ANÁLISESNINTENDONOTICIASPCPLAYSTATIONREVIEWSXBOX

Análise: Mortal Kombat 1 é o maior da franquia

Multiverso da loukura

Depois do inusitado fim de Mortal Kombat 11, todos estavam curiosos para saber para onde a franquia seguiria. Agora, nesta análise, você verá se Mortal Kombat 1 seguiu para um caminho certo ou se errou “em sua proposta.

De antemão já adianto que embora estejamos falando de Mortal Kombat 1, ele poderia ser facilmente chamado de Mortal Kombat 12. Então, se está curioso, confira agora o que achamos do jogo e como sua nova temática irá transformar a franquia.

Vale pontuar que essa análise de Mortal Kombat foi feita graças a um código cedido pela Warner. Adicionalmente, jogamos ele na versão de PS5. Portanto, entendo que a experiência para o Xbox Series e PC seja a mesma. Porém, a versão de Nintendo Switch continua sendo um mistério.

O Fim de Mortal Kombat 11

Antes de falar de Mortal Kombat 1, sou obrigado a falar de seu antecessor. É vital dizer que é impossível falar minimamente da história de Mortal Kombat 1 sem falar do fim de Mortal Kombat 11. Ou seja, esse spoiler se faz necessário.

Então vamos lá! No fim de Mortal Kombat 11 nós lutamos contra Kronika, a titã responsável pela ampulheta do tempo. Ao longo do jogo, descobrimos que ela já reiniciou a linha do tempo incontáveis vezes para moldá-la a seu bel prazer.

Já na DLC do jogo, Raiden resolve passar seus poderes de Semi Deus para Liu Kang que se transforma no Deus do fogo e no fim assume o controle da ampulheta do tempo. Isso claro, após uma última treta com o famoso Shang Tsung onde é possível escolher lados na batalha final.

Em seguida, o fim da DLC deixa bem claro que Liu Kang fará uma nova linha do tempo e finaliza encontrando um jovem Kung Lao.

Mortal Kombat 1 ou Mortal Kombat 12?

Esse preâmbulo que fiz foi necessário, pois MK 1 segue diretamente os eventos de MK 11. Aqui já temos um novo universo feito por Liu Kang onde ele abandonou seu título de titã e seguiu os passos de Raiden, se tornando o protetor do plano Terreno.

A história se desenrola em quatro atos onde o primeiro é o clássico campeonato de Mortal Kombat. Mas ao invés de termos uma Exoterra tentando invadir o plano terreno, temos ambos mundos vivendo em paz, apesar de tudo. O Mortal Kombat é apenas um torneio de artes marciais “entre amigos”.

Claro que existem tensões entre os povos e velhos antagonistas, como Shao Kahn (agora sendo chamado apenas de General Shao) não estão contentes com essa passividade.

De forma geral, somos lentamente introduzidos a clássicos personagens como Sindel, Raiden (agora apenas humano) Johnny Cage, Mileena (completamente humana?), Kitana, General Shao e mais.

É perceptível que Liu Kang usou seu conhecimento passado para mexer os pauzinhos para deixar seus antagonistas no ostracismo. Adicionalmente, ele aliviou a história de alguns personagens como Mileena ou a própria Sindel.

Em síntese, sim, Mortal Kombat 1 é uma continuação direta de Mortal Kombat 11. Ele é certamente um reboot diferente de tudo que já vi que dá seguimento na história que vem sendo contada nos últimos anos da franquia.

Conhecendo o passado dos personagens

Algo que é inegável, é que já faz mais de uma década que a franquia Mortal Kombat nada de braçadas na questão de contar uma história coesa e bem feita. E muitas vezes nos moldes hollywoodianos, o qual essa inspiração continua na nova iteração.

Eu vou me abster de dar maiores detalhes para evitar spoilers. Mas é interessante ver como cada personagem se desenvolve nesse novo mundo e eu fiquei legitimamente chocado com a genialidade do vilão principal. A última coisa que direi a respeito disso, é que a história, e o jogo como um todo, segue a temática de uma nova linha do tempo. Quase um multiverso, temática que está famosa nos últimos anos no cinema.

Agora, o que quero destacar é como foi super interessante conhecer mais dos personagens. Por exemplo, Johnny Cage. Todos sabemos que ele é um ator famoso, mas o que vimos de suas atuações? Aqui podemos ver ele atuando em um filme de ação como ele é um gigantesco alívio cômico. Adicionalmente ele solta mil referências sobre filmes que caem como uma luva.

