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Análise: Road 96: Mile 0 traz uma narrativa envolvente e dinâmica

Servindo como uma introdução para o jogo anterior, o game apresenta o passado da protagonista Zoe

Uma nação comandada por um líder extremista e com uma enorme desigualdade social, onde pobres vivem em medo e insegurança. Este é o mundo colocado em análise por Road 96: Mile 0, algo surreal mas também estranhamente atual. Ambientando-se nos anos 80, o jogo propõe apresentar uma perspectiva adolescente de dois mundos totalmente opostos para envolver os jogadores no roteiro linear, mas com elementos de escolhas.

Apesar de servir como uma explicação dos eventos que antecedem Road 96, Mile 0 traz uma virada que se distancia do jogo original, com elementos de jogos de ritmo, uma narrativa menos livre e mais centrada neste universo ao qual a protagonista está completamente imersa.

Essa análise de Road 96: Mile 0 foi feita graças a um código de PC cedido pela desenvolvedora. Road 96: Mile 0 está disponível para Playstation 4 e 5, Xbox One e Series, Nintendo Switch e PC (via Steam), com todos os textos localizados em Português do Brasil.

Abra os olhos

Com a proposta de trazer uma narrativa adolescente em um país desigual chamado Petria, os jogadores são imersos nas vidas de Zoe e Kaito. Os dois adolescentes vêm de duas classes sociais totalmente opostas, com Kaito e sua família pertencendo à classe trabalhadora e que vivem em cubículos nas grandes cidades. Zoe, por sua vez, mora nos bairros nobres, repletos de mansões com piscinas e segurança de primeiro nível.

Em meio a isso, os dois adolescentes criaram uma amizade e imaginam como seria sua vida fora daquele país, explorando o mundo sem quaisquer amarras da sociedade. E nesse contexto, os jogadores são apresentados aos diversos atos de Road 96: Mile 0. Separado em várias áreas, o game progride por meio de mini narrativas que acercam estes ambientes.

Após toda a introdução dos dois protagonistas em sua “Base secreta”, somos concedidos a escolha de qual das três rotas seguir, podendo explorar mais da cidade, do bairro nobre ou da praça de atividades. Cada uma dessas áreas contém diversos personagens que interagem com o jogador, e é possível realizar ações que definem a tendência de pensamento seguido pelo protagonista.

Suas ações terão consequências

Um dos grandes destaques do game se dá pela possibilidade de selecionar entre duas linhas de pensamento para diversos diálogos e ações do game. Zoe, por exemplo, possui uma certeza quase absoluta da realidade apresentada pela sua família, e pelo universo em que está inserida. Com pensamentos conservadores e alinhados ao governo ditatorial, a mesma não questiona seu estilo de vida e o mundo que não chega aos seus olhos. No entanto, durante a aventura, é possível realizar ações mais revolucionárias que a fazem questionar sua realidade.

Kaito também é um personagem jogável e, assim como Zoe, possui certos pensamentos revolucionários e que buscam destronar o comandante do país. Porém, como todas as ações possuem reações de mesmo nível, certos pensamentos podem se tornar tão perigosos quanto sua contraparte, se levados ao extremo.

Em diversos momentos do jogo me encontrei tendo que tomar decisões com uma pulga atrás da orelha sobre o que poderia ter acontecido se minhas escolhas fossem diferentes. Isto é um ponto bastante positivo para esta proposta, ainda mais por instigar a rejogar diversos trechos a fim de experienciá-los ao potencial máximo.

O belo em meio ao caos

Em meio aos diálogos e todos os aspectos mais sérios da narrativa, Zoe e Kaito também realizam diversas atividades que providenciam uma quebra na jogabilidade. Cada ato conta com uma atividade mais complexa, como entregar jornais à população, construir uma rampa e até realizar seu próprio desenho em grafite. Estes elementos adicionam uma variação a mais no fluxo do jogo e tornam a experiência ainda mais leve. Considerando que os personagens são adolescentes, é divertido quebrar a mesmice com minijogos que fogem totalmente da narrativa principal.

Fora isto, cada um dos atos conta com uma representação musical dos sentimentos dos personagens. Por meio de seções rítmicas, os jogadores devem controlar os personagens em fases ao estilo Temple Run onde os personagens avançam automaticamente para a frente, e é necessário desviar dos obstáculos e coletar a maior quantidade de pontos possível. Ainda, em diversas fases é possível selecionar entre caminhos que se dividem. Desta maneira, o elemento de escolha não se apresenta apenas na história principal, mas também nos problemas internos com os quais os personagens devem lidar.

Ao final de cada seção rítmica, o jogo concede uma nota calculada com base na quantidade de pontos, número de notas coletadas em combo e quantidade de derrotas. Isto agrega um elemento replay ao game que, somado à trilha sonora bastante envolvente, adicionam ainda mais valor ao produto final. Vale ressaltar que os cenários destas seções são bastante fantasiosos e alguns também contam com filtros que aprimoram ainda mais a experiência.

Análise Road 96: Mile 0

O que achamos de Road 96: Mile 0

Apresentando uma narrativa bastante introspectiva que nos faz questionar nossas ações, o jogo traz uma experiência concisa em suas 4 a 5 horas de duração. Apesar de curto, o game traz uma diversidade de diferentes atividades que nos fazem entrar de cabeça no mundo vivido por Zoe e Kaito. A amizade dos dois é cativante e os mistérios acerca do passado e futuro dos dois fazem os jogadores se interessarem ainda mais pela história.

Em meio a isso tudo, temos diversos personagens emblemáticos que, apesar da narrativa não se aprofundar tanto nos mesmos, é fácil notar que os mesmos progridem e que o mundo é vivo. A dublagem conta com bastante emoção e os diálogos são interessantes e nos mantém atentos para descobrir mais sobre o país fictício.

Um grande porém encontra-se na duração do game, que não é tão extenso quanto o jogo lançado anteriormente (entre 7 e 8 horas). No entanto, aspectos como as fases musicais e certas segmentações da história devem garantir uma vida útil maior para a experiência. Vale ressaltar que o game também conta com todos os textos localizados em Português do Brasil, tornando-o ainda mais acessível aos jogadores brasileiros.

Análise Road 96: Mile 0

A análise de Road 96: Mile 0 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Road 96: Mile 0

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 8

7.7

Bom

Road 96: Mile 0 traz uma experiência introspectiva e que coloca os jogadores para viver mundos distantes de dois adolescentes em um pequeno país fictício. A experiência é bastante dinâmica, mas razoavelmente curta.

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Nicolas Togashi

Graduado em desenvolvimento de jogos e aficionado por essa mídia, perde mais tempo jogando do que efetivamente utilizando a graduação para alguma coisa. Ama RPGs, e se esforça para ser um bom aliado nos jogos online.

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