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Análise: Hell Let Loose tenta ser diferente

Hell Let Loose traz a tona a conhecida temática da Segunda Guerra, mas com uma abordagem bem diferente de grandes franquias.

Jogos de guerras passadas surgem de tempos em tempos. Da Primeira e Segunda Guerra Mundial então, nem se fala. A própria franquia Battlefield recentemente, em seus últimos títulos, reviveram as duas grandes guerras. A franquia Call of Duty e Medal of Honor também já usaram a Segunda Guerra Mundial em suas franquias. E como o tema não enjoa, vamos para a análise de Hell Let Loose, que aproveita a temática e tenta implementar algo diferente do que já foi visto.

Fica de lado o glamour das grandes franquias, seus gráficos, sua base extensa de jogadores e seu apelo mais amigável para jogadores iniciantes, sendo arcades do FPS. Em Hell Let Loose temos um shooter muito cadenciado, nada de rush, jogadores comunicativos e focados no trabalho em equipe, imersão realista das estratégias de batalha e uma curva de aprendizado, pelo menos para minhas habilidades, super desafiadora. Ao mesmo tempo que você não entra num servidor de COD com viciados, aqui você apanha para o próprio jogo, ele vai te punir miseravelmente.

GRÁFICOS

Aqui o negócio pesa um bocado nas cotas de Hell Let Loose. Gráficos e jogabilidade são pontos sensíveis, mas eu entendo eles chamarem atenção negativamente, principalmente de alguém como eu que curte um FPS bem mais dinâmico e arcade, como Battlefield e Call of Duty. Vou sim, criticar esses pontos, mas eu entendo o objetivo deles.

Falando em gráficos, eles são BEM datados e ABARROTADOS de serrilhados. Me lembra um jogo de FPS da geração de PS3. Além dos gráficos e polígonos mal polidos, o jogo em si não é otimizado. Eu joguei em um PC baseado em um i9-9900K + 16GB RAM 3600Mhz + RTX 2070 (rodando em 1080p). De cara, o jogo me deu os gráficos ‘épicos’ para jogar, o que me deixou animado. Iniciei o jogo, e os frames estavam altos, acima dos 100-120. Mas isso era só enquanto eu estava na base, bem longe, correndo para a confusão.

Assim que você chega próximo do furdunço, mesmo antes de entrar em alguma cidade, já começam as quedas bruscas e violentas de frames. Quanto mais pra dentro da cidade, onde tem gente, mais bruscas as quedas. Antes caíssem os quadros constantes, mas eles ficam sofrendo com spikes para mais de 120 e do nada despencam. Tive que colocar o jogo em médio para aliviar, mas mesmo assim ainda rolam quedas.

Da para relevar, pois não é um jogo triple A e não é o foco ter gráficos de última geração. Mas o polimento e o desempenho constante é algo que a Team 17 deve focar. Lembrando, o jogo acesso antecipado, o que indica que deve melhorar no futuro.

JOGABILIDADE E CURVA DE APRENDIZADO

Esqueça seus anos de experiência com FPSs populares ao longo dos últimos anos. Suas habilidades de pro player em COD e BF de nada vão ajudar em Hell Let Loose. O jogo foca em duas coisas, que frustram demais jogadores de jogos mais populares: trabalho em equipe e realismo dos campos de batalha ao máximo.

Você vai perder minutos e minutos correndo no meio do mato, se escorando em arvores para ver se o caminho está tranquilo, vai chegar na cidade, ficar alerta o tempo todo, achar um inimigo, trocar tiro com ele, não vai saber se o tiro pegou e de duas uma: ou o inimigo vai morrer e você não vai ter uma confirmação se foi você que matou ou você vai ser obliterado do mais absoluto nada, sem chances para pensar numa reação. E te adianto: novatos vão morrer consecutivamente.

Esse realismo frustra mas traz uma sensação de um jogo diferenciado, que busca ser diferente dos blockbusters com mecânica requentada. Se você quer ser desafiado, sofrer um bocado e tentar simular como era um combate mais realista da Segunda Guerra, Hell Let Loose pode te trazer essa experiência.

Outro ponto MUITO bacana, principalmente para brasileiros que vivem em servidores abarrotados de pessoas desrespeitosas, com trash talk, ofensas e uma comunidade completamente tóxica, Hell Let Loose te proporciona conversas dentro do squad de alto nível, focado em estratégias, comandos de líderes e diálogos focados na vitória.

Porém, mais um probleminha para quem quer jogar este jogo aqui do Brasil. Primeiro, só encontrei um servidor brasileiro, que ficou lotado a maior parte do tempo. Isso te faz ter que jogar em servidores gringos e ai vem dois problemas graves: ping, que te fazer perder TODAS as trocações 1×1 e para os que não falam inglês, te impossibilidade de participar do chat estratégico em voip. Se já é frustrante o jogo ser muito difícil, tomar uma pancada do ping e da dificuldade de língua para alguns, pode fazer você desistir do jogo.

TAMANHO DA BATALHA, FUNÇÕES/PATENTES/E OUTROS E AUSÊNCIA DE ENVOLVIMENTO

Os campos de batalha podem ser preenchidos com até 50×50 jogadores. Você também terá, depois de avançar um pouco no jogo, dezenas de combinações de funções, patentes, armas que, combinados, trazem experiências completamente diferentes. São 14 funções jogáveis ​​dentre unidades de infantaria, reconhecimento e armadura, cada uma equipada com diferentes armas, veículos e equipamentos. Existem oficiais, batedores, metralhador, médico, engenheiro, comandante de tanque e muito mais para experimentar todos os aspectos do combate da Segunda Guerra Mundial.

Por mais que o foco seja em uma experiência completa de Segunda Guerra, ficou faltando um envolvimento maior dos jogadores novatos com o jogo. Não existem histórias, um modo single player ou algumas batalhas típicas da Segunda Guerra para te envolver no jogo. É simplesmente um simulador de guerra, cru.

CONCLUSÃO

Prepare-se para percorrer uma curva de aprendizado homérica. O jogo vai te punir, punir e punir diversas vezes. Se você sobreviver a estas incansáveis tentativas de te fazer desistir, você vai pode desfrutar de um jogo bem diferente do que estamos acostumados no gênero de FPS de guerras passadas.

Com grande foco no realismo, grande leque de opções para escolher seu personagem e estilo de jogo, mapas grandes com até 50×50 jogadores e um voip muito maduro, com jogadores focados em atingir os objetivos da batalha, Hell Let Loose se descola da mesmice dos jogos do gênero e consegue ter uma identidade quase que única, algo que eu não lembro de ver desde Combat Arms.

Mas não é só a curva de aprendizado que pode te desanimar. Jogo com polimento muito abaixo do esperado, onde boas máquinas vão sofrer de flutuações gigantes de quadros por segundo. Para completar, gráficos datados para aqueles que ligam bastante para isso, que tratam como uma certa imersão.

Hell Let Loose é excelente, para quem sabe aonde está se metendo. Para curiosos e aventureiros, ou para jogadores que caírem de para quedas no jogo, preparem-se, vocês vão sofrer no começo. Fora isso, parabéns a Team 17 por ousar e criar um jogo tão original.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Falta polimento e uma base de jogadores no Brasil

Visual, ambientação e gráficos - 6.5
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

7.3

Bom

Hell Let Loose é excelente, para quem sabe aonde está se metendo. Para curiosos e aventureiros, ou para jogadores que caírem de para quedas no jogo, preparem-se, vocês vão sofrer no começo. Fora isso, parabéns a Team 17 por ousar e criar um jogo tão original.

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Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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