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Análise: World’s End Club deixa a desejar

Boas ideias e uma execução desleixada.

World’s End Club ficou por oito meses em acesso antecipado e agora, que já foi lançado, finalmente podemos trazer a análise do jogo feito e dirigido por Kotaro Uchikoshi da série Zero Scape e Kazutaka Kodaka da série Danganronpa.

Com o fim das séries Zero Scape e Danganronpa, essas duas lendas se uniram para criar um novo estúdio e utilizar seu conhecimento em quebra cabeças e jogos mortais para iniciar uma nova franquia. A pergunta é: será que World’s End Club supera ou chega perto das obras anteriores dos diretores? Confira tudo sobre o jogo aqui em nossa análise de World’s End Club.

A análise de World’s End Club foi possível graças a um código cedido pela produtora. O jogo está disponível para Apple Arcade e para Nintendo Switch contando com legendas PT-BR.

Um início promissor, porém…

Sabendo que World’s End Club vinha das mentes dos diretores citados, eu fiquei animado com uma experiência inteligente e desafiadora, esperando grandes plot twists e situações inusitadas. E o início do jogo entrega exatamente isso.

Você é Reycho, o protagonista silencioso que foi transferido recentemente para uma nova escola e está indo com o grupo auto-intitulado “Go-Getters” para uma excursão fora de Tóquio. Durante a viagem de ônibus um meteoro atinge Tóquio e você e seu grupo acordam em um parque aquático, de forma misteriosa.

Lá você é abordado pela personagem Pielope que quer fazer uma espécie de jogos mortais com os amigos. Eles deverão se virar um contra os outros e formar alianças temporárias. Apenas o último jogador em pé conseguirá a chave para escapar do ambiente.

Porém, ao sair dessa emboscada, é aí onde o jogo começa. A premissa muda drasticamente e você e seu grupo deverão voltar a pé para Tóquio passando por diversas cidades que foram abandonadas, tentando entender o que aconteceu após a queda do meteoro.

Embora a temática seja legal, alguns personagens são muito fracos e caricatos. Adicionalmente, a temática de uma espécie de escape room é bem mais animadora que a aventura principal. Mesmo assim, a história consegue se segurar, mas fica aquém do esperado.

Deixe comigo, vou apertar A e estará tudo resolvido…

Jogabilidade fraca demais

Por mais que tenha alguns problemas, a história e personagens de World’s End Club conseguem se sustentar e você quer sim ir até o final do jogo para conhecer a história do jogo. O grande problema é que para isso acontecer você tem que jogá-lo…

Tudo é tão simples e mastigado que muitas vezes lembra uma visual novel. Com comandos estupidamente simples e desafios quase inexistentes, você irá andar em linha reta passando pelos supostos desafios. Para dizer que nunca irá morrer ou coisa similar, você será impedido diversas vezes por inimigos, mas não por sua dificuldade, mas por um erro de hitbox dos personagens e ambientes.

Além disso, caso você seja surpreendido por uma nova situação e morrer, o retorno embora seja imediato, é sempre um mistério onde voltará, pois não existe uma clara indicação da onde foi salvo pela última vez.

E para não ser injusto nesta análise de World’s End Club, o jogo tem sim boas ideias em seu gameplay. Além de poder escolher seu caminho como que parte do grupo seguir e para qual cidade ir, o que eleva o fator replay, cada personagem irá misteriosamente receber um poder ao longo do jogo. Pode arremessar itens, virar uma parede intransponível, rebater projéteis e mais.

Porém (sempre tem um porém em World’s End Club), não existe um desafio mínimo. Por exemplo, ao arremessar algo, a mira é automática nos inimigos. Ao rebater algo, a rebatida dos projéteis também vão automaticamente nos inimigos. Isso sem contar que não existe um mix de personagens para utilizar poderes diferentes e estratégias diferentes. É sempre tudo apresentado de forma linear e fácil.

E some toda essa experiência incômoda a quedas inexplicáveis de FPS. Simplesmente ao pular e fazer algumas ações simples, o jogo tem queda de frames e dificulta ainda mais sua mobilidade um tanto travada.

Gráficos incongruentes

Para fechar a análise de World’s End Club, tenho que falar dos gráficos, que me agradaram e incomodaram ao mesmo tempo.

Por um lado achei o jogo super estiloso e os personagens tem um contorno excelente além de uma modelagem lembrando personagens de anime. Eles são ricos em detalhe e não devem nada a ninguém. Ainda na parte dos elogios, os mapas, opções e diversos itens da HUD são muito estilosos.

Todavia, isso bate de frente com os ambientes um tanto simplistas e algumas vezes repetitivos. Além dessa falta de vida e detalhe aos cenários, senti que faltou ritmo na troca de cenários e diálogos. O jogo se utiliza de momentos 2D, momentos estáticos e momentos animados para mostrar a relação entre os personagens. Mas para fazer a transição entre eles, aqui, World’s End Club deixa muito a desejar, acabando com a fluidez das cenas e da história.

Conclusão

A grande verdade é que World’s End Club tem um grande potencial, porém, ele está longe de ser um jogo necessário, tanto para os curiosos como para os fãs dos diretores do projeto.

Por um lado, temos uma história com potencial com personagens interessantes que poderiam ser melhores trabalhados. Além disso, a ideia de cada personagem ter um poder único é bem interessante.

Por outro, infelizmente, World’s End Club falha em dar um bom ritmo tanto ao jogo como à história. Aqui vejo que a maior falha é o gameplay simplista demais que abusa de bengalas e praticamente não pune o jogador por seus erros que, no geral, acontecem por alguns problemas de falta de polimento do jogo.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

World's End Club tem espaço para melhorar

Visual, ambientação e gráficos - 6.5
Jogabilidade - 5
Diversão - 5.5
Áudio e trilha-sonora - 6

5.8

Fraco

World's End Club está cheio de boas ideias e uma história interessante, porém, falha em diversos pontos em sua execução e aparenta necessitar um polimento maior. Caso tenha interesse em pegá-lo, sugerimos aguardar uma promoção.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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