ANÁLISESNINTENDONOTICIASPCPLAYSTATIONPS4SWITCHXBOXXBOX ONE

Análise: Owlboy e o poder do pixel art no mercado Indie

Você já deve ter ouvido falar de Owlboy. O jogo foi lançado em 2016 para PC via Steam, em Fevereiro de 2018 para o Nintendo Switch e saiu apenas agora para Xbox One e Playstation 4. Para quem não teve oportunidade de jogá-lo no PC, venha com a gente ver se o jogo vale seu investimento na loja digital do seu console.

Otus, a coruja

Você começa sua jornada como Otus, um jovem aprendiz de coruja. Otus é desajeitado e sofre demais com um complexo de inferioridade, problema esse maximizado pelas palavras e insinuações de seu mestre, Asio. Com o passar do tempo e depois de muitas falhas, você é encarregado de vigiar seu vilarejo e assim começar a pegar o jeito com os comandos do jogo.

Após alguns acontecimentos você descobre as relíquias de seus antepassados e também fica sabendo que os piratas, tão temidos pelos moradores de Vellie, não só sabem sobre tais artefatos como querem achar todos os três que existem.

Toda a introdução do jogo é voltada para iniciar a história de Owlboy enquanto a mecânica de jogo é demonstrada. Ataques, desvios e puzzles. Seu cérebro será cobrado em Owlboy e a punição por deslizes vem “num bater de asas”.

f01663191055a6b7ce6cd91653683f38

O poder do pixel art moderno

Owlboy é visualmente um dos jogos mais surpreendentes que já vi em pixel art. As cores e detalhes, não só do ambiente mas também de seus personagens, são tão bem feitas que as expressões faciais dos NPC’s e principalmente de Otus se fazem presentes e intensificam cada momento do jogo. Me peguei rindo varias vezes do olhar espantado do protagonista, com seus olhos arregalados. Isso contribui demais para entendermos o que se passa pela cabeça de Otus, já que ele é mudo.

Os cenários por sua vez são simplesmente uma obra de arte, das cidades flutuantes a cavernas fechadas e escuras. Tudo parece ter um propósito e isso é fruto de uma caminhada de mais de 10 anos de produção e com ela o crescimento dessa engine tão brilhante.

Influências e Jogabilidade

Owlboy bebe da fonte de jogos clássicos do estilo shoot’em up (corre e atira rs) e plataforma. Alguns por ai adicionam Metroidvania, eu não acho que essa seja uma referencia para Owlboy. Puzzles existem mas não existe uma limitação de área clara ou de maneira gradual. Owlboy é um jogo bem linear com quebra-cabeças que podem sim fazer você dar algumas voltas por um mesmo ambiente. Mas isso não é nem de longe uma grande referencia para o jogo como um todo.

Você muitas vezes irá se sentir jogando aqueles jogos de “navinha” em um ambiente fechado. Como em Cryptark (quem não conhece, procure saber sobre…). Cada amigo seu tem uma arma diferente e você deve carrega-los enquanto atira para derrotar seus inimigos e destruir obstáculos.

owlboy-01

Os inimigos existem por todas as partes mas alguns poucos oferecem desafios reais. Como todo jogo do gênero, seu objetivo é descobrir o padrão de cada um deles e agir da melhor maneira possível. Um novo inimigo sempre trará um pouco de tensão mas depois disso tudo fica um tanto quanto previsível.

Em contra-partida, os chefes e sub-chefes de Owlboy são o ponto alto nos desafios do jogo. Batalhas frenéticas e inteligentes que vão te fazer ficar sem piscar até que tudo esteja concluído. Nada é reaproveitado e existem até mesmo batalhas que você não precisa dar um tiro sequer para sair vitorioso. Tudo isso me traz muita nostalgia já que sempre gostei de achar maneiras diferentes de passar por desafios de um jogo que me agrada.

14

Conclusão

Owlboy é um dos jogos mais belos que eu já vi em pixel art – possui boa duração para um jogo de plataforma indie e uma trilha sonora que te acompanha por todo o jogo. A trilha do jogo é sem dúvidas memorável e emocionante em vários momentos de sua aventura.

Sua jogabilidade diferenciada traz um ar de novidade a cada hora passada de jogo. Isso ajuda muito já que temos apenas três tipos de tiros e habilidades para usar durante o jogo.

O ritmo do jogo poderia ser um pouco mais solto, já que constantemente você é interrompido para que um dialogo aconteça… seja ele importante para a história ou não. Além disso fica o sentimento de que um jogo com tanto potencial e qualidade poderia ter abusado mais da progressão do personagem e desafios de combate aéreo. Estamos falando de um pássaro, a habilidade de voar poderia ser mais permissiva e me faz pensar em várias situações que poderíamos ter passado durante a aventura de Otus.

O legal é ver um jogo com todas essas qualidades usando o Pixel Art, um visual retro e fluido. Tão importante para as empresas independentes, graças ao seu custo e facilidade de criação e manuseio. Com isso vem uma responsabilidade ainda mais importante: a criatividade. Jogos neste estilo precisam de inovação para chamar atenção, já que o mercado está cheio de outros títulos de qualidade utilizando essa ferramenta. Hoje em dia, jogos com visual retrô chamam atenção da velha guarda pelo seu visual e devem criar novas mecânicas e desafios para encher os olhos dos novos jogadores que não tem o fator nostalgia para leva-los a compra.

Não me leve a mal, Owlboy merece e deve ser jogado por todos. É só que, quando um jogo é bom, você quer mais.

{{

game = [Owlboy]

game = []

info = [Lançamento: 10/04/2018]

info = [Produtora: D-Pad Studio]

info = [Estúdio: D-Pad Studio]

plataformas = [PS4, Xbox One, Switch e PC]

nota = [4/5]

decisão = [Pixel art em sua melhor forma]

texto = [Compre agora]

texto = [Ou espere uma promoção… mas jogue!]

positivo = [Visual colorido e limpo]

positivo = [Chefes]

positivo = [Trilha sonora]

positivo = [Dificuldade]

negativo = [Ritmo de diálogos]

negativo = [Faltou ousar mais]

}}

Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo