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Review: Harold Halibut

Uma história emocionante

Walking Simulator é um estilo de jogo que nem sempre agrada a todos, pois embora possa ter uma história fabulosa, suas mecânicas podem deixar a desejar. E é aí onde entra nosso review de Harold Halibut, um jogo bem diferente de tudo que você já viu.

Se gosta de jogos com uma excelente história e é fascinado pelo estilo Stop-motion (A Fuga das Galinhas, Coraline, A Noiva Cadáver, etc) então confira aqui nosso review de Harold Halibut que certamente vale seu tempo. E já adianto que ele está completamente legendado em PT-BR.

Uma viagem introspectiva

Falar de jogos que são focados em história é sempre um desafio, pois qualquer informação a mais pode ser considerada um spoiler. Portanto irei me ater às primeiras horas de Harold Halibut. E claro, sem entregar nenhum tipo de reviravolta ou informação chocante.

No jogo você será Harold. Logo de início fica claro que Harold é uma espécie de João Ninguém tendo uma auto estima baixa, mas ao mesmo tempo é visto como uma pessoa agradável onde sempre tenta evitar polêmicas e acaba sendo muito prestativo às pessoas ao seu redor.

Ele, nesse momento de sua vida, está auxiliando a professora Mareaux que é basicamente a mulher mais inteligente da nave. E sim, a história se passa em uma nave espacial que após viajar por 200 anos no espaço, caiu em um planeta feito de água. E não apenas você está em uma nave, como ela foi financiada por empresas e pessoas influentes da Terra que possuem cargos importantes nesta nave.

A partir deste início, a narrativa se aprofunda muito mais nas questões existenciais não apenas de Harold, mas de todos os personagens onde cada um possui uma carga dramática muito forte. Cada pessoa tem suas aspirações e responsabilidades nesse lugar que eles tentam fazer de lar. Assim como as pessoas supostamente importantes têm suas agendas próprias que atiça a curiosidade do jogador.

Contudo, a trama se aprofunda ainda mais ao ter contato com a vida alienígena deste planeta, assim como com a possibilidade de retornar para a Terra.

A parte narrativa simplesmente me deixou sempre interessado, inclusive ao fazer as missões secundárias, pois era possível conhecer mais da história dessa missão espacial assim como as pessoas e suas motivações. Por exemplo, parar para ler as cartas de correios nunca entregues foi algo que eu sempre fazia questão de fazer. A carga emocional era gigantesca.

Um Stop-Motion de respeito

Andando de mãos dadas com a excelente história de Harold Halibut, temos a sua parte técnica. É preciso evidenciar o nível de excelência de seus visuais. Ao longo da minha jogatina eu achei tudo absolutamente impecável.

Parecia que eu estava não jogando, mas sim vendo um filme stop-motion dado a fidelidade gráfica dos materiais como as roupas, ambientes da nave e mais. Assim como a movimentação dos personagens e as interações com o ambiente.

E foi aí que eu descobri que o jogo é sim feito em stop-motion, de forma literal. A desenvolvedora Slow Bros efetivamente modelou na vida real tudo o que vemos no jogo. É simplesmente uma carta de amor para esse estilo.

Além da parte visual, a parte sonora também surpreende. De um lado temos os sons dessa nave/base espacial que são convincentes e atmosféricos. Embora não sejam nada fora do padrão, existem sons característicos como o anúncio antes de usar os elevadores de água. Assim como, existem músicas para momentos contemplativos e para outros momentos, contando até com algumas partes de cantoria.

Porém, o que se destaca nesse ponto é sua dublagem. Todos os personagens são extremamente bem dublados. É realmente um show poder ter uma obra stop-motion de tamanha qualidade.

As mecânicas de Harold Halibut

E chegando na parte mais polêmica deste review, temos as mecânicas de Harold Halibut. Digo polêmica, pois o estilo walk sim é algo que sempre irá incomodar por sua baixa interação. E aqui certamente teremos um divisor de águas.

Embora a história seja fabulosa e a ambientação e atuação dos personagens seja quase perfeita, o gameplay em si deixa a desejar em alguns pontos. Harold por muito tempo irá se deslocar de um ponto ao outro da nave para fazer inúmeras tarefas. Isso, de certa forma contribui para mostrar a imensidão da nave e como ele é uma engrenagem nesse grande projeto.

Contudo, isso deixa o jogo lento demais às vezes devido a grande necessidade de andar pelos mesmos corredores por tantas vezes. Eu em poucas horas de jogo, já havia decorado os personagens e onde cada um estava só pela repetição.

Por outro lado, o jogo trouxe alguns mini games onde muitos deles são simples, porém, muito confusos. Algumas telas que irão interagir não possuem palavras, mas sim símbolos onde muitas vezes ficará perdido sobre o que fazer.

Por fim, existe um arcade onde poderá jogar alguns jogos mais simples, mas sem grande destaque. De forma geral a mecânica não chega a ser ruim, mas alguns ajustes poderiam fazer ela ganhar destaque.

Conclusão do Review de Harold Halibut

De forma geral eu fiquei muito intrigado e comovido com a história que foi apresentada em Harold Halibut. Ver tantos personagens interessantes e suas histórias foi um deleite por diversas vezes. Adicionalmente, os momentos de reflexão que o jogo traz são fabulosos. Questões existenciais, de comunidade e até como se relacionar com outras pessoas é sempre algo muito bem vindo quando bem trabalhado.

Por outro lado temos a parte técnica que é igualmente surpreendente. Ao mesmo tempo que temos um stop-motion impecável, também temos uma dublagem de altíssimo nível que entrega com mais profundidade a história apresentada.

Por fim, as mecânicas de Harold Halibut são sim mais simples. É um walking sim afinal de contas. No entanto, eu gostaria de ter visto mecânicas mais interessantes em cima do que foi apresentado. Isso não chega a atrapalhar a experiência, mas é o que impede de ser perfeito.

Essa análise/review de Harold Halibut segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Uma história excepcional e emocionante

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 10
NArrativa e personagens - 10

9.4

Fantástico

Harold Halibut consegue entregar com sucesso absoluto uma história fantástica assim como uma parte técnica impecável. Temos discussões profundas sobre relacionamento entre pessoas e reflexões sobre a vida. Para quem não se importa com as mecânicas mais limitadas de um jogo no estilo walking simulator, Harold Halibut é necessário!

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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