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Análise: F1 25

Mais uma sólida evolução

F1 25 é o mais novo capítulo da franquia anual de Fórmula 1 desenvolvida pela Codemasters e publicada pela EA Sports. Com o calendário da temporada atual atualizado, o título busca entregar uma experiência ainda mais refinada para os fãs do automobilismo, trazendo ajustes na jogabilidade, melhorias visuais e conteúdos inéditos.

Entre as principais novidades, está o retorno do modo história Ponto de Frenagem, que chega à sua terceira parte, dando continuidade à narrativa iniciada nos jogos anteriores. Ao longo desta análise, exploramos as adições e mudanças que F1 25 traz, destacando os principais avanços e o que permanece inalterado em relação aos títulos anteriores.

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Ponto de Frenagem retorna a F1 25

Um dos destaques de F1 25 é o retorno do modo história Ponto de Frenagem, que chega ao seu terceiro capítulo. A narrativa, que se desenrola de forma bianual nos jogos da Codemasters, mostra uma evolução natural e consistente da equipe fictícia Konnersport, que agora já está estabelecida no grid após os eventos dos jogos anteriores.

Na primeira versão do modo, o foco era a criação da equipe e o desafio de conquistar espaço dentro da Fórmula 1. No segundo, o drama cresceu com disputas internas entre Devon Butler, filho do patrocinador principal, e o jovem promissor Aiden Jackson. Também foi introduzida a personagem Callie Mayer, irmã de Butler, que entrou no campeonato como uma das poucas mulheres a competir na F1 após muito tempo.

Agora, em Braking Point 3, a história se passa ao longo das temporadas de 2024 e 2025. A Konnersport já não é mais uma equipe novata, mas sim um time de meio de pelotão que começa a disputar posições mais importantes. A narrativa continua explorando conflitos familiares, decisões estratégicas e novas reviravoltas, mantendo o ritmo dos dramas apresentados anteriormente, com alguns momentos inesperados.

Além da progressão principal, o modo apresenta uma estrutura mais interativa fora das pistas. Antes e depois das corridas, o jogador pode interagir com elementos do universo da equipe: responder e-mails, ouvir recados do chefe da equipe ou lidar com o dono da equipe, o pai de Devon e Callie. É possível tomar decisões que afetam minimamente o rumo da história — como declarações à imprensa, interações com outros personagens e reações de fãs nas redes sociais do jogo.

Embora essas escolhas ainda tenham impacto limitado, elas ajudam a dar mais profundidade à experiência, criando um ambiente mais vivo e dinâmico. O modo pode ser concluído em cerca de 5 a 6 horas, dependendo do ritmo de cada jogador, e conta com uma boa recapitulação dos eventos anteriores, o que facilita a entrada de quem ainda não conhece os capítulos anteriores.

No geral, Ponto de Frenagem 3 mantém a boa base dos modos anteriores, oferecendo uma campanha sólida, bem produzida e que contribui para diversificar o conteúdo disponível dentro de F1 25. Quem acompanhou os jogos anteriores vai encontrar aqui uma boa continuação, enquanto os novos jogadores têm um ponto de entrada acessível.

Gameplay com pequenos ajustes

F1 25 mantém a tradição da Codemasters como uma das referências em simuladores de corrida, e como já esperado de um título anual, as melhorias em relação ao jogo anterior são incrementais, mas não revolucionárias. A base sólida de física e dirigibilidade dos últimos anos permanece, com foco claro na simulação realista da categoria.

F1 25 continua oferecendo uma experiência voltada mais para o simulador do que para o arcade, embora existam múltiplas opções de assistência e personalização para ajustar a jogabilidade de acordo com o perfil de cada jogador. Ainda que não traga mudanças drásticas, algumas atualizações pontuais se destacam.