Outros dois personagens que me despertaram a curiosidade foram Baraka e Reptile. Foi incrível ficar íntimo de suas histórias e saber mais sobre seu passado, motivações e de sua raça. Esses detalhes e informações fazem você se importar muito com cada um dos personagens e entender suas motivações. Assim como, você consegue ver os povos e mundos em suas tradições ao invés de um conflito sem fim.

Por fim, faço o gigantesco destaque a dublagem e aos gráficos. Sei que eventualmente sempre falamos: esse é o jogo mais bonito que já vi! E bem, temos isso em Mortal Kombat 1. A ambientação é linda. As texturas e iluminação são de altíssima qualidade. E temos a captura de expressões de cada personagem. É tão perfeito que chega a ser assustador.

E falando da dublagem e trilha sonora, ela é igualmente maravilhosa. Eu apenas vi um pequeno problema de sincronização em algumas cenas. Isso deve ser arrumado em uma futura atualização.

E como está a trocação?

Em seguida, tenho que falar como está a luta em si. Afinal, fazer uma análise de Mortal Kombat 1 sem falar de seu gameplay seria um gigantesco erro. Primeiramente, já adianto que ele roda a 60 frames fluidos. Na história é perceptível um mini engasgo entre a entrada e saída da luta para as cenas dos personagens. Muito provavelmente porque mudamos de 30 para 60 frames.

Mas o que importa aqui são os 60 frames na hora da luta. Em seguida, quero falar dos cenários. Eles são absurdamente lindos e detalhados. É incrível ver tanto novos cenários como a reimaginação de cenários clássicos como a floresta das almas. A iluminação é sublime. Existe um draw distance grande mostrando muita coisa no cenário. É algo efetivamente lindo e bem feito, assim como conta com algumas variações dentro do próprio cenário.

Adicionalmente, esses cenários, em sua maioria, contam com física para seus itens e objetos que ficam reagindo à luta. Em seguida, os personagens continuam sofrendo dano com a luta embora esteja menos exagerado. Com exceção aos fatalities e movimentos de Raio X. Esses continuam tão sanguinolentos como sempre.

A maior mudança de todas na luta

Agora, se existe algo que muda drasticamente na hora da luta é a utilização dos Kameos. Nas últimas duas iterações era possível apertar o R1 e interagir com o cenário. Você poderia pular de um lado para outro, aplicar dano e mais. Essa interação desapareceu e deu lugar a um personagem auxiliar.

Primeiramente, você deve escolher seu personagem (que tem seu set fixo) e um Kameo. E fique calmo, pois, no modo história você utilizará os personagens que estão na cena. Então sem loucuras aqui.

Esse Kameo terá uma série de movimentos que podem ser de ataque, defesa ou suporte. E ele irá variar de acordo com o que apertou em seu D-Pad.

Por exemplo o Scorpion. Caso aperte para frente ele vem com uma espada flamejante. Já, se apertar para trás, ele te puxa com sua corda. Já o Kano, tem variações entre soltar um raio laser com seu olho ou dar o ataque rolador aéreo. Por fim temos o sub Zero com seus poderes de gelo. Com ele podemos congelar o inimigo ou até criar uma armadura de gelo.

Esses são apenas alguns exemplos para se ter uma ideia das possibilidades. Será vital estudar os Kameos para ver quem se adequa melhor ao seu estilo de luta e claro, o melhor par com os lutadores principais.

Os golpes dos lutadores continuaram equilibrados e coerente com a história

E por falar no rooster principal eu gostei muito de todos. O mix entre personagens clássicos e personagens obscuros é muito bem vindo. Os golpes, em sua maioria, tem leves variações e foram, em minha opinião, excelentes escolhas.

É importante frisar que temos a temática de reinício da franquia. Então no início da história veremos personagens como Raiden, Kung Lao e Johnny Cage sem qualquer tipo de poder.

Quem sofre mais com essa mudança foi Johnny Cage que perde seus poderes, mas pode ativar uma habilidade especial que o faz virar um tanque por alguns segundos.

Minha única crítica nesta parte vai para Quan Chi e Ermac que estão fora do rooster principal que serão adicionados via DLC. Estes são personagens presentes no modo história e você luta contra eles inúmeras vezes. Aqui temos a canelada mais gritante que vi.

