ANÁLISESNINTENDOREVIEWSSWITCH

Análise: Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp é um remake pé no chão

Remake melhor aos jogos clássicos, mas não traz novidades

Advance Wars e Advance Wars 2, foram lançados originalmente em 2001 e 2003 respectivamente para o saudoso Game Boy Advance. Praticamente 20 anos após esses lançamentos, a Nintendo resolveu reviver a franquia com o remake de ambos os jogos, sob a alcunha de Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp, no Nintendo Switch onde falaremos deles nesta análise.

Portanto confira aqui como era o jogo no passado e como ele chegou em seu remake no Nintendo Switch.

A análise de Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp foi possível graças a um código cedido pela Nintendo. O jogo já está disponível exclusivamente para Nintendo Switch e não conta com legendas em PT-BR.

Salve o mundo duas vezes

Em Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp nós temos um jogo baseado em turnos, onde o jogador deve mover suas unidades pelo mapa e atacar as unidades inimigas ou capturar propriedades como cidades, bases e aeroportos.

Aqui temos um mundo fictício onde temos quatro grandes nações que são Orange Star, Blue Moon, Green Earth e Yellow Comet. Na primeira campanha, o jogador deve defender Orange Star de uma invasão de Blue Moon, que parece estar sendo manipulada por uma força misteriosa. Já, na segunda campanha, o jogador deve se aliar aos outros países para enfrentar uma nova ameaça chamada Black Hole Army, que invade vários países do continente com armas e tecnologias avançadas.

De forma geral temos uma história completamente focada nos embates em questão onde os personagens, diálogos e situações funcionam como motivação para as inúmeras batalhas e não tendo um grande impacto em si.

Porém, uma das melhorias que o Remake trouxe é nessa questão de imersão. Todos os golpes especiais dos comandantes ganharam uma remodelagem em uma animação 2D em alta qualidade trazendo mais credibilidade aos personagens. Adicionalmente, os personagens e diversas situações estão semi dublados onde alguns barulhos, palavras e frases de impacto estão presentes.

Isso está longe de ser uma revolução, mas ajuda a te inserir nas batalhas assim como gostar mais dos personagens. E antes de fechar essa parte, o jogo também tem uma animação de entrada inédita que é muito linda. Um detalhe que vale ser ressaltado.

Gamepaly sólido e complexo

Felizmente para Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp, a franquia nunca foi conhecida por sua história, mas sim por seu gameplay extremamente estratégico o qual faremos sua análise agora.

De forma bem resumida ambos os games seguem a mesma lógica com praticamente nenhuma diferença entre um e outro. Ao começar uma batalha, você terá uma série de unidades disponíveis como tanques, helicópteros, barcos, soldados e muito mais. E cada tipo de unidade terá suas variações como soldados normais ou soldados de com bazucas. Outro exemplo são os tanques que podem ser de leves a pesados.

E claro, essas unidades funcionam no esquema pedra papel e tesoura, ou seja, certas unidades têm forças e fraquezas contra outras. Por exemplo, uma artilharia é super eficiente contra tanques a distância, mas a curta distância essa artilharia é completamente ineficiente contra outras unidades.

E as estratégias não param por aí. Além dessa luta de forças, cada unidade tem uma movimentação específica onde unidades mais pesadas se locomovem menos e unidades mais leves têm um maior deslocamento. Assim como, de maneira óbvia, os navios só podem navegar na água e os helicópteros têm vasta mobilidade pelo céu. E cada uma dessas unidades tem uma limitação de combustível e munição que pode ser reposta ao longo das batalhas.

Adicionalmente cada terreno é único onde contará com seus muitos desafios e possibilidades que irão afetar a visibilidade, caso o cenário tenha fog of war, poderemos dominar uma ponte para controlar o terreno, será possível se esconder, passar por montanhas e mais. E cada um desses terrenos tem um tipo de vantagem que no geral será revertido na defesa de suas unidades. Por exemplo, unidades que estiverem na montanha ou em uma cidade, terão mais defesa do que unidades que estão em campo aberto ou então em uma floresta. E vale pontuar que quem ataca primeiro tem vantagem no combate.

Ou seja, temos aqui um gigantesco jogo de xadrez que é literalmente feito em um tabuleiro cada vez com unidades e um terreno diferente. As variáveis são inúmeras incluindo poder juntar unidades para recuperar vida, tomar construções e mais. E para dar o xeque mate é necessário ou destruir todas as unidades inimigas ou capturar o HQ inimigo.

E por fim, e longe de ser menos importante, existem diversos comandantes disponíveis onde cada um, após alguns turnos, poderá usar um poder especial que irá influenciar o terreno ou então as unidades em campo.