Entre as principais melhorias está o comportamento dos pneus. Agora, o impacto do aquecimento, desgaste e uso inadequado dos compostos está ainda mais evidente. Passar por uma zebra agressiva, colocar dois pneus na grama ou na brita, ou abusar em curvas mais agressivas gera respostas imediatas do carro — exigindo mais precisão e cautela do jogador. Isso impacta diretamente na estratégia e responsabilidade em cada tomada de decisão durante a corrida.

A dirigibilidade dos carros também foi levemente refinada, refletindo atualizações da categoria na temporada real. Os veículos parecem um pouco mais responsivos, mantendo a sensação de aderência tradicional dos modelos de F1, mas com ajustes sutis que favorecem o controle e a fluidez na pilotagem.

Outro ponto que chama atenção é a IA dos adversários. Jogando entre os níveis 70 e 80 de dificuldade, é possível notar que a inteligência artificial continua agressiva e estratégica, mas agora demonstra um equilíbrio melhor na disputa. Em versões anteriores, era comum que a IA apresentasse picos de desempenho excessivos, obrigando os jogadores a reduzirem o nível para manter uma experiência justa. Em F1 25, esse comportamento foi melhor calibrado, proporcionando um desafio mais consistente.

Além disso, a distinção entre os carros das diferentes equipes está mais perceptível. Modelos de ponta, como Red Bull, Ferrari e McLaren, entregam uma performance notavelmente superior aos carros das equipes intermediárias ou do fundo do grid como uma Williams ou a Kick Sauber. Essa diferenciação aprimora o realismo da experiência e reforça a importância da escolha de equipe nos modos de carreira e temporada.

Ray tracing é a estrela de F1 25

Ano após ano, F1 25 apresenta pequenas melhorias visuais e sonoras, que se tornam mais perceptíveis especialmente na versão de PC. Embora os consoles de nova geração também recebam avanços, esses aprimoramentos não costumam ser tão evidentes quanto no computador. Recentemente, o PS5 Pro trouxe a versão de console para um patamar mais próximo ao PC, mas no geral, a experiência gráfica mais robusta segue restrita à plataforma com hardware mais potente.

No caso desta análise, a versão testada foi a de PC, rodando em uma máquina equipada com um processador Ryzen 7 5800X, uma GPU RTX 4070 Super e 32 GB de RAM DDR4. Nessas condições, foi possível jogar com todas as configurações no máximo, incluindo os efeitos de ray tracing. Com o uso da tecnologia de geração de quadros (Frame Generation), o desempenho oscilou entre 80 a 110 quadros por segundo em resolução 1440p, com variações de acordo com a pista, o horário da corrida e as condições climáticas.

Uma das novidades gráficas mais relevantes de F1 25 é a adição do path tracing, uma evolução do ray tracing. Apesar de visualmente mais avançado, essa tecnologia mostrou ser bastante pesada, não sendo viável para uso contínuo em meu PC. E, por se tratar de um jogo de corrida com alta velocidade, as melhorias visuais proporcionadas pelo path tracing nem sempre são perceptíveis durante a gameplay.

Mesmo sem utilizar o path tracing, o ray tracing tradicional contribui significativamente para a qualidade visual. As texturas dos carros, da pista e dos elementos ao redor estão mais refinadas, com materiais que refletem luz de maneira mais realista. F1 25 também se beneficia de uma apresentação geral mais polida, principalmente nas cutscenes e momentos fora da corrida.

Outro destaque positivo fica para a modelagem 3D dos pilotos. Os principais nomes da categoria como Alonso, Hamilton, Verstappen e Leclerc, contam com modelos altamente detalhados, com roupas, expressões e características físicas bem capturadas. Isso contribui para um nível de imersão maior durante as interações nas animações ou no modo história.

Contudo, é importante salientar que embora tenhamos um patamar de excelência em F1 25 com os pilotos, os engenheiros das equipes, tem uma modelagem claramente inferior. Eventualmente isso salta aos olhos, pois existe uma quebra no padrão de qualidade.

Na parte sonora, F1 25 entrega o que se espera de um simulador oficial. A dublagem em português do Brasil está presente e mostra certa evolução, com novos comentários e falas que evitam a repetição excessiva de versões anteriores. A ambientação sonora nas corridas continua funcional, com destaque para o ruído dos motores e o contato com o engenheiro de pista, elementos importantes para a imersão.

A trilha sonora nos menus também segue a tradição dos jogos esportivos da EA, com faixas mais animadas e voltadas para um público jovem, servindo como pano de fundo enquanto o jogador navega pelas opções de F1 25.

Modo Carreira é o grande destaque de F1 25

O modo carreira continua sendo o principal pilar de F1 25 e é onde a Codemasters concentrou boa parte dos esforços de desenvolvimento nesta edição. Quem já é familiarizado com a franquia encontrará uma estrutura básica conhecida, mas com adições significativas que ampliam a profundidade e a imersão. Para quem está chegando agora, há uma boa variedade de opções que ajudam a adaptar a experiência às expectativas e ao nível de desafio desejado.

Logo ao iniciar o modo, o jogador pode optar por controlar uma das equipes oficiais da Fórmula 1 ou criar sua própria escuderia, inserindo-a como a 11ª no grid. Essa possibilidade de fundar uma equipe própria não é novidade, mas ganha novos contornos com a introdução de equipes pré-configuradas como a Konnersport Racing (originária do modo história Ponto de Frenagem) e a APXGP, equipe do novo filme da Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt. Ambas contam com pilotos modelados e estrutura própria, sendo possível até correr com o ator.

Além disso, quem optar por criar uma equipe tem a possibilidade de ajustar os parâmetros de partida: nível de desenvolvimento técnico, orçamento inicial e até o grau de competitividade esperado. Isso permite configurar desde campanhas mais desafiadoras com recursos escassos até trajetórias com equipes mais preparadas para competir desde o início.

A estrutura de finais de semana de corrida também mantém a flexibilidade já consolidada nos últimos anos. É possível escolher entre campeonatos curtos, médios ou longos, personalizar a sequência de pistas e definir o formato de treino e qualificação. Durante os treinos livres, objetivos secundários como economia de combustível, uso eficiente de pneus e ativação de DRS continuam presentes, rendendo pontos que podem ser investidos em desenvolvimento. Para quem preferir, esses treinos podem ser simulados, mantendo parte da progressão sem a necessidade de jogar todas as sessões.

A principal evolução do modo carreira, no entanto, está na forma como ele é apresentado. Há uma atenção maior à ambientação e à construção narrativa. A introdução da equipe, as reuniões pré-corrida e os bastidores ganham espaço com novos cenários, animações e interações. Tudo isso contribui para uma experiência mais imersiva e conectada com o universo da Fórmula 1 moderna.

Outro ponto que se destaca é a expansão das mecânicas de gerenciamento. Agora, não basta apenas acumular dinheiro ou pontos para evoluir a equipe. É necessário lidar com múltiplos fatores, como a satisfação dos patrocinadores, a moral da equipe, o número de fãs e a contratação de funcionários para desbloquear melhorias específicas em departamentos técnicos. Essa abordagem dá ao modo campanha um aspecto mais estratégico, exigindo do jogador decisões que vão além da pista.

Mesmo sem atingir o nível de profundidade de jogos como F1 Manager, F1 25 se aproxima um pouco mais dessa proposta, oferecendo uma experiência mais robusta e envolvente para quem gosta de acompanhar a evolução da equipe além do volante.

Novidades que fazem a diferença em F1 25

F1 25 introduz duas adições importantes que expandem a experiência de corrida: o uso da tecnologia LIDAR em alguns circuitos selecionados e a inclusão de versões invertidas de pistas já conhecidas. Ambas iniciativas demonstram o esforço da Codemasters em refinar o nível de realismo e variedade dentro da franquia.