Sai a Kripta, entra a invasão

Continuando na temática de linha do tempo ou multiverso, em Mortal Kombat 1 abandonamos a saudosa Kripta e damos espaço ao modo invasão. Aqui, cada temporada – que dura cerca de 50 dias – terá uma temática. Nesse início temos a história do Scorpion clássico e vingativo.

Você deverá andar pelos mundos que foram demonstrados na história em uma espécie de tabuleiro.
Então, contará com um forte esquema de RPG onde contará com um nível (dividido entre todos os personagens), onde eles terão forças e fraquezas como vemos em Pokémon e, por fim, podemos equipar itens e utilizar consumíveis.

Surpreendentemente gostei muito deste modo, pois ele é rico e imensamente detalhado. Aqui temos mundos extremamente detalhados, com inúmeras atividades (torres, test your might, lojas e mais) além das lutas.

Essas lutas podem ou não contar com algum tipo de efeito de campo como magia sendo disparada, veneno estando presente e mais. Adicionalmente, existem as forças e fraquezas de elementos, assim como existe em Pokémon.

Tudo funciona muito bem neste modo, mas tenho duas ressalvas a serem feitas. Primeiramente, temos aqui fases grandes e detalhadas. E por mais que seja um tabuleiro, ele poderia ser um pouco mais simplificado. As viradas de câmera não são tão legais e em alguns momentos existe queda visível de frames.

Em segundo lugar, esse modo não deve ser jogado de forma seguida. É simplesmente muito cansativo jogá-lo de forma ininterrupta, pois teremos luta após luta. E sem pausa, simplesmente cansa. A ideia deste modo é ir evoluindo seus personagens favoritos para ir liberando seus colecionáveis.

Cosméticos e mais

Por fim, quero falar da customização presente no jogo. Antes de mais nada, afirmo que existem sim micro transações no jogo, porém, elas servem apenas para os cosméticos. Ou seja, será impossível gastar dinheiro real para comprar algo que dê uma efetiva vantagem.

Sobre os desbloqueáveis nós temos três possibilidades. A primeira é a possibilidade de doar mil moedas no altar e conseguir um novo item que geralmente será algo relacionado a arte ou música do jogo. Em segundo lugar temos as roupas e todas as customizações possíveis.

Nelas temos as peças de roupas que são desbloqueadas com a evolução do personagem e seu Kameo, assim como podemos comprar as roupas da temporada. Nesse caso, e para essa primeira temporada, temos roupas específicas com a tonalidade vermelha e amarela remetendo ao Scorpion.

Por fim, temos os desbloqueáveis de cada personagem que remete a novas poses, brutalities e fatalities. Aqui você deverá jogar e jogar muito com eles para conseguir liberar tudo. É inquestionável que é um trabalho de longo prazo.

Ou seja, aqui temos uma necessidade de focar em nossos personagens favoritos para os deixarmos do nosso jeito. E antes que me esqueça, as torres estão presentes e seguem o mesmo padrão de sempre. Escolha um personagem, vença todas as lutas e receba como bônus uma história pessoal dele após os eventos da história principal.

Sim, Mortal Kombat 1 é excepcional

Em conclusão, essa iteração é mais um gigantesco acerto da franquia. Meu maior temor ao fazer essa análise, era que Mortal Kombat 1 se desviasse de sua história. Eu reforço que fiquei surpreso quando vi quem era o vilão real.

Essa questão de linha de tempo foi muito bem trabalhada e serve como pano de fundo tanto para os Kameos como para o novo modo de invasão. A quantidade de conteúdo é excelente e o jogador ficará por muito tempo testando as diversas combinações e liberando as novidades de seus jogadores favoritos.

O único ponto negativo é realmente ter dois personagens amplamente usados na campanha sendo vendidos via DLC. Essa foi uma decisão errada. Felizmente de resto temos apenas alguns pontos de observação e alguns detalhes que não atrapalham em nada.

Até a questão de micro transações, a qual sou crítico, não me incomodou. Afinal ela só te dará um novo look e não afetará em nada a experiência do jogo.

Essa análise de Mortal Kombat 1 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Mais um acerto da franquia

Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
conteúdo - 9

9.7

Obra de Arte

Mortal Kombat 1 traz um reboot diferente do que vemos em outras franquias e ele acaba sendo uma continuação de seu antecessor. Sua história é fantástica, seus gráficos são de cair o queixo e o conteúdo entregue é enorme. Embora alguns reclamem que a Krypta não está amis presente, ela foi substituida pelo modo invasão que entrega muito conteúdo satisfatório.

User Rating: Be the first one !

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.
Botão Voltar ao topo