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Preview: Pacific Drive

Uma nova visão sobre um gênero tão batido

O Estúdio Ironwood traz como seu jogo de estréia Pacific Drive. Nele teremos uma visão interessante sobre as clássicas mecânicas de crafting e survival onde, de certa forma, existe uma inovação neste gênero tão batido. Então confira aqui nosso preview de Pacific Drive onde pude jogar suas primeiras horas e ver se vale a pena ou não ficar no hype para ele.

Pacific Drive tem data planejada de lançamento para 22 de fevereiro de 2024, estando disponível para PlayStation 5 e PC via Steam e Epic Games Store. E infelizmente, o jogo não conta com legendas em PT-BR.

Uma narrativa interessante

A história do jogo é um tanto inusitada. Não pela história em si, mas pela forma que é contada. Aqui você entrará na Zona de Exclusão Olímpica que se passa em Washington nos EUA. Embora nada tenha sido oficialmente revelado sobre este estranho local, todos sabem que acontecimentos inexplicáveis aconteceram por lá.

Após você ser misteriosamente puxado para dentro desta região, agora deverá sobreviver. Para tal existem pessoas que lhe guiarão, além de seu confiável carro que é dito ser um Behemoth.

Mas o que é um Behemoth? Bem, ele é uma entidade que se liga à pessoa e irão andar juntos como se um cuidasse do outro. No entanto, cuidado! Os Behemoths são conhecidos por ser uma entidade que traz uma certa obsessão às pessoas que são afetadas.

E esse cenário é muito interessante, pois você tem que ser obsessivo com as melhorias de seu carro. O famoso crafting.

Adicionalmente, o jogo conta com um rádio de comunicação onde três pessoas falarão com você constantemente. A primeira é a Oppy Turner que é a dona da garagem em que você fica e irá te guiar pela Zona de Exclusão e tentará garantir sua sobrevivência.

Do outro lado temos a dupla composta por Francis e Tobias. Eles são personagens efusivos que estão sempre dispostos a falar e compartilhar histórias e lendas sobre a zona de exclusão. O grande destaque aqui é que além da alta qualidade da dublagem, as personalidades dessas pessoas são bem diferentes entrando em choque por diversas vezes.

Pelo menos neste início de jogo, a narrativa e a forma em que é contada agradou muito.

Boa performance e gráficos agradáveis

Agora em seguida quero falar da parte mais técnica de Pacific Drive. Por ter jogado ele no PC, não encontrei nenhum tipo de bug relevante e também vi que sua performance é sólida. Eu possuo uma RTX 3070 e um processador Ryzen 5800X onde jogando em 2K, joguei a sólidos 60 fps colocando tudo no Ultra. Adicionalmente, ao ligar o DLSS em Qualidade eu ganhava facilmente 20 frames a mais.

Isso é uma boa notícia, pois mostra que o jogo já está bem perto de estar completamente polido e ser lançado e não deveremos ver nenhum tipo de atraso em seu lançamento ou bug severo.

Adicionalmente, isto leva a um outro ponto positivo que é seu gráfico. Em geral ele não tenta ser realista, mas é rico em detalhes. Ao longo de cada run iremos passar por pequenos vilarejos assim como florestas densas com muitos visuais deturpados. A Anomalia que toma conta do lugar consegue trazer surpresas e perigos que estão repletos de raios, ventanias e mais.

Mesmo tendo um cenário agitado, o desempenho de Pacific Drive continua sólido. Inclusive, existem momentos de chuva, tempestades, dia, noite e penumbra. Tudo é muito bem feito e faço meu destaque para a parte da noite. Aqui é necessário se utilizar de seus faróis para iluminar o caminho até no meio da exploração.

Mas a HUD de Pacific Drive…

Contudo, existe um grande ponto de crítica ao jogo. Eu achei seus menus e HUD confusa. Inclusive eu demorei mais de uma hora para passar de seu tutorial de 10 minutos, pois um detalhe crucial para meu avanço ficou “escondido” no menu. No caso, a ação para adicionar uma blueprint ficou tão bem camuflada com o menu que simplesmente não vi ela.

E isso se expande para os menus tanto de construção, como do carro e árvore de habilidade. Aqui a estética segue as TV’s de tubo que víamos na década de 90 e monitores mais pesados. Embora o visual de época acerta em cheio, você é obrigado a explorar cada opção de cada menu e se lembrar de seus caminhos, pois ele não é algo intuitivo.

E isso, adicionado a barreira de linguagem pode ser um grande problema para muitos. Por mais que alguém fale inglês, existem algumas coisas muito específicas que demoram um tempo extra para entender. Afinal estamos falando de mecânica e peças de carros que serão construídas.

Com o tempo eu entendi o jogo e isso deixou de ser um grande problema. Mas não tira o fato que as horas iniciais foram frustrantes.

Um ótimo survival

Por fim, tenho que falar da mecânica principal de Pacific Drive. Você servirá apenas como uma espécie de avatar para o carro, pois ele é a estrela do jogo.

Aqui o objetivo é fugir desta zona misteriosa repleta de anomalias. Para tal, você deverá fazer runs como se fosse um roguelite em cenários para conseguir materiais para fazer crafting e melhorar tanto seu carro como sua base.

Aqui você poderá tanto abrir caixas, mochilas, armários e mais, como poderá quebrar partes de carros, destruir rádios, computadores e mais. Cada um desses itens dará um material específico e você poderá explorar cada região até sua gasolina acabar.

No entanto, existem diversos desafios por cada mapa. Essas anomalias podem aparecer do nada e fazer você perder controle do carro. Ou então, é possível passar por uma área muito contaminada onde não conseguirá fazer o devido loot. Por fim, existem até surpresas que aparecem no chão para te atacar. Realmente cada mapa é uma caixinha de surpresa.

Mas isso não é tudo. Ao longo de cada fase será possível coletar núcleos de energia que servirão tanto para abrir um portal para sair da fase, como serve para fazer upgrades em sua base e itens que pode construir.

Contudo existe ainda um plot twist. Ao recuperar energia o suficiente e acionar o portal, tudo em sua volta se destruirá e começa uma espécie de corrida contra o tempo para chegar a saída. Aqui lembra muito o que vemos com o cenário de um Battle Royale diminuindo até um ponto. Mas aqui você escolhe este ponto central e o cenário se fechará muito rapidamente.

A segurança de sua garagem

E após chegar em segurança a sua garagem (ou ser pego pela tempestade de anomalia e ter seu carro sucateado), você pode fazer o famoso crafting. Aqui tudo que você pegou servirá como peças tanto para construir um novo pneu ou porta por exemplo. Ou então construir itens de reparo rápido como melhoria de vida, kit elétrico ou mecânico.

Adicionalmente, esse crafting se estende ao seu “arsenal” como arma de sucateamento, pé de cabra e mais. Tudo aqui ajuda a pegar ainda mais material pra você.

E por fim, ainda é possível investir na sua árvore de habilidade liberando novas construções. Por exemplo, é possível melhorar o tipo de pneu. Além de durar mais, ele terá mais grip para os tipos de solos diversos. O mesmo serve para a carenagem do seu carro, lembrando que é parte por parte. Se conseguir liberar uma porta de ferro, deverá fazer quatro portas e não apenas uma.

E bem, por aí vai. O sistema de risco e recompensa é muito bem feito e o crafting aponta ter muitas dezenas de opções. E isso tudo aliado a uma exploração que sempre apresenta um risco e personagens bem interessantes que acrescentaram bastante em sua experiência.

Agora apenas resta saber se o jogo se sustentará neste alto nível até o final. Contudo, fica o alerta para seus menus não tão amigáveis e a falta de legenda em PT-BR que pode afastar alguns jogadores.

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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