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Análise: HARVESTELLA é o Final Fantasy Fazenda

Uma excelente mistura entre fazendinha feliz e RPG

E mais uma vez eu venho dizer que adoro o gênero RPG. Sério mesmo: adoro como a trama se desenvolve, os personagens evoluem, os sistemas do jogo e tudo mais. E no dia que anunciei que a Square Enix lançaria HARVESTELLA, confesso que fiquei particularmente interessado no jogo e claro, em fazer sua análise, a qual trago aqui.

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de HARVESTELLA, gentilmente cedida pela produtora Square Enix, para a versão de PC, via Steam.

Sobre HARVESTELLA

A princípio, HARVESTELLA é um Action RPG misturado com um gerenciamento de fazenda, ao melhor estilo Stardew Valley. Antes de mais nada, o jogo traz muitas coisas interessantes: entre eles a sua história, que consegue ser profunda e interessante ao mesmo tempo.

Contudo, como um bom jogo da Square Enix, o herói é a única pessoa que tem o poder de salvar o mundo da ameaça iminente. Nesse ínterim, precisa trabalhar na sua fazenda, pois dinheiro não dá em árvores e monstros (não aqui pelo menos). Posteriormente falarei mais sobre estes ítens.

Porém, e infelizmente, o jogo não conta com legenda em PT-BR. Para um RPG deste tamanho, com muita história, diálogo entre os personagens, tutoriais em texto para quase toda habilidade ou recurso novo que aparecer, receitas, cartas que recebe, entre tantas e tantas mensagens de texto, não localizar para os brasileiros, afastará muitos jogadores das nossas terras.

Uma história digna da Square Enix

Antes de mais nada, reitero nesta análise que a ausência das legendas em PT-BR minimiza a experiência de HARVESTELLA. Confesso que eu não tive grandes dificuldades de entendimento, porém não é porque eu não sofri com o problema que ele deixa de existir. Deixando o alerta acima, também o tranquilizo, pois não darei spoilers desnecessários.

A princípio, o jogador está caído no chão de uma cidade desconhecida, onde é acordado por uma pessoa desconhecida. Após acordar, a garota pede para se levantar e a seguir. Nesta parte, temos um leve tutorial dos comandos básicos do jogo. Ao reencontrar a garota que te cura, ela fala que você é a única pessoa que pode salvar o mundo (e a ela também). Andando mais um pouco e aprendendo mais sobre as mecânicas, o jogador chega a uma espécie de desfiladeiro e cai mais uma vez.

Ao acordar, o jogador é curado por uma doutora que pergunta ao herói quem ele é, o que está fazendo ali, entre outras perguntas e o jogador apenas fala que não sabe de nada: só apareceu ali e pronto. Por algum motivo aparente roteiro, a doutora então te fala que você precisará de um trabalho e um local para morar, dando-lhe uma fazenda para você cuidar.

Após aprender como se trabalha em uma fazenda, a doutora pede para você a visitar na cidade de Lethe. A partir daí, a história vai se desenvolvendo imensamente. Em uma live que fiz do jogo, foi praticamente 01:30 hs só de história introdutória e, se eu escrever tudo aqui, vai parecer um roteiro de filme. Contudo, se quiser ver esta introdução toda, o vídeo abaixo tem a gameplay que fiz:

Resumo rápido para quem tem pressa

O herói é o único que pode salvar o mundo, que aparentemente está assolado por um mal desconhecido. Porém, antes de salvar o mundo, o herói precisa trabalhar em sua fazenda, pois além de salvar o mundo deste mal desconhecido, precisa salvar as pessoas de morrerem sem comida. E, nos seus momentos de folga, aventura-se em um mundo repleto de desafios e oportunidades de trabalhos avulsos (também chamado de side quests).

Será que o nosso protagonista tem o que é realmente necessário para salvar o mundo deste mal desconhecido e ainda trabalhar em sua fazenda? Só jogando para saber…

Um jogo de encher os olhos

Em primeiro lugar, acho que a parte gráfica de um jogo é um elemento quase secundário. Isso considerando que temos um grande fator de diversão, o que torna os gráficos secundários. Contudo, fico feliz de dizer nesta análise que HARVESTELLA é, de longe, um dos games mais bonitos que eu já joguei.

Ele é bem colorido, e todos os objetos presentes têm o seu devido destaque, mesmo que discretamente. Você conseguirá distinguir absolutamente TUDO na cena, sem nem precisar buscar muito. Claro que tem alguns segredos aqui e ali, mas nada que uma boa busca no cenário não resolva.

Navegar no mapa é algo incrivelmente prazeroso e belo. A visão macro do cenário é surreal e você consegue distinguir cada local do mapa só de olhar. A única coisa que fica estranha é que o jogador fica “gigante” na escala do mapa, sendo que em alguns momentos parece que o jogador é maior que as casas e árvores.

Por fim, o estilo característico dos personagens e NPCs é maravilhoso. Ao melhor estilo anime/Final Fantasy, HARVESTELLA traz as características mais profundas dos jogos da Square Enix. A sensação que eu tive é que eu estava jogando um misto de Final Fantasy Tactics, com Valkryrie Profile 2: Sillmeria, com um belo toque de modernidade dos jogos da Bandai Namco.

