Jogos de videogame sempre tiveram o poder de deixar na minha memória momentos que levo para a vida inteira. Foi assim desde o Atari e certamente será até o último dos meus dias. Nier Automata não deixa apenas um ou dois momentos na memória. Ele deixa vários. E não me refiro a cenas ou sequências épicas. Também não me prendo somente a um vilão carismático. Me refiro a uma experiência sensorial expandida ao ter o primeiro contato com seu universo. Não, Nier Automata não foi o primeiro a fazer isso. Mas os que o fizeram entraram para a história.
Você é 2B que, para quem não entendeu a referência, 2B tem o mesmo sim do verbo “to be”, que em inglês significa SER/ESTAR. O verbo originalmente já abre margem para interpretações e não há dúvidas de que a escolha dele para dar nome à personagem tem tudo a ver.
2B é uma unidade androide de combate, criada pelos seres humanos para combater os robôs que invadiram a Terra. Humanos estes que hoje habitam a Lua, refugiados da invasão robótica perpetrada por alienígenas. Muito doido, né? Mas é aí que está a beleza.
Logo no início do jogo 2B se junta a outra unidade de infantaria, o 9S, um androide menino que acompanhará nossa heroína durante toda a jornada de Nier Automata. Por se tratarem de androides, 2B deixa claro logo nos primeiro a diálogos que “sentimentos não são permitidos”. Ou seja: estamos aqui para cumprir nosso dever e nada mais. Porém, não é bem isso que se vê com o desenrolar do jogo (e pararei por aqui para evitar spoilers).
Nier Automata bebe em fontes de muito sucesso no mundo gamer. A primeira é mais clara dela é Final Fantasy. Desde menus, até objetos dos cenários, as semelhanças com os títulos do passado são incríveis. E isso é muito bom. Por mais que você não gosta de um ou outro título da lendária franquia, a referência em Nier Automata só traz sentimentos positivos e ver que há a mão de profissionais que trabalharam em jogos tão mágicos, tornam a experiência ainda mais incrível.
Nier Automata se inspirou também, em maravilhas como Devil May Cry e Bayonetta. O estilo dos golpes, o frenesi das batalhas e a possibilidade de juntar tiros com golpes de espada tornam a referência latente. O resultado é magnífico, vide que conseguir unir um sistema de batalhas divertido, frenético e funcional para um RPG clássico é uma proeza digna de registro. Outro golaço da equipe de produção foi a alternância de câmeras em momentos chave da aventura. A clássica visão que permeia boa parte do jogo é a câmera em terceira pessoa. Porém, em algumas partes ela vai para o topo da tela, fazendo uma ode aos clássicos “vertical shoot em up” de arcades como 1942, Zanac, Raiden, Aleste e por aí vai.
Para embalar nossa aventura, a Square produziu simplesmente uma das trilhas sonoras mais lindas de todos os tempos. Sim, bagagem de Final Fantasy e suas lendárias trilhas claramente ajudou, mas Nier Automata foi além. O jogo consegue sublimar aquelas trilhas essencialmente orientais para fazer algo maior, mais global. E isso faz toda a diferença nos momentos vividos em Nier Automata.
Outra sacada genial foi o ritmo do jogo. Tradicionalmente RPG’s são jogos beeeeeem grandes e que exigem, no mínimo, alguma dedicação de quem joga para que possamos chegar ao final das aventuras. Em Nier Automata a Square subverteu essa “lei” ao criar uma “main history” razoavelmente curta (para os padrões do segmento). Isso deixa o ritmo do jogo altíssimo do começo ao fim. E o fim é só o começo. Após finalizar o jogo pela primeira vez, você é convidado a continuar jogando para desvendar novos mistérios que fazem parte da genial trama. E ao invés de simplesmente deixar você vagar pelo cenário livremente, o jogo volta ao início, mas te permite jogar com outros olhos (entenda-se personagens) revelando do detalhes da trama que você nem imaginava.
A trama é um capítulo de destaque. Tudo gira em torno do universo de Drakengard e a linha que tece o enredo e o amarra ao universo maior está delicadamente em Nier Automata. Porém, só jogando mesmo para que tudo se encaixe. Especificamente sobre Automata, as nuances da trama são desfraldadas aos poucos. Assim como na série Souls, boa parte da Lore é observada nos detalhes e conforme o jogo avança. Claro, em Nier Automata as coisas não ficam na camada da dedução ou do sub entendimento, mas também nada é dado de graça.
Conclusão
Nier Automata é uma obra prima, pois o título consegue reunir muitos atributos positivos em um jogo só. Diferente de outros que tentam “abraçar o mundo com as pernas” e acabam não acertando em nada, Nier Automata vem com uma base sólida que se agiganta ainda mais conforme tanto elementos positivos conseguem ser percebidos no jogo.
{{
game = [Nier]
game = [Automata]
info = [Lançamento: 17/03/2017]
info = [Produtora: Platinum Games]
info = [Distribuidora: Square Enix]
plataformas = [PC, Playstation 4]
nota = [5/5]
decisão = [Uma obra de arte]
texto = [Nier Automata é uma experiência inesquecível]
texto = [E agradará a todo tipo de jogador]
positivo = [Jogabilidade deliciosa]
positivo = [Trilha sonora primorosa]
positivo = [Enredo profundo e criativo]
positivo = [RPG com um ritmo inédito]
negativo = []
negativo = []
negativo = []
negativo = []
}}