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Análise: Assassin’s Creed Mirage supera expectativas e entrega nostalgia

Senti a mesma sensação de estar jogando Assassin's Creed Brotherhood no PS3

Desde Assassin’s Creed III tivemos uma considerável mudança na franquia, onde o mapa ficava maior e com alguma inovação a cada jogo lançado. Com o passar do tempo, os jogos foram adotando mais mecânicas de RPG até que em Origins, AC abraçou de vez o estilo de RPG e se manteve assim até Valhalla. O qual foi o último título da atual trilogia. Nesta análise vamos falar sobre Assassin’s Creed Mirage que promete resgatar tudo que foi perdido com o tempo e trazer uma experiência clássica de Assassin’s Creed.

Apesar de ser uma promessa consideravelmente simples, ainda pode se dizer bastante ambiciosa, pois o estilo atual do game é totalmente diferente do que já foi no passado. Prontos para saber se a Ubisoft conseguiu tal façanha ao entregar o passado de Basim? Continue lendo a nossa análise.

Essa análise de Assassin’s Creed Mirage foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Ubisoft. O jogo se encontra com dublagem e legenda em pt-br.

Descubra o futuro ao visitar o passado

Assassin’s Creed Valhala terminou seu último DLC com Basim deixando uma amostra de seu DNA no Nexus. Este foi um “presente” para William Miles – pai de Desmond Miles – poder descobrir algo relevante sobre o seu passado e que possivelmente traria algo importante para o Credo dos Assassinos.

Logo de começo temos uma narração de William sobre quem foi Basim e a importância de seu DNA. E assim a história inicia, mostrando um pesadelo do protagonista em que um djinn está o perseguindo num ambiente escuro.

Despertando com medo do que via em seus sonhos, Basim se mostra bastante aflito, mas sua amiga Nehal o conforta indicando que aquilo não era real. Assim a história segue mostrando mais da vida do jovem Basim em Bagdá juntamente da sua ligação com os Ocultos, uma vez que ele fazia alguns trabalhos simplórios para o Credo.

Ele sempre desejou fazer parte dos Ocultos, porém, o seu pedido era negado constantemente. Contudo, após uma tragédia que colocou sua vida em risco, Roshan, uma das responsáveis pelo Credo, levou-o para se tornar um novo membro do Credo.

Anos após isso, Basim terá que retornar para Bagdá, pois a região foi controlada pela Ordem, uma organização secreta que manipula pessoas politicamente poderosas para poder controlar regiões. Agora como um Oculto, o protagonista tem uma missão em sua terra natal.

Análise Assassin's Creed Mirage

Assassin’s Creed Mirage tem uma ótima narrativa

Apesar de seu começo extremamente morno, juntamente de decisões de roteiro um tanto duvidosas, aqui temos uma ótima narrativa que consegue entregar reviravoltas e um desenvolver sólido para o protagonista.

Além disso, os personagens secundários como Roshan, a mentora de Basim, são ótimas composições para a história. Inclusive, ver como os Ocultos agiam nesta época lembra bastante o que vimos no primeiro Assassin’s Creed, onde eles já haviam adotado a alcunha de assassinos.

Apesar de termos aqui uma ótima história como um todo, senti falta de um “pós crédito” referente aos dias do presente. Senti esta falta uma vez que a história deste jogo acontece exatamente por causa dos acontecimento no período atual.

Análise Assassin's Creed Mirage

Mil e uma noites em Bagdá

O mapa principal de Assassin’s Creed Mirage é a cidade de Bagdá durante o século IX que traz vagas lembranças do que vimos em Jerusalém do primeiro jogo da franquia. Seja por causa das regiões desérticas que estão próximas da cidade ou devido à algumas construções.

É inevitável notar que o mapa geral do jogo é consideravelmente menor do que os três últimos, uma vez que ele abrange apenas uma cidade. No entanto, mesmo assim consegue abranger certa diversidade em seus cenários como desertos, oásis, zonas mais ricas, outras mais pobres e assim por diante.

