Análise – Avatar: Frontiers of Pandora
Eu te vejo, leitor.
Na época em que as aventuras de Aang estavam em alta, tivemos o anúncio de um filme chamado Avatar que estava sendo dirigido pelo consagrado James Cameron. Porém, para a surpresa de todos, a produção de cinema apesar de compartilhar do mesmo nome, não tinha ligação alguma com a lenda do dobrador de ar. Apesar disso, o filme foi um enorme sucesso e ficou considerado como a revolução dos efeitos especiais das produções audiovisuais.
Após 14 anos do lançamento deste filme, a Ubisoft se aventurou na produção de um jogo de mundo aberto que nos coloca na pele de um Na’vi envolvido pelas belas paisagens e perigos do planeta de Pandora. Nossa análise vai falar sobre Avatar: Frontiers of Pandora que expande o universo apresentado no filme ao apresentar mais da cultura dos clãs que habitam as florestas. Quer saber se o “Far Cry de Avatar” ficou bom? Continue lendo.
Essa análise de Avatar: Frontiers of Pandora foi feita graças a um código de PC via Ubisoft Connect disponibilizado pela Ubisoft. O jogo se encontra com legenda e dublagem pt-br.
Aprenda a ser um Na’vi
Em Avatar: Frontiers of Pandora, você é um jovem Na’vi que é criado em cativeiro por humanos, onde aprendeu a maior parte de seus costumes e, de alguma forma, começou a se identificar mais como um deles do que alguém da sua própria espécie. Você não é o único nesta situação, pois há outros três membros de seu antigo clã vivendo da mesma forma.
O responsável por isso é um empresário chamado John Mercer, que está criando o quarteto com intuito de treiná-los para serem espiões, enviando-os a Pandora durante a vida adulta para que assim possam trazer informações valiosas. Contudo, o plano desse humano foi por água abaixo quando os Na’vis começaram a contra-atacar bases dos humanos, dando uma oportunidade para que o protagonista e seus amigos pudessem finalmente escapar e serem livres.
Agora que não estão mais presos a Mercer, eles começam a entender o que realmente está acontecendo em Pandora e, além disso, precisam encarar o desafio que é se religar com o ecossistema do planeta e reaprenderem como é a vida de um na’vi.
No decorrer da história somos apresentados a outros clãs, ao mesmo tempo em que aprendemos mais sobre o nosso próprio clã, fazendo com que o enredo traga uma profundidade bem maior a cultura dos na’vis da floresta, uma vez que o filme focou unicamente em um clã e apenas possui uma participação breve dos outros.
Os personagens de maneira individual possuem o seu próprio desenvolvimento, o que enriquece ainda mais a trama de Avatar: Frontiers of Pandora.
A imersão em Pandora vai além da narrativa
Falando sobre Pandora, é impossível não destacar os belos gráficos que Avatar: Frontiers of Pandora possui. Eles trazem toda a imensidão de Pandora para o jogador, principalmente por ser fiel ao apresentar a fauna e flora singular que existem nesse planeta. Inclusive, a geografia é tão fidedigna ao que vemos nos filmes que aqui também é possível visitar aquelas montanhas e terrenos que ficam flutuando no ar.
Apesar dos gráficos em grande maioria trazerem uma fidelidade e realismo impressionante, devo alertar que durante a jogatina houve diversos pop-ups de texturas, principalmente quando estava voando com o ikran. Na primeira cena do jogo também pudemos conferir um problema de renderização, fazendo com que tudo ficasse sem textura e lembrasse demais jogos da época do PS2. Como recebemos uma cópia antecipada, esses problemas podem ter sido resolvidos quando você estiver lendo essa análise.
Já que estamos falando de gráficos, não podíamos deixar de falar sobre o áudio do jogo. A sonoplastia dos biomas e fauna de Pandora estão excelentes, potencializando a imersão dentro desse universo. Além disso, a dublagem está muito bem feita tanto em inglês quanto em português, mas há uma ressalva.
Diferente dos demais jogos que permitem a gente optar pelo gênero do nosso personagem, em Avatar essa opção se encontra no menu configuração. Ao selecionar o gênero entre masculino, feminino ou neutro, os diálogos serão adaptados de acordo com a sua escolha. Dito isso, aparentemente temos um trabalho de utilização de inteligência artificial para criar essas variações das falas – mas sem nada confirmado pela Ubisoft até aqui.
A ressalva que citei anteriormente se trata do jogo não conseguir corresponder ao gênero selecionado e mesmo optando por masculino continuou com termos nos feminino na dublagem pt-br.
Avatar: Frontiers of Pandora terá um Patch Day 1 que só estará disponível no dia de lançamento. Ou seja, essa análise foi feita sem a atualização, então provavelmente quando o jogo for lançado esses problemas estarão resolvidos.
