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Análise: Tomb Raider I-III Remastered

Será que essa era a modernização que faltava?

Tomb Raider I-III Remastered encheu de esperança os fãs da franquia que queriam ver os nostálgicos primeiros jogos de Lara Croft modernizados após tantos anos. Será que foi dessa vez? Confira nossa análise de Tomb Raider I-III Remastered.

A análise de Tomb Raider Remastered foi possível graças a um código cedido pela publicadora, a qual agradecemos pela parceria e confiança.

Recepção e crítica dos jogos originais

Desde sua estreia em 1996, a franquia Tomb Raider fez história na indústria dos videogames, estabelecendo-se como uma das séries mais icônicas e influentes de todos os tempos. Criada pela empresa britânica Core Design e posteriormente desenvolvida pela Crystal Dynamics, Tomb Raider cativou os jogadores com suas narrativas estilo Indiana Jones, jogabilidade inovadora e uma protagonista cativante.

Os três primeiros jogos da série, lançados para o PlayStation 1, foram recebidos de maneira positiva tanto pela crítica quanto pelos jogadores. O primeiro, lançado em 1996, foi particularmente aclamado por sua atmosfera de exploração, quebra-cabeças desafiadores e gráficos impressionantes para a época. O jogo estabeleceu um novo padrão para jogos de ação e aventura em 3D.

Tomb Raider II (1997) e Tomb Raider III (1998) seguiram o sucesso do primeiro jogo, mostrando mais aventuras de Lara Croft com novos locais exóticos e desafios ainda mais complexos. A série continuou a receber elogios por sua capacidade de envolver os jogadores em uma jornada emocionante, repleta de descobertas e muitos perigos.

Apesar do sucesso comercial e crítico, os jogos de Tomb Raider não estavam isentos de críticas. Na época do lançamento, os jogadores frequentemente apontavam problemas técnicos, como controles rígidos e câmeras confusas, que podiam dificultar a navegação e a jogabilidade. Além disso, algumas críticas foram direcionadas à complexidade excessiva de certos quebra-cabeças e à curva de dificuldade exageradas em determinados trechos do jogo.

No entanto, apesar desses desafios, a franquia Tomb Raider continuou a evoluir e a se reinventar ao longo dos anos, estabelecendo-se como uma das séries mais duradouras e amadas da história dos videogames. A remasterização dos três primeiros jogos para o PlayStation 1 seria uma ótima maneira de corrigir os erros do passado, com novas texturas e alta resolução.

Gráficos e trilha-sonora remasterizados

O primeiro impacto em Tomb Raider I-III Remastered é o visual. Texturas em alta resolução mantendo a estética dos jogos originais agrada e no apertar de um botão você consegue comparar com o que seria as texturas clássicas. Até mesmo o FPS fica baixo para você entender o que era o “normal” – às vezes nossa nostalgia faz a gente imaginar as coisas muito melhores do que elas realmente eram, não é mesmo?!

Para novos jogadores as texturas poligonais, com muitas linhas retas e pontiagudas podem trazer estranheza. Mas como Tomb Raider tem muito do seu gameplay ligado a desafios de plataforma 3D e saltos milimetricamente calculados (ou muita sorte), faz sentido não terem alterado tanto os formatos aqui, principalmente por se tratar de uma remasterização.

A trilha-sonora por sua vez poderia ter sido melhor trabalhada. Por limitação técnica da época, e por ser um jogo graficamente ambicioso, os primeiros jogos da franquia não tinham músicas em todos os momentos e cenários. Isso não deveria, e não é, um problema que enfrentamos hoje. Porém, nada foi alterado aqui. Continuamos com muitos momentos de silêncio que nada acrescentam no momento e podem até mesmo tornar a busca pelos segredos mais entediantes do que deveria ser. Uma pena, já que o clima e ambiente do jogo são muito propícios para músicas orquestradas de fundo, ditando mais os sentimentos de Lara.

Jogabilidade e navegação de menus

Quando pensamos em um remaster, temos que ter em mente as limitações das melhorias possíveis e saber que teremos uma experiência modernizada do jogo. Esperamos ter não só novas texturas mas também novos comandos e mais precisão, melhorias de qualidade de vida, acessibilidade e às vezes até mesmo uma ou outra nova mecânica para que assim tanto os novos quanto velhos jogadores se sintam jogando algo relevante, que vale a pena.

