ANÁLISESNOTICIASPLAYSTATIONREVIEWS

Review: Final Fantasy VII Rebirth

Final Fantasy de Schrodinger

Depois de quatro anos do lançamento de Final Fantasy VII Remake, agora temos Rebirth, sua ambiciosa continuação que pretende expandir ainda mais o embate de Cloud e Sephiroth.

Portanto confira aqui em nosso review de Final Fantasy VII Rebirth os altos e baixos que esta bela obra traz. E aqui adianto que pode sim existir uma diferença de percepção entre um fã do jogo que conhece a obra original e alguém que está jogando pela primeira vez.

Contudo, tentarei ser o mais objetivo possível neste Review e apontar os méritos e problemas de Final Fantasy VII Rebirth.

Uma história expandida e aprofundada

A história de Final Fantasy VII Rebirth se passa após os eventos de Final Fantasy VII Remake. Ou seja, temos Cloud e seu grupo escapando de Midgard e indo para a cidade de Kalm onde ele conta sua missão com Sephiroth e como ele pirou na época. Tirando uma pequena seção de 10 minutos de jogo, aqui temos o que está disponível na demo.

Em seguida damos continuidade à história onde passamos por Junon e a posse de Rufus, monte Corel onde nos aprofundamos na história de Barret, juntamente com o famoso Gold Saucer. E em seguida seguimos por Gongaga, Cosmo Canyon, Nilbenhein, templo dos anciões e o fim do jogo. Que tem “aquele” momento abordarei posteriormente sem spoilers.

Ou seja, esse conteúdo basicamente completa o primeiro disco do jogo original lançado em 1997. E, de certa forma, temos aqui a mesma história com algumas mudanças. E eu quero fazer dois destaque super positivos.

O primeiro e mais óbvio é de como fantástico ver todo esse mundo em escala. Logo mesmo em Kalm, é muito legal ver o esmero da Square em trazer uma cidade ricamente detalhada e parecendo uma cidade real. O mesmo se aplica para Juno com suas construções metálicas e atinge seu auge no Cosmo Canyon e Gold Saucer. A quantidade de lugares a serem explorados e a complexidade desses ambientes é de cair o queixo.

Adicionalmente, o segundo destaque vai para a profundidade de diversos personagens e situações. É muito legal ver os inúmeros comentários que sua equipe faz ao longo da aventura, assim como diversos momentos e atividades que ocorrem ao longo da história. Em especial trago o destaque das maquinações de Rufus e dos membros da Shinra que elabora e aprofunda seus planos maléficos. Adicionalmente, há uma exploração no aspecto político e maior importância do embate histórico entre a Shinra e Wutai que me agradou demais.

Por fim trago um mix de sentimentos. Enquanto a entrada e participação de Yuffie é absurdamente bem feita e sua personalidade é ampliada de forma satisfatória, tanto Cid como Vincent ficam bem apagados no jogo. Claro que quem zerou o jogo original irá sentir muito mais neste ponto.

Gráficos impressionantes e áudio impecável

Um outro destaque neste review de Final Fantasy VII Rebirth vai para seu aspecto técnico. A escala que eu mencionei das cidades é abraçada por uma quantidade quase infinita de detalhes. Cada uma das regiões são muito bem representadas e até de certa forma reimaginadas.

Visualmente todos os cenários e cidades me impressionaram, com a exceção da Mansão Shinra que falarei mais à frente. Costa del Sol, por exemplo, passa a credibilidade de uma cidade costeira com pessoas curtindo a vida e procurando um lugar para relaxar. Já o templo dos anciões mostra uma complexidade visual e até de game design super bem vinda que brinca com a perspectiva em diversos momentos. E claro, isso tudo é aplicado em cada uma das cinco regiões de mundo aberto onde cada um tem sua ambientação própria.