Pandora é vasto e repleto de vida
Como todo jogo de mundo aberto, Avatar: Frontiers of Pandora é imenso. Ainda mais se levarmos em consideração a geografia do mapa que vai muito além do solo, uma vez que podemos nos aventurar nos céus com o ikran. Mas além de voar pela região, o jogo também proporciona inúmeras atividades como várias missões, atividades de caça, pescaria, buscar alimentos, invadir bases e muito mais.
Em suma, é inevitável comparar o mundo aberto do jogo com Far Cry. Mas ainda assim Avatar consegue se destacar em aspectos próprios como a sobrevivência ser bem mais a risca, fazendo com que você precise tomar cuidado não só com inimigos e animais selvagens, como também com plantas que podem desferir descargas elétricas ou até mesmo explodir. Outro aspecto que o distancia de Far Cry está no fato do protagonista precisar se alimentar, fazendo com que você precise caçar animais ou estocar vegetais e frutas. Todo alimento pode ser utilizado em receitas que vão dar algum bônus por um tempo determinado.
Algo que não condiz com um mundo tão imenso e belo é sua navegação. Esse ponto acaba deixando a desejar. Temos ao nosso dispor o “senso de Na’vi” que destaca um borrão de luz na direção do objetivo, mas não temos nada que indique o quão longe esse alvo se encontra. No momento que finalmente chegamos no local, o borrão some e não mostra precisamente onde está o nosso objetivo. Por Pandora ser tão grande e repleto de cores, isso acaba prejudicando quando temos que identificar algo no mapa utilizando apenas os nossos olhos e nenhum outro indicador.
Inclusive, o jogo também não divide missões principais e secundárias, fazendo com que você precise seguir as missões de acordo com o contexto delas.
Você é um guerreiro que mescla as habilidades de Na’vi e de humano
Continuando a análise de Avatar, temos a questão do protagonista ser um na’vi que cresceu em uma cultura de terráqueos. Por isso, diferente dos outros de sua espécie, ele não tem medo de pegar em metais. Dito isso, é possível usar tanto o armamento Na’vi composto por arcos e lanças, como também fazer uso de armas de fogo. Você é literalmente a junção dos dois mundos.
Todo equipamento e armamento é útil para ampliar o nível do seu personagem, fazendo com que ele possa passar mais tranquilamente por missões que são mais difíceis. As habilidades também influenciam na ampliação desse nível. Aqui temos ao nosso dispor 5 árvores de habilidades com intuitos diferentes como caça, artesanato, ikran e outros.
As habilidades são desbloqueadas por meio de pontos de habilidades que, por sua vez, são conquistados ao concluir missões e se conectar com árvores especiais que tem ligação com o seu clã.
Apesar de todo o sistema envolvendo o combate ser muito bem planejado, a execução deixa um pouco a desejar em dois pontos distintos: O primeiro é no momento do voo quando temos que acertar um alvo pequeno, pois o ikran não para de se movimentar e ao mesmo tempo você precisa direcioná-lo, mirar com o arco e carregar o disparo. Praticamente fazer mil coisas ao mesmo tempo.
O outro ponto está na dificuldade do jogo, pois ela não se mostra exatamente justa. Principalmente em bases que são repletas de inimigos. O jogo sugere a utilização de stealth, porém, estamos falando de um Na’vi que é muito maior que um ser humano e, além disso, as bases são repletas de inimigos consideravelmente próximos, dificultando ainda mais abates furtivos ou sucesso em passar despercebido.
Se você for notado, todos os inimigos vão direcionar a sua atenção para você e isso é extremamente letal, uma vez que eles atiram sem parar, a movimentação é rápida, possuem um tempo de recarga bastante curto e são difíceis de despistar.
Uma opção de desacelerar o tempo no momento de atirar, como vemos em Horizon, certamente faria total diferença nesse combate.
Conclusão da análise de Avatar: Frontiers of Pandora
Concluindo essa análise de Avatar: Frontiers of Pandora, devo dizer que a Ubisoft está de parabéns ao adaptar o universo de Avatar para o jogo de forma que respeitou tanto a cultura estabelecida pelos filmes e foi além ao trazer maior profundidade para os clãs. Temos aqui um jogo deslumbrante na construção de seu mundo e bastante original, porém, ele não é perfeito. Há o problema da renderização, não é fácil de se situar e também às vezes o combate parece injusto.
Apesar do primeiro problema ser algo que pode facilmente ser consertado no Patch Day 1, os outros aspectos ainda são pontos negativos que valem a atenção do jogador para que não se frustre durante a sua estadia em Pandora.
Tirando esses pontos citados, aqui temos uma adaptação excelente de Avatar para o mundo dos jogos.
Essa análise de Avatar: Frontiers of Pandora segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Análise - Avatar: Frontiers of Pandora
Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9
Narrativa - 8
7.8
Bom
Avatar: Frontiers of Pandora é um bom jogo, bastante promissor, porém, não é perfeito. Alguns aspectos podem frustrar os jogadores, porém, nada que diminua a bela produção que a Ubisoft desenvolveu.
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