E3 2018: Entrevistamos os desenvolvedores de Cyberpunk 2077 e perguntamos tudo sobre o ambicioso projeto da CD Projekt Red
Tivemos o enorme prazer de comparecer à CD Projekt Red na E3 2018 e conversar com a CD Projekt Red sobre o seu mais ambicioso jogo até então, Cyberpunk 2077. Confira abaixo a entrevista que o Leo Coimbra fez com Matik Pietras após 45 minutos de hands-off do jogo:
A pressão de fazer um novo grande jogo após o sucesso de The Witcher 3
Perguntado sobre a pressão de lançar um novo jogo após The Witcher 3 ter batido todos os recordes possíveis, Pietras afirma que a empresa recebe todas as opiniões e feedbacks, positivos ou negativos, e busca melhorar seu jogos de acordo com o que as pessoas querem jogar. Essa via de mão dupla é o que faz com que a empresa tente trabalhar da melhor forma possível e busque melhorar seus jogos ainda mais, independente dos sucessos passados.
A mudança de um jogo medieval para um cyberpunk dentro da empresa e de um jogo em terceira pessoa para primeira pessoa
Pietras afirmou que durante o desenvolvimento de The Witcher 3, a empresa já se perguntava qual seria seu próximo projeto. Muitos dos desenvolvedores e executivos da empresa gostavam muito do RPG de papel Cyberpunk 2020, e foi a partir daí que eles tiveram a ideia de se basear nesse universo para criar um novo mundo.
Com relação à mudança de perspectiva da câmera, Pietras nos diz que a escolha de criar um jogo em primeira pessoa se deu porque a CD Projekt Red achou que essa seria a melhor forma de interagir com a história do jogo. Além disso, não podemos nos esquecer de que a mecânica de combate Cyberpunk 2077 será bastante diferente da de The Witcher 3, o que permite esse tipo de abordagem. Pietras finaliza dizendo que os detalhes criados em Night City e o novo sistema de interação do jogo, criado para mesclar o gameplay e as cenas, funcionam muito melhor em primeira pessoa.
O objetivo era fazer com que o jogador tivesse uma experiência de jogo contínuo, sem interrupções, de forma a se sentir parte do jogo. As cutscenes que utilizam terceira pessoa foram escolhidas somente em momentos imprescindíveis da história, termina Pietras.
O processo de criar um mundo vivo e contínuo
Pietras começa falando sobre The Witcher 3. Nele, toda a exploração é horizontal. Pode-se ir em qualquer direção a fim de atingir o objetivo, seja ele a história principal ou as side quests. Em Cyberpunk 2077, contudo, há toda um ecossistema vertical com os Mega Buildings, que dão todo um novo sabor ao jogo. Há diferentes camadas, distritos e alturas a serem exploradas em Night City. Se The Witcher 3 impressionava pela extensão do seu mapa, Cyberpunk 2077 será impressionantemente detalhado no que tange a seus prédios e vielas.
O tamanho de Cyberpunk 2077
Coimbra pergunta sobre o tamanho de Cyberpunk 2077, visto que The Witcher 3 proporcionava centenas de horas de jogo. Pietras afirma que não há um número exato de horas de jogo a dizer, visto que o jogo ainda está em desenvolvimento, mas garante que o jogo será bastante grande.
O tamanho do time que está trabalhando em Cyberpunk 2077, quanto tempo levou para atingir o ponto de desenvolvimento atual e quando será lançado
Pietras nos conta que em 2013 a empresa havia anunciado que estava iniciando os trabalhos em Cyberpunk 2077. Entretanto, com a demanda das expansões de The Witcher 3, a empresa precisou pegar parte dos seus recursos e funcionários para trabalhar nesses DLC’s. Após o término destes, todo o plantel de artistas da empresa foi alocado para Cyberpunk 2077 para colocar o desenvolvimento do jogo a todo vapor. Sobre a data de lançamento, Pietras afirma: “O jogo estará pronto quando estivermos prontos”.
As mecânicas, poderes e sistemas de combate do jogo
Com relação às mecânicas de combate, há três tipos de armas. Ele fala sobre Smart Weapons, em que pode-se, por exemplo, rastrar o movimento dos inimigos para que suas balas possam ajustar as suas trajetórias para os mesmos. As Tech Weapons podem ser carregadas para atingir inimigos através de suas coberturas. Por fim, há as Power Weapons, que têm balas tão poderosas que podem ricochetear pelas paredes.
Além disso, também há um sistema melee. Há um Mantis Plate nos braços do personagem principal que podem ser utilizados para bater, atacar e cortar inimigos. Também pode-se andar na parede e prender-se a ela. Pietras ainda nos fala que haverá uma Katana que trará uma mecânica bastante interessante.
As surpresas apresentadas no gameplay a portas fechadas do jogo
Coimbra começa falando sobre os detalhes incríveis do jogo e o fato de que o jogo é um RPG na sua melhor essência. Pietras acrescenta que Cyberpunk 2077 busca exatamente isso, ser um RPG em que suas escolhas importam muito. Já no começo do jogo, a escolha do gênero e da história por trás do seu personagem já afetam bastante como tudo irá se desenrolar. Algumas escolhas ao longo do enredo terão efeito a curto prazo e outras a longo, mas o mais impressionante é que o jogo poderá realmente ser muito diferente dependendo das mesmas. Ainda, o jogador terá que arcar com as consequências ruins de muitas escolhas, visto que Night City será uma cidade cruel.
Pietras não pôde afirmar quantos finais o jogo terá, mas deixou claro que serão muitos.