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Análise: The Inpatient é uma tensa caminhada por corredores escuros

Em Agosto de 2015, a Supermassive games lançou exclusivamente para o PS4 seu jogo de terror Until Dawn que seguia a trilha de muitos filmes com o estilo slasher. Depois da metade do jogo, nós fazemos uma visita ao abandonado sanatório Blackwell onde descobrimos os Wendigos, os ferozes monstros do jogo. Agora em Janeiro de 2018 a Supermassive games retorna com The Inpatient, uma aventura completamente em VR onde mostra o que aconteceu com o sanatório Blackwell e a origem dos Wendigos.

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Um início tenso e assustador

Logo que você inicia o jogo você percebe que algo está muito errado. Após perder sua memória, você estará passando por testes onde consegue ter rápidos e inconclusivos flashbacks do que aconteceu antes de chegar a essa cadeira de testes. Com poucas respostas, existe a opção de manter a calma ou então entrar em pânico durante os testes. A mecânica inicial é somente dar respostas que irão mostrar o seu estado emocional. Normalmente as 2 opções serão o oposto e poderá mostrar calma, desespero, confiança, ira e por ai vai. Algo que achei bacana, é a possibilidade de simplesmente falar a opção. Felizmente o jogo entende bem as palavras que está dublado 100% em português.

Ao ser levado para seu quarto/prisão é onde sua “aventura” começa. O jogo fica alternando entre a vida real e alucinações. Vale dizer que durante essas alucinações você será recebido com alguns muitos Jump Scares, ou seja, se tiver coração fraco ou for muito medroso (a), é melhor evitar o jogo.

Durante esse período, você receberá um colega de quarto e poderá conversar muita coisa com ele seguindo o padrão de responder as perguntas com calma, ansiedade, desespero e por ai vai. Entre essas sessões de alucinação e de bate papo a situação vai ficando cada vez mais precária. Você pouco se lembra de sua história, os outros pacientes do sanatório começam a gritar e a ficarem violentos até que ninguém mais volta ao seu quarto. Após muitos eventos será possível sair do seu quarto e investigar o sanatório e ver toda a morte e abandono do lugar, como tentará entender o que aconteceu. E claro, será necessário conviver com seu colega de quarto que vai se rendendo a loucura e desespero aos poucos.

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A parte final que deixa a desejar

Certamente essas primeiras horas de jogo são muito intensas e a ambientação é maravilhosa. É certo que ficará tenso e levará alguns bons sustos. Isso é dado pelos bons gráficos do jogo e pela ótima ambientação e qualidade sonora do mesmo. Ouvir seus próprios passos é assustador, ver uma lampada quebrada no fundo é assustador e por ai vai. Literalmente a cada porta aberta você terá medo de investigar. Infelizmente ao chegar na parte final é perceptível a quebra de ritmo de jogo.

Após sofrer muito sozinho, desvendar parte da sua história e passar por muita destruição você encontrará outros sobreviventes e ai é onde The Inpatient perderá seu encanto e tensão. Por estar perdido, com amnésia e sofrer com alucinações o jogo lhe entrega uma experiência muito tensa. Mas quando encontra com outros sobreviventes, o jogo acaba se tornando um walking simulator. Você anda em grupo e está sempre conversando com as pessoas e isso acaba tirando o senso de urgência e perigo.

Porém, posso pontuar que mesmo quebrando o ritmo do jogo, a experiência para entender a história e quem é seu personagem faz valer a pena jogar essa parte final. Não só isso, existe um momento específico que não posso contar para não dar spoiler, mas posso garantir que a experiência é bem interessante e tensa. Infelizmente estou falando de somente 1 minuto dentro de uma hora (ou mais) de jogo.

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O efeito borboleta e uma lenta caminhada

Algo que Until Dawn fazia muito bem era de dar diversas possibilidades para a história do jogo através do famoso efeito borboleta. Suas ações efetivamente irão alterar o fim da história e destinos dos personagens, e assim acontece com The Inpatient. Dentre as muitas conversas com as diversas pessoas, seis respostas irão ativar o efeito borboleta e irá influenciar diretamente na continuação da história e dos sobreviventes finais. Só que esses momentos nunca ficam claro o suficiente e você terá um incentivo para jogar pelo menos uma segunda vez para tentar salvar mais pessoas. Ainda mais porque o jogo é relativamente pequeno (3 a 4 horas para terminar).

Outra coisa que devo mencionar é sobre a mecânica do jogo que deixou a desejar. Por mais incrível que seja a ambientação do jogo e que eu tenha gostado do sistema de responder as perguntas com a boca, eu tenho que destacar que a movimentação é ruim demais. Você parece um tanque no jogo e não pode caminhar depressa, correr ou esconder. Toda a possibilidade que terá será sempre andar calmamente para a frente e nada mais. A interação é limitada com os objetos e pessoas. Aqui eles deveriam ter se inspirado ou no mais recente Resident Evil ou então em Outlast.

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Conclusão

The Inpatient é um jogo que vejo mais como uma experiência para o gênero de terror, pois tem grande potencial, mas não entrega um gameplay rico. Por um lado sua ambientação é ótima com uma excelente engenharia de som e ótimos gráficos que entregam um suspense/terror na medida certa (até demais em alguns pontos, em especial com o uso de jump scares). Porém, o jogo sofre com uma maior interatividade, com sua parte final que quebra o ritmo do 1/3 final do jogo e com uma mecânica pesada de movimentação. Acredito que a ideia apresentada em The Inpatient é um excelente primeiro passo para fazer um gênero de terror em VR realmente assustador.

Por fim, caso queira jogar The Inpatient somente para conhecer mais sobre a história de Until Dawn, você poderá se decepcionar, pois o jogo não lhe fornece tanta informação para saciar sua curiosidade.

{{

game = [The Inpatient]

game = [] 

info = [Lançamento: 23/01/2018]

info = [Produtora: Supermassive Games]

info = [Distribuidora: Sony]

plataformas = [PS4]

nota = [3/5]

decisão = [Espere uma promoção]

texto = [Um ótimo primeiro passo para]

texto = [o gênero para o VR]

positivo = [Ambientação de dar medo]

positivo = [Controle de voz]

positivo = [História interessante]

negativo= [Mecânicas limitadas]

negativo= [Curto]

negativo= [Ritmo final do jogo]

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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