Apesar de ser apenas uma cidade, temos um número considerável de eventos para realizar durante a campanha principal. Como de praxe há baús de equipamentos, enigmas que revelaram localizações de tesouros escondidos e missões secundárias que desta vez estão com nome de “contos de Bagdá”.

Além dos eventos citados acima, também há inéditos como encontrar livros raros, roubar artefatos e também contratos que servem como um tipo de missão secundária. Esses contratos estão no mural da base dos Ocultos e variam entre assassinar alguém, roubar algum item, resgatar uma vítima ou descobrir segredos ao perseguir alguém.

A cidade é bastante viva, onde temos diversas pessoas transitando por ela. Porém, sua beleza às vezes pode ser ofuscada por algum bug que aparece durante o tamanho. Seja algum NPC agindo de forma inesperada ou você ficando preso no cenário. Porém, a versão jogada foi antes da primeira atualização do jogo e essas questões podem ser consertadas após o lançamento oficial.

O jogo voltou às origens

Sim! Assassin’s Creed Mirage realmente retorna às origens, fazendo com que você seja entregue a um jogo que lembra bem mais a consagrada trilogia do Ezio do que aos outros, que vieram após o Revelations.

Primeiramente temos a remoção da maioria das mecânicas de RPG como nível, loot de equipamentos e afins. Basim tem equipamentos como vestes e armas. Contudo, aqui temos os trajes completos e as armas são adquiridas por meio de baús. E com isso não temos aquela quantidade enorme de drops como vimos em Origins e Odyssey. Além disso, todos os equipamentos têm seus efeitos próprios que auxiliam na construção de uma build bem distinta.

Falando em nível, por mais que não tenhamos o famigerado “level up” no jogo, ainda assim é possível evoluir o protagonista. Cada missão concluída te dá pontos que podem ser trocados por habilidades para Basim. As habilidades, por sua vez, são divididas entre três tipos distintos onde o primeiro se baseia em habilidades letais, o segundo envolve seus apetrechos e, por fim, o último está ligado a Enkidu e stealth.

Análise Assassin's Creed Mirage

Quem é Enkidu?

Algo que se manteve no jogo é a utilização de uma ave para termos uma visão panorâmica do que está à nossa frente. Assim podemos marcar os inimigos e objetivos. Desta vez, somos acompanhados por uma águia chamada Enkidu e, da mesma forma que as outras, ela possui uma forte ligação com o seu mestre.

Inicialmente a movimentação dela parece ser bem inferior ao corvo de Eivor em Valhala, mas com a liberação de suas evoluções pela árvore de habilidade, temos um alcance e detecção bem mais refinado do que vimos em outros jogos.

Basim é extremamente letal

Algo que retornou à franquia com a vinda de Assassin’s Creed Mirage foram os apetrechos de assassino. Basim tem um arsenal extremamente interessante ao seu dispor que vai de facas, dardos com sonífero, armadilha de gás, bomba de ruído para chamar atenção de inimigos e bomba de fumaça para abates mais arriscados.

Sem dúvidas esse é o principal ponto alto do jogo, pois é possível combinar a utilização delas, permitindo que você elabore diversas estratégias ou consiga se livrar de situações arriscadas. Além disso, é possível evoluir cada apetrecho até três vezes e, em cada nível, selecionar uma evolução. Sendo assim, você escolhe as opções que mais fazem sentido com o seu estilo jogo, onde um apetrecho pode ficar letal ou apenas útil, mas sem função de causar dano.

Ainda falando sobre a letalidade de Basim, o jogo deixou aquele estilo de combate que vimos nos jogos atuais, porém, ele infelizmente não retornou para o estilo coreografado que conhecemos desde o começo da franquia.

Agora o combate é baseado no R1 para executar o golpe normal e também o golpe forte quando for pressionado. Com quadrado, você consegue executar esquivas e isso é essencial para desviar dos golpes carregados dos seus inimigos, porém, os golpes fracos podem ser aparados com L1, dando oportunidade de você executar um counter que vai eliminá-los de imediato.

