Análise: Star Wars Outlaws Switch 2

Estamos trazendo aqui nossa análise de Star Wars Outlaws no Nintendo Switch 2, um dos ports mais aguardados para o novo console híbrido da Nintendo. O jogo foi lançado em 2024 para todas as plataformas, mas havia muita dúvida sobre como ele se comportaria no hardware da Nintendo, especialmente por se tratar de um mundo aberto ambicioso. Tivemos a oportunidade de jogar bastante a versão de Switch 2 e, nesta análise, vamos compartilhar nossas impressões com foco mais técnico.

Vale destacar que aqui o objetivo é olhar de perto o desempenho e as escolhas feitas para este port. Para quem quiser conferir uma visão completa sobre a história, ambientação e mecânicas de Star Wars Outlaws, já temos disponível em nosso site a análise geral do jogo.

Breve recapitulação de Star Wars Outlaws

Antes de entrar no lado técnico do port, vale relembrar o que é Star Wars Outlaws. O jogo coloca o jogador no controle de Kay Vess, uma fora-da-lei que atua no período entre Uma Nova Esperança e O Império Contra-Ataca. Com o Império fragilizado após a destruição da Estrela da Morte, o universo passa a ser dominado por organizações criminosas que disputam poder e território.

O enredo se desenvolve em torno das escolhas do jogador, já que as ações de Kay podem favorecer ou prejudicar diferentes facções. Essas decisões impactam diretamente o acesso a itens, áreas e missões, criando variações de dificuldade e diferentes caminhos narrativos.

A estrutura de mundo aberto permite explorar vários planetas, pilotar naves e participar tanto de combates espaciais quanto de confrontos em terra firme. O gameplay é flexível: é possível adotar uma abordagem furtiva, lembrando jogos como Assassin’s Creed, ou partir para tiroteios intensos com o blaster. Kay também conta com o auxílio de Nix, um companheiro capaz de distrair inimigos, acionar dispositivos à distância e colaborar em diferentes momentos.

Além disso, há progressão de equipamentos e personalização de habilidades, o que amplia as possibilidades de jogo. Essa combinação de sistemas tornou Star Wars Outlaws um título robusto até para PCs e consoles de ponta, e justamente por isso havia tanta dúvida sobre como ele se comportaria no Nintendo Switch 2.

Desempenho no Nintendo Switch 2

Logo ao iniciar Star Wars Outlaws no Nintendo Switch 2, a primeira impressão é extremamente positiva: o jogo é surpreendentemente fluido. Assim como aconteceu com Hogwarts Legacy no lançamento do console, temos aqui um 30 FPS estável e consistente, sem quedas perceptíveis, mesmo em áreas de mundo aberto — justamente onde a expectativa era de que o hardware pudesse sofrer.

No modo portátil, a resolução parece trabalhar com algum tipo de upscaling, entregando algo próximo de Full HD, enquanto no dock o jogo oscila entre Full HD e 2K. Naturalmente, o console não chega a 4K, mas o resultado final ainda é bastante competente graças a utilização do DLSS.

Outro destaque é a forma como o jogo aproveita recursos do Switch 2. O touchscreen é integrado ao gerenciamento de menus e inventário, tornando a navegação mais prática e intuitiva, algo raro em jogos multiplataforma. Além disso, o HD Rumble dos Joy-Cons foi muito bem explorado. Já na primeira missão em Canto Blight, por exemplo, ao entrar em uma boate, a vibração acompanha perfeitamente a batida da música, transmitindo a sensação de estar dentro do ambiente. Essa atenção ao detalhe se repete em combates e momentos de ação, lembrando a imersão oferecida pelo DualSense no PlayStation 5.

O controle Pro do Switch 2 também mostra sua força aqui. Os botões traseiros adicionais são especialmente úteis, já que a configuração padrão exige cliques constantes nos analógicos (L e R) para correr ou interagir com objetos. Mapear essas funções para os botões extras torna a jogabilidade muito mais confortável. Logicamente, tudo que falei sobre o HD Rumble, também é aplicável ao controle.

Visualmente, o jogo se adapta bem às duas formas de uso. No modo portátil, a tela menor ajuda a suavizar imperfeições gráficas, enquanto no dock é possível perceber melhorias em iluminação, fluidez e qualidade geral, mesmo que algumas falhas fiquem mais evidentes. Um detalhe que impressiona, e que foi confirmado pela Ubisoft, é que o jogo emprega algumas tecnologias de Ray Tracing, algo que é necessário para manter a ambientação de Star Wars Outlaws.

Por fim, vale destacar que o Switch 2 recebeu a versão mais completa de Star Wars Outlaws, incluindo todo o conteúdo adicional já lançado, o que torna a experiência ainda mais atrativa e acessível para quem pretende jogar no console híbrido da Nintendo.

Problemas e Concessões do Port

Apesar de Star Wars Outlaws no Nintendo Switch 2 ser um grande acerto e rodar de forma surpreendentemente estável, é importante reconhecer que concessões foram necessárias para que o jogo se adaptasse ao console híbrido. A própria Ubisoft já confirmou estar ciente de alguns problemas e trabalha em atualizações para corrigi-los. Ainda assim, é válido ressaltar que o título chegou às lojas com falhas conhecidas, algo que infelizmente se tornou comum na indústria de games.

Entre os principais pontos, o mais notável é o impacto da reconstrução via técnicas como DLSS, que resulta em alguns artefatos visuais. O cabelo da protagonista Kay Vess, por exemplo, apresenta um efeito de serrilhado em cenas contra a luz, algo perceptível também na vegetação. Em comparação com as versões de PC e consoles mais poderosos, nota-se que houve simplificação na física da vegetação e iluminação, o que reduz parte da imersão visual. Em alguns momentos específicos, notei algumas cenas mais escuras do que deveriam, dificultando visualizar certos pontos.

Além disso, existem problemas técnicos de polimento como:

• Texturas que demoram a carregar após diálogos ou transições de cena.
• Iluminação que surge de forma abrupta em determinados ambientes, como jardins e áreas externas.
• Objetos de cenário que mudam de posição ao mover minimamente a câmera, como panfletos em Mirogana.
• Bugs ocasionais em combates, com inimigos desaparecendo sendo “sugados” para o chão.
• O companheiro Nix, em alguns momentos, desaparecendo junto com itens interativos e reaparecendo segundos depois.
• Em casos raros, o jogo chega a fechar sozinho.

Esses problemas não comprometem a jogabilidade fluida e estável em 30 FPS, mas deixam claro que o port poderia ter recebido um polimento extra antes do lançamento. Se corrigidos em futuras atualizações (que estão prometidas pela Ubisoft), Star Wars Outlaws pode se tornar ainda mais impressionante no Switch 2, sem depender de concessões tão evidentes no visual e na estabilidade de alguns sistemas.

Star Wars Outlaws é o port mais ambicioso no Nintendo Switch 2

Ao final da análise, fica claro que Star Wars Outlaws no Nintendo Switch 2 precisou de concessões para se tornar viável no console híbrido. Visualmente e em termos de fluidez, ele não alcança o nível de um PC ou consoles como PlayStation 5 e Xbox Series X, mas entrega um resultado extremamente satisfatório, principalmente pelo equilíbrio entre desempenho estável e adaptação inteligente de suas mecânicas.

Comparando com outros ports de peso, o trabalho aqui se mostra ainda mais sólido. Em minha experiência, ele apresenta menos problemas que Hogwarts Legacy no Switch 2 e fica no mesmo patamar de qualidade que Cyberpunk 2077, senão ainda melhor pela utilização de Raytracing e maior estabilidade nos frames.

Aliás, assim como em Cyberpunk, o jogo traz suporte ao giroscópio, além de um recurso prático no modo portátil: a possibilidade de ampliar em 150% a interface para facilitar a leitura de menus e diálogos. Pequenos detalhes como esses mostram que o port foi pensado para a realidade do console, e não apenas transferido de forma automática.

O desempenho estável em 30 FPS constantes é outro mérito importante — algo que nem todos os ports conseguem atingir. No entanto, vale destacar que o jogo oferece apenas um modo de exibição, sem opções de performance ou qualidade.

No geral, Star Wars Outlaws no Switch 2 é uma versão que vale a pena e me surpreendeu positivamente. Recomendo especialmente para dois tipos de jogadores:

• Jogadores que priorizam a portabilidade e querem levar a experiência de Star Wars Outlaws para qualquer lugar.
• Quem tem apenas o Switch 2 como console principal e busca acesso ao jogo sem depender de outras plataformas.

Para quem possui um PC robusto ou um console de nova geração, a experiência visual e técnica naturalmente será superior, com menos artefatos, texturas mais ricas e iluminação mais avançada. Ainda assim, a Ubisoft merece reconhecimento pelo trabalho feito aqui. Com um último update de correções (já prometido pela desenvolvedora) este port pode se consolidar como uma das melhores adaptações já vistas no console da Nintendo até o momento.

Essa análise de Star Wars Outlaws segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.