units de arquitetura RDNA 3, frequência máxima estável de 2,45 GHz e TDP de 110 W. |
| Memória | 16 GB de RAM DDR5 + 8 GB de VRAM GDDR6. |
| Armazenamento | Duas versões disponíveis: 512 GB SSD NVMe ou 2 TB SSD NVMe, ambas com entrada microSD de alta velocidade para expansão. |
| Sistema operacional | SteamOS 3, baseado em Arch Linux, com ambiente KDE Plasma. |
| Conectividade sem fio | Wi-Fi 6E 2×2, Bluetooth 5.3 (antena dedicada) e receptor 2,4 GHz integrado para o Steam Controller. |
| Entradas e saídas de vídeo | DisplayPort 1.4 (até 4K a 240 Hz ou 8K a 60 Hz, com HDR, FreeSync e daisy-chain) / HDMI 2.0 (até 4K a 120 Hz, com HDR, FreeSync e CEC). |
| Portas USB | 2× USB-A 3.2 Gen 1 (frontais), 2× USB-A 2.0 (traseiras) e 1× USB-C 3.2 Gen 2 (traseira). |
| Rede cabeada | Gigabit Ethernet. |
| Alimentação | Fonte interna, alimentação bivolt (110 – 240 V). |
| Iluminação | Barra de 17 LEDs RGB endereçáveis, personalizáveis e indicativas de status. |
| Tamanho e peso | 156 mm × 152 mm (148 mm sem base) × 162,4 mm (L × A × P); 2,6 kg. |
Como essa performance deve aparecer na prática (nossa opinião)
Com 28 CUs RDNA 3 a 2,45 GHz (algo na casa de ~8,8 TFLOPS FP32 em raster bruto) e 8 GB de VRAM GDDR6 dedicados, a Steam Machine se posiciona confortavelmente para 1080p/1440p em presets altos, buscando 60–90 fps em grande parte dos AAA atuais. Em 4K, o caminho natural é usar FSR 2/3: dá para mirar 60 fps em presets equilibrados com reconstrução em Qualidade/Performance, variando conforme engine e orçamento de VRAM. Em jogos competitivos/eSports, esperar 120–144 fps em 1080p/1440p é realista com ajustes de qualidade.
O Zen 4 de 6c/12t a até 4,8 GHz garante boa folga de CPU para motores pesados em mundo aberto, simuladores e títulos que escalam bem em clock por núcleo. Em RT (ray tracing), a expectativa é usar níveis moderados — dá para habilitar efeitos pontuais, mas o melhor custo/benefício ainda estará em raster + upscaling para manter taxas estáveis na TV.
Vendo o que a Valve faz de otimização de jogos no Steam Deck da até para ser mais otimista, confiando nos 4K60 com upscaling.
Comparativos por estimativa (GPU de PC e consoles, nossa opinião novamente)
Equivalência aproximada em PC: em raster, o conjunto fica na vizinhança de uma Radeon RX 7600 (RDNA 3, 32 CUs) e próximo de uma GeForce RTX 3060 / 4060 em 1080p/1440p, variando por jogo, driver e uso de upscaling. A RX 6600 XT (RDNA 2, 32 CUs) tende a ficar um passo acima em TFLOPS puros, porém a eficiência e clocks do RDNA 3 ajudam a equilibrar.
Frente aos consoles atuais: em raster 1440p, a Steam Machine bate de frente com PS5 , especialmente quando o título favorece clocks altos. Em 4K, a melhor experiência vem com FSR — algo similar ao que vemos nos consoles, mas com a vantagem de ajustes finos de PC.
Memória e gargalos: os 8 GB de VRAM pedem atenção em presets “Ultra” de texturas a 4K em jogos mais novos; ajustar o pool de texturas e usar FSR costuma resolver sem perdas visuais relevantes na TV. Os 16 GB de RAM DDR5 são adequados para a geração atual, mantendo carga de assets e multitarefa do SO sob controle.
Em resumo: pense nela como um PC de sala de ótimo 1440p com 4K via upscaling muito competente, entregando fluidez de console e a elasticidade de configurações do ecossistema PC.
SteamOS, compatibilidade e experiência
Ao rodar SteamOS, a Steam Machine herda a experiência de “big screen” que a Valve vem polindo: modo TV, interface otimizada para controle, saves em nuvem, overlay e compatibilidade com títulos Windows via Proton. Para quem valoriza o conforto do sofá, mas quer o alcance da biblioteca de PC, a proposta é literalmente unir os dois mundos. A ideia é eliminar barreiras típicas de um desktop, mantendo atualizações, catálogo vasto e liberdade de uso.

Preço e disponibilidade
Preço e data exata ainda não foram detalhados no material público inicial. A sinalização atual aponta para uma janela de lançamento global no início de 2026, enquanto janelas regionais e suporte por país seguem em aberto. No Brasil, disponibilidade oficial, tributação e assistência técnica serão decisivos para o custo-benefício percebido pelo consumidor.





