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Análise: Gungrave GORE poderia ser um retorno fabuloso, porém, não cumpre o esperado

Nós temos que falar sobre Gungrave GORE

Nossa análise de Gungrave GORE (Gunslinger Of Resurrection) fala de um clássico jogo lançado há 20 anos atrás no saudoso Playstation 2. Sendo o quarto capítulo (se considerarmos o VR) da história de Brandon Heat no seu pós-morte como Beyond the Grave, temos aqui uma nova organização mafiosa conhecida como Clã Corvo do qual precisa ser dizimada imediatamente e, para isso, Grave despertou uma vez mais de seu descanso eterno. Será que houve melhorias relevantes desde o preview que fizemos do game? Continue lendo para descobrir.

Essa análise de Gungrave Gore foi feita graças a um código cedido pela distribuidora.O jogo já está disponível para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC e conta com legendas em PT-BR.

Grave retorna uma vez mais

Sendo uma continuação mais distante do segundo jogo, aqui estamos a mais de 15 anos depois dos acontecimentos de Gungrave: Overdose, onde o protagonista agora pertence a uma organização chamada El-Al Canhel que foi fundada por sua filha adotiva, Mika Asagi. Com intuito de destruírem todos os distribuidores da droga SEED, Grave vai percorrer diversas localizações do mundo para exterminar o Clã Corvo que é o principal distribuidor dessa substância.

Com nova organização maligna, novos inimigos e aliados, a história de Gungrave GORE traz a impressão que ela é mais superficial do que as outras, apesar de seu mundo futurista ser bastante rico. Contudo, a maioria das cenas temos apenas Grave sendo direcionado para as missões, não havendo um desenvolvimento tão constante como outrora.

Levando em conta o final de Gungrave: Overdose, o roteirista perdeu a oportunidade de trazer uma melhor versão do protagonista onde ele poderia ser mais Brandon Heat do que Beyond the Grave, fazendo ele mais consciente e podendo dialogar de fato. Invés disso resolveram manter da mesma forma que dos jogos passados, sendo um cara badass totalmente mudo e que não gera conexão com os jogadores.

Análise Gungrave GORE

A jogabilidade tinha tudo para ser boa, contudo…

Gungrave Gore é um jogo no estilo de hack’n slash que utiliza armas de fogo como seu principal arsenal, uma vez que o golpe a curta distância acaba sendo um fator secundário. Aqui você utiliza o par de pistolas nomeadas de Cerberus para dizimar os seus inimigos, podendo atirar com ou sem mira. Em ambos os casos, Grave é capaz de carregar o seu tiro e realizar um disparo realmente destruidor.

Há outras mecânicas como usar o R1 para puxar o seu inimigo pra perto, L3 para finalizar oponentes atordoados, fúria que faz com que atire freneticamente todos os lados depois de atingir 50 tiros em inimigos e outras possibilidades bastante atrativas.

Contudo, o jogo peca na utilização disso. Primeiramente pela forma que Grave é lento e usufruir da maioria das mecânicas acaba sendo maçante por algum inimigo sempre te interromper, fazendo com que você opte por tiro seguido de tiro carregado para superar todos os seus combates.

Um problema grande no gameplay deste jogo está nos inimigos que simplesmente não possuem impacto/peso, fazendo parecer que eles não sofrem dano mesmo sendo atingidos pelos seus ataques a curta distância. Esses inimigos simplesmente continuam o movimento deles ou o tiroteio, uma vez que qualquer ataque deles são capazes de cancelar as suas ofensivas.

Ainda sobre esses inimigos, eles surgem numa quantidade absurda onde apenas os seus golpes especiais são capazes de lidar com eles. E o pior? Apenas os que usam bazuca possuem tempo de recarga, fazendo com que todos os outros fiquem te atacando sem parar sem nenhuma pausa, fazendo com que a sua esquiva seja equivalente a nada.

