ANÁLISESNINTENDOPCPLAYSTATIONPS4PS5REVIEWSSWITCHXBOXXBOX ONEXBOX Series X|S

Análise: Tunche, sobrevivendo na floresta Amazônica

Um belíssimo roguelike tendo como tema o folclore brasileiro.

Desenvolvido pela LEAP Game Studios e publicado pela HypeTrain Digital, Tunche é um beat ’em up roguelike que traz como cenário nossa querida Amazônia. Será que sobreviver aos perigos que nos aguarda vai ser divertido? Venha conferir em nossa análise de Tunche.

O game está disponível para PC (Steam e Epic Store) PlayStation 4 e 5, Nintendo Switch, Xbox One e Seriex X|S. Apesar da temática tupiniquim, Tunche é de uma produtora peruana, mas mesmo assim encontra-se completamente legendado em PT-BR.

Essa análise de Tunche foi possível graças a um código cedido pela produtora.

O rico e folclórico cenário de Tunche

À primeira vista Tunche pode parecer apenas mais um beat ’em up genérico e sem história, mas definitivamente não é o caso. Não só contamos com uma interessante lore principal, como cada personagem possui o seu pessoal. Essas histórias nos vão sendo contadas em formas de HQ’s e interações com os NPC’s ao avançarmos no game, explicando o que os motivou a encarar essa aventura.

Tunche conta com 5 personagens sendo um deles uma convidada, a Criança do Chapéu do aclamado game A Hat in Time. Todos eles possuem um objetivo em comum: encontrar Tunche, uma entidade muito poderosa que enlouqueceu e está fazendo com que criaturas malignas preencham a floresta amazônica, descobrir sua motivação e pará-lo, de uma forma ou de outra.

Para isso precisaremos passar por 4 regiões diferentes, cada uma subdividida em áreas aleatórias que culminam em um boss. Se o jogador for familiarizado com o folclore amazônico vai notar algo muito divertido aqui, cada um desses chefes são personagens vindos dele. Como exemplo, o primeiro guardião que enfrentamos é o Mapinguari, uma criatura lendária parecida com uma preguiça gigante e que possui uma boca em seu abdômen.

Conforme avançamos no game, encontramos também personagens exóticos e únicos que nos fornecerão pistas, informações e oportunidades, o que nos ajudará a avançar nas partidas. Por exemplo Kawri, uma poderosa Xamã anciã que usa sua magia para nos trazer de volta ao acampamento quando tombamos em batalha.

Florestas e personagens feitos a mão

Tunche possui um belíssimo visual de desenho feito a mão e é notável o carinho aplicado aqui. Todos os cenários e todos os personagens – tanto os aliados como os inimigos – são bem desenhados e animados. Do simples sapo até o poderosíssimo Boutu, todos estão com movimentações impecáveis e muito bem feitas.

Os efeitos especiais dos ataques seguem o mesmo ritmo. Por mais sádico que isso possa soar, é prazeroso o efeito do impacto nos nossos inimigos, principalmente ao fazermos combos elevados. Isso tudo somado ao cenário colorido que me foi apresentado tornou minha experiência visual extremamente satisfatória. O único ponto fraco – que nem chega a ser fraco – é quando a tela fica cheia de inimigos, o que dificulta visualizar meu personagem em alguns poucos momentos, mas não estragou em nada minha experiência.

Gameplay

Tunche possui uma mecânica relativamente simples no melhor estilo “fácil de aprender, difícil de dominar”. Simplificando, possuímos um ataque normal, um que serve para levantar os inimigos no ar, outro ataque mágico além de pulo, esquiva e, mais para frente, um especial. Começamos selecionando um dos 5 personagens, cada um possui pontos fortes e fracos, como a Rumi, que possui um ataque normal fraco, mas um mágico bem forte e o Pancho, que é muito lento, mas extremamente forte. Definitivamente, não existe um melhor ou um pior, todos são bons nos seus pontos fortes e a escolha dependerá apenas da afinidade e gosto do jogador. Jogar com um mesmo personagem frequentemente ajudará a torná-lo mais forte, mas no meu caso, variar e experimentar cada um deles fez parte da diversão.

Como todo roguelike, cada partida de Tunche é resumida em runs, onde precisamos tentar chegar o mais longe possível recolhendo recursos e, eventualmente, morremos. Isso se repete até coletarmos recursos, experiência e prática para conseguirmos finalizar o game em uma única corrida. Ao finalizarmos uma área, temos até 3 opções de caminhos para escolher, cada uma oferecendo desafios e recompensas diferentes. Essas recompensas aumentam – ou diminuem – de acordo com a classificação que terminamos a área. Essa que se dá com o tamanho e qualidade dos combos que usamos para vencer nossos inimigos. Algo que foi frustrante no início e muito divertido posteriormente foi esse ponto.

Para atingirmos classificações altas, não precisamos apenas de combos longos sem tomar nenhum hit, mas eles precisam ser variados, e o que não falta é opção para isso. Podemos – e devemos – “emendar” combos aéreos, mágicos, múltiplos e por trás. Essa parte do game é, na minha opinião, a parte mais divertida.

Após finalizarmos a run, voltamos para nosso acampamento trazendo alguns dos recursos conquistados. Esses recursos servem para atualizar runas que ganhamos em cada tentativa, novas habilidades, aumento de dano e vida, entre muitos outros. Poderia escrever um texto gigante com os vários aspectos que o game reserva, mas não só tornaria a leitura dessa análise cansativa como tiraria uma parte da graça de Tunche, que é descobrir novidades ao avançarmos cada vez mais além nas florestas amazônicas.

Sons indígenas com moderno

Outro ponto forte de Tunche está em sua trilha sonora. O game conta com músicas que misturam sons indígenas com algo um pouco mais moderno. Além de possuir um resultado agradável, ele ainda consegue se mesclar com o que está acontecendo no game. Ou seja, enquanto estamos em um momento mais calmo, a música fica baixa e mais suave, quando entramos na ação, ela acelera e fica mais alta.

Os efeitos sonoros do game também estão muito bons, cada ação e cada ataque estão bem encaixados e condizentes. Como resultado, a soma dessa qualidade com as qualidades visuais que o game apresenta, tornou o combate ainda mais agradável e completo, me prendendo por horas e horas sem enjoar ou ficar cansativo.

Conclusão de nossa análise de Tunche

Em suma, fazer a análise de Tunche foi uma experiência maravilhosa. Diferente da maioria das vezes que experimentei esse gênero, fiquei completamente ligado em sua ambientação e história. Somando a isso, o fato de possuir um enredo advindo da nossa cultura – se você, leitor, for brasileiro, claro – fez com que o game me prendesse completamente.

Seu combate prazeroso seria plausível até mesmo de possuir, no futuro, um modo PVP que bateria de frente até mesmo com jogos competitivos, como Brawhalla – fica a dica desenvolvedores. Acrescente a tudo isso um visual belíssimo, animações fluidas e uma trilha agradável e condizente e temos um prato cheio para horas e horas de diversão. E vale salientar aqui que, infelizmente, eu não consegui experimentar o coop dele, mas arrisco afirmar, sem sombras de dúvida, que se sozinho o game conseguiu me entregar essa diversão, imagino como teria sido essa experiência com um amigo. Com certeza minha jogatina irá além dessa análise.

A Análise Tunche segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Tunche

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8

8.5

Ótimo

Tunche é divertido, agradável e difícil na medida certa. Uma ótima pedida para quem quer curtir um roguelike sem muito estresse com um cenário completamente diferente dos habituais.

User Rating: Be the first one !

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo