ANÁLISESNOTICIASPCREVIEWS

Análise: Death Stranding para PC é o port perfeito

Capricho total com o port e conteúdo extra faz com que seja um dos melhores ports dos últimos anos

*** Esta análise é estritamente técnica, mostrando os diferenciais da versão PC frente a versão PS4. Para análise do jogo em si, confira aqui nosso review completo! Informações da configuração utilizada para análise no final do texto ***

*** A versão do jogo utilizada foi um early-access, sem lançamento de atualizações de desempenho que devem estar presentes na versão final e sem atualizações de drivers específicos para o jogo, o que é comum por parte das fabricantes no lançamento de um grande título ***

Assim que fui escalado para ver Death Stranding para PC já me deu gatilho. De imediato, nós PC Gamers, já pensamos: “meu Deus, mais um port mal feito para PC, vamos ter que esperar inúmeras atualizações até ficar redondo”. O trauma é grande, ainda mais depois de jogos como Red Dead Redemption 2, por exemplo. Mas minha expectativa foi completamente destruída com a versão para PC de Death Stranding.

Death Stranding edição de PC te dá inúmeros motivos para ser comprada, até mesmo para quem jogou a versão de Playstation 4. Sua história e suas análises fazem o jogo vender por si só, mas o capricho da Kojima Productions com a versão para PC nos fazem crer que nem todas as empresas lançam um jogo para PC depois de certo tempo só para “farmar” mais dinheiro, e sim para que jogadores desta plataforma possam desfrutar de jogos magníficos, como é o caso de Death Stranding.

DESEMPENHO E QUADROS POR SEGUNDO DESBLOQUEADO

Nada como jogar 10 minutinhos no PS4 e 10 minutinhos no PC para poder ver o milagre que um limite de quadros por segundo desbloqueado pode fazer num jogo. Se o port para PC fosse somente o desbloqueio de quadros, já valeria a pena. Mas é mais que isso, como vou destrinchar nos diferenciais gráficos logo abaixo.

O desempenho é fantástico para um port. Sim, fantástico. Preciso usar essa palavra depois de experimentar alguns ports horríveis que tivemos nos últimos anos para PC. O trabalho foi extremamente eficaz e caprichado. O jogo parece ter sido desenvolvido do zero para PC. Não houveram estripulias para uma melhora gráfica muito acima do que já vimos no PS4. Existe melhora sim, mas completamente viável e acessível a grande parte dos jogadores.

Segundo a própria Kojima Productions uma RTX 2060 será suficiente para desfrutar do jogo em resolução 4K à 60 quadros por segundo, graças também a tecnologia DLSS 2.0 da NVIDIA que está presente na versão de PC. Spoiler: na máquina usada para jogar este early-access pude comprovar esta informação com uma placa levemente superior, uma 2060 SUPER.

Explicando bem resumidamente como o DLSS 2.0 ajuda nesse desempenho em 4K60 mesmo em modelos mais modestos: é feita uma renderização em tempo real por meio de uma super-resolução baseada em IA (Inteligência Artificial), renderizando menos pixels e depois usando a IA para construir imagens nítidas e de alta resolução. Ela usar os Tensor Cores, exclusivos das placas RTX, fazendo com que a rede neural de aprendizado profundo aumente as taxas de quadros e gere belas e nítidas imagens de jogos.

Um pequeno detalhe, que deve ser comentado pois alguns jogos pecam bastante, é o tempo de loading. Escrevo aqui com a experiência de ter instalado Death Stranding em um SSD NVME, algo que nem todos os jogadores possuem. Nesta configuração, os maiores loadings foram nas trocas de Capítulos, levando cerca de 1-2 minutos. Fora isso, os loadings não existem, e quando aparece uma telinha dedicada de loading dura segundos. Até nisso a equipe de otimização está de parabéns.

Último registro nesta seção fica para o desempenho com a máquina utilizada (que pode ser encontrada no final desta análise). Jogando a maior parte do tempo com tudo no máximo e em resolução de 1920×1080 obtive taxas constantes acima dos 100-120 quadros por segundo. Por capricho meu, travei o jogo em 120 quadros para ter um desempenho sempre constante, aproveitando os 120Hz.