Começando pela tecnologia LIDAR, trata-se de um processo de escaneamento a laser que permite a reprodução extremamente precisa dos circuitos. O resultado é uma representação visual e física das pistas com um grau de detalhamento que se aproxima com muito mais fidelidade da realidade. A sensação ao correr nesses traçados é de reconhecimento imediato: curvas, ondulações e texturas se assemelham ao que se vê nas transmissões da Fórmula 1.

Para esta edição, cinco circuitos receberam esse tratamento: Bahrein, Miami, Melbourne, Suzuka e Imola. Em todos eles é perceptível a diferença quando comparados com as demais pistas. Há mais riqueza visual nos cenários e uma acuracidade maior no relevo e na geometria das curvas. O ganho de realismo é inegável, principalmente para jogadores mais experientes ou fãs que acompanham de perto o calendário da F1.

Já a segunda novidade são as chamadas pistas invertidas, que nada mais são do que versões em sentido oposto de traçados já existentes. São três os circuitos disponíveis nesse formato: Silverstone, Zandvoort (Holanda) e o Red Bull Ring (Áustria). Apesar de utilizarem os mesmos elementos visuais das versões padrão, a simples inversão da direção muda completamente a percepção de quem já conhece os traçados de cor.

Essa mudança de perspectiva oferece um desafio novo, mesmo para quem tem domínio total dos circuitos originais. É o tipo de recurso que, ainda que simples na concepção, amplia consideravelmente a variedade de conteúdo e exige adaptação do jogador. Um exemplo prático é o próprio Red Bull Ring, circuito tradicionalmente curto e direto, que ao ser invertido se transforma em algo quase irreconhecível na primeira volta.

Ambas as adições são bem-vindas e reforçam o compromisso do estúdio em evoluir a franquia. No entanto, também abrem espaço para questionamentos. Por que apenas cinco pistas com LIDAR? Por que apenas três versões invertidas? São mudanças que agradam, mas ao mesmo tempo deixam a sensação de que poderiam ser ampliadas para todo o calendário, o que certamente elevaria o conjunto da obra a um novo patamar.

F1 25 é o novo rei a ser batido

F1 25 representa mais um passo sólido na evolução da franquia. Mesmo dentro de um ciclo anual de lançamentos, o jogo consegue entregar refinamentos consistentes em diversos aspectos, como a jogabilidade, os recursos visuais e a ambientação das pistas.

A experiência de pilotagem continua sendo o ponto forte da série, e aqui ganha nuances adicionais com as melhorias no controle dos pneus, na inteligência artificial e na forma como cada carro se comporta na pista. Essas mudanças, ainda que sutis, fazem diferença para quem acompanha de perto a série e busca uma experiência mais realista.

No aspecto visual, especialmente no PC, há um salto notável para quem possui um hardware capaz de suportar as tecnologias mais recentes, como ray tracing e path tracing. A fidelidade gráfica aplicada aos carros, aos circuitos com LIDAR e aos pilotos é digna de destaque, mesmo que alguns elementos secundários ainda destoem desse alto nível de acabamento.

O modo história, com o retorno de Ponto de Frenagem, oferece uma boa continuidade narrativa e mantém o apelo de quem acompanha a série. Já o modo carreira, apesar de ter mantido parte da estrutura das edições anteriores, recebeu uma atenção especial em F1 25 e se consolida como o segmento mais robusto do jogo. A possibilidade de criar ou assumir uma equipe já existente, somada às novas camadas de gestão, torna esse modo o principal diferencial desta edição.

Com pequenos ajustes bem implementados e adições pontuais que ampliam o conteúdo, F1 25 cumpre bem o papel de manter a franquia em um nível elevado, mesmo dentro da proposta de atualizações anuais.

Essa análise de F1 25 segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.

A EA refina a experiência da franquia em F1 25

Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 9

9.6

Maravilhoso

F1 25 não reinventa a roda, mas entrega uma edição sólida com evolução pontual nas mecânicas e visuais, além de um modo carreira que se destaca como o ponto alto da experiência e a continuação do modo história Ponto de Frenagem que é uma evolução sólida desde seu lançamento.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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