Análise: Wo Long: Fallen Dynasty é um forte candidato para GOTY
Será que Elden Ring encontrou o seu rival?
A Team Ninja juntamente da Koei Tecmo já são referências em fazer jogos no estilo “souls like”, uma vez que eles trouxeram à vida o excepcional Nioh juntamente de sua sequência que apesar de serem souls like, conseguiram ter uma identidade própria. Apesar dessa dupla também ser a responsável pelo fraquíssimo Strange of Paradise: Final Fantasy Origins, agora temos a sua mais nova obra do qual vamos falar nesta análise. Wo Long: Fallen Dynasty segue os moldes de Nioh, mas desta vez sendo ambientado na China antiga e carregando consigo diversas mecânicas próprias. Será que o jogo consegue fazer jus ao legado do souls like japonês? Continue lendo para descobrir.
Essa análise de Wo Long: Fallen Dynasty foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Koei Tecmo. O jogo se encontra com legendas em pt-br, enquanto tem a opção de áudio inglês, japonês e chinês.
A China unificada tem como destino a sua ruína
Wo Long: Fallen Dynasty conta um momento histórico da China que ocorreu no período de 220 d. C., onde vemos o Império Han cada vez mais próximo da sua ruína e, consequentemente, isso daria início ao evento conhecido como Três Reinos.
Diferente da história original, em Wo Long temos a descoberta de um elixir capaz de trazer a imortalidade para aqueles que o tomam, porém, há um custo enorme que eles pagam em troca desta imortalidade.
Por conta das consequências deste poder oculto juntamente das questões políticas envolvendo o golpe contra o Império Han, o protagonista acaba se envolvendo numa sucessão de eventos desastrosos, mas ao mesmo tempo se encontrará com personagens históricos como Liu Bei que o auxilia na sua jornada e até mesmo o poderoso Lu Bu. E, como se não bastasse, essa China é repleta de criaturas mortais e místicas que vão antagonizar a sua jornada.
A narrativa é bem construída e linear mostrando o desenrolar dela por meio de cutscenes excepcionais ao final do combate contra cada um dos chefes principais. Aos poucos a história vai se encaixar cada vez mais no que está acontecendo nesta China unificada e trazendo maior contexto neste universo caótico.
A participação dos personagens históricos lembra o que vimos em Nioh, onde cada um tem a sua importância momentânea para o plot e serve como aliado valioso e outros como oponentes formidáveis.
Wo Long: Fallen Dynasty não é um Nioh 3
Quando a Team Ninja anunciou que não iriam trabalhar num Nioh 3 e, posteriormente, anunciaram Wo Long: Fallen Dynasty acabou sendo inevitável a comparação de que este jogo seria uma sequência espiritual de Nioh ou, como muitos falaram, “Nioh na China”.
A maior diferença está na sua jogabilidade, uma vez que Nioh utiliza um sistema de posturas, vemos que Wo Long não adotou esta mecânica para si. Inclusive, neste novo jogo vemos um combate dinâmico, rápido e agressivo. Em Wo Long: Fallen Dynasty temos um botão para ataque fraco, ataque forte, esquiva, salto e várias combinações que estarão ao nosso dispor.
Quando cito a questão de várias combinações é porque realmente as possibilidades são inúmeras, uma vez que temos os botões básicos, uma combinação pra trocar de arma e outra para “trocar atacando”, possibilidade de dar parry ao apertar o botão da esquiva no momento exato e também counter se você segurar o R1 juntamente do O na hora do parry. Além disso, o jogo também conta com a mecânica de magias que trará mais funções ainda aos seus comandos, pois cada um dos botões básicos acaba sendo utilizado para equipar uma magia quando você segura o R2.
Ou seja, além dos básicos, o jogo ainda conta com mais duas cartelas que podem ser funcional e prejudicial ao mesmo tempo, uma vez que ter que memorizar tudo acaba demandando algum tempo por serem combinações confusas.
Os elementos estão do seu lado, enquanto seu vigor é a sua maior preciosidade
Em Wo Long, o level up não é baseado em status físicos como de praxe, mas sim em elementos como trovão, terra, ar, água e fogo. Cada um ao ser upado traz consigo uma elevação nos atributos, vida e dano de sua arma. Ademais, isso também permite a utilização de magias que são desbloqueadas de acordo com a sua elevação de nível em cada elemento.
As magias podem servir de maneira ofensiva como fazer um trovão cair dos céus ou disparar bolas de fogo, mas também há outras que vão dar suporte como cura, maior resistência ou buff no dano.
Apesar delas serem úteis, não são obrigatórias e também há golpes especiais que pertencem a arma que você está utilizando, sendo necessário carregar por um curto tempo antes de utilizá-lo e causar um dano considerável no inimigo e também danificando a estamina do mesmo.
