Análise: Season a Letter to the Future é uma experiência pessoal e intimista

Assim como o famoso jogo do gato Cyberpunk Stray, Season a Letter to the Future é também um jogo indie que recebeu destaque na State of Play com sua bela e interessante ambientação e trarei aqui sua análise.

Mas além de belos gráficos e poder passear de bicicleta, o que Season a Letter to the Future traz? Isso você vai descobrir aqui.

Essa análise de Season a Letter to the Future foi feita no PC graças a um código cedido pela produtora. O jogo estará disponível dia 31 de Janeiro para PS5, PS4 e PC e conta com legendas em PT-BR.

Mais um mundo pós apocalíptico

Eu tendo a crer que obras pós apocalípticas nunca saíram de pauta, mas ultimamente elas atingiram seu ápice. Além do mencionado Stray, temos recentes obras como Floodland, Ixion, Endling – Extinction is Forever assim como o seriado do The Last of Us e o remake do primeiro jogo já disponível para PS5 que chegará em breve para PC.

E sim, em Season a Letter to the Future temos mais um mundo pós apocalíptico que é trazido de uma forma bem diferente do que encontramos no mercado. Esqueça cenários de guerra, vasta destruição ou então os bons e velhos zumbis. Aqui nós teremos um mundo que está sendo esquecido aos poucos e que uma misteriosa doença aflige as pessoas alterando sua percepção de tempo.

Com isso em mente, a protagonista chamada Estelle resolve entrar em uma jornada para capturar informações dessa Season, ou seja, essa temporada antes que ela acabe. Algo interessante que o jogo traz é o conceito de temporada.

Aqui a temporada não é algo restrito a um período chuvoso por exemplo ou então uma simples comparação entre Inverno e Verão. Aqui cada fato no mundo é uma temporada como uma vida, uma guerra, um período de paz e por aí vai.

Como capturar a temporada?

E para continuar falando de Season a Letter to the Future eu tenho que pular para a parte de análise de gameplay. O diferencial nessa experiência é que absolutamente tudo está conectado às ferramentas de Estelle que capturam o momento e seus sentimentos.

Logo no início, o jogo demonstra a importância das memórias, sentimentos e a falta delas. Isso irá nortear toda sua experiência enquanto explora o mundo e começa a descobrir mais sobre ele, seu passado, essa misteriosa doença que já levou tantas vidas e mais.

E como você faz isso? Simples, captando sua essência aos olhos de Estelle.

Para deixar isso mais palatável, você carrega uma câmera e um gravador de áudio, assim como seus olhos, mão e boca. Em cada parte deste mundo, onde tudo será uma grande novidade para você, é possível parar de andar, ou então de pedalar, e capturar sua essência. Você irá optar por fotografar e gravar áudio.

E aqui entra o grande divisor de águas, se você irá ou não gostar do jogo. O que eu acabei de descrever é basicamente tudo o que fará, ou seja, poderá ou não parar em diversos pontos como a entrada de uma vila, um ponto de ônibus, uma praça e muito mais para capturar aquele momento e ver as reações de Estelle ao descobrir mais deste mundo, além de se lembrar de sua história, conversas e famílias.

O que quero dizer com isso é que temos aqui uma faca de dois gumes onde ou você amará a história e irá querer debulhar cada segredo e detalhe, ou então ficará entediado em apenas alguns minutos de jogo. Inclusive, é possível demorar entre 5 a 10 ou mais horas para finalizar o jogo dependendo do quanto irá explorar cada detalhe.

Season a Letter to the Future traz lindos visuais – Análise

Para complementar essa experiência de sentimentos e descoberta, nós temos gráficos muito interessantes que nos brindam com incríveis cenários. Um dos fatores de ter chamado a atenção de tantas pessoas era ver a protagonista andando em sua bicicleta e isso permanece na versão final.

Com gráficos cel shading, Season a Letter to the Future traz ambientes muito bem detalhados e com uma linda iluminação e jogo de sombra. A sombra inclusive é a única opção de ajuste nos gráficos no PC, tamanha sua importância. Simplesmente é um desbunde andar nas mais diversas partes deste mundo que consegue contar histórias com apenas seu visual ou então algumas mensagens deixadas por outras pessoas.

E complementando com louvor esse visual e na experiência como um todo, temos a trilha sonora e sua dublagem. Mais uma vez tenho que destacar que você irá parar e capturar a sua própria experiência se estendendo ao som. Então podem ser sons da natureza como um todo como um animal ou água correndo como até músicas. E esse som ambiente é reforçado, pois grande parte dos locais que irá visitar foi abandonado pela humanidade.

Adicionalmente, o jogo conta com uma ótima dublagem em inglês de praticamente todos os personagens. Só achei estranho a opção de não dublar a personagem principal quando ela fala com outros personagens. Porém, ao narrar a história ou se lembrar de eventos do passado, ela fala.

Por fim, o desempenho do jogo em meu PC foi estranho. Em alguns pontos ele atingia uma incrível fluidez, porém, em partes mais abertas de exploração os frames despencavam de quase 100 para 30. Algo um tanto curioso que espero que seja corrigido com atualizações.

Conclusão da análise de Season a Letter to the Future

Chegando ao fim desta análise de Season a Letter to the Future, eu posso dizer que temos aqui não um jogo, mas sim uma experiência que alcança com louvor sua proposta de ser única para cada jogador. E por isso fica até difícil dizer se ele é bom ou ruim, afinal cada um irá investir tempo em uma determinada região se quiser.

É importante salientar que temos uma história de mundo pós apocalíptico sobre uma ótica relativamente nova, o que dá um refresco ao gênero, por mais batido que ele seja. Mas também não é possível esperar grandes mecânicas de um jogo.

Tentando ao máximo sintetizar a minha experiência, eu poderia dizer que Season a Letter to the Future é um walking simulator de mundo semi aberto onde irá tocar cada jogador de uma maneira diferente.

A análise de Season a Letter to the Future segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.