Análise – Siege Survival: Gloria Victis

A mais ou menos um mês atrás, fiz o preview do game Siege Survival: Gloria Victis, um jogo que mistura estratégia de sobrevivência com gerenciamento de recursos. Em seu estado prévio, o game tinha muitos dos seus recursos limitados, e mesmo assim foi uma surpresa bem agradável para quem curte o gênero e, principalmente, sua principal fonte inspiradora: This War of Mine.

O game das desenvolvedoras Black Eye Games, FishTankStudio e distribuído pela Ravenscourt foi lançado no dia 18/05, com isso, tivemos a oportunidade de testar toda a potência dessa “imperfeita obra de arte”, e você poderá conferir a seguir.

A, ainda, rica e envolvente história

Como mencionado em nosso preview, Siege Survival: Gloria Victis, tem uma história rica e envolvente, e poucas coisas foram mudadas em relação a isso em sua versâo final. Foram disponibilizados mais modos de jogo para se começar, com novos desafios e oportunidades, a localização de exploração inicial também mudou assim como alguns de seus personagens. Não considero essa alteração nem um pouco ruim, apenas demonstrou um pouco mais das variações que o game oferece já de cara e o seu potencial para o futuro. A estrutura de “RPG de escolhas” se manteve inalterada, tanto pelo lado bom quanto pelo ruim, digo isso porque achei a proposta MUITO interessante, porém bem limitada. Existe um potencial bem simples aqui que eu gostaria de ver explorado, opções que talvez alterasse seus personagens iniciais, suas saúdes, traumas, fraquezas e etc. Não que isso afete a experiência do jogo em si, mas apenas para sanar essa sensação de “queria mais”.

O simplesmente bonito que continua bonito

Graficamente, o jogo não teve nenhuma alteração: o visual continua agradável e muito bonito. Achei as novas áreas disponíveis interessantes e condizentes com o cenário geral. Os novos personagens possuem suas skins próprias e notei que teve uma leve variação a mais nos inimigos (ou eu estava preocupado de mais em fugir deles em seu Preview que acabei não reparando nesse detalhe).

Os bugs mencionados das animações em geral, melhoraram significativamente, as ações parecem mais coesas e um pouco mais polidas. Infelizmente, as lutas – ponto menos explorado e utilizado no game – ainda pecam em sua aparência e variedade. Eles melhoraram o bug do seu personagem “entrar” no inimigo no momento do combate e acrescentaram uma ou duas animações a mais de ataque, porém, continuou apenas nisso, o movimento continua robótico e não encaixando muito bem. Outro ponto que eu achei bem “fraco” é que, diferente da sua fonte inspiradora, você não pode “executar” o inimigo distraído, o que gera uma grande frustação já que você precisa ficar se escondendo das patrulhas que caminham e, por isso, perde uma boa parte da sua exploração esperando o adversário passar por seu esconderijo.

O desafio de administrar muito com pouco

Assim como em This War of Mine, em Siege Survival: Gloria Victis o seu objetivo é sobreviver. Para isso, você precisa, durante o dia: administrar os seus recursos, cuidar dos seus sobreviventes, construir novos equipamentos, dentre outros, e a noite você precisa explorar, no estilo stealth, a cidade em busca de mais recursos e sobreviventes. Administrar como você vai utilizar cada um dos seus recursos e sobreviventes é o ápice de entretenimento do jogo. Porém, apesar de parecer mais do mesmo, existe uma diferença que se destaca e só aumenta o desafio (e a diversão) de Siege Survival: você não precisa administrar esses recursos para apenas seus sobreviventes, mas também para a guarnição defendendo a cidade.

Além de manter todos os seus sobreviventes vivos e saudáveis, existe uma última linha de defesa da cidade que fica sendo, constantemente, atacada. Essa linha precisa de mantimentos e equipamentos para se manterem bem frente as tentativas de invasão constante, caso contrário a linha cederá e será Game Over.

Nesse dilema que entra o ponto mais divertido do game, na minha opinião: alimentar meus sobreviventes ou a guarnição? Usar bandagens nos meus feridos ou enviar para as tropas? Cada uma dessas decisões pode definir, de forma positiva ou negativa, o dia seguinte. Deixar os sobreviventes com fome, diminui o desempenho deles, deixar as tropas com fome, diminui a moral e, com isso, aumenta as baixas nas waves (ondas) de ataques e, consequentemente, podem resultar na queda do castelo.

Justamente essa dinâmica torna o replay do game super bem-vindo, soma-se isso aos novos modos apresentados, e vai valer a pena tentar várias estratégias diferentes e apreciar seus resultados – isso sem contar as possíveis e esperadas DLC’s.

Tensão medieval nos áudios

O áudio do game não possuiu grandes alteração com relação ao seu Preview. Assim como falei anteriormente: as músicas se encaixam muito bem no ambiente e na atmosfera do jogo, remetendo ao medieval com um bom traço do “medo” diante da situação vivida.

O que vale reparar é a melhoria sutil, mas considerável, no áudio da exploração e do combate. Mencionei como alguns detalhes chegaram a ser irritantes e, no produto final, não tive a mesma sensação. No geral, não são os melhores efeitos e trilhas sonoras, mas não deixam a desejar.

Siege Survival: Gloria Victi, eu espero por mais!

O produto final que nos foi entregue não está decepcionando em nada. Tivemos melhoras simples, mas significativas em relação ao que nos foi entregue em seu Preview e, admito, amei ainda mais. Embora alguns detalhes continuem a desejar (dando ênfase ao combate) o game entrega o que promete: uma dificuldade boa, um mega desafio administrativo e uma vontade de ser jogado novamente. Para quem curte e espera até hoje por algo parecido com This War of Mine, vai encontrar acalento nesse game que tem potencial para se expandir ainda mais com atualizações e possíveis DLC’s.

Siege Survival: Gloria Victis já está disponível para compra em sua versão final na Steam.