Algo que achei muito legal é que a Square não abandonou os absurdos. Por exemplo, RED XIII andando em um Chocobo é algo impensável. Ou então uma certa cena de um certo bar em Junon. Isso quando vi dei um grito da insanidade maravilhosa da cena. Esses são pequenos exemplos de muitas loucuras positivas e respeito ao material original que será possível ver. Um outro destaque fica tanto para a apresentação como o mini game do desfile que acontece em Junon que expandiu e muito um dos mini games clássicos.

Em seguida, também faço um gigantesco destaque nas cutscenes onde a qualidade dos personagens é absolutamente fabulosa. A evolução do Remake para o Rebirth é nítida e cada personagem teve uma melhora significativa. Isso dá maior credibilidade à história e impressiona a cada novo momento da aventura.

E outro destaque que deixo neste review de Final Fantasy VII Rebirth fica para sua parte sonora. Primeiramente, a dublagem é absurdamente impecável. Ele é de altíssima qualidade e a atuação dos personagens é fabulosa. Em segundo lugar, a trilha sonora é perfeita do início ao fim. Aqui temos as músicas clássicas feitas seguindo suas versões originais. Adicionalmente, existem variações muito interessantes dando um ar de leveza/tranquilidade ou de mais seriedade dependendo do momento.

Esté o único ponto que não tenho nenhum tipo de reclamação.

Gameplay expandido em Final Fantasy VII Rebirth

Agora, falando de seu gameplay, tenho um mix de elogios e críticas. O gameplay de Final Fantasy VII Rebirth segue muito o que vimos em Remake. Teremos uma party de três pessoas onde temos tanto o combate Moderno como o Clássico. Será possível controlar qualquer um dos personagens durante uma luta como dar ordem a eles. Adicionalmente, os níveis e habilidades crescem de forma equânime entre todos personagens. Isso é bom, pois a troca entre eles é mais suave por não haver uma discrepância de níveis entre eles.

E assim como no Remake, cada um dos personagens de Final Fantasy VII Rebirth vai ter uma classe pré definida. Com isso, teremos personagens mais equilibrados como o Red XII, personagens de longa distância como Barret e Yuffie, ou personagens que causam mais dano como Cloud e Tifa. Adicionalmente, seu moveset foi modificado e melhorado trazendo muito dinamismo às batalhas.

Sobre as novidades temos duas mais proeminentes. A primeira é que existem os golpes de sinergia. Ao longo da batalha será possível desbloquear um ataque especial em dupla que será um meio do caminho de um limit break. Já a outra novidade fica para a árvore de habilidade. À medida que evolui seus personagens e suas armas, será possível distribuir os pontos de habilidade para melhorar suas skills. Dentre elas podemos desbloquear melhorias físicas, novas habilidades, golpes de sinergia e até um novo limit break para cada personagem.

É importante salientar que a árvore de habilidade já existia em Remake. Mas agora em Rebirth, ela foi modificada para abraçar todo tipo de habilidades ativas, passivas e diversas melhorias em cada personagem.

Missões secundárias a perder de vista

Em seguida temos as missões e atividades secundárias. E aqui será o primeiro ponto que irá dividir os jogadores. Embora eu seja a favor de elevar o tempo de jogo, de vez em quando você se sente inundado com essas missões que não tem fim.

Dentro de cada cidade será possível tanto pegar missões secundárias para ajudar os habitantes da região como participar de partidas de Queen’s Blood. Inclusive deixo aqui um destaque positivo para esse excelente minigame de cartas que mistura Gwent com posicionamento de peças como se fosse um jogo de tabuleiro. As pessoas que curtirem esse card game (que acredito que será a maioria) poderá contar com inúmeros adversários espalhados pelo mundo.

Adicionalmente, Final Fantasy VII Rebirth traz uma infinidade de mini games. Por óbvio, um dos pontos centrais fica no Gold Saucer onde poderemos pilotar naves, motos, lutar e até dar uma volta na roda gigante. Inclusive, alguns dos minigames são inspirados em jogos atuais como Fall Guys e Rocket League.

Já nas áreas abertas, você poderá liberar torres (no melhor estilo Ubi tower), escanear fontes de vida, capturar chocobos em mini games específicos, consertar os pontos de Chocobo, ajudar a capturar moogles traquinas, achar as proto relíquias, passar por diversos tipos de combates e até escanear altares dos summons do jogo.

O sentimento que tive foi que no início era muito legal explorar cada parte de cada área e ir fazendo as missões, mas com o desenrolar do jogo simplesmente fui fazendo cada vez menos atividades. Afinal de contas, quanto mais atividades similares, mais repetidas elas ficam.

Contudo, algo que conta positivamente para Final Fantasy VII Rebirth, é que muitas dessas atividades são rápidas. Portanto, levam alguns poucos segundos para ativar um ponto de Chocobo ou analisar uma fonte de vida, por exemplo. Mas por outro lado, as missões de combate, proto relíquia e até as missões secundárias podem demorar demais e nem sempre a recompensa é satisfatória.

E falando em missões secundárias de Final Fantasy VII Rebirth, elas são simples. E em alguns momentos, simples até demais. Felizmente posso adiantar que não veremos as famigeradas Fetch quests que vimos em Final Fantasy XVI. No geral elas irão desenvolver algum personagem, mas muitas vezes de forma superficial.

De qualquer forma, mesmo fazendo parte dessas atividades, a evolução do meu grupo sempre ocorreu e sempre pude ir atrás de melhores itens e habilidades. Ou seja, embora esteja longe da perfeição, você pode optar em não fazer grande parte delas.

Final Fantasy VII Rebirth tem dois grandes problemas

E agora eu quero focar em duas coisas que me incomodaram muito durante as mais de 50 horas de jogo. Seu ritmo e aspecto técnico.

Sobre seu aspecto técnico, e sim estou ciente que elogiei seus gráficos e todo o mundo, ele tem alguns problemas. De um lado temos, muito felizmente, frames impecáveis. Tanto jogando em qualidade como em desempenho, você vai ter 30 ou 60 frames fixos. Adicionalmente me surpreendi positivamente com os tempos de loading. Fazer um fast travel no mapa é instantâneo. Não me lembro de ter visto algo tão rápido.

Contudo, muitos dos problemas que vimos na demo, estão presentes na versão final. O mais gritante de todos é sua iluminação. Ao mudar de ambiente, digamos de um ambiente aberto para um fechado (seja uma caverna ou sala), fica evidente que não há uma transição de iluminação. Ela simplesmente fica clara ou escura de forma imediata. Como se alguém apertasse um interruptor. Isso com o tempo incomoda.

Adicionalmente, a iluminação me incomodou em todas as cenas que tinham elevador, por algum motivo a luz estourava os personagens e todos os modelos dos personagens pareciam estranhos. É simplesmente muito estranho ter uma área linda, entrar em um elevador e ficar 10 segundos olhando para personagens que parecem assombrações.

Por fim, existem também algumas texturas de baixa qualidade como diversos itens em low poly. Como exemplo, posso citar todas as áreas de escaneamento das summons. Absolutamente todas as pedras tem uma textura estranha. Já outro exemplo rápido sobre low poly deixo para o Golden Saucer onde os balões são hexagonais. Esses são dois exemplos que acontecem ao longo de Final Fantasy VII Rebirth em diversos momentos.

E embora não afete diretamente a experiência, causa inúmeros desconfortos visuais.

Falta Ritmo em Final Fantasy VII Rebirth

E o segundo problema grave de Final Fantasy VII Rebirth fica para sua falta de ritmo. Existem momentos épicos e maravilhosos com lutas fabulosas e cenas absurdamente lindas. Mas no meio desse êxtase, também podem existir cenas que quebram toda a experiência ou então mecânicas sofríveis.

O primeiro momento que me senti assim foi em Costa del Sol. Simplesmente é um capítulo que poderia simplesmente não existir. Temos minigames obrigatórios (os quais não gostei de uma parte), temos uma luta sem muito sentido e não há desenvolvimento de personagem. Fica evidente que tentaram expandir algo que não era necessário.

Em seguida, existem dungeons que se alongam demais como a caverna no monte corel onde controla a Yuffie. Ou então a mansão de Nilbenhein onde existe uma dungeon que não existia no jogo original e’e super enfadonha. Isso se torna pior, pois existe uma mecânica específica para o Caith Sith que é simplesmente horrível. Ficaria impressionado se alguém elogiar essa parte onde deve ficar jogando caixas em tudo e o controle de mira simplesmente é ruim.

E isso vai piorando com o fim do jogo onde muitos perceberão que muitos momentos são esticados como o tempo dos anciões. Aqui fica evidente essa falta de ritmo onde seu início e fim é fabuloso. Contudo, seu meio é por muitas vezes enfadonho e interminável. E mais uma vez temos mecânicas questionáveis.

Não me entenda mal, isso não necessariamente acaba com a qualidade do jogo. Mas fica evidente que ele poderia ter sido mais conciso em diversas partes e por conseguinte, mais prazeroso.

Aquele momento

Por fim, quero falar sem qualquer tipo de spoiler de Zack e do momento final de Final Fantasy VII Rebirth. Novamente, não darei spoilers aqui, portanto não se preocupe.

Sobre a parte de Zack, eu ainda estou me perguntando porque ele está nesse jogo. Ele tem sim uma participação e envolvimento que deixarei você descobrir qual é. Mas honestamente, para mim foi uma jogada mais de marketing da empresa do que de construção de personagem. Ficou a sensação que a existência dele não faz diferença.

E falando daquele momento, juntamente do fim do jogo, é até difícil colocar em palavras. Ele é confuso, inconclusivo e insatisfatório. Eu tentei me colocar dentro da lógica das mudanças propostas, mas mesmo assim não ficou claro. Inclusive, eu tive a oportunidade de conversar com outros editores que também receberam o jogo de forma antecipada. Curiosamente, cada um teve um entendimento diferente sobre o fim de Final Fantasy VII Rebirth.

E ter um jogo onde cada um entende uma coisa diferente, é no mínimo questionável.

Conclusão

E chegando ao fim deste review de Final Fantasy VII Rebirth, posso afirmar que foi uma montanha russa de emoções. O jogo é sim ótimo e traz um mix muito positivo entre eventos clássicos e aprofundamento dos personagens e da política e maquinações por baixo do pano. Eu simplesmente amei muitas das mecânicas que foram apresentadas no jogo e seu gameplay principal é praticamente impecável.

Contudo, também ficou evidente que Final Fantasy VII Rebirth tentou demais em adicionar muito conteúdo, assim como tentou expandir demais certas partes que não precisava de forma alguma. Acabar prolongando certas partes ou adicionando certas mecânicas insatisfatórias acabou sendo um erro.

E claro, temos de um lado um mundo lindo, rico e com um desempenho estável, mas do outro lado temos algumas texturas de baixa qualidade que chamam a atenção de forma negativa. Assim como temos um problema com a iluminação do jogo.

E por fim, fica o questionamento de para onde vai a história de Final Fantasy VII Rebirth. Afinal, é possível interpretar seu fim de mais de uma forma e muitos acharão ele insuficiente.

Esse Review de Final Fantasy VII Rebirth segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Uma montanha russa de emoções

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 9
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 10
narrativa e ritmo - 8

8.7

Ótimo

O jogo é sim ótimo e traz um mix muito positivo entre eventos clássicos e aprofundamento dos personagens e da política e maquinações por baixo do pano. Eu simplesmente amei muitas das mecânicas que foram apresentadas no jogo e seu gameplay principal é praticamente impecável. Contudo, também ficou evidente que Final Fantasy VII Rebirth tentou demais em adicionar muito conteúdo, assim como tentou expandir demais certas partes que não precisava de forma alguma. Acabar prolongando certas partes ou adicionando certas mecânicas insatisfatórias acabou sendo um erro.

User Rating: Be the first one !

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo