A Electronic Arts (EA) teve um ótimo 2016 e trouxe grandes títulos como Battlefield 1 que é jogado e amado por muitos, Titanfall 2 que é um dos melhores shooters da geração e amado praticamente por todos que o jogaram e também entregou FIFA 17 com algumas melhorias pontuais e o fantástico modo história com Alex Hunter. Com esses jogos e promessas gigantes para 2017 como o Mass Effect Andromeda, Star Wars Battlefront II e muito mais, a EA tinha a receita de sucesso para vir arrasando neste ano, mas o que aconteceu foi exatamente o oposto. Aqui vou analisar a queda ladeira abaixo que a EA sofreu.
Capítulo 1 – Mass Effect Andromeda lançado em Março
Mass Effect é uma série extremamente amada e reconhecida no mundo dos games. A primeira trilogia foi algo fantástico que nos colocou na pela do capitão (ou capitã) Sheppard. Nele podíamos nos relacionar com qualquer pessoa de qualquer raça e de qualquer sexo. O jogo visava a sobrevivência das espécies e mundos contra um grande mal em comum.
Com o anuncio de Mass Effect Andromeda, a EA mudou o tema desta jornada onde um novo grupo de personagens iria investigar a galáxia Andromeda. Isso literalmente iria dar a possibilidade de explorar a franquia do zero. Infelizmente o jogo foi lançado cheio de críticas e bugs. Embora o jogo no geral seja divertido, ele tinha problemas visuais em alguns personagens, bugs, quests mal escritas e muito mais. (confira aqui nossa análise)
As críticas e o impacto negativo foi tão grande que o estúdio de desenvolvimento teve que correr com patches de atualizações para sanar os problemas. Não só isso, o mesmo estúdio acabou sendo desmembrado e a franquia Mass Effect acabou “indo para a geladeira”. (confiram aqui o texto que explica este caso).
Capítulo 2 – FIFA 18 lançado em Setembro
FIFA é possivelmente um dos jogos mais amados de todos e tem sempre um número de vendas impressionantes com mais de 10 milhões de unidades todo ano. Isso mostra que a base de fãs é gigante e que ele é venda garantida para a EA. Porém, com grandes poderes vem grandes responsabilidades…
Depois de muitos anos, esse foi o primeiro FIFA que eu não vi os fãs tão empolgados. Por mais que o modo com Alex Hunter continua sendo aclamado, erros na jogabilidade, excesso de scripts e outros detalhes fizeram esse ser um dos Fifas mais questionados. (confira aqui nossa análise)
Como todos sabem, nós estamos presentes nos muitos grupos de jogos e algo que pude reparar era que a base de fãs está pegando fogo. Não somente existem algumas críticas ao gameplay, como estão reclamando da parte online. Diversas cenas e situações são mostradas quase que diariamente onde o jogo ajuda os jogadores de certa forma para nivelar o jogo, ou seja, está na programação de Fifa 18 que o jogador pior terá, de certa forma, uma assistência durante o jogo.
Outro problema em que FIFA se meteu foi na versão para o Nintendo Switch. Além de ele ser capado em muitos modos (chato, mas compreensível) a EA simplesmente barrou a opção de jogar online com um amigo. Por mais que seja possível jogar online, é impossível chamar o seu amigo online e jogar contra ele. O pior foi o motivo dado pela EA, que não era possível fazer isso no Switch. Bem EA, todos os outros jogos discordam de você.
Por fim, a comunidade se cansou dos erros, problemas e atualizações problemáticas e criou o movimento #FixFifa (conserte o Fifa). Vocês poderão entender o movimento no detalhe clicando aqui.
Capítulo 3 – Need for Speed Payback lançado em Novembro
A cada dois anos temos o lançamento de um novo Need For Speed. Pessoalmente sou um fã de corridas e sempre gostei muito da franquia. Nesta nova geração eu amei o Need for Speed Rivals e somente gostei do Need for Speed 2015, achando que a série tinha dado um passo para trás no jogo. E agora com Need for Speed Payback, tenho certeza que eles deram um passo atrás na série.
Infelizmente Need for Speed Payback não é nada a mais do que um jogo mediano. Não só ele tem uma jogabilidade estranha, como ele é o mais feio de todos os 3 jogos lançados para esta geração. Tecnicamente Need for Speed Payback não é um jogo ruim, mas também não é um jogo bom. Enquanto ele acerta em alguns pontos, erra em outros. (confira aqui nossa análise)
E antes que falem que posso estar de implicância com o jogo, bem, não estou. Como “prova”, o jogo foi lançado no dia 10 de Novembro. Menos de duas semanas após seu lançamento e das criticas recebidas a EA já estava anunciando updates que seriam feitos na parte crítica do jogo, incluindo sua progressão. Como é que um jogo recém lançado precisa de updates urgentes para consertar partes críticas? Mais uma bola fora da EA…
Capítulo 4 – Star Wars Battlefront II lançado em Novembro
Agora vamos para a galinha dos ovos podres. Star Wars é uma das maiores franquias do mundo e tem um universo muito rico cheio de personagens e situações. Com o lançamento de Star Wars Battlefront 2 os gamers estavam muito felizes, pois a EA deu dicas claras que havia aprendido com os erros de Battlefront 1 e que iria fazer um jogo magnifico. Inclusive parte do marketing do jogo era mostrar como o Battlefront 1 era pequeno e que Battlefront 2 estava X vezes maior.
Pois bem, isso não funcionou. A inédita campanha do jogo deixou a desejar com diálogos superficiais e motivações bobas. Particularmente, achei o gameplay medíocre e a IA da campanha muito fraca. Depois teve o caso onde para liberar personagens chave como Darth Vader, você precisaria de inúmeras horas de jogo. E tudo piorou quando a EA tentou se defender. Outro problema do jogo foram as loot boxes estavam agressivas demais e que a ganancia da EA com o jogo chegou a níveis nunca antes visto. Caso queiram entender todos os problemas que aconteceram com Star Wars Battlefront 2, basta clicar aqui onde tentei ao máximo detalhar as caneladas que a EA deu. Também podem conferir nossa análise do jogo clicando aqui.
Mas resumidamente, os problemas com Star Wars Battlefront 2 foram tão grandes que até a Disney teve que entrar na história para salvar sua marca. Aqui foram muitas bolas fora da EA, juntamente com um rage incontrolável do público e um grande boicote ao jogo.
Capítulo 5 – Motivo de chacota no The Game Awards em Dezembro
As mancadas da EA acabaram de forma oficial com o Battlefront II e todos acharam que os ataques a empresa iriam ser controlados, porém, ao termos o The Game Awards (o Oscar dos games) a EA foi alvo de várias críticas.
Dentre as críticas duas merecem ser destacadas. A primeira foi quando o apresentador tentou abrir o envelope de melhor jogo de ação (Wolfenstein 2 foi o ganhador) e ele teve que usar seu cartão de crédito para romper o lacre do envelope. Ao fazer isso ele disse que precisa de microtransações para ver o vencedor e depois ressaltou o quão estúpido é ter que pagar para liberar conteúdo para um jogo.
Já a segunda crítica veio meio que de dentro da EA, vou explicar. Durante o show, Josef Fares, produtor do jogo independente A Way Out, falou que estava lá para falar de seu jogo e não da EA (a qual está atuando como publisher de seu jogo) e que era para deixar de lado toda a polêmica sobre as loot boces, pois é muito fácil odiar a EA. Além disso, ele falou que a EA está sendo muito generosa para ele e seu jogo, mas que a grande verdade é que vai chegar um dia onde a Publisher irá sim errar. Resumidamente ele falou: “Ok, a EA errou e todos sabem disso, mas vamos falar do meu jogo que está incrível…”
E como será em 2018?
Como pudemos ver, a EA errou feio em 2017 por mais que ela estivesse com “a faca e o queijo na mão”. Graças a decisões de marketing erradas, jogos que foram lançados de forma incompleta e por decisões questionáveis, a publisher conseguiu destruir o que poderia ser um ano de ouro. Cabe aos seus executivos pensarem em tudo que foi feito e repensar as estratégias para o futuro. Mais vale atrasar um jogo e lança-lo de forma completa e correta, do que sofrer com seus consumidores criticando cada produto.