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Análise: Marvel Cosmic Invasion

Revivendo o espírito arcade com heróis da Marvel

Marvel Cosmic Invasion é o novo projeto da Tribute Games em parceria com a DotEmu, duas empresas que, nos últimos anos, vêm se consolidando como algumas das principais responsáveis por manter vivo e relevante o estilo beat’em up. A Tribute, inclusive, chega ao jogo após o sucesso de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, um título que resgatou o melhor do gênero e acertou em cheio no público nostálgico. Agora, a aposta é aplicar essa mesma expertise ao universo da Marvel.

Do outro lado, a DotEmu segue firme na proposta de revitalizar clássicos e resgatar o charme dos anos 90 sem abrir mão de modernizações pontuais. Depois de sucessos como Streets of Rage 4, TMNT Shredder’s Revenge e, mais recentemente, o excelente Absolum em 2025, a publisher parece ter encontrado um equilíbrio muito próprio entre nostalgia, pixel art e sistemas contemporâneos.

Com isso em mente, a expectativa natural é entender se Marvel Cosmic Invasion consegue manter e, quem sabe, expandir essa trilha que ambas vêm pavimentando há alguns anos.

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A nova crise do Universo Marvel

Apesar de Marvel Cosmic Invasion ser um beat’em up clássico e, por natureza, não depender de uma narrativa profunda, o jogo entrega um enredo simples, mas funcional, que oferece o mínimo necessário para motivar a jornada dos heróis. A primeira campanha, no modo aventura, dura cerca de três horas, e o fio condutor gira em torno do Aniquilador, um dos grandes vilões cósmicos da Marvel.

A premissa é direta: o Aniquilador inicia uma invasão em múltiplas dimensões, espalhando insetos parasitas capazes de controlar heróis e vilões. Conforme esses portais interdimensionais se abrem e o caos se instala, diversos personagens da Marvel se unem para impedir o avanço da ameaça — e, claro, abrir caminho até o próprio Aniquilador.

A história em si não tenta ir além do básico, mas o que realmente sustenta a campanha é o conjunto de personagens e universos presentes. Os chefes são um prato cheio para os fãs: Treinador, Thanos, Galactus, MODOK, Molde Mestre (dos X-Men), entre outros. Cada um deles surge com alguma contextualização dentro da invasão, e isso dá um charme extra às batalhas especialmente no posicionamento de figuras como Thanos, que age quase como um agente do caos, ou Galactus, afetado pelo controle das larvas junto ao Surfista Prateado.

Outro ponto forte é a ambientação. Cada mundo é repleto de referências diretas às franquias da Marvel. A fase inicial, em Nova York, brinca com o universo do Homem-Aranha; já o arco dos X-Men inclui cenários icônicos e até a participação do Professor Xavier. Tudo é acompanhado de dublagem completa, o que dá mais vida às interações e reforça a sensação de estar passando por diferentes núcleos do universo Marvel.

No fim das contas, a narrativa não tenta ser mais do que precisa, mas compensa isso com um universo rico, bem representado e cheio de personalidade. Para um beat’em up, acaba sendo até um dos pontos de destaque.

Marvel Cosmic Invasion e sua estética retrô

Marvel Cosmic Invasion segue exatamente a linha estética que a Tribute Games e a Dotemu vêm consolidando nos últimos anos: um resgate consciente do visual 16-bits, com animações 2D cheias de personalidade e aquela pegada de arcade dos anos 90. Marvel Cosmic Invasion não tenta modernizar demais, e isso acaba sendo um dos seus maiores méritos.

As fases são um ótimo exemplo disso. Cada mundo tem uma estética completamente ligada ao personagem ou grupo que representa. Quando você encara algo mais espacial, o cenário acompanha essa grandiosidade; quando visita uma área ligada ao Venom, o ambiente fica propositalmente mais “nojento”, cheio de texturas que lembram o simbionte. Tudo é muito detalhado, com pequenas referências espalhadas por toda parte como letreiros, placas, elementos de fundo e até objetos que parecem ter saído direto dos quadrinhos.

Os personagens seguem a mesma lógica. Além das animações muito bem trabalhadas, o jogo respeita a identidade visual clássica de cada herói. O Wolverine usa inicialmente aquele uniforme marrom, mas é possível alternar para a variação amarela e azul, totalmente fiel aos quadrinhos. O Homem-Aranha surge com seu traje clássico, assim como o Capitão América e o Homem de Ferro. Nada de reinvenções exageradas: é Marvel raiz, e isso funciona muito bem dentro da proposta.

Na parte sonora, Marvel Cosmic Invasion também acerta. A trilha é bem energética, sempre acompanhando o ritmo da ação sendo mais forte em momentos de combate intenso e mais cadenciada quando o jogo prepara alguma transição. Os efeitos sonoros também seguem a cartilha dos beat’em ups clássicos: socos secos, inimigos sendo arremessados de um lado para o outro, impacto de tiros, quedas, colisões… Tudo bem mixado e coerente com o estilo do jogo.

Gameplay de Marvel Cosmic Invasion evolui a fórmula

O gameplay de Marvel Cosmic Invasion segue exatamente a filosofia que a Tribute Games apresentou em Tartarugas Ninja: Shredder’s Revenge, mas dá um passo além em profundidade e variedade. É aquele beat’em up clássico, com movimentação lateral, ritmo acelerado e foco total em impacto e responsividade, mas com novas camadas que deixam tudo mais flexível.

A base é familiar: cada personagem tem seu combo básico, um pulo, um botão de esquiva ou defesa (dependendo do herói) e dois tipos de especiais — um golpe forte e o especial de tela inteira, que limpa os inimigos e dá um respiro no meio da bagunça. É simples, direto e funciona. Só que aqui, essa fórmula ganha mais nuances.

