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Análise: Horizon Forbidden West é forte candidato a jogo do ano

Confira abaixo a nossa análise de Horizon Forbidden West, feita no PS5:

Horizon Forbidden West foi anunciado em Junho de 2020 e desde então deixou os fãs da série muito ansiosos para saber mais detalhes do jogo. Aos poucos a Sony foi lançando mais informações, gameplays e trailers e o hype foi subindo ainda mais. Para quem se lembra, muitas questões foram levantadas quando o primeiro trailer do jogo foi mostrado, já que ninguém sabia ao certo se o que a Guerrilla estava apresentando representava os visuais finais do jogo. Agora, depois de ter gastado dezenas de horas jogando Horizon Forbidden West, eu vou compartilhar com vocês através dessa análise um pouco da minha humilde opinião sobre o jogo. Para já adiantar, o jogo é maravilhoso em muitos aspectos, e é um forte candidato a jogo do ano, mas deixa eu detalhar aqui para vocês porque eu acho isso.

Veja abaixo nossa análise de Horizon Forbidden West em vídeo:

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Uma continuação de Zero Dawn – Análise: Horizon Forbidden West

É extremamente importante começar falando sobre a história e sobre como a experiência dos jogadores nesse quesito pode variar bastante dependendo se a pessoa jogou ou não o primeiro jogo da série. Digo isso porque Forbidden West é uma continuação direta da história de Zero Dawn, e várias situações e detalhes do jogo anterior são mencionados durante o novo jogo. Então, eu não me surpreenderia se muitos jogadores de primeira viagem ficassem confusos no início da nova jornada de Alloy. Para compensar isso, a Guerrilla fez questão de montar um pequeno vídeo de introdução, que resume tudo o que aconteceu na primeira iteração da série com todos os spoilers possíveis. Ou seja, se você pensa em jogar Zero Dawn depois de Forbidden West por qualquer motivo, saiba que a sua experiência não vai ter o mesmo impacto.

Explicado isso, eu vou tentar dar um contexto geral do jogo sem spoilers. Após os acontecimentos do primeiro jogo, Alloy continua a sua jornada rumo ao Oeste em busca da origem de uma praga que destrói plantações e mata tudo o que toca. Nessa aventura, a protagonista encontra novos personagens, monstros, inimigos e se depara com novos questionamentos e descobertas que dão seguimento à complexa história do primeiro jogo. Alguns personagens de Zero Dawn, como Varl, Erend e Sylens estão presentes novamente, e impactam na trajetória de Alloy rumo ao Oeste Proibido. Eu vou me ater aqui a essa sinopse, porque praticamente tudo que eu falar além disso é um spoiler, mas eu vou aproveitar para compartilhar as minhas sensações durante as descobertas que vão acontecendo no jogo.

A história de Forbidden West é muito rica, e traz novas revelações sobre eventos acontecidos no primeiro jogo e também mil anos antes. Fica claro durante o gameplay que a a história de Horizon já estava preparada desde o primeiro momento em que a série foi concebida, e todo o roteiro de Forbidden West se concatena muito bem com o do primeiro jogo. As revelações e reviravoltas explicam e respondem algumas questões que permaneceram abertas em Zero Dawn, e é muito fácil se perder durante o jogo. Em muitos momentos, eu tive que parar e dar uma lida nos arquivos para pegar alguma informação que eu tinha perdido. O roteiro é muito rico em detalhes e cada novo ato vai trazendo novas perguntas que nos fazem querer explorar muito o mundo de Forbidden West.

Um mundo fantástico – Review: Horizon Forbidden West

O mapa do jogo é gigantesco, assim com em Zero Dawn, e traz uma variedade de cenários incrível. Eu me atrevo a dizer que Forbidden West traz alguns dos locais mais bonitos, detalhados e ricos já vistos em um jogo. Cada canto do mapa possui uma personalidade própria, contando não somente com monstros diferentes, mas fauna e flora diversas. Não foram poucas as vezes em que eu simplesmente parei os combates e fiquei somente admirando o maravilhoso mundo criado pela Guerrilla Games. O nível de detalhes é absurdo, e eu não consigo imaginar o trabalho que deu para os artistas da empresa construírem cada pedaço desse belo mundo. É perceptível, inclusive, que a Decima Engine, o motor gráfico do jogo, foi aprimorado para oferecer melhorias na vegetação, névoas, no sistema de nuvens e nos fluidos. Tudo parece um nível acima do visto não somente em Zero Dawn, mas também em Death Stranding, que foi o último jogo a usar o motor gráfico da Guerrila Games e já mostrava melhorias consideráveis em comparação ao primeiro jogo da empresa.