Falando em estamina, o teu vigor é seu melhor amigo neste jogo. Afinal, praticamente tudo que você fizer vai consumir o teu vigor. Não há mana? Então as magias consomem ele e sua esquiva também… E o parry? Também! E o golpe forte? Com certeza. E claro, os danos que você recebe além de tirarem sua vida, também ferem o seu vigor. Mas felizmente o golpe fraco não consome e, ao invés disso, você recupera a stamina ao atingir os inimigos.
Diferente dos outros jogos, aqui a barra vazia é um bom sinal, enquanto ela cheia é algo que deve tomar cuidado. Primeiramente por impedir de você executar ações e também por ser o culpado de te causar stun quando você for atingido por algo após ela chegar no limite.
Para completar essa parte, o jogo conta com um sistema de invocações que utiliza feras da mitologia chinesa. Elas surgem, atacam o inimigo por um tempo determinado e traz consigo efeitos positivos para você, enquanto causam algum debuff no oponente como veneno, queimadura e etc.
Uma China bela, porém hostil
Wo Long ter pego algumas referências de Elden Ring como o salto, o jogo não virou um open world como muitos aguardavam. Ele é um jogo consideravelmente linear e é dividido por áreas que você pode selecionar para qual delas irá, igual vimos em Nioh.
Essas áreas não são tão longas e possuem um visual distinto entre elas, fazendo com que os mapas não sejam repetitivos. Normalmente você terá que passar por desafios, vários inimigos e explorar essa área para conseguir fincar todas as bandeiras de território que servem como “bonfire” do jogo.
Apesar de ter inúmeros inimigos a toda espreita, o jogo não conta com tantas armadilhas que sejam capazes de fazer você perder o seu progresso, sendo que o máximo que costumamos encontrar é um inimigo escondido e pronto para dar o bote quando você passa de maneira desatenta em alguma área.
As lutas contra os chefes são bem agressivas, fazendo com que você fique o tempo todo com os olhos fixados na tela. Inclusive logo o primeiro chefe é realmente desafiador e obriga que você aprenda a jogar na marra, tendo que apelar para o parry o tempo todo para ter alguma chance de vitória.
Falando nisso, a melhor forma de vencer os chefes é justamente dando o parry no momento que eles estão para executar o seu ataque mais forte. Essa tática pode ser utilizada em todos e deixará as batalhas extremamente mais fáceis, uma vez que não é difícil aplicar esse movimento.
Outro facilitador é que o jogo permite que você invoque NPCs aliados para te acompanhar na fase e também na luta contra os chefes, fazendo com que você não precise depender do online para combates mais difíceis.
Gráficos e áudio
Indo para uma parte mais técnica da análise, os gráficos de Wo Long: Fallen Dynasty são bastante belos, seja pela construção dos NPCs ou por seus cenários. A direção de arte fez um trabalho excelente e podemos notar um grande capricho para o desenvolvimento dos modelos dos personagens, dos inimigos e das regiões. Os efeitos visuais também enchem os olhos quando executamos um ataque mais poderoso ou realizamos uma invocação.
O áudio também está com qualidade notável em sua dublagem, som ambiente e efeitos sonoros. A trilha sonora traz melodias chinesas que deixam o jogador ainda mais imerso, da mesma forma que o tom da trilha muda completamente quando estamos enfrentando um inimigo poderoso.
Conclusão da análise de Wo Long: Fallen Dynasty
Novamente estamos começando um ano com um soulslike de peso e, sem dúvidas, Wo Long: Fallen Dynasty será um jogo a ser lembrado pelo decorrer de todo 2023. Sua jogabilidade, apesar de ter inúmeros botões, funciona muito bem. Os momentos que utilizamos o parry é fundamental para obliterar um inimigo poderoso, fazendo com que o jogo tenha ainda mais emoção. Seus gráficos e trilha sonora estão de parabéns, fazendo com o jogo traga uma das melhores versões da China que já foram apresentadas na décima arte.
Com batalhas desafiadoras e mecânicas extremamente próprias, concluo essa análise de Wo Long: Fallen Dynasty dizendo que aqui temos um jogo maravilhoso que realmente entrega aquilo que foi prometido.
A análise de Wo Long: Fallen Dynasty segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Wo Long: Fallen Dynasty se destaca em relação aos outros jogos do gênero, caminhando com suas mecânicas próprias
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10
9.7
Maravilhoso
Wo Long: Fallen Dynasty é um game soulslike bastante acessível, sendo capaz de satisfazer os gamers mais hardcores e também aqueles que buscam algo não tão desafiador, tudo vai depender de como você utiliza o que o jogo te disponibiliza. Além disso, ele se destaca com suas mecânicas, belos gráficos e trilha sonora espetacular.
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