Graças a Ubisoft, tivemos a oportunidade de jogar cerca de 4 horas do antecipado Star Wars Outlaws. Aqui pudemos ver muitas de suas mecânicas, ambientação e seu rico mundo.
Confira tudo o que achamos de Star Wars Outlaws e entenda porque abraçamos o hype.
Uma ambientação absurda
Como joguei apenas 4 horas de Star Wars Outlaws, não entrarei em detalhes de sua história, pois ainda falta muito a ser visto e experimentado. Aqui quero destacar as partes interessantes de sua ambientação que certamente irá agradar os fãs.
Inicialmente fiquei cerca de 3 horas jogando no planeta de Toshara. Esse planeta inédito na franquia foi feito em parceria com a Lucas Arts e posso dizer que parece ter saído dos filmes. Aqui temos um mundo árido e cheio de planícies. O primeiro impacto vem com a possibilidade de pegar seu Speeder e poder andar para onde quiser. Quase como se fosse uma espécie de GTA de Star Wars.
Ao chegar na cidade principal de Mirogana, é possível ver a movimentação das pessoas e uma mistura de cenários Cyberpunk com a mitologia Star Wars. É incrível poder andar calmamente em uma cidade com tantas raças e coisas acontecendo.
Outro fator interessante é que Star Wars Outlaws se passa entre o quinto e sexto filme da franquia, logo, a presença imperial está mais forte nas ruas e é possível ver a truculência de oficiais e storm troopers tanto com a protagonista como com os cidadãos.
Ao explorar Toshara é possível ver algumas fazendas e construções mais humildes, lembrando o que vimos em Tatooine. O interessante é que existem vias onde encontrará outras pessoas andando como se fosse um mundo vivo.
Também foi possível ir para uma instalação imperial no espaço onde a sua ambientação era excepcional. O hangar lembrava o que vi nos filmes e a movimentação de droids, oficiais e soldados era intensa. Tudo extremamente bem representado.
Por fim, na última hora dessa build, foi possível experimentar brevemente como é voar no espaço, assim como fui para o planeta Kijimi. Esse planeta gelado mostrou uma ambientação completamente diferente de Toshara. Aqui pude andar pela cidade principal, onde era uma interessante mistura de arquitetura oriental, mas sob uma forte nevasca.
Mais uma vez, fiquei impressionado com o que vi em questão de ambientação e na quantidade de detalhes e NPC’s dispostos na cidade.
Star Wars Outlaws entrega uma atuação de primeira
Além da parte visual agradar muito, outro grande destaque para Star Wars Outlaws é que a atuação dos personagens é fabulosa. Muito curiosamente, eu achei todos os personagens principais com que esbarrei muito bem representados.
Em Star Wars Outlaws existe um sistema de sindicato (que falarei mais a frente) o qual teremos chefes que são bem característicos. Por exemplo, o sindicato Pyke é uma espécie de sindicato do crime onde todos têm medo de seu chefe. Ao falar com Gurak, o chefe desta facção, fica claro sua posição de poder e como ele impõe respeito através do medo.
Já o outro sindicato, a Aurora Escarlate, age mais pelas sombras e tenta “comer pelas beiradas” o território do sindicato Pyke. Aqui temos como grande destaque Danka, que é seu ponto de contato. Ela sempre se mostra muito confiante, amistosa, mas, ao mesmo tempo, deixa claro que qualquer vacilo pode ser seu fim.
Esses são apenas dois exemplos inicias. A impressão positiva se estende a vasta maioria dos personagens principais, onde cada um terá sua devida importância. E por falar em personagens principais, temos a protagonista Kay Vess que é uma espécie de Han Solo em sua juventude. No entanto, Kay aparenta ser ainda mais arrojada e está sempre tecendo comentários engraçadinhos nas muitas situações.
E claro, também faço um destaque para seu parceiro Nix. Ele é um merqaal de um mundo desconhecido e traz o mesmo apelo que os droids tanto dos jogos como o BD-1 de Star Wars Fallen Order e Jedi Survivor como o recente BB-8 e muitos outros. Nix é um fiel parceiro de Kay que traz muitos momentos de companheirismo, fofura e esperteza.
Forje e quebre alianças em Star Wars Outlaws
Agora, o que mais me surpreendeu de longe em Star Wars Outlaws é como suas ações irão afetar a sua aventura. Como o próprio nome do jogo já entrega, Kay será uma fora da lei. Como tal, ela deverá fazer de tudo para se beneficiar e fazer as melhores alianças. Mas, ao mesmo tempo que você faz uma aliança, você faz um inimigo.
E essas alianças ou até quebra de alianças irão permitir caminho mais complexos, ou fáceis dependendo da missão que esteja. Exemplifico com a primeira missão que fiz nessa demo.
A primeira grande missão foi da Aurora Escarlate onde passei em um teste feito por eles, mas consegui uma informação super sensível sobre o sindicato Pyke. Aqui escolhi reter essa informação ao invés de dar ela para a Auora Escalarte. Isso fez com que eu caísse nas graças de Gorak e pude andar em seu território sem problemas.
Em seguida, eu tive uma missão onde precisa roubar um item de um dos territórios. Escolhi o Pyke, pois podia andar livremente por lá. E como ninguém me viu roubando, meu relacionamento com eles ficou intacto.
Isso é um pequeno exemplo de como pode afetar as missões de forma de ter que invadir grandes territórios com muita ou pouca dificuldade, além de poder transitar em áreas específicas tanto da cidade como do mundo.
Pelo que pude ver, teremos quatro sindicatos no jogo, assim como suas ações contra o império irão afetar seu nível de procurada por eles. O mais interessante disso tudo, é que existem missões que você necessariamente irá se indispor com algum dos sindicatos. Portanto, não existe uma aliança duradoura, mas sim momentos de conveniência.
E caberá a você trilhar seu caminho único baseado no que acha que será melhor. Mas sempre fica a seguinte pergunta: será que tomei a melhor decisão?
Foco na furtividade
Agora falando de seu gameplay, Star Wars Outlaws apresenta muitas possibilidades. Antes de mais nada, quero reforçar que estamos falando de um jogo de mundo aberto. Com isso, será possível explorar muitas cidades e territórios em busca de segredos e recompensas.
Um exemplo simples, é que é possível invadir postos de segurança do império, ou então ouvir uma conversa para descobrir onde tem um tesouro escondido. Lembre-se que tudo que Kay quer é ganhar dinheiro para poder ser livre.
Existem vários pontos de interação tanto que irão te dar missões ou então de entretenimento como jogar um jogo em uma máquina de arcade ou então apostar em corridas de cavalo ou participar de um jogo de cartas.
Adicionalmente, Nix irá desempenhar um papel crucial aqui, pois poderá tanto roubar itens como poderá distrair inimigos para abrir uma oportunidade para Kay. Com sua evolução será até possível mandar atacar para criar oportunidades, roer cabos de equipamentos inimigos ou explodir granadas neles.
E embora Star Wars Outlaws possua um sistema de tiros, seu foco real está em sua furtividade. A parte de tiro é bem direta ao ponto onde seu blaster terá um tempo de resfriamento e será possível usar granadas, atirar em barris explosíveis e mais. Também será possível, naquele momento específico, pegar uma arma que cai no chão para atacar seus adversários.
Mas o real brilho vai para a furtividade. Em muitos momentos Kay deverá se esgueirar por trás das caixas, pegar inimigos sorrateiramente e até entrar nos muitos dutos presentes. O legal é que o game design das cidades e bases se mostra bastante competente, pois sempre abre inúmeras possibilidades de invasões.
Certas missões eu tentei cerca de cinco vezes até ter sucesso e eu encontrei cinco caminhos diferentes para iniciar minhas abordagens.
Por fim, vale pontuar que existem dois mini games de hackear portas e terminais. Um é bem inteligente onde deverá ir escolhendo os símbolos disponíveis e deverá ver qual é o certo e qual é o errado para realizar o desbloqueio.
Já o outro é um mini game mais simples, onde deverá pressionar o botão no ritmo sonoro e visual disponibilizado. Eu até gostei de ambos mini games, mas em certos momentos achei que exageraram em sua quantidade.
Star Wars Outlaws não empolgou no espaço
Por fim, eu quero trazer minha crítica mais severa a Star Wars Outlaws. Eu não gostei muito do que pude ver no espaço. É valido reforçar que estamos falando de uma build limitada e se tive 10 minutos de jogatina no espaço foi muito.
Mas em todo caso o que joguei não me atraiu. E Star Wars Outlaws entrega tantas experiências e escolhas interessantes que o espaço foi algo completamente dispensável.
Não sei se me faltou tempo de jogatina para entender mais as possibilidades ou se o gameplay de nave foi realmente simplificado. Aqui temos a possibilidade de atirar lasers e mísseis em naves inimigas e coletar itens perdidos no espaço (para tal temos que atirar em caixas, o que achei enfadonho).
Por fim, achei a movimentação confusa e embora existam alguns pontos de interesse, não me vi motivado a ir atrás deles.
Espero estar errado aqui, mas por essa breve experiência, o espaço será mais um ponto de passagem em Star Wars Outlaws do que algo para se investir tempo.
O hype é real
E tentando sintetizar tudo o que falei aqui, Star Wars Outlaws me agradou imensamente. A ambientação é fenomenal, os personagens são incríveis e tanto Nix como Kay são, a princípio, extremamente carismáticos.
A parte de escolhas e alianças entre sindicatos é sem dúvida o ponto alto de Star Wars Outlaws e isso fará com que cada um faça sua própria história tendo seus próprios desafios e momentos únicos. A experiência entre dois jogadores certamente será diferente.
E por fim, o gameplay como um todo funciona de forma coesa. O ponto alto está na exploração de seu mundo vivo e na furtividade. Já o que deixou a desejar, pelo menos nessa experiência, foi a parte de exploração espacial.
Esse universo que está sendo construído pela Massive Games e Ubisoft aparenta ser excepcional e mal posso esperar para jogar a sua versão final. Star Wars Outlaws será lançado para PS5, Xbox Series e PC no dia 30 de agosto.