Por mais que o combate não esteja perto de ser o clássico e tampouco traga tanto desafio quanto aquele mostrado em Valhala, ainda assim ele é bastante intuitivo e funcional. Infelizmente o timing da aparagem é um pouco estranho, mas não é difícil de pegar o tempo certo com alguns minutos de prática.

Análise Assassin's Creed Mirage

Gráficos, desempenho e áudio

Assassin’s Creed Mirage tem belos gráficos em seu cenário, onde podemos fazer o costumeiro turismo virtual em pleno Século IX. As paisagens são belas, principalmente aquelas que trazem vegetação ou flamingos voando pelos céus.

Contudo, diferente dos cenários, a modelagem dos personagens deixa a desejar. Podemos até mesmo brincar dizendo que eles trouxeram a nostalgia gráfica dos primeiros jogos.

A primeira hora de jogo é onde notamos nitidamente essa queda visual, pois somos entregue a um Basim com poucos detalhes e texturas consideravelmente pobres. Após o protagonista entrar para os Ocultos o gráfico melhora consideravelmente. Porém, ainda não está perto dos outros últimos jogos da franquia.

Em diversos momentos os personagens parecem estar com os olhos esbugalhados. Isto dá uma sensação que os gráficos da cabeça não combinam com o corpo ou simplesmente ficam faltando inúmeros detalhes. Além de um desfoque notável em volta do cabelo, ocultando maiores detalhes.

Os 60 frames existem, mas…

Falando em desempenho, durante a maior parte do jogo foi possível usufruir dos 60 FPS cravados, apesar de algumas quedas em situações aleatórias. Porém, mesmo assim, temos uma jogabilidade pesada para Basim fazendo com que tenhamos a impressão que o jogo não está rodando em 60 quadros. Outro ponto é que esse peso no personagem dá uma certa canseira na mão, por ficar pressionando constantemente o R3 para correr. Mas a velocidade parece ser bem inferior à de Eivor, o protagonista do último jogo.

Um motivo disto pode ser o fato de Bagdá não ser grande e o personagem sendo muito rápido traria ainda mais à tona o tamanho do real mapa.

Outro aspecto ruim no desempenho do jogo é quando precisamos espionar uma conversa. Aqui temos momentos em que o diálogo é repetido frase por frase até que finalmente se dê como concluído.

Falando sobre o áudio, não tenho nada a reclamar em relação à trilha sonora, pois ela se mantém primorosa. Infelizmente a dublagem tem alguns problemas como às vezes faltar entonação que faz sentido com a cena em questão e uma leve dessincronização com o movimento dos lábios.

Assassin’s Creed Mirage é um jogo AA, não tendo o mesmo investimento que a trilogia passada e podemos notar isso em seu preço. Porém, há alguns detalhes que realmente parecem uma falta de refino ao invés do investimento reduzido.

Conclusão da Análise de Assassin’s Creed Mirage

Finalmente chegando ao fim da análise de Assassin’s Creed Mirage, preciso dizer que apesar das críticas relacionadas ao desempenho, gráficos e demais aspectos negativos… Este não é um jogo ruim, mas muito pelo contrário. Assassin’s Creed Mirage é um ótimo jogo, mas que infelizmente traz diversos pecados.

A sua primeira hora dá a impressão que o jogo será uma jornada desastrosa. Mas logo depois somos surpreendidos por uma jogabilidade viciante e divertida acompanhada por uma narrativa sólida que aprofunda um dos personagens mais intrigantes do universo de Assassin’s Creed.

Análise Assassin's Creed Mirage

Essa análise de Assassin’s Creed Mirage segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Análise - Assassin's Creed Mirage

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 9

8

Ótimo

Assassin's Creed Mirage consegue trazer toda a nostalgia que vimos nos primeiros títulos da série, mas com renovações gratificantes. Apesar de possuir alguns defeitos, o jogo ainda se destaca em vários aspectos.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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