Análise: NASCAR 25
iRacing estreia nos consoles com pilotagem irretocável, pacote ainda cru e um preço no PS5 que dói mais que batida no muro.

Depois de anos de sofrimento com jogos licenciados da NASCAR de baixo orçamento e qualidade duvidosa, NASCAR 25 chega como a estreia a vera da iRacing nos consoles. E dá pra sentir o esforço. O carro conversa com o gameplay, a pista tem textura, a traseira ameaça sair, a angulação errada na entrada da curva de tira de primeiro para último.
É a primeira vez em muito tempo que um jogo da categoria, no sofá da sala, me lembra por que tanta gente (nos Estados Unidos) passa o domingo vendo 35 carros brigarem por espaço que mal existe. A iRacing priorizou o essencial: dirigir não é apenas bom, é muito bom!
Só que videogame não é só volante e asfalto. O pacote ao redor ainda parece um produto meio acabado que vou destrinchar nessa análise de NASCAR 25.
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Proposta: simcade com cheiro de paddock
A ambição aqui não é virar Gran Turismo ou F1 em termos de simulador. A meta é outra: ser a melhor experiência NASCAR no console. Quatro divisões (ARCA, Trucks, Xfinity e Cup), pistas cheias de caráter, e uma pilotagem que aceita controle (mas deve brilhar mesmo no volante). O tom é de autenticidade, com clima de NASCAR e com uma trilha sonora agressiva que casa com jogo de corrida. É a combinação arroz com feijão que muita desenvolvedora vem deixando de lado, focando em gênero 1, gênero 2, skins de unicórnio, cosméticos completamente fora do contexto automobilístico, etc.
Na pista: a física que segura NASCAR 25 nas costas
O coração de NASCAR 25 é o modelo de condução: o carro tem inércia, massa e transferência de carga. Sair de curva exige cuidado no acelerador e, quando você exagera, o muro te lembra quem manda. Aqui temos um simcade: suficiente para punir erro e recompensar consistência, mas sem pedir graduação em engenharia de acerto para cruzar a linha. Ser simcade acabou sendo um acerto, para não focar em um nicho e deixar o outro nicho (os fãs de NASCAR) órfãos.


No controle, NASCAR 25 está longe de afastar novatos, sendo que é tranquilo conseguir correr nas pistas e ser competitivo. Só que, depois de rodar um tempo no volante, voltar para o controle parece reduzir a camada de leitura fina da pista. Depois da primeira entrada errada na curva, você aprende que não é só fazer uma curva leve para a esquerda.
IA: esperta o suficiente, mas com manias
A inteligência artificial, no geral, entrega disputa limpa e ritmo coerente, com variação de traçado e tentativas de ganhar posição por fora ou por dentro. Dá para calibrar agressividade e dificuldade e achar um ponto ideal entre punição e recompensa.

Pistas, categorias e sensação de campeonato
O leque de traçados é amplo e bem cuidado. As pistas têm personalidade, irregularidades e marcas de uso. No cockpit à noite, com luz refletindo na lataria, a imersão é ainda maior. Percorrer a escada ARCA > Trucks > Xfinity > Cup é um arco natural que os verdadeiros fãs vão curtir muito (eu particularmente não conhecia, admito). O problema é que a temporada, no pano de fundo, ainda não tem o feeling que deveria.

Carreira: boas ideias, pouca cola
O modo carreira acerta no conceito da oficina como hub e no desgaste de componentes como mecânica que pesa na performance. Venceu, mas forçou demais o motor? Vai pagar no acerto da etapa seguinte trazendo consequências. A reputação evolui de forma linear e básica, as postagens de rede social soam genéricas e a dinâmica de rivais e amizades é tímida a ponto de passar batida. Falta aquele tempero que por muitas vezes o FIFA conseguiu no modo carreira.

NASCAR 25 tem um multiplayer vazio
Falar do multiplayer é ago bem complicado, pois o maior problema do multiplayer é o matchmaking vazio. Por vezes você não acha ninguém.
Sendo bem sincero, não consegui muita experiência de gameplay para destrinchar o multiplayer para vocês e, pelo menos no momento desta análise, que casa com o lançamento do jogo, não vale a pena comprar o jogo pensando no modo online.
Áudio e trilha
Os motores têm presença, a multidão entra e sai do plano conforme sua proximidade e a leitura espacial reforça a imersão. O mix de áudio, no padrão, é uma salada. Tudo muito alto, você não foca em nada. Como quase todo jogo no estilo simcade, eu foco em tirar 100% da música para assim ouvir só os efeitos e motores.
Verdade seja dita, NASCAR 25 tem músicas boas e às vezes você se pega balançando a cabeça quando está navegando nos menus.
Gráficos e performance
Visualmente, NASCAR 25 é o melhor da série no console (o que não era difícil). Os 60 quadros por segundo são lisos, a iluminação em pista à noite é bonita, as carenagens refletem o que precisam refletir e a sensação de velocidade aparece no tom certo.
Contudo, falta ousadia no dano: pancadas grandes mereciam amassos grandes. Ainda assim o pacote técnico é sólido e estável, o que é meio milagre no histórico recente da licença.






Precificação no Brasil
No PlayStation, NASCAR 25 sai por R$ 339. No Xbox, R$ 222,45. É a mesma experiência? Provável, por aqui testamos a versão de Playstation, mas imagino que não haja diferença. Vimos recentemente a diferença de preço gritante no Silksong e agora ela aparece novamente.
Não tem como relativizar essa diferença e a iRacing entregou o que se propôs a entregar na pista. A política de preço no ecossistema PlayStation, aqui, é quem não tem carinho com o consumidor brasileiro.
Já a versão de PC (Steam) será lançada apenas em Novembro e ela ainda não entra nesse comparativo de preço.
NASCAR 25 vale a pena pra quem?
Se você é fã de NASCAR pode vir sem medo. É a melhor experiência da categoria no console desde os tempos áureos. Se você é fã de automobilismo com apetite por simcade no geral, independente da categoria, venha também: a pilotagem vai te prender por longas horas. Se você curte o ecossistema iRacing, vale dar a chance também.
Agora, se você é curioso que quer ver qual é de NASCAR 25, segure seu dinheiro! O pacote fora da pista ainda está cru, o multiplayer precisa de ferramentas modernas e mais matchmaking e o preço (principalmente no Playstation) é alto demais para um mero curioso. Esperar desconto é sensato, se é que ele vem um dia por ser um jogo de nicho extremo no Brasil.

NASCAR 25 cumpre a promessa mais importante: correr é excelente. A física convence, as pistas respiram, a apresentação captura o espírito da categoria e a performance entrega estabilidade. O que falta? Uma Carreira que amarre os sistemas e gere histórias e um multiplayer com estrutura de jogos de 2025. É uma base forte, pronta para ganhar conteúdo e refinamento.
Ah, quem é do PC, terá que esperar um pouco. O lançamento por lá só em 11 de novembro. E também algo que pode ser muito importante para alguns, o jogo é zero localizado, nem menus, nem legendas, muito menos dublagens em português do Brasil.
Essa análise de NASCAR 25 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
A categoria volta em grande estílo com NASCAR 25
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
7.5
Bom
NASCAR 25 finalmente entrega a sensação de corrida que a comunidade pedia: física convincente, pistas caprichadas e 60 fps firmes. Fora da pista, a carreira carece de profundidade, o multiplayer precisa de matchmaking moderno e a mixagem/menus exigem paciência. Para fãs de NASCAR, de automobilismo e do ecossistema iRacing, vale no lançamento.