Análise: Souldiers é um game indie que merece atenção
Encabeçando minha lista dos melhores indies que já joguei.
Desenvolvido pela Retro Forge publicado pela Dear Villagers, Souldiers é um game metroidvania indie com elementos de RPG e visual retrô em 16 bits. Será que essa mistura de elementos vai agradar? Venha conferir em nossa análise de Souldiers.
O game já está disponível para PC via Steam e Epic Store, Playstation 4 e 5, Xbox One e Series e Switch e conta com legendas e interface em PT-BR.
A análise de Souldiers foi feita graças a um código cedido por sua distribuidora.
Um carismático universo
Em Souldiers, temos a opção de jogar com um dos seguintes personagens: Batedor, Arqueiro ou Mago. Esses são personagens genéricos que fazem parte de um exército maior, ou seja, não temos um nome ou uma característica própria marcante. Essa característica não é incomum, ela está presente em vários games nesse estilo.
Seu universo, por outro lado, é riquíssimo em história e personagens marcantes. Somado a isso, temos uma enciclopédia aonde a história e origem dos inimigos e personagens que encontramos ficam registradas. Normalmente em jogos desse estilo sendo honesto, não costumo prestar muita atenção a história e foco mais na ação. Mas em Souldiers, é tudo feito com tanta atenção e carinho que perdi tempo até lendo o diário sobre os monstros e heróis.
Souldiers é inspirado na mitologia nórdica – Análise
E falando resumidamente de sua história, o game começa em Zerga, uma das três nações que governam o continente de Ascil. O conselho do rei está em debate sobre qual a melhor estratégia para a guerra que entrarão contra a outra nação Dadelm. Em um momento, o feiticeiro real Arkzel, propõe um plano: esperar o exército inimigo em um desfiladeiro para fazer uma emboscada.
Infelizmente, um terremoto – fica a dúvida se é natural ou não – causa um deslizamento soterrando a todos. Nesse momento, uma Valquíria surge e informa ao exército que eles estão em um limbo entre a vida e a morte e que pode, nos transportar para uma terra chamada Terragaya ou passarmos a eternidade preso nesse local.
Sem escolhas, obviamente todos entram no portal e começamos nossa jogatina. Rapidamente conheceremos Liandris, a matriarca das valquírias, e descobrimos nosso objetivo naquele mundo: encontrar o guardião e nos tornarmos o campeão do Ragnarok, ganhando poderes inimagináveis.
Jogabilidade fácil de aprender, difícil de masterizar
Embora visualmente agradável, Souldiers é um game relativamente difícil – principalmente nas lutas contras os chefes e subchefes de cada região. Primeiramente, como já mencionado, escolhemos um dos 3 personagens disponíveis: Batedor, Arqueiro ou Mago. Essa escolha afeta diretamente o nosso modo de jogo, visto que eles são bem distintos entre si. O batedor é um guerreiro com armadura e escudo, o que significa que ele tem defesa alta e uma boa resistência. Enquanto o arqueiro tem a possibilidade de atacar a distância e é mais ágil, porém com uma defesa menor. Por outro lado o mago possui danos mais altos, porém é dependente de mana e é bastante frágil.
Nesse ponto já coloco uma crítica pontual a duas classes específicas. Embora não ache um erro agressivo, o mago possui pouca mana base assim como pouca diversidade de habilidades, o que o torna sua jogabilidade bastante “comum”. Já o arqueiro possui uma mecânica bem interessante de limite de flechas que se abastecem com o tempo. No entanto, esse tipo de ataque possui um limite de distância, ou seja, não podemos acertar os inimigos mais afastados, o que é extremamente contraditório visto que eles o conseguem.
Um RPG de ação com estilo retrô
No geral, os controles do game são simples, contamos com esquiva, defesa e cada classe possui 2 ataques diferentes, um mais forte e outros mais fraco. Aprendemos outros truques e habilidades com o avançar de nível, porém esse processo é bastante demorado. Embora eu não tenha visto um problema real nisso – exceto pela minha falta de tempo geral – o game é bastante longo e a evolução dos personagens é bem demorada. Em 5 horas de partida consegui apenas chegar ao level 11 e desbloquear duas habilidades com o guerreiro.
Além disso, o game traz outras características de um típico RPG. Podemos evoluir nosso equipamento com matérias primas encontradas nas fases e conseguir artefatos que melhoram nossos atributos. Agora o que mais me cativou é que o game trouxe muitos elementos de jogos antigos, e um deles é sua evolução. Assim como games retrôs de videogame como o Wonder Boy, você precisa conseguir certos itens ou habilidades para atingir novas áreas, o que tem “empurra” a seguir alguns caminhos, mas sem tirar a sensação de liberdade.
Souldiers traz uma experiência áudio visual agradável e nostálgica
Um ponto muito forte de Souldiers é sua ambientação e a qualidade da mesma. Indo de cavernas sombrias e cobertas de teias, passando por desertos secos e áridos, andando por ruínas e castelos. Existe uma variedade muito grande de locais a serem explorados e é nítido o carinho que seus desenvolvedores tiveram em sua produção. A atenção aos detalhes, dos pequenos aos grandes, fica clara em cada nova região que chegamos. Por exemplo, as animações de fundo: ao invés de ficarmos olhando um cenário apenas bonito e colorido, ele possui vida, com animais, aranhas e outros seres passando e realizando tarefas.
Outro ponto de atenção são os personagens do game. Todos estão bem-feitos e bem carismáticos e suas animações também possuem essa característica. Por outro lado, um ponto que ainda me incomodou no game são alguns efeitos de combate que, embora bonitos, atrapalharam em certos momentos o uso da defesa e da esquiva por não conseguir enxergar direito o personagem. E aqui vale lembrar que ambas as ações não são ilimitadas, o que impede seu uso excessivo, ou seja, errou? Então corra!
Do mesmo modo, a trilha sonora de Souldiers também não fica de fora e entrega algo que mistura o agradável, o novo e o nostálgico. Dado sua jogabilidade que mistura ação com RPG, seu visual e áudio retrô, fiquei com uma agradável sensação – mais uma vez – de estar revivendo os games clássicos dos consoles antigos como Wonder Boy ou sua versão tupiniquim: Turma da Mônica na Terra dos Monstros, e isso foi muito bom.
Conclusão da análise de Souldiers
Em suma, Souldiers é um game que merece uma chance. Com uma história cativante cheia de personagens agradáveis e interessantes. É difícil não se ver envolvido de alguma forma por esse universo. Somado a isso, temos um visual agradável e uma jogabilidade que é simples, mas ao mesmo tempo desafiadora.
Embora possua alguns pequenos problemas técnicos que nem cheguei a mencionar nessa análise – como um loading relativamente longo para esse estilo de jogo e pequenas quedas de frame, o game definitivamente merece atenção. Arrisco dizer que Souldiers tem grande potencial para ser um dos grandes jogos indies do ano.
Esta análise de Souldiers segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Souldiers
Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 8
Diversão - 9.5
Áudio e trilha-sonora - 9
8.9
Ótimo
Souldiers se provou um game merecedor de atenção e tempo, e põe tempo nisso. Sua história e personagens cativantes somados a uma jogabilidade simples, mas desafiadora e um visual retrô bastante agradável conseguem cativar de uma forma surpreendente.