Análise: Resident Evil 4 – DLC Separate Ways

Após zerar o incrível remake de Resident Evil 4 no início deste ano, confesso que senti falta de explorar alguns elementos e personagens mais a fundo. Em especial, Ada Wong, a misteriosa e habilidosa espiã presente na trama. Seu papel no enredo parecia ter muito mais para contar.

Depois de muitos meses, felizmente, a Capcom lançou a DLC Separate Ways, permitindo aos jogadores assumir o controle de Ada em uma jornada paralela à de Leon Kennedy. Ela agora é personagem jogável em sua própria campanha, que promete revelar seus verdadeiros motivos e como suas ações afetaram os eventos da história principal.

Separate Ways, inspirado na DLC homônima do jogo original, se passa ao mesmo tempo dos acontecimentos de Resident Evil 4, trazendo uma perspectiva completamente nova sobre locais e situações já conhecidas. Como será jogar novamente pela Vila, Castelo e Ilha sob o ponto de vista de Ada? O que ela vivenciou enquanto Leon lutava para resgatar Ashley Graham? Essas são algumas perguntas que ficaram em aberto no jogo base, e que agora são respondidas até certo ponto.

Veja também a nossa análise de Resident Evil 4 Remake abaixo:

O que há de novo?

A DLC também promete expandir a história, mostrando detalhes dos bastidores como a relação da espiã com Wesker e Luis Sera. Além disso, a jogabilidade de Ada traz novidades interessantes como seu icônico gancho, que permite locomover-se rapidamente pelo cenário. Como essa habilidade impactaria o combate e exploração das áreas? Ela teria um estilo distinto de Leon?

Tantas perguntas rondavam a minha cabeça após completar o remake sensacional de Resident Evil 4, e eu não sabia o que a Capcom faria com essa clássica DLC. Separate Ways parecia ser a oportunidade perfeita para matar as saudades do survival horror da Capcom e explorar novos elementos de sua narrativa rica em mistérios.

Contudo, será que a DLC é capaz de fazer jus ao legado da espiã Ada Wong e trazer novidades suficientes para uma experiência fresca? Ou será apenas mais do mesmo? Se você quer saber isso e muito mais, confira a nossa análise completo de Resident Evil 4: Separate Ways abaixo:

História

Primeiramente, como já esperado pelos fãs da série, a narrativa de Separate Ways expande os eventos de Resident Evil 4 ao mostrar o ponto de vista de Ada Wong e suas motivações ocultas. Através dela, novos detalhes são revelados sobre como suas ações nos bastidores permitiram o sucesso da missão de Leon Kennedy. Em meio ao jogo base, Ada simplesmente surge em momentos cruciais, e certamente um mistério pairava no ar sobre como ela se infiltrou nas diferentes regiões do jogo. Quase todas essas questões são respondidas no jogo, e diálogos inesperados também são acrescentados.

Por exemplo, o relacionamento complexo entre Ada e Albert Wesker é aprofundado. Ficamos sabendo como ela se infiltrou sob ordens dele e os diálogos entre os dois trazem mais nuances à trama. Sua dinâmica com Luis Sera também é destacada, mostrando como ambos uniram forças com objetivos dúbios.

É empolgante ver cenas icônicas do jogo original sob nova ótica, visto que certos momentos memoráveis omitidos do remake principal retornam, trazendo nostalgia aos fãs. Além disso, o tom geral da campanha reforça o lado de espionagem da personagem, desde a trilha sonora no estilo James Bond até os visuais futuristas.

A DLC majoritariamente impacta durante as suas 5 horas de duração, mas infelizmente nem tudo são flores. A dublagem, por exemplo, destoa por soar artificial demais, sem a emoção adequada para certas cenas, e a DLC parece desconectada, com transições bruscas entre certas fases.

Entretanto, de modo geral, a história expande bem os acontecimentos do jogo base e se justifica além da nostalgia. Apesar de algumas falhas pontuais, os novos detalhes sobre Ada e revelações impactantes fazem de Separate Ways uma experiência narrativa sólida e coerente.

