Remothered: Broken Porcelain é um jogo de terror em terceira pessoa, e marca a segunda iteração da série. O primeiro jogo lançou no início de 2018 e suas avaliações foram boas na época. No entanto, os fãs esperavam que a sequência mantivesse o nível da franquia, e infelizmente as coisas não ocorreram conforme o esperado.
Remothered: Broken Porcelain já está disponível para PS4, Xbox One, Switch e PC. Nós fizemos essa análise baseado na versão de PC com um código cedido pela produtora.
O que é Remothered: Broken Porcelain?
A série apresenta uma história bastante complexa e repleta de elementos místicos para compor sua narrativa. Este game se passa como uma sequência direta do original, Tormented Fathers, e apresenta aos jogadores a Jennifer, uma jovem misteriosa que trabalha em um hotel como camareira, sob cuidado dos donos da propriedade. Conforme a trama desenrola, encontramos figuras sobrenaturais e desvendamos segredos que unem as duas histórias.
Um dos prós do game é que ao iniciar a campanha, temos a opção de rever o ocorrido no primeiro jogo, tornando a experiência mais inclusiva aos jogadores novos à franquia. A narrativa é repleta de elementos fantasiosos e apresenta-se de uma maneira bastante confusa, a ponto de tornar o jogo cansativo.
Vale ressaltar que realizamos a análise após as diversas atualizações lançadas para corrigir o game. O jogo foi muito criticado por conta de diversas falhas que tornavam a experiência extremamente frustrante. No entanto, com as devidas correções, consegui completar a história com apenas um ou outro problema.
Desventuras em série
A jogabilidade de Remothered: Broken Porcelain consegue ser tão confusa quanto sua narrativa. A movimentação do game ocorre de maneira tradicional dos jogos em terceira pessoa, porém o jogo inclui uma variedade desnecessária de itens coletáveis e outras mecânicas fúteis que mostram como os desenvolvedores adicionaram uma profundidade fútil a uma jogabilidade tão simplista. Visto que o jogo segue uma narrativa totalmente linear, os objetivos do jogo se baseiam principalmente em chegar a um ponto específico sem ser eliminado pelos inimigos.
O grande porém, é que alguns objetivos apresentam-se de maneira vaga, tornando o jogo de torno de 4 horas mais extenso e cansativo. Em uma das missões, é necessário eliminar o inimigo, mas não é direcionado ao jogador sobre o que pode ser realizado para completar essa tarefa. Por conta disso, me encontrei correndo de um lado para o outro procurando objetos para jogar na cabeça do inimigo, e finalmente derrotá-lo. Só mais tarde no jogo descobri que poderia eliminá-lo com um dos itens de ataque que estão espalhados pelos cenários.
Além disso, não é necessário utilizar a maior parte dos itens para avançar na história. Também, é possível unir coletáveis para transformá-los em objetos mais poderosos, mas acabei completando a campanha sem nem utilizar desta funcionalidade, já que não percebi diferença nenhuma em gastar tempo fabricando objetos melhores.
Juntando os cacos
Para tornar o pacote ainda pior, a inteligência artificial dos inimigos passa longe do aceitável. Diversas vezes me deparei fugindo de um oponente cujo ataque se baseava em apenas um padrão de movimento, e eu conseguia desviar só dando um passo para o lado. Ainda, quando os cenários possuíam mais de um inimigo ao mesmo tempo, o jogo se tornava ainda pior. Em diversas situações os monstros me prendiam no canto das paredes, e eu não possuía maneiras de sair dali, então precisava esperar até que me eliminassem (ou até pior, paravam de me atacar e era necessário reiniciar a seção).
O jogo possui uma qualidade gráfica bastante avançada, considerando que a desenvolvedora é de pequeno porte e publicou apenas dois jogos até hoje. Os rostos dos personagens e os cenários são bastante realistas, e proporcionam uma ambientação mais imersiva. A trilha sonora agrega a essa imersão, e a dublagem possui algumas falhas, mas nada expressivo. Vale ressaltar que o jogo todo está com menus e legendas em português do Brasil, facilitando a vida dos jogadores que não entendem inglês.
Remothered: Broken Porcelain é um jogo de terror raso e repleto de problemas em sua performance. Se você jogou o primeiro e ficou curioso na história, provavelmente será interessante jogá-lo para continuar a trama, que deve encerrar em um terceiro jogo. Mas prepare-se que tudo fica ainda mais confuso, com diversos elementos desnecessários e que tornam a experiência bastante arrastada.
Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Remothered: Broken Porcelain
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 5
Diversão - 4.5
Áudio e trilha-sonora - 6.5
5.9
Fraco
Remothered: Broken Porcelain entrega uma continuação confusa e tediante para a série. O jogo teve grande parte dos seus bugs corrigidos, mas continua com uma IA fraca e jogabilidade simples.