O primeiro ponto dessa evolução é o cuidado com o feedback visual. Você pode ativar a exibição numérica de dano, o que torna fácil entender quem bate mais, quem bate menos e como suas combinações afetam os inimigos. Concomitantemente, cada um dos heróis possuem um sistema de nível onde é possível vê-los se tornando mais forte quanto mais são usados.

Além disso, os ataques possuem variações contextuais. Ao segurar o botão de golpe, cada personagem executa algo diferente: a Tempestade conjura um redemoinho que permanece no cenário, o Homem-Aranha puxa o inimigo com teia, e assim por diante. É tudo muito fiel às habilidades da Marvel: Wolverine, Fênix, Capitão América, Pantera Negra, cada um se comporta como “deveria”.

E essa variedade não é pouca. Marvel Cosmic Invasion começa com 15 personagens, e embora alguns compartilhem funções semelhantes, todos têm detalhes próprios. Você tem tanques como She-Hulk e Venom; heróis mais equilibrados como Capitão América e Pantera Negra; personagens extremamente móveis, como Homem-Aranha; e ainda os que podem voar, como Tempestade e Surfista Prateado, que mudam completamente a dinâmica da batalha ao permitir ataques aéreos mais longos e enfrentamento direto contra inimigos voadores.

A composição de golpes respeita o material original de cada herói. Isso ajuda não só na autenticidade, mas também deixa claro que a Tribute Games realmente entendeu como usar esse elenco tão amplo sem torná-lo redundante.

Mas talvez o maior diferencial do gameplay seja a possibilidade de escolher dois personagens por fase, alternando entre eles a qualquer momento. Essa mecânica abre espaço para combos estratégicos, como usar um personagem focado em ataques à distância e alternar para outro mais resistente quando o combate exige aproximação. Também permite combinações bem divertidas, criando sinergias entre habilidades que seriam impossíveis em um beat’em up tradicional.

Modos de jogo e desbloqueáveis

Chegando ao último ponto de Marvel Cosmic Invasion, vale destacar como os modos de jogo ajudam a reforçar a longevidade do título. A Tribute Games poderia ter seguido apenas o básico (modo História e modo Arcade), mas aqui ambos recebem elementos que realmente incentivam a rejogabilidade e o uso constante do elenco diverso.

No modo História, Marvel Cosmic Invasion sempre sugere dois personagens específicos por fase. Essa escolha não é aleatória: cada dupla tem seus próprios objetivos secundários, que garantem pontos extras ao serem cumpridos. Esses objetivos são simples, mas bem variados como jogar o escudo do Capitão América algumas vezes nos inimigos, usar o especial do Bill Raio Beta para derrotar um certo número de inimigos, arremessar adversários em buracos, entre outros. Além disso, cada fase tem um item secreto (um cubo verde), quase sempre fácil de encontrar.

Esses pontos são usados na Matriz Cósmica, o grande hub de recompensas do jogo. Aqui você libera artes conceituais, faixas da trilha sonora, modificadores para o Arcade e, principalmente, os arquivos detalhando cada personagem e cada vilão. E esse último ponto é um dos mais legais, porque o jogo abraça o fato de que o universo Marvel é imenso — e mesmo quem lê quadrinhos há décadas sempre acaba esbarrando em alguém novo.

No meu caso, por exemplo, pude ir atrás de informações sobre Bill Raio Beta, que apareceu pela primeira vez em 1983 na HQ do Thor, e sobre Knull, o criador dos simbiontes, introduzido apenas em 2018. É um recurso simples, mas que deixa a experiência mais completa e faz você aproveitar ainda mais o elenco e as fases.

Já o modo Arcade segue uma linha mais direta, sem objetivos específicos. É o “puro beat’em up”, focado em combate e progressão rápida. Mas o diferencial está nos modificadores, que você libera na Matriz Cósmica e aplica livremente. Dá para deixar tudo mais difícil, mais clássico ou simplesmente mais caótico. Desde o ajuste que troca o custo do especial para o próprio HP, até opções que reforçam inimigos, mudam regras ou transformam a run inteira.

No geral, esses dois modos se complementam muito bem. O modo História funciona como introdução, com objetivos claros e contextualizados, enquanto o Arcade vira o campo de experimentação — especialmente para quem gosta de combinar personagens e testar variações. É um conjunto simples, mas bem pensado, que amplia o valor de Marvel Cosmic Invasion sem perder a identidade do beat’em up tradicional.

Marvel Cosmic Invasion é obrigatório

Poucos jogos conseguem capturar tão bem a essência do beat’em up clássico e, ao mesmo tempo, trazer novidades significativas. Marvel Cosmic Invasion faz isso com uma confiança impressionante. Marvel Cosmic Invasion que pega tudo o que já funcionava em Shredder’s Revenge (ritmo, estilo, animação e design) e adiciona camadas de variedade com os heróis, vilões e poderes do universo Marvel.

Nada aqui decepciona: desempenho excelente, visual encantador, multiplayer para até quatro pessoas (incluindo online e crossplay) e uma campanha deliciosa de revisitar. É o tipo de jogo que você termina sorrindo e já quer recomeçar para testar outro personagem. Para quem curte ação cooperativa, quadrinhos ou simplesmente se divertir sem complicação, essa é uma recomendação obrigatória.

Essa análise de Marvel Cosmic Invasion segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Um dos melhores beat’em ups da geração

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10

10

Perfeito

Marvel Cosmic Invasion é um beat’em up exemplar, combinando pixel art impecável, fases criativas e um elenco de heróis muito bem representado. Com excelente performance, crossplay e multiplayer para até quatro jogadores, o jogo entrega diversão contínua e um altíssimo fator de rejogabilidade. Uma das melhores experiências cooperativas de 2025.

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Leonardo

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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