Simples no que deveria ser

Antes de mais nada, quero parabenizar o pessoal da Square Enix. O controle do jogo é extremamente simplificado, sem qualquer dificuldade para aprender a usar (exceto o tutorial que não tem em PT-BR), sem mecânicas complexas, sem enrolações: Se quer plantar, selecione a ferramenta e aperte um botão. Se quiser regar, selecione a ferramenta e aperte um botão. Quer atacar? Aperte o botão de ataque fraco ou forte. Se quiser colher, aproxime da horta e pressione um botão. Vai pescar? Só lançar a vara de pescar em um ponto de pesca e apertar o botão de ação quando a água ficar agitada.

Além disso, a simplicidade é aplicada em tudo que precise de um input. Até mesmo para trocar de job você só precisa apertar um botão e selecionar entre 3 opções previamente escolhidas. Mas não pense que job aqui é representado como um trabalho: aqui, o job está mais voltado para “classe” do personagem.

Não precisa se preocupar em correr atrás de liberar cada job: a progressão natural liberará todos. E também nem é difícil upar os jobs: é só batalhar com o devido job escolhido e pronto.

Sinceramente, eu adoro essa pegada: quanto mais simples e ágil a gameplay, mais é agradável aos jogadores.

Complexo onde não deveria ser

De outro modo, tem uma coisa que não me agradou em nada: você só ganha experiência e grilla (a moeda deste mundo) quando vai dormir. A experiência é bem semelhante ao Final Fantasy XV e isso também não me agradava por lá. Claro que dá para imaginar a lógica que pensaram, porém isso é desagradável demais, pois como você precisa expandir a sua fazenda, sempre tem a necessidade de esperar um dia inteiro passar, para ver se consegue grilla suficiente. Se não tiver, lá vai mais um dia de colheita, venda…

Até existe uma alternativa para isso: fazer side quests. Porém, as mesmas são bem longas e não é possível fazer uma inteira antes de um dia acabar.

Aqui também temos o ciclo de dia e de noite. Ficou bem interessante como o ciclo de dia/noite vai desenrolando, porém se você estiver em uma dungeon, e der hora de dormir, o jogador terá penalidades para continuar. Por sorte, o item de retorno traz o jogador direto para a casa, contudo, se não achar um checkpoint na dungeon antes de ir para a casa, terá que fazer todo o caminho de novo.

Sistema que não deveria ter

O herói tem um sistema de estamina, que é o limite de ações que pode fazer. Porém, esta estamina não recupera com o tempo e só desgasta com o decorrer do dia. Para encher a sua estamina o personagem tem que comer, e encher o “medidor de estômago”. E se você não tiver nada de estamina, você não é capaz de fazer nada, incluindo pegar itens, atacar, correr, cuidar da fazenda. A única coisa que pode fazer ao acabar a estamina é voltar para a casa, ou comer algo.

Infelizmente, este sistema não ficou legal. Você pode passar o dia todo sem comer nada ou se você não for preparado para uma dungeon, pode ficar sem estamina e nem mesmo farmar nas dungeons. Por outro lado, as comidas que você faz enche muito o “medidor de estômago”, além de recuperar pontos de vida. E, dependendo do que enfrentar na dungeon, você pode ficar com o “medidor de estômago” em 100% e finalizar o dia, perdendo este medidor para o próximo dia.

Tentei ao máximo, no vídeo abaixo, mostrar tudo o que citei acima. Vejam:

Conclusão final

E chegando ao fim desta análise, HARVESTELLA é um jogo onde proporciona uma mistura de dois gêneros. Tem a parte de “fazendinha”, porém tem uma exploração fácil e agradável. E o controle é de forma bem simples, que agradará a todos. Mas não espere um passeio no parque. Aqui você terá que gerenciar a sua fazenda enquanto arruma tempo para salvar o mundo (e ajudar as pessoas no caminho). Aprenda a equilibrar bem as duas partes e você será feliz.

Por fim, não criei um tópico específico para sons e efeitos sonoros. O motivo é bem simples: esta parte do jogo está no nível suficiente. Ele não possui músicas que sejam memoráveis e os efeitos sonoros são bons. Nada além disso. Todavia, os fãs da Square Enix, se sentirão agraciados, pois as músicas remetem aos jogos da empresa. E a dublagem também está impecável.

HARVESTELLA já está disponível para PC, via Steam e Nintendo Switch.

Essa análise de HARVESTELLA segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

HARVESTELLA

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 8

8.8

Ótimo

HARVESTELLA tem uma proposta de unir dois tipos de gameplay distintas. De forma bem simplificada, o jogo traz de forma bem simples diversão em ambos os estilos. Pena que trouxe algumas complicações que poderiam ser evitadas. Mas não deixe se afastar dele por causa de algumas complexidades que possui, pois não são muitas e o jogo é realmente muito bom.

User Rating: 5 ( 1 votes)

Eder DZR13

Um rapaz descontraído, engraçado, esperto e dinâmico. Esse cara não sou eu, mas eu amo jogar e viver no mundo gamer. Ainda procurando os dias de glórias porque de tanta luta, eu acho que serei a próxima DLC de Street Fighter. Detentor da 5ª Esmeralda do Caos e 3 vezes campeão da liga de Brawlhalla do condomínio. E ontem eu acertei a tela branca do Akuma.

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