Não há empolgação

Provavelmente algo que nos guia num hack’n slash é a empolgação que ele nos traz. Podemos ver situações assim em Devil May Cry, os God of War clássicos, Sengoku Basara e até mesmo a consagrada série Warriors. Infelizmente Gungrave GORE não traz essa empolgação, inicialmente pelos motivos mencionados acima, como também por possuir chefes enormes que simplesmente não apresentam ameaça alguma. O cenário é consideravelmente limitado igualmente a movimentação deles, fazendo com que seja extremamente fácil desviar e derrotá-los sem o uso de uma estratégia individual para cada, fazendo com que o jogador sempre opte por tiros normais + tiro carregado.

Temos o Laboratório onde você compra melhorias para Grave podendo ser ataques especiais, status ou novos movimentos. É algo que auxilia a trazer mais possibilidades, porém, os problemas que foram citados continuam a atrapalhar mesmo após trazer upgrades ao Grave.

Outro problema está na péssima escolha de golpes especiais e o modo de fúria (Devil Trigger do jogo) gastarem a mesma barra de energia, limitando a sua liberdade. Ainda mais que ela demora de maneira considerável para ser preenchida. Consequentemente você pode comprar no laboratório amplificadores desta barra, mas ainda assim é complicado utilizar as duas coisas numa única fase por conta da demora do seu preenchimento.

Inclusive, o jogo ainda consegue ser repetitivo em suas fases, pois mesmo com uma variedade de inimigos ele sempre se baseia em andar e atirar.

Melhorias nos gráficos, mas áudio deixa a desejar

Gungrave GORE ficou com gráficos melhores em comparação aos seus antecessores, onde temos personagens bem definidos e cenários bem trabalhados, trazendo uma riqueza singular a esse futuro distópico que o jogo nos apresenta. Infelizmente esse visual e o mundo acabam sendo desperdiçados, uma vez que o jogo é consideravelmente linear, nem mesmo apresentando exploração ou desafios de puzzles.

O áudio, por sua vez, é outro ponto fraco. A trilha sonora é composta quase sempre pelo mesmo rock pesado que lembra Devil May Cry, porém, não há uma diversidade e faz com que o jogador ouça sempre a mesma música em meio aos combates. Há a sua assistente que fica o tempo todo passando informações para Grave, mencionando o que ele deve fazer ou ir, mas acaba sendo algo repetitivo também. No PS5, a voz dela sai pelo dual sense juntamente de alguns sons de tiros em meio do combate.

Pelo protagonista ser consideravelmente mudo, quase não dá pra ouvir algum som vindo dele. Kratos é caladão, por exemplo, mas ao menos ele solta resmungos ou grunhidos, enquanto Grave nem mesmo isso nos proporciona para entendermos o que se passa com ele.

Análise Gungrave GORE

Conclusão da análise de Gungrave GORE

Concluindo essa análise de Gungrave GORE temos aqui um jogo que apresentou boas ideias, tinha tudo para uma continuação sensacional para a franquia, mas infelizmente não fez o dever de casa em ver as tendências atuais do mundo gamer e consequentemente não evoluiu de maneira equivalente.

Seu gameplay por mais que tenha boas mecânicas acaba sendo travado principalmente pela dificuldade injusta vinda dos seus inimigos que não sofrem impacto ou não possuem tempo de recarga de sua munição.

Junto disso, a trilha sonora repetitiva e a falta de carisma no protagonista faz com que tenhamos dificuldade de criar uma conexão com o jogo. O visual, história e gráficos acabam sendo desperdiçados com os tropeços da jogabilidade.

Análise Gungrave GORE

Essa análise de Gungrave GORE segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Gungrave GORE é repleto de boas ideias, mas péssimas execuções

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 4
Diversão - 4
Áudio e trilha-sonora - 3
Narrativa - 7

5.2

Fraco

Aqui temos uma sequência aguardada pelos fãs, mas será que é capaz de agradar até mesmo aqueles que mais idolatram a franquia? Infelizmente Gungrave GORE traz muitas ideias extremamente satisfatórias, porém, teve uma execução precária que não consegue trazer a qualidade merecida.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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