Modos de jogo

Além do modo campanha dos dois jogos, que leva cerca de 18 horas para finalizar, ele conta com alguns modos que expandem as possibilidades. São eles:

  • Versus Mode: até quatro jogadores podem se enfrentar em dezenas de mapas por meio de um único console ou modo de comunicação local. Cada jogador pode escolher um Comandante de qualquer campanha e usar habilidades estrategicamente para virar o jogo.
  • War Room: aprimore suas habilidades contra um oponente controlado por IA e situações que irão te desafiar.
  • Design Room: crie seus próprios mapas personalizados e compartilhe-os online ou por meio de uma conexão sem fio local.

Esses são modos que não mudam o jogo em si, mas expandem as possibilidades onde o céu e sua imaginação será o limite. Situações inesperadas e novos desafios poderão ser jogados a bel prazer.

Um outro “modo” é a Hachi ‘s Shop onde você poderá gastar o dinheiro ganho na campanha em uma espécie de museu com novos mapas a serem usados, novas músicas para ouvir e mais.

É interessante dizer que embora estejamos falando de dois jogos com uma diferença de 2 anos entre si, eles não tem uma diferença tão grande. De forma resumida, o segundo jogo conta com pouquíssimas unidades a mais (Neotanks, os Megatanks e os Piperunners) e novos comandantes que além de seu poder normal, como vemos no primeiro jogo, eles também possuem um superpoder.

Logicamente, nele vemos novos cenários e novas variáveis, o que acaba sendo uma versão mais robusta e estratégica do que o primeiro jogo.

Novidades de Advance Wars 1 + 2 – análise

Agora, nesta análise, até neste momento, basicamente eu falei dos jogos originais que foram lançados à 20 anos atrás, mas o que tem de novo em Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp?

Sendo muito sincero, a desenvolvedora Wayforward não ousou em nada. Ele resolveu fazer uma releitura fiel dos jogos que foram adaptados aos dias de hoje.

A grande mudança no jogo é claramente sua parte visual. Os gráficos pixelados que preenchiam a pequena tela do GBA, deu espaço para gráficos 3D em Full HD rodando nos idolatrados 60 FPS. Aqui eu achei que ele cumpriu muito bem seu papel embora perca um pouco do charme da arte original que tinha no GBA.

Por outro lado, essa melhoria em 3D assim como a resolução em Full HD ajudou a ter uma melhor visão do campo de batalha, assim como ajuda na locomoção. É possível aproximar e se afastar do mapa ajudando muito na questão estratégica.

Uma outra melhoria extremamente bem-vinda é a possibilidade de acelerar as ações básicas em cada missão como deslocamento, tomada de prédios e na batalha. Poder acelerar essas animações repetitivas é algo extremamente bem vindo.

E por fim, temos a internet. Simplesmente todo o conteúdo que antigamente ficava restrito ao seu GBA e de um amigo que tinha também um GBA ao seu lado, agora se expandiu para o mundo. Você poderá jogar online, baixar novos mapas, compartilhar seus mapas e até 4 pessoas jogarem ao mesmo tempo. Isso aumenta e muito o fator replay do jogo.

Por fim, existe um toque legal dado ao escolher a campanha do segundo jogo sem ter finalizado a primeira onde existe uma mensagem perguntando se tem certeza que quer começar, pois pode levar spoilers.

Conclusão da análise de Advance Wars 1 + 2

Finalizando essa análise Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp eu posso dizer que fiquei extremamente satisfeito com o que vi. De um lado fui levado pela nostalgia de reviver batalhas e situações interessantes e desafiadoras. De outro, vi que a transição para o 3D foi bem vinda e ainda me senti desafiado pelo game.

Mas é impossível não tirar o sentimento de que faltou algo a mais, pois embora estejamos falando de um Remake, temos uma experiência voltada mais para um Remaster. E não me entendam mal, o jogo vale tanto para quem o jogou a 20 anos atrás ou para quem gosta do estilo, mas nunca jogou a franquia.

Mas eu esperava algum novo modo ou alguma grande novidade que simplesmente não existe nesse Remake mostrando que a desenvolvedora Wayforward jogou no seguro ao invés de tentar ousar.

E claro que eles poderiam ter tentado ousar e poderiam ter estragado alguma mecânica base. Portanto, fica aqui apenas um desejo por algo novo, que quem sabe, pode vir em um novo jogo da série no futuro!

A análise de Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Um Remake pé no chão

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8

8.4

Ótimo

Advance Wars 1 + 2 Re-boot Camp é um remake sólido ods jogos lançados a 20 anos atrás que atualiza bem as versões e irá encantar os saudosisitas e marinheiros de primeira viaem. Porém, não espere nenhuma grande novidade, pois não houve nenhum tipo de ousadia neste Remake.

User Rating: Be the first one !

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo