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Análise: The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom

Uma maravilhosa nova aventura

The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é o mais novo título da icônica franquia da Nintendo, trazendo uma proposta interessante e diferente do que vimos nos últimos lançamentos da série. Saindo um pouco do estilo de Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, este novo jogo retorna a um formato mais retrô, com personagens no estilo chibi e uma visão top-down, similar ao que vimos no remake de Link’s Awakening. O grande atrativo, no entanto, é que desta vez não jogamos com o icônico herói Link, mas sim com a princesa Zelda.

Desde Zelda’s Adventure (1994) no Philips CD-i, Zelda não era o centro das atenções como personagem jogável. Porém, diferente da experiência limitada e criticada do passado, The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom apresenta um jogo rico em mecânicas, visuais encantadores e uma narrativa envolvente. Vamos explorar a fundo o que torna esse novo título um marco na franquia e entender por que ele merece ser destacado entre os grandes lançamentos do ano.

História

Em The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom, a trama começa de forma familiar, com o guerreiro Link enfrentando o clássico vilão Ganon, enquanto a princesa Zelda foi capturada. Esse início remete à narrativa tradicional da série, mas rapidamente se desvia dos clichês. Logo após a suposta derrota de Ganon por Link, uma fenda misteriosa surge, sugando o herói. Em seu último ato, Link consegue libertar Zelda, deixando-a confusa sobre a identidade daquele misterioso guerreiro. A partir desse momento, o controle passa para Zelda, e a história toma um rumo inovador.

O enredo se desenvolve com a princesa precisando enfrentar uma nova ameaça que envolve misteriosas fendas surgindo pelo reino de Hyrule. Ao lado de seu companheiro Tri, Zelda tem a missão de fechar essas fendas que estão engolindo cidades inteiras, enquanto busca entender a origem desse novo mal. Embora Ganon seja inicialmente apresentado como o vilão, a narrativa sugere que há algo além dele, uma força ainda mais poderosa e misteriosa.

Um dos aspectos mais intrigantes da história de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é a presença de falsos “clones” que controlam os povos e tomam decisões prejudiciais para Hyrule, manipulando reinos e figuras importantes, incluindo o próprio rei de Hyrule, pai de Zelda. À medida que a princesa liberta esses personagens do controle maligno, a verdadeira natureza da ameaça vai sendo revelada.

Além disso, a trama oferece uma perspectiva única sobre o lendário herói Link. Diferente de outros jogos, onde o foco está nos feitos heroicos de Link, aqui o jogador o conhece através dos olhos de Zelda e das opiniões dos habitantes de Hyrule, que já o conhecem como um espadachim habilidoso e respeitado. Essa mudança de perspectiva e a exploração do mundo por meio de Zelda trazem um frescor à narrativa, proporcionando novos ângulos sobre os eventos e personagens que conhecemos e amamos na franquia.

Zelda Echoes of the Wisdom tem ambientação familiar

The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom adota um estilo gráfico e uma ambientação que remetem diretamente ao clássico Link’s Awakening no Nintendo Switch. Se você já jogou esse remake, sabe exatamente o que esperar em termos de estilo visual: The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom utiliza a clássica perspectiva top-down, ou seja, com a câmera de cima para baixo, um estilo consolidado nos primeiros jogos da franquia, principalmente em A Link to the Past no Super Nintendo.

A ambientação é repleta de elementos familiares da série, como os povos Zoras, Gerudos e os Gorons. Embora o mapa lembre muito o layout de A Link to the Past, a disposição dos elementos dentro dele é nova e fresca. O jogo oferece uma experiência de exploração interessante, onde, apesar de um terreno familiar, os inimigos, personagens e locais são apresentados de maneira nova. A liberdade que Zelda tem para explorar, como nadar e mergulhar, adiciona novas dimensões ao gameplay, ampliando as possibilidades de exploração e a interação com o mundo.

Graficamente, The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é um deleite. A água em Hyrule, por exemplo, é impressionante, com efeitos de iluminação que trazem uma atmosfera encantadora ao ambiente. Além da superfície de Hyrule, o jogo empresta a ideia do submundo de Tears of the Kingdom, oferecendo um mundo distorcido que foi engolido pelas fendas misteriosas. Esses ambientes submersos e distorcidos criam desafios de exploração únicos e mostram a criatividade do game design, dando a sensação de que cada parte do mapa tem algo novo e interessante para ser descoberto.

Além da visão top-down, The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom também alterna entre momentos em 2D, com segmentos de rolagem lateral. Quando você entra em cavernas ou em áreas inundadas, por exemplo, a câmera muda para um estilo 2D clássico, onde você precisa resolver puzzles em um estilo de jogo plataforma. Essas transições são fluidas e trazem variedade, criando uma experiência de exploração que é, ao mesmo tempo, nostálgica e inovadora.

O eterno problema está de volta

The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom mantém a estética charmosa com gráficos chibi, seguindo o estilo de Link’s Awakening no Switch, o que funciona perfeitamente bem dentro de sua proposta visual. O jogo se apoia no clássico top-down, trazendo nostalgia para os fãs de longa data da franquia. Contudo, apesar do design artístico ser agradável, existe uma questão técnica que merece atenção e talvez seja o maior ponto negativo do jogo: as quedas de desempenho.

Embora The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom tente alcançar uma taxa de 60 quadros por segundo (fps), ele não consegue manter esse objetivo de forma consistente. Durante momentos de exploração em Hyrule, em combates mais intensos contra inimigos ou em batalhas contra chefes, o desempenho sofre com slowdowns significativos. Especialmente em momentos em que os chefes invocam grandes tornados de areia ou água, as quedas de fps se tornam ainda mais notáveis, prejudicando a fluidez da experiência.

Até mesmo em ações simples, como o movimento giratório da Zelda ao usar o botão R, que é utilizado para cortar arbustos e grama, é possível sentir essas quedas de desempenho. Isso impacta diretamente a jogabilidade, tornando o jogo menos fluido e afetando a experiência de maneira negativa, principalmente em batalhas e durante a exploração.

Por outro lado, o design de som é um ponto forte. Embora o jogo traga músicas remixadas de temas clássicos da franquia e novas composições que complementam bem a ambientação, essas trilhas não são tão marcantes quanto as icônicas músicas que os jogadores estão acostumados. A parte sonora em geral, com efeitos de eco, gritos e sons de interação com itens, entrega o que se espera de um título da série Zelda.

Outro ponto positivo que merece destaque é a localização de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom. Pela primeira vez, um título da franquia chega com legendas em português brasileiro. E não se trata apenas de uma tradução simples, mas sim de uma localização extremamente bem feita. As falas de personagens, como os Zoras, por exemplo, variam entre um tom mais formal para os Zoras marinhos e uma fala mais casual e coloquial para os Zoras de rio. Essa adaptação linguística faz com que os jogadores brasileiros se sintam bem representados e traz uma imersão ainda maior ao universo do jogo, com expressões que são naturais do nosso dia a dia.

Gameplay revolucionário em Zelda Echoes of the Wisdom

O gameplay de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom se destaca por suas várias camadas, que ampliam a experiência além do esperado em um título clássico da franquia. Inicialmente, ele mantém a estrutura básica de exploração tanto em ambientes 2D quanto 3D, que é familiar aos fãs de Zelda. Essa combinação de exploração e resolução de puzzles continua sólida e remete ao “arroz com feijão” dos jogos anteriores. No entanto, o diferencial aqui está nas novas mecânicas que elevam o nível de profundidade da jogabilidade.

Logo após completar a primeira dungeon, o jogador desbloqueia uma habilidade especial: a possibilidade de se transformar temporariamente no espadachim, que na prática é o Link. Essa transformação traz mais agilidade e permite o uso de armas icônicas, como o arco e flecha, a espada, e até mesmo o famoso golpe giratório. Embora o jogo tenha Zelda como protagonista, essa transformação temporária adiciona um toque de nostalgia, permitindo acesso ao arsenal de Link por curtos períodos de tempo, como se fosse uma magia.

A segunda camada do gameplay de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é a introdução dos Ecos, que é um dos aspectos mais inovadores do jogo. Ao explorar fendas que surgem em Hyrule, o jogador interage com Tri, um companheiro cujos irmãos estão presos e precisam ser libertados. A missão de Tri é fechar essas fendas, mas ele precisa da ajuda da Zelda para isso. A cauda de Tri é composto por pequenos triângulos, e cada um representa uma barra de criação, fundamental para a utilização dos Ecos. Esses Ecos são habilidades que permitem a recriação de itens e inimigos, cada um com um custo específico de triângulos. À medida que o jogador avança, é possível criar Ecos mais poderosos ou em maior quantidade, o que oferece flexibilidade estratégica para diferentes situações.

O sistema dos Ecos se torna uma peça central na resolução de puzzles e no combate. Por exemplo, certos inimigos recriados através dos Echos não só ajudam em batalhas, mas também possuem habilidades únicas, como Goblins que atacam à distância ou aranhas que cospem teias, permitindo acesso a áreas antes inacessíveis. A versatilidade dos Ecos é impressionante, já que cada um pode ser utilizado de maneiras distintas para enfrentar desafios de exploração e combate, oferecendo múltiplas soluções para os quebra-cabeças.

Além disso, há uma mecânica interessante de sincronização com inimigos ou itens, que expande ainda mais as opções de gameplay. Ao sincronizar com um Eco ou objeto, você pode, por exemplo, levantar uma pedra para abrir passagem ou usar uma caixa para se esconder de inimigos. Essa camada adicional de estratégia oferece novas maneiras de interagir com o ambiente e avançar no jogo, tornando a experiência de Zelda Echoes of the Wisdom única dentro da franquia.

Atividades extras e outras mecânicas

Além da mecânica principal de exploração, puzzles e aventura, The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom mantém a tradição da franquia ao oferecer diversas atividades secundárias que complementam a experiência. Essas atividades não só prolongam o tempo de jogo, como também enriquecem o universo e os personagens ao redor de Hyrule.

Entre as atividades secundárias, há várias missões opcionais que envolvem ajudar personagens específicos com problemas pessoais ou relacionados ao reino. Esses problemas podem variar desde abrir passagens bloqueadas até localizar impostores ou derrotar monstros específicos que estão causando transtornos. Essas missões trazem uma maior profundidade ao mundo de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom e oferecem recompensas que podem ser bastante úteis para o progresso.

Outra atividade interessante é a tenda de fazer sucos. Ao longo da sua jornada, você pode coletar uma variedade de frutas e itens que, ao serem levados a essa tenda, podem ser usados para criar sucos especiais. Esses sucos concedem bônus temporários, como aumento de defesa, energia extra, resistência ao fogo, ao frio, entre outros.

Além disso, há a possibilidade de coletar selos, que podem ser usados para preencher uma cartela e desbloquear itens especiais. Essa é uma atividade paralela que incentiva a exploração minuciosa do mundo e a coleta de todos os selos disponíveis.

Outra atividade secundária notável é a caça a monstros. Ao longo da aventura, certos monstros poderosos aparecem em áreas específicas, oferecendo um desafio de combate extra. Esses monstros não fazem parte da história principal, mas ao enfrentá-los, o jogador pode ganhar itens raros e se fortalecer para desafios futuros.

Essas atividades secundárias ampliam a longevidade do jogo, oferecendo uma variedade de tarefas e objetivos que incentivam os jogadores a explorar cada canto de Hyrule e experimentar diferentes estratégias.

Zelda Echoes of the Wisdom é excepcional

The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é uma adição excepcional à franquia, e a escolha de Zelda como protagonista, em vez de Link, foi uma mudança muito bem-vinda. A maneira como o jogo introduz novas mecânicas amplia as possibilidades dentro da série, trazendo uma abordagem inédita e inovadora, mas que ainda mantém o espírito clássico da saga.

A aventura oferece uma experiência agradável e envolvente, tornando-se prazerosa de explorar sem nunca se tornar cansativa. O ritmo do jogo é suave, o que permite que o jogador avance tranquilamente sem se deparar com combates impossíveis ou puzzles excessivamente complicados. Mesmo nos momentos de maior desafio, a sensação geral é de satisfação, fazendo com que o jogador queira continuar sem parar.

Além disso, muitas das mecânicas são originais e se encaixam perfeitamente no estilo top-down clássico que muitos fãs da série adoram. Essa combinação de inovação com elementos nostálgicos resulta em um jogo que cativa do começo ao fim, e The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom certamente abre portas para futuras aventuras em que Zelda e Link possam dividir os holofotes, ampliando ainda mais a mitologia da franquia.

No entanto, como todo jogo, Zelda Echoes of the Wisdom tem seus pontos negativos. O principal deles é a questão de desempenho, com quedas de frames que podem ser bastante notáveis em certos momentos, mesmo após o patch pós-lançamento. Isso claramente é uma limitação do hardware do Nintendo Switch, algo que talvez só seja resolvido com a chegada de um novo console. Outro ponto de crítica é o sistema de gestão dos Ecos. Com o tempo, a lista de Ecos pode se tornar bastante extensa, e a falta de um sistema organizado para facilitar o uso de Ecos pode gerar confusão e frustração, embora isso não comprometa a experiência geral.

Em resumo, The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é uma aventura memorável, que respeita suas raízes e, ao mesmo tempo, ousa explorar novos territórios, com Zelda brilhando como a heroína que sempre mereceu ser.

Essa análise/review de The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Zelda está de volta e está com tudo

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 9.5
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 9

9.4

Fantástico

The Legend of Zelda Echoes of the Wisdom é uma aventura memorável, que respeita suas raízes e, ao mesmo tempo, ousa explorar novos territórios, com Zelda brilhando como a heroína que sempre mereceu ser.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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