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Análise: Bright Memory Infinite, de Infinite não tem nada

Sensação é de que podia ser maior e marcante, mas ao mesmo tempo falta muita coisa (inclusive horas de jogo)

Antes de partir para a análise de Bright Memory Infinite em si, uma pequena introdução se faz necessária, até para os que não conhecem o jogo entenderem de onde ele veio e como ele veio. Bright Memory: Infinite causou um furdunço lá em 2019, quando saiu no Early Access da Steam. A promessa era de gráficos sinistros, batendo de frente com qualquer grande franquia do momento, e com a incrível façanha de ter sido criado e feito por apenas um único desenvolvedor, Xiancheng Zeng.

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O jogo era curto, com relatos de jogadores finalizando o título em menos de 40-50 minutos. Mas isso não é um demérito, é até surpreendente. Pense bem, uma única pessoa, criando um jogo do zero, no seu tempo livre, com gráficos verdadeiramente poderosos e ainda com 40-50 minutos de gameplay. Na época uma sequência do jogo foi esperada, mas Xiancheng Zeng preferiu fazer uma espécie de remaster/remake, aumentando o tempo de gameplay e enriquecendo sua história. E é aí que entra Bright Memory Infinite.

Eu não joguei o primeiro título, então não consigo fazer um comparativo de experiência própria. Então toda a experiência que eu compartilhar aqui, será de alguém que jogou apenas Bright Memory: Infinite, o que pode ser positivo para quem tem interesse no game e também não fez parte desta loucura lá em 2019.

Análise Bright Memory Infinite – Problemas

Calma, você quer ver eu reclamando do tamanho do jogo, mas aqui eu vou deixar para problemas que irritam de verdade, porque tamanho e conteúdo entram em outro tópico. Recebemos uma chave de acesso antecipado do jogo, o que é normal para quem produz conteúdo em cima de lançamentos. Mas o mais absurdo foi que, durante dias e dias, por mais que você instalasse o jogo em inglês ou português de Portugal, ao iniciar pela primeira vez, o jogo se encontrava em Chinês.

Ok, bugs acontecem, ainda mais em versão pré-lançamento. Mas em nenhum momento foi enviado um email com algum passo a passo de como trocar a linguagem. Parece ser coisa cri cri, pois hoje em dia existem aplicativos onde você aponta a câmera do telefone e ele traduz. Mas este tipo de coisa mostra uma certa falta de cuidado, mostra que a FYQD Studio precisa de mais gente cuidando de mais áreas. Por fim, dias atrás, o jogo recebeu diversos patches, um deles contendo toda a localização do jogo em PT-BR, menos as dublagens. Excelente notícia para nós brasileiros!

Outra coisa irritante, todos os diálogos/cutscenes do jogo não são puláveis. Ok, eu entendo contextos onde isso devem se fazer presentes, principalmente quando é a primeira vez que eles acontecem. Mas privar a opção do jogador de pulá-los quando você morre, é frustrante. Já basta você voltar um bom pedaço do jogo, ainda ter que ficar assistindo algo repetidamente é cansativo.

Lotado de tecnologias no lançamento, aprendam jogos AAA!

Bright Memory: Infinite já conta com uma penca de coisas importantes na versão de PC. DX12, NVIDIA Reflex, NVIDA DLSS, Ray Tracing e o principal, otimização! Quantos jogos no PC eu tive péssimas experiências no lançamento, de empresas bilionárias (oi Cyberpunk, tudo bem?). A FYQD Studio mandou muito bem, incluindo as melhores tecnologias do mercado e melhor ainda, em otimizar e polir seu jogo.

Para vocês que acham necessário em todo jogo que possui Ray Tracing, falar sobre (quando isso vai acabar?), aqui vão algumas notas técnicas que pude reparar. Feixes de luz, fontes de luz, lâmpadas possuem iluminação no ambiente mais realista. Alguns reflexos dos disparos, dos disparos nas armaduras inimigas, usando a sua espada também possuem RT. Só não achei uma poça d’água no chão onde refletisse de forma real o meu corpo, não sei porque.

Análise Bright Memory Infinite – Enredo

A história é um dos pontos fracos do jogo. Rasa, pouco envolvente, genérica e sem personalidade. Você se chama Sheila Tan, uma agente com poderes sobrenaturais. O jogo começa com uma ligação, onde você é informada que fenômenos esquisitos estão acontecendo pelo céu de todo mundo, e que os cientistas estão acobertando tudo. Seu objetivo é investigar essa treta. E é isso, você saber ou não saber a história não faz muita diferença, ela não se desenvolve, você não se apega e nem quer saber mais. O interessante do jogo é o gameplay, que eu comento depois.