E eu acho que é com esse pensamento que vem a minha maior crítica dessa análise de Tomb Raider I-III Remastered: a falta de modernização do que vai além de texturas.

Entrando nas configurações do jogo, há a possibilidade alterar os comandos do modo tanque (clássico) para comandos “modernos”, o que basicamente significa poder andar em 360 graus. Porém, acionando essa opção o jogo não entende as zonas do analógico, ou seja, ele se torna um direcional (D-PAD). Você não pode comandar Lara a andar ou correr na intensidade que move o analógico, ela sempre irá correr. Para andar, você precisará segurar um botão (Quadrado, no caso do Playstation). E você fará isso quase sempre, pois os pulos em Tomb Raider devem ser muito precisos, não tem espaço para erro aqui.

A falta de comandos realmente modernos acaba trazendo a frustração existente nos jogos clássicos, como: Delay nos pulos, falta de precisão e responsividade. Até onde compensa comprar e jogar uma remasterização que você se sente jogando o game clássico?

A navegação dos menus também não foi modernizada. Você deve entrar no menu do jogo, selecionar o item que deseja e usá-lo ainda no menu. Não podemos trocar entre as armas no meio do combate, nem usar itens de cura. Tudo muito fiel ao jogo original.

Salve a qualquer momento do jogo … mas…

Se você nunca jogou Tomb Raider, te digo que é muito fácil morrer no jogo. Não tanto para os inimigos, graças aos pulos performáticos de Lara.  É comum morrer para armadilhas, ficar mais tempo debaixo d’água do que deveria e principalmente cair de lugares altos.

O jogo te dá a liberdade de salvar a qualquer momento, como um save state. Mas não tão fácil quanto um save state. Para salvar você deve entrar no menu do jogo, sair dos itens e ir para as configurações, escolher a opção “Jogo” e a partir daí estará no menu de save. Algo muito burocrático para um jogo que não possui checkpoints, nem mesmo entre áreas.

Um outro problema é que quando você entra no menu de salvamento, a primeira tela é a de carregamento (load game) – que é idêntica a tela de salvar. Ou seja, se o jogador estiver distraído acabará voltando pro último save ao invés de salvar após passar por um momento difícil do jogo. Acredite… acontece!

Conclusão

Tomb Raider não apenas definiu um novo gênero de jogos de aventura, mas também ajudou a moldar a representação de personagens femininas nos videogames. Lara Croft emergiu como um ícone cultural, quebrando estereótipos e inspirando uma geração de jogadores de todas as idades e gêneros. Apesar de ter ótimos títulos modernos, a franquia possui muitos fãs que têm os jogos clássicos com carinho na lembrança e também novos jogadores que poderiam entender de onde veio a fama e a importância de Lara Croft na indústria.

Tomb Raider I-III Remastered agrada aos olhos, até mesmo aos ouvidos quando sua trilha aparece, mas deixa um sentimento de frustração quando experimentamos seus comandos confusos e câmeras com uma mudança de ângulo inconveniente para os dias de hoje.

É muito bom voltar no tempo com as remasterizações e nos divertir jogando o mesmo jogo do passado no presente, mas para isso eles precisam nos apresentar os pontos altos do clássico sem os problemas do passado. Adições ao jogo podem ser vistos como “mimos” mas correção de problemas deveria ser obrigação. Teria sido melhor modernizar ainda mais os “comandos modernos” e deixar o comando clássico, com os problemas clássicos para quem quisesse. Seria mais justo.

Tomb Raider I-III Remastered é recomendado para aqueles que querem a experiência clássica do jogo com boas e novas texturas.

Se você quer experimentar o que era Tomb Raider na sua criação e entender como foi a evolução não só da franquia mas dos jogos no geral, eu te convido a jogar essa versão remasterizada. Se você espera solução para algum dos problemas que te afastam do jogo clássico, não vai ser dessa vez.

Essa análise de Tomb Raider I-III Remastered segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Um remaster fiel demais

Nota Final - 6.5

6.5

Mediano

Tomb Raider I-III Remastered é recomendado para aqueles que querem a experiência clássica do jogo com boas e novas texturas. O retorno de problemas antigos pode afastar novos jogadores.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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