Tudo isso contribui imensamente para a sensação de imersão criada durante a jogatina, e eu posso dizer com tranquilidade que Forbidden West traz uma das experiências mais completas nesse sentido. É muito fácil se perder por muito tempo explorando os diversos locais presentes no jogo, e eu diria que é possível gastar dezenas de horas de gameplay jogando todas as atividades e missões secundárias disponíveis, a exemplo do primeiro jogo da série. Inclusive, o design geral do jogo faz com que o jogador precise explorar minimamente cada área do mapa, já que é muito difícil avançar na história focando somente nas quests principais. É sempre necessário batalhar e buscar itens para melhorar Alloy, caso contrário algumas batalhas da história se tornam extremamente difíceis e frustrantes.

Um gameplay com novas mecânicas – Crítica: Horizon Forbiden West

A essência de Zero Dawn foi mantida em Forbidden West, então quem jogou o primeiro jogo vai se sentir em casa assim que pegar o controle nessa sequência. Os elementos de RPG, o combate tático contra as máquinas e humanos, a exploração em busca de itens, tudo isso está presente de forma incrementada. Alloy possui seis extensas árvores de habilidades que focam em estratégias de combate diferentes que vão de skills ativas e passivas a melhorias de suporte. As possibilidades de melhorias para a protagonista estão bem diversas, possibilitando aproximações e combates mais personalizáveis. Nesse sentido, o quesito RPG do jogo é incrementado, possibilitando builds mais diversas da protagonista. Obviamente, nunca é recomendável gastar todos os pontos de habilidade em uma só árvore, mas também não há nada que impeça isso. Assim como no primeiro jogo da série, há diversos efeitos e melhorias também aplicáveis às armaduras e armas de Alloy. Isso coloca uma cereja no bolo da personalização do combate, e dá ainda mais liberdade para que o jogador crie builds variadas de acordo com o seu gosto e com cada situação. São muitas as possibilidades de combate, e cada quest, missão da história, e máquina vai trazer opções de abordagens diferentes.

O jogo traz uma variedade muito grande de novas máquinas, que oferecem combates desafiadores e divertidos. Forbidden West é muito diferente de outros jogos de mundo aberto, que pecam por trazer combates repetitivos e desnecessários. Nele, cada batalha contra máquinas me trouxe uma sensação diferente. Isso acontece não somente pelas variadas habilidades que cada uma delas tem em diferentes áreas do mapa, mas também porque é necessário planejar as abordagens caso o jogador esteja buscando peças específicas de máquinas que são destruídas quando elas morrem. Esse looting de partes das máquinas para criar melhorias e novas armas é um dos pontos mais divertidos do jogo para mim, inclusive, já que é necessário criar estratégias diferentes para cada tipo de máquina. É aqui que o jogo brilha, já que os combates, que já trazem um certo desafio, também têm esse ar de caçada, em que precisamos não somente sobreviver, mas também remover a parte certa de cada máquina. Precisão e tática são elementos chaves nas lutas em Forbidden West, e a Guerilla Games soube criar inimigos variados por todo o mapa que trazem aquela sensação desafiadora de enfrentar um sub-chefe. Nenhuma máquina é impossível de ser enfrentada, mas também não espere batalhas fáceis.

Uma direção de arte de primeira – Análise: Horizon Forbidden West

Agora, eu vou falar sobre um dos pontos mais fortes de Horizon Forbidden West, a sua direção de arte. Absolutamente tudo no jogo parece ter sido criado com o maior carinho pelos artistas da Guerrilla Games. Desde as máquinas, até os diferentes cantos do mapa, tudo é incrivelmente lindo e bem lapidado. Os cenários são tão bonitos que o jogo tem até uma vibe contemplativa, que permite que o jogador acompanhe e admire as diferentes paisagens presentes no mapa. Além disso, o mundo inteiro do jogo é muito orgânico fazendo com que encontremos humanos e máquinas batalhando aleatoriamente, além de pessoas seguindo seus caminhos. Todo o Oeste Proibido é vivo e preenchido de forma sublime com paisagens completamente diferentes e eu não vou me surpreender se o jogo ganhar prêmios de melhor direção de arte esse ano. 

