Depois de uma noite mal dormida esperando a chegada da demo de Pro Evolution Soccer 2017, conseguimos enfim testar essa tão aguardada demo. Depois de sobreviver aquele que poderia ser seu último e derradeiro capítulo (PES 2014), a franquia conseguiu se reinventar com dois ótimos títulos: PES 2015 e 2016. Recheados de títulos e boas avaliações da crítica especializada e dos fãs, PES 2017 vem com a expectativa lá no alto. Será que a Konami conseguiu evoluir sua franquia ainda mais?
Pelo que vimos na demo, a resposta é sim. Vale lembrar que uma das grandes críticas da franquia é a questão do licenciamento dos clubes, o que impede, por exemplo, que o título tenha todos os times da Inglaterra, da Alemanha e por aí vai. Porém, a demo não passa por isso, apenas pela jogabilidade. E é isso que avaliaremos.
PES 2017 traz diversas mudanças em relação a seu antecessor. Se a versão 2016 foi um aprimoramento da 2015, PES 2017 traz um jeito novo de jogar. Mais lento e cadenciado, o jogo agora privilegia o toque de bola e jogadas mais pensadas. Esqueça os chutões pra frente, a correria sem fim e os dribles difíceis de marcar. Calma, os dribles ainda estão no jogo, mas os zagueiros estão mais espertos e você precisará de uma precisão maior no timing para encaixar aquele come seco no adversário (sem falar que precisará de jogadores habilidosos para isso).
Outro ponto fundamental na nova mecânica de PES 2017 é a condução da bola. Se nos games anteriores a bola ficava sempre perto dos pés de quem a conduzia, em PES 2017 a bola se distancia um pouco, criando ótimas brechas para roubadas quando se corre demasiadamente. Isso ajuda muito na dinâmica do jogo, pois é difícil manter a posse de bola e cria uma gostosa alternância entre os jogadores.
PES 2017 mudou drasticamente o posicionamento das defesas. Se em PES 2016 sobravam espaços e zagueiros atabalhoados, no novo jogo a coisa muda de figura. Agora é muito mais difícil transpor uma linha defensiva simplesmente correndo e driblando. Como na vida real, é preciso pensar, buscar espaços e construir bem as jogadas. Claro, nos contra-ataques você terá bastante espaço e isso torna a questão tática muito importante e bacana no jogo.
Os goleiros ganharam ótimas novas animações. Pontes, espalmadas incríveis e uma movimentação mais ágil deixaram os “arqueiros” bastante reais. Nada exagerado. Simplesmente do jeito que deve ser. Por outro lado, os chutes estão incríveis. Nunca em anos de futebol virtual vi chutes tão próximos da realidade. A física da bola está praticamente perfeita nos chutes e o tão criticado chute colocado (usando o botão R2/RT) estão mais reais. Nem tão precisos, mas certamente são a melhor opção ao chutar de dentro da área. Basta ter tempo e espaço, já que ele demanda mais tempo para ser executado.
Por último, a inteligência artificial está bem legal também. Os times respeitam muito a forma tática como cada um joga. Exemplo: no Barcelona, famoso pelo tik taka (um sistema que busca o toque de bola para encontrar espaços nas defesas), você não verá Messi e Neymar passando em velocidade pelas pontas. Pelo contrário. Os jogadores, a todo momento, param para receber a bola na ponta da área e tentam triangulações com os meias. Já a Alemanha e o Arsenal são equipes mais verticais que saem com tudo para o ataque. Neste caso você verá os pontas atacando com tudo a linha de fundo para buscar cruzamentos ou overlappings (jogada de ultrapassagem por trás do zagueiro).
Em suma, o gameplay de PES 2017 está incrível. Se a demo fosse um jogo eu daria 10 sem pestanejar. Porém, PES 2017 é muito mais do que isso. Tem as questões dos licenciamentos, os problemas de lag e derrubadores online e a atualização. Enfim, até que o jogo final chegue, se delicie com possivelmente o melhor gameplay de futebol que você já viu.