Jogabilidade

A jogabilidade de Ada Wong em Separate Ways é similar à de Leon em muitos aspectos, porém com adições únicas que trazem mais mobilidade e variedade ao combate. Seu mais icônico gadget é o gancho multiuso, que expande muito as possibilidades de exploração e torna os confrontos mais dinâmicos.

A expansão permite usar o gancho em locais demarcados para alcançar plataformas elevadas ou locais de difícil acesso, permitindo que Ada encontre tesouros e itens bônus em áreas antes inacessíveis. Além disso, o gadget permite puxar Ada rapidamente em direção a inimigos atordoados para executar chutes devastadores. É possível até mesmo arrancar escudos à distância após um upgrade no apetrecho.

Percorrer o cenário chutando adversários ou agarrando suas armas gera momentos empolgantes que adicionam mais adrenalina aos combates. Infelizmente, em certas áreas o uso do gancho é bloqueado em batalhas onde a sua utilização pareceria natural. Isso limita um pouco o potencial total do dispositivo como elemento chave da jogabilidade.

Mecânicas novas

Além disso, outra mecânica que Ada possui é uma lente de contato high-tech, que permite seguir pegadas, digitais e outros vestígios para resolver puzzles investigativos. Isso traz uma camada a mais de gameplay que realça o lado detetive da personagem.

Abordagens furtivas também são encorajadas, com inimigos posicionados e patrulhas pensadas para permitir que Ada passe despercebida. Novas armas expandem as opções ofensivas, como uma besta explosiva e uma espingarda serrada.

O ritmo mais acelerado da campanha também impacta a jogabilidade, já que Ada percorre áreas conhecidas de forma mais rápida e focada na ação. Chefe lentos como o Gigante e Saddler são de fato completamente reinventados para se adequarem ao novo estilo.

Porém nem todas as mudanças são positivas. A batalha contra U3 omite o elemento mais assustador e tenso do confronto original, resultando em um combate moroso e sem graça. Ainda assim, a DLC traz jogabilidade sólida com novidades suficientes para se sentir fresca.

Conclusão – Resident Evil 4: DLC Separate Ways

Em suma, após esta jornada repleta de revelações e nostalgia ao lado de Ada Wong em Separate Ways, posso dizer com tranquilidade que a DLC cumpre seu papel de expandir a experiência do remake de Resident Evil 4 de forma significativa.

A campanha paralela traz uma nova perspectiva sobre a história, explorando os bastidores e as motivações da enigmática espiã. Fora isso, novos detalhes sobre seu relacionamento com Wesker e Sera acrescentam nuances interessantes para fãs da série.

O destaque fica por conta da jogabilidade expandida, que dá mais mobilidade e variedade aos combates graças ao versátil gancho de Ada. O gadget traz mais liberdade para exploração e confrontos dinâmicos, apesar de seu potencial não ser totalmente aproveitado.

Boss fights memoráveis, foco em furtividade e novos puzzles investigativos também adicionam camadas à mecânica já refinada de Resident Evil 4. A reinvenção de cenas clássicas do original agrada nostálgicos, embora nem todas sejam bem sucedidas.

Infelizmente, problemas pontuais como dublagem artificial, transições bruscas e ritmo inconsistente afetam a experiência. Mas no geral, Separate Ways entrega uma campanha sólida de 5 horas com conteúdo robusto.

A expansão enriquece o pacote do remake, aprofundando sua narrativa e explorando novas facetas da jogabilidade, e apesar de imperfeições, completa a obra-prima da Capcom de forma coerente. Para fãs saudosos do clássico original, ela é praticamente obrigatória.

Para concluir esta análise, eu posso dizer sem dúvidas que a jornada de Ada Wong em Separate Ways vale cada centavo dos R$53,90 investidos. É mais uma vitória para o revival da série Resident Evil, expandindo um de seus títulos mais icônicos com maestria.

Essa análise de Resident Evil 4: Separate Ways segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.