Se o primeiro jogo contava com alguns dos gráficos mais bonitos da última geração, Forbidden West incrementa ainda mais nesse sentido. Apesar do jogo ser cross-play, as melhorias de nova geração implementadas colocam o jogo em outro patamar, com uma iluminação impecável. A famosa hero-lighting, técnica presente somente nas cutscenes do jogo no PS4, é habilitada em 100% do gameplay no PS5 fazendo com que a iluminação da Alloy atinja outro nível. A atmosfera inteira do jogo, inclusive, é incrementada no console de nova geração, com névoas que trazem densidade e complementam bem o clima de cada situação da história. Tudo isso é acompanhado por uma trilha e efeitos sonoros de primeira linha, que preenchem o ambiente e trazem mais vida e emoções para cada situação. 

Com relação aos modelos e animações, a Guerilla Games é uma das melhores nesse sentido, e a qualidade foi mantida em Forbidden West com uma pequena observação. É muito fácil de se perceber quais cenas foram feitas com motion-capture e quais foram animadas a mão pelos desenvolvedores somente pelo olhar dos personagens nas cutscenes. Todas as cenas animadas manualmente trazem um olhar muito estranho nos personagens, que acaba atrapalhando um pouco na imersão, já que acabamos focando mais nos olhos dos NPCs do que nos diálogos em si. Alguns bugs também aconteceram algumas vezes, como o posicionamento errado de modelos em certos frames que causaram efeitos bizarros na física e alguns outros pequenos problemas. Tudo isso é facilmente corrigível, e eu tenho certeza que a Guerrilla Games vai consertar tudo isso rapidamente. No geral o jogo está incrivelmente lapidado, e traz uma quantidade de bugs ínfima se comparado ao escopo e tamanho do jogo.

As melhorias de nova geração – Review: Horizon Forbidden West

Primeiro e mais importante, o jogo utiliza todo o poder do SSD do Playstation 5 e a tecnologia Kraken para trazer tempos de loading absurdos para um jogo com um mapa tão diverso e gigante. O jogo demora poucos segundos para cada viagem rápida e menos de 10 segundos para carregar do zero. Esses resultados ficam mais ou menos em linha com os carregamentos da versão aprimorada de Ghost of Tsushima e demonstram todo o potencial da tecnologia do Playstation 5. Ainda não chegamos ao ponto de carregar um mapa gigantesco inteiro de forma instantânea, mas o tempo de espera é reduzido drasticamente na nova geração.

Com relação ao Dual Sense, tanto o feedback háptico quanto os gatilhos são usados de forma constante e trazem uma sensação bastante satisfatória no geral. Muitas das ações que acontecem na tela têm algum retorno no controle, e a maioria dos inputs nos gatilhos também trazem certa resistência dependendo da arma usada. Além disso, o jogo traz dois modos visuais bem auto-explicativos. O modo desempenho faz com que o jogo rode a 60 FPS com resolução dinâmica e opções gráficas reduzidas e o modo resolução foca em rodar o jogo o mais próximo possível de 4K a 30 FPS. Eu joguei 99% do jogo no modo desempenho porque eu priorizo uma taxa de frames mais estável, mas o modo resolução traz uma nitidez incrível, principalmente para objetos mais distantes. No final, fica a critério do jogador qual modo usar.

Conclusão

Para resumir essa análise, Horizon Forbidden West é uma sequência digna do primeiro jogo da série, e traz melhorias em todos os aspectos, sendo um forte candidato a jogo do ano. A história é bastante complexa e detalhada, trazendo acontecimentos que prendem o jogador por horas a fio, e os visuais e gameplay em geral foram muito aprimorados com relação a Zero Dawn. De forma alguma o jogo revoluciona a fórmula de jogos de mundo aberto, mas ele traz um mapa extremamente variado tanto em cenários quanto em atividades, e não vai te decepcionar com suas cerca de 30h de história principal e dezenas de horas de gameplay adicional pelo seu vasto mapa. 

A análise de Horizon Forbidden West segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Horizon Forbidden West

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 9.5
Diversão - 9.5
Áudio e trilha-sonora - 10

9.8

Fantástico

Horizon Forbidden West melhora tudo que já era incrível em Zero Dawn e traz uma das melhores experiência de mundo aberto já feitas.

User Rating: 4.65 ( 1 votes)

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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