A versão demonstrativa de FIFA 17 finalmente já está entre nós! Ontem ela foi disponibilizada oficialmente para o público e depois de jogá-la na BGS 2016 e agora no conforto do meu sofá vou contar para vocês o que estou achando do jogo até o momento. E declaro logo de cara: Sou fifeiro, amo a série e tenho medo do caminho que está tomando! Mas não espere aí uma matéria parcial, cheia de elogios ou completamente crítica, dessas que vemos muito por aí, feita por amantes ou haters da franquia, que insistem em elevar o jogo ao status de obra prima máxima do futebol virtual ou demonizá-lo ao ponto de que as críticas não fazem nem sentido. O que pretendo mesmo é contar o que essa demo me mostra sobre o caminho da série e o que os fãs do game devem esperar da versão completa. Enfim, como jogador já de longa data da franquia acho que posso dizer, com certeza, que FIFA 17 tem vários defeitos, mas que felizmente também tem suas qualidades.
Futebol de verdade
A grande novidade de FIFA 17 é a Frostbite. Acima de qualquer outra das mudanças na engenharia e balanceamento do jogo essa é, sem dúvida, a que causou mais frisson quando foi anunciada. E aqui vai o primeiro elogio. FIFA 17 é, sem dúvidas, o jogo de futebol mais bonito já visto até hoje. Desde as animações da partida, passando pelos detalhes dos jogadores e chegando até o sentimento total que se tem ao assistir ou jogar uma partida, FIFA 17 entrega um visual impecável por meio da Frostbite. Não que tenha havido uma mudança gritante, brusca, da versão do ano passado para a desse ano, mas aos olhos mais atentos e sobretudo para aqueles que já estão acostumados com o jogo a evolução gráfica é sim visível. A sensação que se tem ao assistir uma partida de FIFA é, cada vez mais, a de se estar assistindo um jogo de verdade.
O esforço da EA, aliás, tem sido, ano após ano, trazer uma experiência cada vez mais próxima do futebol real e do que vem acontecendo no mundo do futebol “de verdade”. Em FIFA 15 vimos os goleiros ganharem uma atenção toda especial, resultado de grandes jogadores como Manuel Neuer e o então novato Thibaut Courtois que estavam elevando as posições de goleiro a um nível completamente diferente, tornando-se cada vez mais decisivos para seus times. Em FIFA 16 o sistema defensivo ganhou uma atenção mais especial, também resultado dos novos tempos do futebol dos gramados reais com equipes como Atlético de Madrid provando que um sistema sólido pode disputar ataques bilionários e estelares. E, finalmente, com FIFA 17 vemos um sistema de jogo de corpo reformulado, mas também uma renovada eficácia das bolas enfiadas e da movimentação do ataque, em uma tentativa de dar fôlego novo para um jogo que começava a se tornar muito burocrático (assim como, infelizmente, o futebol real também tem sido nos últimos anos)
Mas, se por um lado eu acho incrível o esforço da EA de criar um jogo cada vez mais real, já que isso foi justamente o que me atraiu para a franquia, pois nunca gostei do fato de que jogos de futebol que tivessem uma pegada demasiadamente “árcade” (em que tudo fosse muito fácil, impressionante e automático demais), por outro lado acho que FIFA está começando a ultrapassar a fina linha que existe entre a simulação e a diversão. Assumo aqui que falo a partir do meu ponto de vista, que não necessariamente será o seu, leitor, e nem da comunidade de FIFA, mas desde FIFA 15, sinto que aos poucos o game está deixando de ser um videogame que cria aqueles momentos incríveis entre os amigos, as brigas gostosas pelas vitórias ou partidas perdidas para ser um jogo onde a frustração e os “zero a zeros” se multiplicam aos montes, num retrato talvez fiel demais da realidade dos campos de futebol europeus, que a parte da liga espanhola onde cada jogo de Real Madrid e Barcelona são goleadas é largamente feita de sistemas defensivos muito coesos e muito menos jogadas incríveis do que há alguns anos atrás (tá lembrado das últimas finas de copa do mundo e liga dos campeões?).
Pois é, mas e FIFA 17 especificamente, você deve estar se perguntando. O novo jogo da franquia parece ter solucionado alguns dos efeitos colaterais mais marcantes do esforço defensivo de FIFA 16, como os super zagueiros capazes de muitas vezes baterem um pique de igual para igual com Neymares, Messis e Cristiano Ronaldos da vida, o que havia causado a morte das enfiadas e das arrancadas. O novo sistema de enfiadas e sobretudo a nova inteligência de movimentação dos atacantes, que o acompanham, está realmente bem legal. Agora, mais do que antes, é possível criar jogadas incríveis com o passe de bola e explorar alguns buracos defensivos que antes eram impossíveis. O problema, no entanto, continua quando o assunto são os goleiros. Meu deus, os caras pegam tudo! E para completar os atacantes erram alguns chutes completamente sem motivo, de frente para o gol, em uma jogada perfeita. Contra-ataque, enfiada na lateral, come no zagueiro, o ponta pronto para aquele chute cruzado, só o goleiro na frente e… o chute vai pra fora, isolado.
Joguei vários jogos de FIFA 17. Contra pessoas de verdade e contra a máquina em níveis de dificuldade distintos, com o objetivo de analisar aspectos do jogo que brilham mais em cada um. No entanto um fator comum se repetia e muito: os malditos zero a zeros. De todos os gols que fiz a grande maioria foi de cabeça! Bola cruzada na área… Gol! E assim por diante. Quando a jogada era trabalhada, defesa do goleiro ou chute mascado na maioria das tentativas. Quando o arremate vinha de longe, com espaço suficiente, defesa do goleiro. Ao fim dos meus jogos, chutar estava se tornando frustrante e não recompensador e divertido. No lendário o jogo de corpo e o aspecto defensivo do jogo se sobressaia tanto que a única possibilidade de arremate ao gol eram os cruzamentos e o resto do tempo era feito essencialmente de uma eterna batalha pela posse de bola no meio do campo.
Há, no entanto, algo que para mim – e acredito que para todos os fãs de FIFA – vai ser a pior coisa desse jogo: os escanteios. Acompanhou as últimas notícias sobre o game? Em FIFA 17 eles implementaram novas câmeras para as cobranças de falta e escanteios. Agora você olha o campo da mesma câmera de jogo para bater as bolas paradas. O que, na minha opinião, é péssimo! Nas faltas você pode – ainda bem!!! – voltar à câmera original, aquela por trás do cobrador. Mas nos escanteios não. Neles você agora é obrigado a bater os tiros de canto com a perspectiva da câmera de jogo! O sistema de controle da direção da bola, que está bem mais preciso, é até bom, mas a câmera estraga tudo!
Meu ponto com tudo isso? Quando eu jogo um videogame de futebol eu gosto de me sentir incrível! Gosto das jogadas, das enfiadas, dos comes, dos dribles, dos chutes espetaculares e, sobretudo, dos gols! FIFA 17 entrega alguma melhora em relação ao desastre que foi FIFA 16 mas ainda continua frustrante e por vezes um simulador de empates e um a zeros. Amo o sistema defensivo de FIFA, adoro roubar a bola e dar aquele tackle decisivo e saber que minha defesa pode ser comandada ao ponto de se tornar uma parede. Mas isso tudo tem que ser balanceado ao ponto de que a emoção certa e a diversão retornem a FIFA 17.
A Jornada
Mas porque a EA, que havia há pouco tempo introduzido a Ignite, antiga engine dos jogos de esporte da empresa, bem como, é claro, de FIFA, teria decidido trocar o motor gráfico do jogo agora, no meio da geração atual de consoles que havia inaugurado justamente a mencionada Iginte? O motivo maior é The Journey, ou em português, A jornada, o novo modo carreira que será inaugurado em FIFA 17. Uma adição, na minha humilde opinião, mais do que em vinda! Quem já jogou NBA 2K sabe o que um jogo de esporte pode oferecer em um modo carreira. A imersão, o sentimento de ser um atleta de verdade, a vontade louca de avançar na história e ao mesmo tempo de jogar cada jogo tentar ser o melhor a cada jogo… Tudo isso promete chegar com A jornada e a demo de FIFA 17 nos dá um pequeno gostinho deste modo.
Em A jornada, para os que ainda não sabem, você é Alex Hunter, Neto de Jim Hunter, um ex jogador muito famoso e que agora tem uma chance de estrear em uma grande equipe da Primier League. Na demo de FIFA 17 temos acesso às primeiras cenas de Alex Hunter nos vestiários, durante a preletiva do técnico e logo é apresentado o sistema de diálogo, que promete ser interessante se realmente afetar a história e sua relação com os companheiros de equipe. Há sempre três opções e em entrevista a nós do Ultima Ficha, João Barão, produtor do modo carreira, disse que esse sistema estava se inspirando no usado pela Bioware (pertencente a EA) em Mass Effect e Dragon Age: Inquisiton.
Durante o jogo em si você terá duas opções: controlar o time inteiro ou apenas a Alex Hunter. O técnico é quem parece decidir quando e se você vai a campo, portanto será importante manter boas relações com ele, bem como cumprir as metas que ele lhe pedirá ao colocá-lo em campo – e possivelmente nos treinamentos (essa parte não aparece na demo) – de modo a manter sua moral com o comandante alta e aumentar sua projeção no futebol e seu tempo no gramado.
Enfim, o novo modo história de FIFA 17 parece bastante promissor e pode ser o grande diferencial que fará esse jogo vender bastante. Eu, por exemplo, confesso que estou bastante ansioso pelo game completo e pelo que virá nessa jornada. Mas me preocupo até quando FIFA vai seguir o caminho da realidade e negligenciar o aspecto irreal e incrível que faz parte da essência de qualquer videogame. Confesso que estou com saudade de FIFA 14! É isso galera, espero que tenham curtido minhas impressões e sejam bem-vindos para elogiar, criticar e dar suas opiniões sobre jogo ali embaixo na parte de comentários. FUI!
ótima analise,vou jogar a demo hoje! =),espero gostar!
A análise ta muito boa! Vou jogar Demo…
Gostei da análise, mas… discordo completamente sobre os ”zero a zero”, na dificuldade internacional, em 4 partidas, ganhei de 3×1, 2×0, 3×2 e perdi uma de 2×1. No lendario 2 partidas, 0x0 e 2×2. Com os amigos, em nosso torneio (tudo anotado pelo papel), pontos corridos, ida e volta,com 4 pessoas. Isso sao 12 jogos, desses, 3 jogos foram 0x0. Meu ponto… em 18 jogos, 4 nao tiveram gols marcados. E olha so, nao sei quantos…. mas tiveram MUITOS gols tops de fora da area. Acho q vc é quem esta com um pouco de dificuldade de fazer gol xD
boa Pablo, quer um jogo perto da realidade? Futebol é isso!! Pegada… Gostei do jogo!! Menos correria e mais trabalho com a bola…
Concordo contigo. Acho que rolou uma certa dificuldade de adaptação para fazer os gols. Eu também não vi problemas nessa questão.
Gameplay Fifa 17, Clássico Alemão: FC Bayern X Hoffenheim
https://youtu.be/lltKpBkdEnA