DIFERENCIAIS GRÁFICOS

O destaque inicial fica para a melhoria gráfica. Sim, sempre esperamos que versões de PC tenham gráficos mais polidos e texturas mais realistas que versões de console, ainda mais quando falamos de consoles já no final de sua geração. Death Stranding para PC surpreende e mostra maturidade. As melhorias em iluminação e texturas são visíveis, sem contar o campo de visão muito maior. Mas você percebe que não tentaram nada exagerado, nada estupidamente pesado para pouco benefício.

Death Stranding já era visualmente encantador no Playstation 4, um port idêntico no quesito gráficos e texturas já seria excelente. Mas eles conseguiram trazer melhorias para a versão sem prejudicar em nada o desempenho. Nada de um falso “ultra” que apenas placas topo de linha rodando. O que temos são sóbrias opções gráficas que surpreendem em seus requisitos.

Para os mais hardcore, também foi adicionado suporte a resoluções ultra-wide, para monitores com proporções diferentes do tradicional 16:9. Obviamente quem tem monitores com taxa de atualização acima dos tradicionais 60Hz também vão poder melhor a experiência, já que o framerate é desbloqueado!

CROSSOVER COM HALF LIFE E PORTAL (YEAH!)

O mundo de Death Stranding foi invadido através de um collab bem divertido com dois jogos: Portal e Half Life! Ao longo do jogo, funcionários da Bridges e alguns emails que chegarão em sua caixa de entrada, farão com que você descubra missões especiais de recuperação.

Num total de 6 missões em parceria com a Valve, você vai desvendar uma conexão estranha e curiosa entre estes mundos distintos. Ao concluir estas missões você será recompensado com curtidas, acessórios e equipamentos exclusivos.

Aqui vai uma dica para dar início a esse collab dentro do jogo! Depois de algumas horas de jogatina procure um e-mail com o tradicional logotipo de Half Life no assunto (λ)! Ele virá do nosso camarada Benjamin H. Daqui em diante, é com vocês! Zero spoilers para preservar sua experiência!

TECLADO E MOUSE VS CONTROLE E MODO FOTO

Duas coisinhas que valem a pena ser citadas com certo destaque: a diferença de jogar em teclado e mouse versus jogar no controle e o modo foto bombado da versão de PC. No início pensei em jogar a maior parte do port no controle, pois os comandos no PS4 eram confortáveis. Mas com o passar da jogatina você percebe a vantagem de jogar no teclado e mouse.

São tantas opções, tantos menus, tantos itens, ações e comandos que fica mais prático e rápido jogar no teclado. Tirando a mira, que obviamente é muito mais acurada no mouse, ter uma tecla para cada funcionalidade do jogo no teclado é excelente. Em poucos minutos você nem cogita jogar no controle.

O modo foto foi um pouco fortificado com anabolizantes na versão de PC. Claro que grande parte por conta do suporte a novas resoluções de monitores e do gráfico melhorado. Eu que nunca me pego tirando fotos e editando em jogos que possuem a função, gostei de brincar com a ferramenta!

RESUMO DA ÓPERA

Uma bela orquestra sinfônica bem liderada pela Kojima Productions. Um port sem erros técnicos e com vantagens claras e sensíveis em relação ao Playstation 4. Melhores gráficos, melhor iluminação, tecnologias embarcadas como DLSS 2.0, não necessidade de uma máquina absurdamente cara para desfrutar do jogo em qualidades altas e um collab muito interessante com os jogos da Vale.

Death Stranding de PC mostra para outras produtoras como portar um jogo para PC, ainda mais depois de algum tempo de lançamento. Conteúdos adicionais, polimento e inclusão do que os PC gamers mais gostam: altas resoluções e taxas de atualização de monitores nas alturas. Se você não jogou Death Stranding e ficou curioso, essa é a hora! Pegue sua versão para PC! Se você já zerou no PS4 mas é fã de carteirinha do game, e tá com uma graninha sobrando, vale a pena desfrutar deste mundo louco do Kojima no seu PC!

CONFIGURAÇÃO UTILIZADA
Processador: Intel Core i9-9900K
Cooler: Corsair H110i
Placa mãe: Gigabyte Z390 M-Gaming
RAM: 2x8GB Patriot Viper Steel 3866MHz
Armazenamento: NVME Crucial 500P 500GB
Placa de Vídeo: Gainward RTX 2060 SUPER GS
Gabinete: NZXT H700

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo