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Análise: Absolum

A Mistura Perfeita Entre Pancadaria Clássica e Rejogabilidade Infinita

Se você, assim como eu, tem um pé atrás com jogos que se autodenominam “rogue“, saiba que a desconfiança é mais do que justificada. Muitas vezes, essa estrutura de aleatoriedade serve apenas para mascarar a falta de um design de jogo robusto, transformando a experiência em uma esteira de meta-progressão que nos prende a um vazio. É uma aposta arriscada na hora da compra.

Felizmente, temos a Guard Crush Games junto com a Dotemu no comando. O estúdio já provou seu valor ao nos entregar o combate espetacular de Streets of Rage 4. Eles entendem de fato como fazer um ótimo beat-’em-up. O modo “Mr. X Nightmare” de SoR jogo já demonstrava que a equipe entendia como aplicar o tempero roguelike sem cair nas armadilhas do gênero.

Em Absolum, essa experiência é expandida para um beat-’em-up de fantasia completo! A confiança no processo de desenvolvimento é instantânea. O resultado é um jogo que promete ser o melhor dos dois mundos: a satisfação imediata da pancadaria clássica com a profundidade e longevidade de um roguelike bem planejado.

O Mundo de Talamh e Seu Estilo Visual Inconfundível

Absolum é, de cara, um jogo bem bonito. A estética é imediatamente atraente, apresentando uma visão estilizada de fantasia medieval que funciona incrivelmente bem tanto no papel quanto em movimento.

O visual lembra um desenho animado de sábado de manhã com um toque sombrio e ousado, como se tirado de uma história em quadrinhos com linhas pretas fortes e cores vibrantes. Fica evidente a assinatura de qualidade da Guard Crush e da Dotemu, que se tornaram sinônimas de arte 2D de qualidade.

Mais do que apenas beleza, o mundo de Talamh, onde a magia foi banida pelo vilão Azra, o Conquistador, surpreende pela quantidade de detalhes. Temos vários NPCs, conversas entre os inimigos e side quests que trazem um dos maiores trunfos no fator replay inicial.

Isso dá ao jogo uma sensação grandiosa, quase como se tivéssemos caído em um RPG que, por acaso, tem a jogabilidade de um beat-’em-up. Essa profundidade narrativa dá uma ótima profundidade e ao cenário de uma forma que vai além do típico briga de rua. É um convite para explorar cada canto do mapa, que se revela vasto e cheio de bifurcações.

Combate que evolui e RPG Leve

O DNA de Streets of Rage 4 é inegável, mas Absolum consegue simplificar a entrada sem sacrificar a profundidade. O combate principal é simplificado com ataques leves e pesados, mais o desvio.

No entanto, a apresentação e o feedback sonoro de cada golpe são tão importantes que o combate se torno extremamente estratégico e punitivo. O design de som e os frequentes quadros de congelamento te dão a chance de seguir na sequência ou tentar se esquivar para refletir ataque dos inimigos. Mas não se preocupe! Além de você ir melhorando a cada nova partida, o jogo adicionar os ataques mais complexo aos poucos, conforme você evolui seu personagem favorito.

Onde Absolum realmente brilha é na expansão da fórmula com elementos de RPG. Os Arcana, que são ataques especiais mágicos, usam uma barra que recarrega e permitem combos mais devastadores e muitas vezes de crowd control.

Além disso, temos as Inspirações, que ganhamos após os chefes, que desbloqueiam novos movimentos, como um dive kick ou a capacidade de escalar paredes e os Rituais que adicionam dano ou fatores elementais aos golpes e movimentos.

Essa combinação permite que os jogadores criem builds de personagem em tempo real, como uma que inflige uma condição intensa de queimadura que derrete a vida dos inimigos em segundos ou uma focada em receber energia para soltar ataques de arcana.

O Ciclo Viciante de Morte e Renascimento

A diversidade do elenco inicial é um dos grandes atrativos de Absolum. Os personagens jogáveis, como o anão Karl e a guerreira Galandra, já demonstram estilos de luta distintos. Karl é um combatente explosivo e direto, focado em ataques de curto alcance e combos de juggling (manter inimigos no ar), perfeito para quem gosta de um estilo agressivo. Já Galandra, com sua espada pesada, é mais voltada para quem prefere guerreiros tradicionais com maior alcance. A equipe ainda promete mais opções, como Brome, o mago sapo, que atua mais como um personagem de suporte com feitiços potentes, e a ladina Cider, que se baseia em agilidade e armadilhas. Essa diferença tática entre os heróis é crucial, garantindo que o jogador tenha que adaptar sua estratégia não só por causa dos upgrades aleatórios, mas também pela própria fundação do personagem escolhido.

O cerne roguelike de Absolum garante a alta rejogabilidade que os beat-’em-ups clássicos sempre sentiram falta. A estrutura do jogo é uma run que vai de área em área, mas com caminhos ramificados, muito parecidos com os clássicos de Dungeons & Dragons da Capcom. Como temos um mapa, você pode escolher seguir por caminhos que ainda não foi, ou seguir em caminhos para tentar resolver alguma side-quest dada por NPCs. Nunca duas corridas são exatamente iguais, graças à randomização da disposição de inimigos, obstáculos e os aprimoramentos de Rituais.

E sim, a morte é inevitável, mas ela não é o fim. Ao falhar, o jogador é trazido de volta ao santuário de Uchawi, a Mãe, onde você pode comprar aprimoramentos fixos – como em todo roguelite.

Com os pontos de Radiância e outros materiais acumulados, podemos investir na Soul Tree para melhorar permanentemente status como vida, Arcana e armadura, tornando cada nova tentativa um pouco mais fácil. Esse é o ciclo viciante do gênero, onde a derrota é apenas um passo para se tornar mais forte.

A adição de multiplayer cooperativo online e local só solidifica essa aventura, tornando a jornada mais tática e permitindo que os jogadores explorem sinergias entre as classes. A experiência fica ainda mais divertida quando se tem um amigo para ajudar contra os chefes desafiadores que pontuam a ação com um aumento sério de dificuldade.

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Conclusão da análise de Absolum

Absolum não é apenas uma demonstração do que há de melhor nos beat-’em-ups em 2025, é um trabalho de paixão que ousa inovar em um gênero que o próprio estúdio ajudou a reviver.

A Guard Crush Games pegou a fórmula de Streets of Rage 4 e a infundiu com a rejogabilidade e a progressão de títulos como Hades, criando algo original e profundamente recompensador. A qualidade do combate é inquestionável, a arte é deslumbrante, e a trilha sonora, que conta com nomes de peso como Gareth Coker (Ori) e Mick Gordon (DOOM Eternal), eleva muito a experiência.

Absolum é acessível para novos jogadores (com opções para deixar o jogo mais fácil inclusive), mas tem uma profundidade de combate que fará os fãs de briga de rua dedicarem centenas de horas. No fim das contas, a união entre beat-’em-up e rogue funciona perfeitamente, e este casamento de gêneros ainda tem muito a oferecer.

Essa análise de Absolum segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

A Evolução do Beat-'em-up?

NOTA - 9.6

9.6

Obra de arte

Absolum é a evolução definitiva do beat-'em-up. Sua execução eleva a fusão com o roguelike a um nível de excelência inédito, transformando a pancadaria em arte tática e viciante. Com um combate responsivo e visceral, direção de arte inconfundível e rejogabilidade infinita, o jogo estabelece um novo e impecável padrão de qualidade para o gênero.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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