Análise: Anima Gate of Memories: I&II Remaster
Dois jogos num único título

Lançado originalmente em 2016, Anima: Gate of Memories transportou o rico universo do RPG de mesa Anima: Beyond Fantasy para os videogames, buscando conquistar tanto os fãs dos dados quanto novos jogadores. A saga se expandiu com The Nameless Chronicles, uma sequência que recontava os eventos sob a perspectiva de outro personagem, revelando segredos ocultos da trama original.
Agora, a coletânea Anima Gate of Memories: I&II Remaster une essas duas jornadas em um único pacote, trazendo melhorias técnicas para os consoles da atual geração.
Mas fica a dúvida: será que a base do jogo envelheceu bem o suficiente para que uma simples remasterização renove a experiência? Vamos descobrir nesta análise.
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Dois protagonistas, um só destino
Anima: Gate of Memories acompanha a Portadora da Calamidade, agente da ordem secreta Nathaniel, e Ergo Mundus, uma entidade lendária aprisionada em forma humana. Os dois estão ligados por um pacto inquebrável, compartilhando a mesma existência física enquanto combatem ameaças sobrenaturais.
A investigação os leva a Arcane, uma dimensão onde a realidade está em colapso. Entre criaturas corrompidas e entidades conhecidas como “Os Mensageiros”, a dupla cruza o caminho do “Sem Nome”, um guerreiro formidável que os derrota brutalmente. É aqui que a coletânea mostra seu valor: o “Sem Nome” assume o protagonismo no segundo jogo, Anima: The Nameless Chronicles, que reconta a história sob sua perspectiva, revelando segredos ocultos da trama original.
A narrativa é um dos pontos altos do pacote, sustentada por uma lore rica de fantasia sombria e personagens intrigantes. No entanto, a apresentação da história sofre com a idade do material: as cutscenes dependem excessivamente de imagens estáticas e diálogos longos, lembrando apresentações de slides, o que acaba prejudicando o ritmo e a imersão.

Cenários artísticos, personagens datados
Visualmente, a coletânea vive de contrastes. A direção de arte brilha nos cenários, que são coloridos e evocativos, capturando bem a atmosfera de fantasia. No entanto, os modelos de personagens não receberam o mesmo cuidado: apesar do design criativo (baseado nas ilustrações originais), eles parecem datados, com texturas simples e pouca expressividade facial, destoando dos ambientes.
O desempenho a 60 FPS é uma melhoria bem-vinda que traz fluidez à imagem, mas não consegue mascarar as limitações mecânicas do jogo original. O combate sofre com falta de “peso” nos golpes e animações rígidas. O design dos inimigos também é um ponto fraco: além da excessiva repetição de modelos, eles abusam de padrões de ataque frustrantes, como o uso constante de projéteis teleguiados.
Por outro lado, a parte sonora é irrepreensível. A trilha sonora orquestrada é espetacular, conferindo um tom épico à aventura em ambos os jogos. A dublagem em inglês é competente e ajuda na imersão. Para o público brasileiro, a remasterização traz um diferencial crucial: a localização completa dos textos para o português do Brasil.

Uma mistura de Ação e RPG com falhas na execução
O grande diferencial de Gate of Memories é o controle simultâneo de dois protagonistas. A Portadora e Ergo possuem estilos distintos: ela foca em ataques à distância e magia de luz, enquanto ele é especialista em combate corpo a corpo e trevas. Alternar entre eles não é apenas uma questão de estilo, mas uma necessidade tática para explorar as fraquezas dos inimigos e gerenciar as barras de vida individuais de cada um.
No entanto, a execução dessas mecânicas esbarra na rigidez dos controles. Embora o esquema de botões seja o padrão do gênero, a resposta é travada. O problema mais grave é a ausência de cancelamento de animação: ao iniciar um ataque, você não pode interrompê-lo com uma esquiva, o que frequentemente resulta em dano inevitável.
A plataforma também sofre com essa imprecisão. Os saltos são “flutuantes” e difíceis de calcular, levando a quedas frustrantes em abismos. Para piorar a exploração, o minimapa é excessivamente transparente e carece de marcadores claros para pontos de interesse, o que torna a navegação em áreas abertas uma tarefa confusa e desnecessariamente trabalhosa.

Conclusão da análise de Anima Gate of Memories: I&II Remaster
Anima Gate of Memories: I&II Remaster é uma coletânea que preserva com respeito o legado da franquia. O pacote mantém intactos os pontos altos da obra, a ambientação sombria, a trilha sonora épica e a criativa dualidade dos protagonistas, enquanto moderniza a experiência com 60 FPS e a essencial localização em português.
No entanto, o polimento técnico não consegue esconder as rugas do projeto original. O peso da idade é inegável: animações rígidas, combate sem impacto e a repetição excessiva de inimigos são barreiras claras para quem está acostumado com a fluidez dos ARPGs modernos.
O veredito é misto. Para novos jogadores que priorizam uma boa história e atmosfera em detrimento de um gameplay refinado, o rico universo de Anima vale a visita. Já para os veteranos, o remaster serve como uma forma prática de revisitar a série em plataformas atuais, mas não esperem uma transformação: é o mesmo jogo de 2016, apenas com uma apresentação mais nítida.

Essa análise de Anima Gate of Memories: I&II Remaster segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Faltou ousadia na remasterização, mas entrega uma versão melhor que o original
Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 8
7.2
Bom
Anima Gate of Memories: I&II Remaster moderniza o básico sem reinventar nada, entregando uma experiência ainda envolvente pela história e trilha sonora, mas limitada por sua estrutura e gameplay datados.