Quando você vai finalmente começar a jogar, percebe que tem um buraco negro no céu, sugando tudo que está ao redor e acabando com o clima. Ao que tudo parece este buraco negro é culpa de uma organização obscura. Seu objetivo é parar com essa organização e entender o que está acontecendo.

Excelente, curtíssimo e delicioso gameplay

Cara que gameplay GOSTOSO. Rápido, potencialmente frenético, misturando vários elementos, várias habilidades e movimentação acelerada. Se você gosta de meter bala e fatiar tudo e todos que vê pela frente, Bright Memory: Infinite vai te trazer muita diversão. Uma pena que apenas durante as batalhas e por um par de horas.

Dentre o que você pode usar durante suas batalhas, além de suas armas e sua mira, temos um pulo duplo, uma movimentação em forma de dash, que pode ser lateral para fugir de ataques inimigos. Com sua espada, além de sair fatiando os inimigos, você pode bloquear ataques na hora certa, causando um stunt e levantar o inimigo segurando um comando para “carregar” a espada. Já no que tange seus poderes sobrenaturais, brincar com a gravidade é um deles, onde você pode puxar inimigos e deixá-los flutuando no ar, para fazer o que quiser com eles. Para fechar, esse seu poder ainda pode OBLITERAR os inimigos mais fracos, aproveitando que eles estão perto ou flutuando e simplesmente DESMANCHÁ-LOS.

Existem também diferentes inimigos, o que é bacana e não fica aquela chatice de sempre bater no mesmo tipo de inimigo. Tem os fraquinhos, que são ótimos para você acertar um headshot e ter uma câmera lenta com uma explosão de cabeça, os rápidos que vão te perturbar e ficar te dando dano e os tanks, que vão fazer você usar todas as habilidades possíveis para não morrer.

Gráfico, ambientação, trilha sonora e efeitos sonoros. Sim, combo.

Eu já falei que Bright: Memory Infinite é bem otimizado. E ele consegue isso com gráficos excelentes, além de aplicações de técnicas de Ray Tracing. Durante todo o gameplay, com DLSS em performance, RT no máximo, Reflex e opções de gráfico elevadas, não fiquei abaixo dos 80-90 quadros por segundo na RTX 2070 não-SUPER.

O jogo é lindo e abusa na chuva e ambientes com iluminação indireta para te deixar mais envolvido ainda com os gráficos. Ele peca nos cenários, que são meio genéricos, sem vida e sem graça. São sempre focados em uma espécie de corredor, não te dando muita liberdade.

Potencial tem, falta explorar

Bright Memory: Infinite tem um gameplay surpreendente, diria que ímpar. A mistura de elementos de combate, misturado no ritmo frenético que o jogo alcança, me deixou surpreso, pois eu esperava muito pouco. Mas no desenrolar da história, que é fraquíssima e pouco envolvente, você vai percebendo que o título é limitado, não tanto quanto o original de 40 minutos.

Desta vez a história pode ser concluída em cerca de 2 horas, depende de quantas vezes você vai morrer em algumas fases. Sim, muito curto. Mas, no preço correto, isso não é um problema. O problema fica para a sensação de que existe um enorme potencial neste jogo, principalmente no gameplay criado.

Com uma história longa, profunda, interessante e com personagens memoráveis, diferente da Sheila tadinha, o jogo já teria um enorme up. Mapas mais trabalhados, menos genéricos e mais amplos, também trariam outra pegada para o jogo. Na real, parece uma super demo, uma demo longa, de um excelente jogo que está por vir. Mas não, é o jogo mesmo. Por R$37,99, preço de hoje, vale a diversão e a experiência.

Análise Bright Memory Infinite segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

De Infinite não tem nada

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 9.5
Enredo/História - 3
Áudio e trilha-sonora - 6
Conteúdo - 3

6.1

Mediano

Com uma história longa, profunda, interessante e com personagens memoráveis, diferente da Sheila tadinha, o jogo já teria um enorme up. Mapas mais trabalhados, menos genéricos e mais amplos, também trariam outra pegada para o jogo. Na real, parece uma super demo, uma demo longa, de um excelente jogo que está por vir. Mas não, é o jogo mesmo.

User Rating: 4.7 ( 1 votes)

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

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